Serafim Abreu: quem é o CEO da T4F que pediu desculpas por show de Taylor Swift?

Variedades
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Serafim Abreu Junior viu as ações da Time for Fun (T4F) subirem quando assumiu o cargo de CEO da produtora de eventos em maio. Segundo o site Money Times, essa jogada de negócios fez com que os papéis fechassem com alta de 11,95% e "colocasse a empresa de volta na pista".

Agora, ele é o rosto que estampa o pedido de desculpas e posicionamento da companhia após os shows da Taylor Swift, com a The Eras Tour, no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. O Estadão entrou em contato com a produtora para saber algo além do pronunciamento, mas não teve resposta até o momento desta publicação.

A Delegacia do Consumidor do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar a T4F pelo crime de perigo para vida e saúde após a morte de Ana Clara Benevides, de 23 anos, na última sexta-feira, 17, o primeiro show da norte-americana no Rio de Janeiro. Na mesma data, o estado teve recorde de sensação térmica, chegando a quase 60ºC. Um laudo preliminar apontou que a jovem chegou a hemorragia pulmonar, além de parada cardiorrespiratória.

A carreira de Serafim Abreu Junior começou quando ele ingressou na Universidade Candido Mendes, uma instituição de ensino privada, no Rio de Janeiro, para cursar Administração, de 1992 a 1996. Depois, entre 2004 e 2005, ele se especializou em Gestão pela Fundação Dom Cabral. Em 2019, ele pegou um certificado em Programa Geral de Gestão pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Conforme sua página no Linkedin, o executivo passou grande parte da carreira na IBM: primeiro, entre 1998 e 2012; depois, entre 2013 e 2021, quando já era vice-presidente e chefe de operações na América Latina. O atual CEO da T4F trabalhou em diversos locais pela companhia: Nova York, São Paulo, Rio de Janeiro.

O empresário também passou três anos no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF SP) antes de entrar para a T4F. Em entrevista ao site da organização, ele contou que sua história com o IBEF-SP começou em 2004, mas ficou entre idas e vindas até entrar como presidente em 2019 e ser promovido a vice-presidente do conselho de administração dois anos depois.

Quem é o dono da T4F?

O fundador da T4F é Fernando Luiz Alterio, que também namora a atriz Mônica Martelli, é formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). Ele atuou por alguns anos no mercado financeiro, mas, em 1982, fundou o Palace, a primeira casa de espetáculos em São Paulo.

Em 1999, Alterio se associou à Corporação Interamericana de Entretenimento (CIE Internacional). Alguns anos depois, assumiu o cargo de membro do conselho de administração da T4F - atualmente, é vice-presidente do conselho de administração e diretor presidente da produtora de eventos. Em 2011, a T4F abriu capital na bolsa de valores.

"Sempre fui um apaixonado por música. Há 50 anos, ia em um pequeno local de música para 50 pessoas e tocava o Carlinhos Vergueiro, o Chico Buarque. E daí eu falei: 'Quer saber, vou trabalhar com música, que é o que eu amo na vida'", contou ele no programa De Frente Com O Touro, da Jovem Pan.

Ao podcast Desculpa Alguma Coisa, de Tati Bernardi, Mônica Martelli contou que conheceu o empresário há 22 anos, mas eles só começaram a namorar em 2019, depois de se encontrarem em uma festa beneficente em São Paulo.

Pela Time for Fun, o empresário é responsável pelos festivais Lollapalooza e Primavera Sound no Brasil.

Posicionamentos da Time for Fun

Serafim Abreu se posicionou pela T4F após os eventos de Taylor. Pelo Instagram, ele disse que os acontecimentos serviram para o aprendizado de novas práticas para momentos de calor extremo. "Entendemos também que todo o setor precisa repensar sua atuação diante dessa realidade."

"Pedimos desculpas às pessoas que não tiveram a melhor experiência possível", disse. Segundo ele, a demora para a manifestação pública da empresa se deu porque o foco da T4F "estava em incorporar os aprendizados".

"À família de Ana Clara, quero expressar os nossos mais sinceros sentimentos. Coloco aqui agora, publicamente, a nossa disposição em prestar assistência no que for necessário, como já dissemos diretamente com membros da família e para o advogado que os representa, por telefone e por escrito, desde o ocorrido."

"Entendemos a profunda dor dessa perda irreparável, respeitamos a privacidade da família e reforço mais uma vez nossa disposição em colaborar", declarou.

Shows em São Paulo seguirão novo posicionamento

Taylor Swift fará mais três apresentações promovidas pela Time For Fun, agora em São Paulo, no Allianz Parque. Os shows acontecerão nos dias 24, 25 e 26 de novembro e, segundo Serafim, a T4F está "trabalhando para proporcionar uma noite emocionante e memorável".

"Para os shows do Allianz Parque, seguimos o novo posicionamento das autoridades. Está permitida a entrada de garrafas de água flexíveis, além dos copos de água descartáveis que sempre foram liberados", declarou.

"Todas as orientações para o show serão amplamente divulgadas nas nossas redes, para que todo mundo possa vivenciar a melhor experiência possível. Muito obrigado", finalizou.

Em outra categoria

Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) resgataram uma jaguatirica em uma fazenda em Uruará, no Pará. De acordo com o órgão, o animal estava em cativeiro ilegal e sua imagem estava sendo explorada pela influenciadora Luciene Candido nas redes sociais. Procurada para comentar o caso no Instagram, ela não se manifestou.

O resgate ocorreu no início da semana, após uma denúncia. A jaguatirica foi encontrada em cima de um guarda-roupa, em um quarto da casa da influenciadora, e chegou nesta quinta-feira, 17, a um Centro de Triagem de Animais Silvestres, onde passa por atendimento especializado.

Segundo o Ibama, o animal está desnutrido e apresenta problemas na pelagem, parasitas - com destaque para infestação por bicho-de-pé nas patas - e perda dos caninos do lado esquerdo. "Também foi detectada lesão no osso da pata dianteira esquerda, possivelmente causada por deficiência nutricional prolongada ou trauma", diz o órgão em nota.

A influenciadora soma 149 mil seguidores no Instagram, e desde agosto do ano passado publica fotos e vídeos com a jaguatirica. O animal aparece deitado em uma cama, brincando com cães e gatos e sendo alimentado com leite e ovos, entre outras situações. Uma parte do conteúdo é exclusiva para assinantes.

Ela foi autuada pelo Ibama com multas que somam R$ 10 mil, com base na Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998), que proíbe a posse em cativeiro e a exploração de animais silvestres sem autorização legal. A mulher também foi notificada a retirar as imagens das redes sociais, sob pena de multa diária, mas o conteúdo permanecia online nesta sexta-feira, 18.

Reintrodução à natureza

A jaguatirica passará por uma série de exames cínicos e laboratoriais e por processo de reabilitação. "A exposição recorrente a animais domésticos, aliada à alimentação incorreta, comprometeu gravemente sua saúde", afirma no comunicado a coordenadora de Conservação da Fauna do Ibama, Juliana Junqueira.

Segundo Juliana, serão adotados cuidados específicos para a recuperação física e comportamental do animal, com a realização de treinamentos para que ele reconheça os instintos naturais que deveria ter. O objetivo, após todas as etapas, é reintroduzir o felino na natureza.

"Animais silvestres devem ser mantidos na natureza e não em contato com animais domésticos nem seres humanos. Só assim garantiremos a conservação dessas espécies", reforça o superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza.

Moradores da Favela do Moinho, considerada a última comunidade ainda de pé no centro de São Paulo, montaram barricadas e atearam fogo nos trilhos de trem que dão acesso ao local na tarde desta sexta-feira, 18, após uma operação da Polícia Militar.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), a PM, em ação da Rocam, com apoio do Baep (Batalhão de Ações Especiais), prendeu um suspeito de tráfico de drogas no período da tarde.

Imagens obtidas pelo Estadão mostram que ao menos 20 policiais, distribuídos em cinco viaturas, estiveram na comunidade por volta das 14 horas. Alguns deles também teriam passado por lá pela manhã, com a justificativa de que estariam fiscalizando carros abandonados.

A presença da PM, às vésperas de uma possível remoção das famílias do local pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), gerou protestos de moradores. O governo pretende transformar a comunidade, que hoje abriga quase mil famílias, em um parque, além de criar "um polo de desenvolvimento urbano potencializado para a implantação da Estação Bom Retiro".

"Cerca de 50 pessoas protestam e interditam a entrada da comunidade nesta tarde", afirmou a Secretaria da Segurança Pública. Segundo a pasta, equipes agora monitoram a situação à distância para evitar confrontos.

A ViaMobilidade informou que houve uma interrupção, a partir das 14h17, na circulação de trens entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda, na Linha 8-Diamante, por conta dos protestos na Favela do Moinho, há mais de 30 anos cravada sob o viaduto que interliga as avenidas Rudge e Rio Branco, nas proximidades da Estação Júlio Prestes. O serviço teria sido normalizado por volta das 15h50.

A concessionária afirmou que, durante a paralisação, ônibus do Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) foram acionados para garantir o deslocamento dos passageiros.

Já a CPTM disse que a circulação dos trens do serviço 710 foi interrompida às 15h10 entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz. "As composições da Linha 7-Rubi circularam entre as estações Jundiaí e Palmeiras-Barra Funda, já os trens da Linha 10-Turquesa circularam entre as estações Rio Grande da Serra e Luz", diz. Durante a paralisação, as alternativas foram as Linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô.

Mauro Caseri, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, esteve no local para colher denúncias e mediar possíveis conflitos ocasionados pela operação. "A população do território encontra-se cindida entre os que aceitam a mudança e os que preferem ficar no local, e entre essas posições existem, segundo informações que nos chegam a todo momento e ainda inconclusivas, diversos aspectos que precisam ser analisados", diz.

Moradores da comunidade afirmam que as alternativas oferecidas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) têm sido insuficientes, sobretudo para famílias que querem permanecer no centro - há gerações de famílias que cresceram na Favela do Moinho e hoje trabalham ali por perto.

Nesta semana, houve protesto na frente em frente à Câmara Municipal. Em nota, a CDHU diz que tem se reunido com lideranças desde o ano passado para apresentar opções de atendimento habitacional.

A comunidade é usada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) como uma "fortaleza" para tráfico de droga na área central da cidade, segundo investigações. Os criminosos, apurou o Ministério Público Estadual, usam lugar para vigiar ações da polícia; além de ser a sede do tribunal do crime na região. A comunidade também serve de refúgio a bandidos e esconderijo de drogas e armas.

CDHU diz que todas as famílias serão atendidas

Segundo a companhia estadual de habitação, foram cadastradas "todas as residências da favela pela CDHU e também foram feitas reuniões individuais para apresentar as opções de moradias já disponíveis".

"Até agora, 86% das famílias já iniciaram adesão para o atendimento habitacional e 531 já foram habilitadas, ou seja, estão prontas para assinar contrato. Destas, 444 já têm um imóvel de destino. Num primeiro momento, foi oferecido auxílio mudança de R$ 2.400,00, além de auxílio moradia de R$ 800,00", acrescenta.

Segundo a companhia, foi realizado chamamento público para empreendimentos no centro expandido. "Foram prospectados imóveis suficientes para atender à demanda. Quem quiser, poderá ser destinado a unidades também em outras regiões", afirma.

A CDHU diz ainda que todas as famílias serão atendidas dentro das modalidades disponíveis no portfólio da CDHU, preferencialmente por Carta de Crédito Associativa, Carta de Crédito Individual. "O reassentamento das famílias da favela do Moinho é importante pelo risco aos moradores, devido às instalações insalubres e com potencial de perigo pela precariedade de construções e ligações elétricas", diz a Companhia.

Após duas crianças morrerem entre março e abril por conta da inalação proposital de aerossol presente em desodorantes, em um "desafio" proposto na internet, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu um alerta sobre o comportamento de risco em jovens.

No comunicado, a entidade reforça a importância de pais, educadores escolares e profissionais de saúde mental que trabalham com crianças e adolescentes estarem atentos aos riscos e conversarem com eles sobre o tema.

Entre 2014 e 2025, pelo menos 56 crianças e adolescentes de 7 a 18 anos morreram ou tiveram ferimentos graves após participarem de jogos ou desafios online, segundo dados do Instituto DimiCuida citados pela SBP.

As recomendações estão detalhadas em um documento publicado pela SBP em 2023, quando a entidade já chamava atenção para os riscos de ações propostas na internet.

O texto explica que os "desafios perigosos" correspondem à instigação e à prática de comportamentos considerados de autoagressão, muitas vezes revestidos de uma falsa impressão de "inofensivos" ou "brincadeiras", que são divulgados e ampliados com rapidez em imagens, vídeos e jogos on-line, em diferentes plataformas.

No caso do desodorante, os vídeos que viralizaram no TikTok ensinam como "baforar" o material para provocar desmaios.

A prática pode causar uma série de danos à saúde e até mesmo levar à morte, explicou o coordenador nacional de pneumologia da Rede D'Or, Gabriel Santiago. Os gases presentes nos desodorantes podem tomar o espaço do oxigênio no pulmão, impedindo que ele entre no corpo e chegue ao sangue.

Comportamento de risco

O documento da SBP reúne alguns padrões de comportamento de risco associados aos desafios perigosos identificados com mais frequência.

Entre eles estão práticas de sufocamento, com uso de objetos ou aspiração de produtos para bloquear a respiração; agressões contra si ou contra o outro, como os ditos "jogos de quebra-crânio" ou "murros nas costelas"; a ingestão de materiais tóxicos e a prática de tirar fotos em locais arriscados.

Além da conscientização das crianças e adolescentes para que não participem desses desafios, os especialistas enfatizam que pais e cuidadores devem supervisionar as atividades online, "estabelecendo regras claras sobre segurança, privacidade e bloqueio de mensagens inapropriadas, violentas ou discriminatórias, que podem causar danos físicos ou mentais".