Uma nova Xuxa nas telas: 'Agora é a minha voz, o que eu penso'

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Xuxa permanece no imaginário dos brasileiros. Há uma, duas gerações, tornou-se um fenômeno midiático. Era a rainha dos baixinhos, mas eles cresceram. O mundo mudou, a Xuxa mudou. A Xuxa que está de volta tentando reconquistar seu posto de rainha das bilheterias é outra mulher. Ninguém sabe isso melhor do que ela, que chegou aos cinemas na quinta-feira, 12, com Uma Fada Veio Me Visitar.

Essa presença resistente como ícone popular ficou evidente naquele que talvez tenha sido o momento mais divertido da coletiva de lançamento do filme. O garoto que faz o namoradinho da jovem que a "fada" Xuxa protege contou que aprendeu muito com o profissionalismo dela. E acrescentou: "Minha mãe, quando soube que eu ia trabalhar com a Xuxa, não queria acreditar. É superfã dela".

O cinema já contou muitas histórias de fadas. "Mas de uma fada de 60 anos não", destaca Xuxa. A própria Tontom Périssé - filha de Heloisa Périssé -, que faz o papel da garota, não acredita quando a fada-madrinha aparece. E faz uma série de exigências para que ela prove seu poder. A reação é imediata: "Sou fada, não mágica".

Ninguém duvida que Xuxa seja uma mulher corajosa. Voltar é um risco e tanto para quem já foi a número um. Especialmente após a ausência de 14 anos, e num momento em que filmes brasileiros não ativam as bilheterias - mesmo os com maior potencial de público, como Tire Cinco Cartas e Pérola. Ela não esconde a expectativa, mas reconhece as dificuldades.

"Gosto muito da história do livro de Thalita Rebouças, que aborda temas importantes da adolescência. Fiquei com o enredo na cabeça, o momento chegou." A própria Thalita não se reconhece na versão anterior - É Fada, com Kéfera, de 2016. Agora, trabalhando em parceria com Vivianne Jundi - que fez Os Detetives do Prédio Azul 2, dirigiu seis temporadas de DPA na TV e codirigiu o terceiro filme da franquia -, identifica sua voz nos diálogos e na trama. "Xuxa diz que não é atriz, mas ela é, sim", garante Thalita.

BÊNÇÃO

Dani Calabresa, que faz uma participação, conta que foi uma bênção não ter contracenado com Xuxa no set. "Ia chorar, sou fã dessa mulher." A diretora compartilha a experiência de trabalhar com a rainha. "Xuxa é essa figura com quem o Brasil se identifica. Não é uma fada qualquer. É a Xuxa. A personagem, Tatu, tem muitas falas que remetem diretamente a ela", conta.

No filme, Xuxa tem um discurso final - a mensagem - em que fala contra bullying e preconceito, a favor da diferença de raça, gênero. O discurso é abrangente. Racismo, meio ambiente, Amazônia, desigualdade social. É a fada ou a própria Xuxa que revela essa consciência social e política?

A nova Xuxa é uma mulher empoderada. Ela imaginou que chegaria a essa idade com essa cabeça mais aberta? Sempre foi criticada por suas paquitas loiras - nenhuma negra - e pelo que os detratores chamavam de sexualização da infância. Faz sua autocrítica: "Durante muito tempo, as pessoas falavam por mim. Acabou. Agora é a minha voz, o que eu penso".

Esse empoderamento não veio de uma hora para outra. O repórter brinca: Xuxa acordou um dia e disse a si mesma que ia mudar? "Nãããoo, as coisas não acontecem assim. Foi um processo." Houve o livro autobiográfico Memórias, a coluna da Vogue, em que relatou episódios de abuso sexual na infância, o documentário do GloboPlay.

COM MARLENE

No quarto episódio de Xuxa, O Documentário, ela reencontrou Marlene Mattos, amiga e diretora por 19 anos. Romperam e nunca mais haviam se falado. No doc, Xuxa acusa: "Você não gostava de crianças". Afirma que Marlene abusou dela psicologicamente ao promover um inesperado encontro com seu pai - com quem ela estava rompida. Acabou! Xuxa retomou tudo - seu lugar de fala, o controle da própria vida.

Muito do que ela hoje defende está na contramão do que o Brasil viveu nos últimos anos. No passado, ela deu voz à gotinha, nas campanhas de vacinação. "O Brasil era referência mundial de saúde pública. A vacinação infantil atingia 97%."

Xuxa parece serena, uma mulher plena. Bela sempre foi. Ela conversa com o repórter reservadamente - uma das entrevistas individuais que deu, no hotel da Barra da Tijuca, no Rio. Brinca com a cachorrinha, no colo. A defesa dos animais é outra causa.

Na vida, e não apenas na arte, essa mulher sempre teve uma abertura para o fantástico. Imagens - e sons - passam pela cabeça do repórter, que a entrevistou outras vezes e visitou seus sets. "Doce, doce, doce, a vida é um doce, vida é mel", "Lua de cristal, que me faz sonhar", "Tudo o que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar". Filmes como Super Xuxa Contra o Baixo Astral, Lua de Cristal, Xuxa e os Duendes. Ela acredita em fadas?

"Uma vez, eu estava em casa, à noite. Sasha dormia. Vi aquela luzinha se movendo no quarto. Não era um vaga-lume. Acordei a Sasha, para que ela também visse. Não sei se era uma fada, não vi, mas senti uma presença", conta Xuxa. Para ela, nada parece impossível. Uma Fada Veio me Visitar chegou aos cinemas no Dia das Crianças. Serão 400 salas de todo o Brasil. Xuxa, Thalita Rebouças e a diretora Vivianne Jundi já falam em novas parcerias. Fada 2?

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O Estado de São Paulo contabiliza 32 casos confirmados de febre amarela em 2025. Desde janeiro, 20 pacientes morreram em decorrência da doença, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

O número de mortes é o maior desde 2018, quando foram registrados 524 casos e 171 óbitos. Em todo o ano de 2024, foram dois casos e um óbito.

Dos 32 registros deste ano, 28 são autóctones, ou seja, a infecção ocorreu no município em que a pessoa reside, não durante viagens a locais com circulação da doença. Dois casos são importados - ambos foram contraídos em Minas Gerais, segundo a SES - e dois estão em investigação.

De acordo com a secretaria, 24 casos foram notificados na região de Campinas, com infecções na cidade e em Amparo, Socorro, Tuiuti, Joanópolis, Valinhos, Pedra Bela, Piracaia, Vargem, Bragança Paulista, Pedreira, São Pedro, Nazaré Paulista e Águas de Lindóia. Além disso, há registros em Brotas, São Pedro e Caçapava.

Em todo o País, o Ministério da Saúde contabiliza 66 casos confirmados e 28 mortes pela doença desde meados do ano passado (o monitoramento é realizado de julho de um ano a junho do ano seguinte, considerando a sazonalidade da doença entre dezembro e maio). Outros 199 casos suspeitos seguem em investigação.

Como ocorre a transmissão?

Há dois diferentes ciclos de transmissão da febre amarela, o silvestre e o urbano. No ciclo silvestre, os macacos são os principais hospedeiros e os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Nesse ciclo, os seres humanos participam como hospedeiros acidentais ao frequentarem áreas de mata.

Já no ciclo urbano, os seres humanos são únicos hospedeiros com importância epidemiológica e a transmissão ocorre por meio de mosquitos Aedes aegypti infectados com o vírus.

A febre amarela pode ser transmitida por macacos?

Não. Apesar de os macacos serem hospedeiros do vírus no ciclo silvestre, a doença é transmitida apenas por mosquitos infectados.

Quais são os sintomas da doença?

Moacyr Silva, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein, ressalta que a febre amarela é uma doença com alta mortalidade. "Cerca de 60 a 70% dos pacientes podem evoluir para óbito", diz.

Ele também destaca que a febre amarela tem sintomas parecidos com várias doenças infecciosas, não possuindo um sinal característico. "Os sintomas incluem dor no corpo, febre e mal-estar. Em casos mais tardios e graves, podem ocorrer sangramentos espontâneos", diz. "Caso a pessoa tenha uma febre e um mal-estar contínuos, é importante procurar uma unidade básica de saúde para avaliar o quadro clínico".

Importância da vacinação

A vacinação é a forma mais eficaz de combate à doença. "A conscientização da população sobre a importância da imunização de rotina é uma medida essencial para prevenir casos graves e proteger a saúde", diz a secretaria estadual.

Atualmente, o calendário vacinal prevê uma dose do imunizante aos 9 meses de idade e outra aos 4 anos. Em pessoas com mais de 5 anos não vacinadas previamente, utiliza-se o esquema de dose única. O imunizante é oferecido gratuitamente em postos de saúde de todo o País.

Três homens, de 18, 20 e 27 anos, morreram na tarde da terça-feira, 18, após confronto contra policiais militares no bairro do Taboão, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Um quarto indivíduo, de 22 anos, que estava com as vítimas, foi atingido pelos disparos e socorrido até uma unidade hospitalar, onde se encontra internado. A identidade dos envolvidos não foi informada.

A Polícia Civil investiga as mortes, segundo a Secretaria da Segurança de São Paulo (SSP). Conforme a pasta, os policiais militares faziam patrulhamento pela região quando "suspeitaram de um veículo", que fugiu depois de perceber a presença dos militares. A SSP relata que, ao se aproximarem do carro suspeito, houve troca de tiros e os quatro ocupantes foram atingidos. A reportagem questionou a Polícia Militar, e aguarda retorno.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte dos três homens. O suspeito de 22 anos segue internado em uma unidade hospitalar da cidade.

No veículo abordado, foram apreendidas três armas de fogos e munição. A perícia foi acionada e o caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial pelo 7º DP de Guarulhos, que atua para esclarecer os fatos.

Registros nas redes sociais mostram que, após a ocorrência, uma manifestação foi realizada na Rua Jamil João Zarif, via localizada no mesmo bairro do Taboão, em represália a ação da PM. Um ônibus chegou a ser incendiado.

De acordo com a SSP-SP, a Polícia Civil investiga o incêndio e afirma que, conforme registrado no boletim de ocorrência, cerca de 20 indivíduos encapuzados, sendo um deles armado, abordaram o motorista do coletivo e obrigaram o homem a descer. Os suspeitos atearam fogo no ônibus e fugiram na sequência. Não há registro de feridos.

A perícia foi acionada e o caso foi registrado como incêndio também no 7º DP da cidade. A SSP não confirmou que o incêndio tinha relação com as mortes.

Um músico de 40 anos teve a prisão decretada depois de fugir com a filha de 8 anos por ter perdido a guarda da menina. O caso ocorreu em Blumenau, interior de Santa Catarina. O desaparecimento da criança é investigado desde que a polícia foi comunicada pela mãe, no dia 6 de março. Segundo a Polícia Civil, ele teria planejado sequestrar a própria filha durante três meses.

Anderson Rafael Hasse foi visto pela última vez com a menina Bianca em Ilhota, no Vale do Itajaí, no dia 1° de março. Ele levava bagagem, inclusive instrumentos musicais, e ambos foram deixados no local por um carro de aplicativo.

Ao motorista, ele comentou que iria para Blumenau com um amigo e seguiria para outra cidade, no oeste catarinense, onde trabalharia com a banda no carnaval. Desde então, o músico e a filha não foram mais vistos.

Policiais envolvidos na investigação avaliam a possibilidade de Anderson ter fugido para a Argentina ou Paraguai. A Justiça decretou a prisão temporária (30 dias) do músico por sequestro, cárcere privado e desobediência - a ordem judicial determinava que ele entregasse a filha para a mãe.

Segundo a polícia, ele planejou a fuga com a criança durante três meses. Para isso, vendeu alguns bens, como instrumentos musicais, e tomou um empréstimo bancário, arrecadando cerca de R$ 60 mil. Hasse é baixista, mas tem experiência também com outros instrumentos musicais. Ele se apresentava com bandas em cidades catarinenses do Vale do Itajaí.

A investigação não descarta que Anderson tenha recebido ajuda de outras pessoas para a fuga, o que ainda é investigado. Testemunhas disseram que, após perder a guarda da filha, Hasse teria comentado que não iria entregar a criança. A guarda era compartilhada e ele tinha direito a estar com a filha a cada 15 dias.

Ele pegou a menina no dia 28 de fevereiro e deveria entregá-la à mãe no dia 5 de março. Foi combinado que ele deixaria a criança na escola. Quando a mãe foi buscá-la, não a encontrou. Ela tentou contato com ele e, sem retorno, registrou um boletim de ocorrência.

A guarda foi transferida para a mãe em um processo em que a justiça entendeu que ele teria manipulado a filha para ficar com ele em detrimento da mãe, o que é entendido como alienação parental. O pai chegou a entrar com recurso no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, mas não teve sucesso.

Procurado, o advogado de Hasse disse que vai se manifestar oportunamente. Nas redes sociais, ele posta imagens e fala sobre a relação com a filha. "A melhor companhia do mundo. Te amo muito, minha princesinha aventureira." A postagem é de setembro do ano passado. Em maio de 2024, ele escreveu: "Meus dias são felizes ao seu lado. E não há nada que eu ame mais no mundo do que ser o seu Pai, te amar, cuidar, ensinar e proteger você como o meu maior tesouro."