Sinéad O'Connor: causa da morte da cantora é divulgada

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Após uma autópsia do corpo de Sinéad O'Connor, a causa da morte da cantora foi divulgada nesta terça-feira, 9. Segundo a BBC, a artista morreu de "causas naturais". A cantora havia sido encontrada inconsciente em sua casa em Londres em julho do ano passado. Ela tinha 56 anos.

Um dia após a morte, a polícia havia divulgado que não tratava a morte como suspeita. Conhecida pelo hit Nothing Compares 2 U, uma versão da música de Prince, Sinéad havia se mudado recentemente para o apartamento na capital britânica.

À época, a família da cantora comunicou a morte em uma nota à BBC. "É com grande tristeza que anunciamos o falecimento de nossa amada Sinéad". O mesmo texto pede discrição. "A família e amigos estão arrasados e pediram privacidade nesse momento tão difícil."

Por décadas, a cantora irlandesa falou abertamente sobre a luta que travava contra doenças mentais.

No ano anterior, o filho dela, Shane, de 17 anos, cometeu suicídio após fugir do hospital em que estava sob observação justamente para evitar que atentasse contra a própria vida. Na ocasião, ela cancelou todos os shows do ano por causa da perda.

Esta não foi a única tragédia que a cantora enfrentou durante a vida. No livro Rememberings, de 2021, ela falou sobre a infância traumática e violenta. De acordo com a revista People, após os pais se divorciarem quando criança, a mãe dela, Marie, "não estava bem" e a espancava diariamente, por vezes no abdome.

"Minha mãe tinha essa obsessão de destruir meu útero", disse a cantora à publicação.

O estilo vocal único de Sinéad O'Connor, próximo da música celta, marcou os anos 1990 e influenciou diversos artistas. À Rolling Stone, Alanis Morissette contou que a música de O'Connor foi "realmente emocionante para mim, e muito inspiradora, antes de eu escrever Jagged Little Pill".

Vida e carreira

Sinéad O'Connor nasceu em Dublin, na Irlanda, em 1966. A cantora começou a carreira musical em 1987, com o álbum The Lion and the Cobra, tendo se apresentado, nessa época, em diversos países da Europa, ganhando visibilidade e alguma notoriedade.

Foi seu segundo trabalho, o disco I Do Not Want What I Haven't Got, de 1990, que garantiu à cantora uma carreira internacional. É nele que está seu maior hit, Nothing Compares 2 U, composta por Prince. A canção fez com que o álbum atingisse a primeira posição entre os mais vendidos em inúmeros países. E o vídeo da música no YouTube tem quase 400 milhões de visualizações.

Em 1992, a cantora lançou o terceiro álbum de estúdio, intitulado Am I Not Your Girl?. Foi neste mesmo ano que a carreira ficou marcada por uma polêmica. O'Connor rasgou uma foto do papa João Paulo II durante uma apresentação no Saturday Night Live, em que cantou a música War, que critica preconceitos e desigualdades sociais.

A cantora, que já tinha relatado professar a fé católica, disse ter rasgado a foto do papa em protesto contra as denúncias de abuso sexuais a clérigos da Igreja. Na época, a instituição passava por uma crise, com bispos e membros do alto escalão do Vaticano sendo denunciados.

Essa não foi a única vez em que a artista se envolveu com uma crise na Igreja Católica. Em 1999, ela foi nomeada sacerdotisa da Igreja Independente Católica, na França. A cantora foi excomungada e sua ordenação revogada, já que a Igreja Católica não permite que mulheres sejam sacerdotisas.

Sua carreira musical ainda inclui o álbum Universal Mother, lançado em 1994, que contém a faixa Fire On Babylon, que fala sobre abuso sexual infantil. Em seguida, veio o EP Gospel Oak, que tem seis músicas dedicadas aos povos de Ruanda, Israel e Irlanda.

Depois de uma pausa na carreira, em 2000, lançou ao disco Faith and Courage, dois anos mais tarde, foi a vez de Sean-Nós Nua, que traz canções folclóricas irlandesas. Em 2003, lançou She Who Dwells in the Secret Place of the Most High Shall Abide Under the Shadow of the Almighty, um disco duplo coletânea com um registro ao vivo e outro com faixas raras e covers.

Seus últimos três álbuns são Theology, de 2007, How About I Be Me (And You Be You)?, de 2012 e I'm Not Bossy, I'm the Boss, de 2014, seu último lançamento, que acabou recebendo boas críticas, mas não chegou a estourar como seus primeiros hits.

Em 2018, a cantora se converteu ao Islamismo e também revelou ter mudado de nome, passando a chamar-se Shuhada' Davitt. No mesmo ano criou mais polêmica ao dizer que não queria mais estar perto de pessoas brancas. "Em momento nenhum, por razão nenhuma. São nojentas", disse em uma publicação no Twitter. No ano seguinte, ela chegou a acusar Prince de ter tentado agredi-la.

Em outra categoria

O Ministério da Saúde confirmou a ocorrência de dois casos de sarampo no município de São João do Meriti, no Rio de Janeiro. Os casos envolvem crianças da mesma família que receberam atendimento médico e passam bem.

Segundo a Pasta, as amostras foram analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-TJ) e pela Fiocruz. Em fevereiro, a Saúde havia confirmado outro caso esporádico de sarampo em Itaboraí, mas sem relação com as notificações mais recentes.

O Ministério informou também que, de acordo com critérios internacionais, os casos não interferem no status do Brasil como país livre da circulação do vírus do sarampo, da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita, reconquistado em novembro de 2024. Casos esporádicos são comuns e têm sido reportados por outros países.

Em novembro de 2024, o Brasil recebeu a recertificação de país livre do sarampo pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). O país já havia conquistado esse status em 2016, mas, em 2018, a reintrodução do vírus ocorreu devido às baixas coberturas vacinais.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou uma lei que estabelece regras para a prestação de serviços de entrega no Estado paulista. A decisão envolve a obrigatoriedade de entregadores portarem etiquetas específicas em suas mochilas ou baús um QR Code e um chip de validação, permitindo a confirmação em tempo real da relação entre o profissional e a empresa, contribuindo assim para a prevenção de crimes e ações fraudulentas.

Hoje, a maioria das entregas no Estado é feita sem rastreamento ou fiscalização, inclusive as que são feitas por intermédio de aplicativos. Conforme a gestão estadual, o objetivo é aumentar a segurança tanto para os consumidores quanto para os profissionais do setor.

A decisão também resulta em ações por parte das empresas prestadoras de serviços de entrega, bem como das intermediadoras, que terão de manter um cadastro atualizado dos profissionais.

"O registro deverá conter dados como nome completo, documento de identidade, endereço, telefone, e-mail, foto, número da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e características do veículo utilizado na prestação do serviço", afirma a gestão Freitas.

De acordo com o Estado, o descumprimento das determinações resultará em penalidades às empresas, como advertências, multas e, em casos mais graves, suspensão das atividades.

Regulamentação da nova lei será por meio de grupo de trabalho

A legislação, de autoria parlamentar, foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo da última sexta-feira, 14. A regulamentação da nova lei, no entanto, será feita por meio de um grupo de trabalho que será criado pelo Governo de SP.

"Esse grupo, que contará com a participação de associações e entidades representativas do setor, também será responsável por coordenar o processo de cadastramento dos profissionais, garantindo que ele seja feito de forma simples e eficiente, sem comprometer a competitividade e a sustentabilidade financeira dos micro e pequenos negócios", disse o governo estadual.

Manejo de ovos e ninhos, remoção de poleiros e abrigos, controle da vegetação, cachorros e falcões adestrados e o uso de dispositivos de acústica de alta potência que emitem som em frequência capaz de afugentar as aves. Essas são algumas das ações adotadas por aeroportos brasileiros na tentativa de reduzir a quantidade de colisões de aviões com pássaros.

Em média, dez aviões colidem com aves diariamente em todo o País, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Seis incidentes diários acontecem com aeronaves da aviação comercial. A colisão com pássaros (bird strike) é a segunda maior causa de incidentes aeronáuticos, atrás apenas de falha ou mau funcionamento de componentes do avião. A ocorrência coloca em risco a segurança do voo, podendo até derrubar grandes aeronaves.

Desde 2021, o aeroporto de Brasília conta com o auxílio do Zeca e mais recentemente do Vida, cães da raça Border Collie, treinados para pastoreio, para ajudar a equipe humana no trabalho diário de afugentar animais e aves que possam representar risco para a operação aeroportuária.

Além dos cachorros, a Inframerica, que administra o aeroporto, conta com o Tupã, um gavião-asa-de-telha que também afugenta aves das áreas operacionais. O movimento aéreo do aeroporto de Brasília em 2024 foi de cerca de 140 mil pousos e decolagens. Segundo a Inframerica, dados da Anac mostram redução de 30% nas colisões em relação ao ano anterior (2023).

Em 2024, o Aeroporto de Guarulhos (SP) conseguiu registrar um dos menores índices de colisões com fauna entre os principais aeroportos brasileiros graças a medidas com manejo de ovos e ninhos, controle da vegetação e o uso de dispositivos de acústica de alta potência que emitem som em frequência capaz de afugentar as aves. Segundo a GRU Airport, houve redução de 60% das ocorrências.

O aeródromo de Porto Alegre também utiliza a falcoaria para afugentar espécies que apresentam risco às operações, segundo a concessionária Fraport Brasil. A equipe de gerenciamento do risco da fauna é composta por biólogos e se relaciona com os órgãos ambientais a níveis municipal, estadual e federal. Os planos de manejo incluem o remanejamento de fauna - os registros apontam alto número de espécimes translocados.

No aeroporto do Rio, segundo a RioGaleão, aves de rapina, como falcões, são adestradas para afugentar outras aves. A equipe com 16 profissionais, entre eles biólogos, engenheiros agrônomos e veterinários, fazem o manejo da fauna, identificando e catalogando as aves, que são levadas para uma área de soltura autorizada. A concessionária usa ainda cães treinados, canhões sonoros e outras técnicas regulamentadas para o manejo de fauna.

Fauna mais frequente na rota de aviões

Dados da Anac apontam a ave quero-quero como a que mais causa incidentes com aviões. A espécie faz ninhos em gramados, que são comuns nos aeroportos. O segundo lugar é dividido entre o carcará, ave de rapina parente dos falcões, e a pomba-de-bando. Aparecem na sequência os marrecos e a andorinha. Há registros também com morcego, mamífero voador.

Na maioria dos casos, porém, não é possível identificar a ave que bateu no avião. Durante as operações em solo, as aeronaves podem colidir também com fauna terrestre, como répteis (lagartos), capivara e cachorro doméstico. A maior parte dos incidentes acontece durante o dia, quando a fauna está mais ativa e também por ser o período com maior quantidade de voos.

O Ministério de Portos e Aeroportos diz que, entre as medidas para gerenciar o risco de fauna em aeroportos brasileiros, iniciou um projeto pioneiro para identificar as espécies envolvidas em colisões com aeronaves através de exames de DNA das amostras. O projeto conta com uma rede colaborativa de 42 aeroportos e três laboratórios. O estudo vai balizar os planos de manejo da avifauna, que é obrigatório nos principais aeródromos.

Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), unidade da Força Aérea Brasileira (FAB), devido à diversidade regional do Brasil, os riscos de colisões com fauna variam de acordo com características locais, como vegetação, fauna e densidade populacional. "Um alto número de reportes em determinado aeródromo não deve ser interpretado como indicativo de maior insegurança, mas como reflexo de uma cultura consolidada de notificação - essencial para aprimorar o gerenciamento de riscos", diz.

De acordo com a Anac, a presença de animais no entorno dos aeroportos é influenciada pela disponibilidade de alimento, água e abrigo, cabendo ao operador do aeródromo a implementação de procedimentos para mitigar o risco de colisão entre aeronaves e a fauna. O Regulamento Brasileiro da Aviação Civil institui medidas obrigatórias para o controle, que vão de barreiras e controle dos focos de atração, até técnicas de manejo para afastar as aves do aeroporto.

Um programa de reportes criado em 2023 pela agência reforçou a cultura colaborativa do setor, incentivando os operadores a reportarem eventos de segurança de forma mais transparente. As sanções, caso os planos de manejo de fauna não sejam aplicados, podem variar de multas a restrições operacionais, inclusive de voos, para o terminal afetado. Algumas regras são sujeitas à ocupação de solo municipal.

Casos recorrentes

No dia 20 de fevereiro, um Airbus A321 da Latam foi obrigado a retornar ao aeroporto de onde havia decolado, o Galeão, no Rio de Janeiro, após colidir com uma ave. O nariz do avião ficou destruído. Segundo a companhia, a decolagem aconteceu às 10h35 e o avião pousou às 11h04, "com toda segurança". O voo foi cancelado e os 200 passageiros tiveram de ser reacomodados.

O incidente levou o CEO da Latam, Jerome Cadier, a fazer um desabafo em sua rede social. "Posso apostar com vocês que a primeira ação na Justiça contra a cia. aérea, pedindo indenização por dano moral pelo cancelamento deste voo, vai chegar amanhã mesmo... E assim segue a aviação brasileira... A pergunta é: quem paga a conta?"

Conforme Cadier, apenas a Latam teve 562 eventos com aves em 2024, média de 1,5 por dia. Os pousos foram seguros, embora alguns casos tenham sido mais graves. "Em todos os casos, analisamos a gravidade e os reparos necessários. No total, as aeronaves envolvidas ficaram mais de 750 horas paradas e impactamos mais de 30 mil passageiros com cancelamentos e atrasos", diz.

A razão do desabafo, segundo o CEO da Latam, é que são eventos evitáveis. "Os aeroportos e os municípios são responsáveis pelo manejo da fauna. É um trabalho importante e que protege os pássaros e as aeronaves. Sem investimento consistente e relevante, o custo é muito maior", aponta.

A RioGaleão, que administra o aeroporto do Rio de Janeiro, diz que o incidente com a aeronave da Latam aconteceu a 2 mil pés, fora da área de atuação do aeroporto. A Prefeitura do Rio não se pronunciou.

No dia 23 de fevereiro, um avião da Gol precisou abortar o voo e retornar ao Aeroporto de Brasília, de onde havia decolado, após colidir com um pássaro que estava em sua rota. A aeronave tinha como destino o aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Conforme a companhia, o voo G3 1445 decolou às 9h10 e, após a tripulação ter identificado o bird strike, retornou a Brasília, pousando às 9h53, em segurança. A aeronave foi encaminhada para inspeção.

No dia 15 de fevereiro, um Boeing que decolou do Aeroporto Internacional de Buenos Aires-Ezeiza colidiu com uma ave ao aterrissar no aeroporto de Florianópolis, em Santa Catarina. Houve danos na aeronave, sem risco para o pouso. No dia anterior, um Airbus A321 procedente de Goiânia (GO) ficou danificado, mas sem gravidade, ao bater em um pássaro quando pousava em Guarulhos.

No caso mais grave, em dezembro último, um urubu ficou preso no buraco aberto no parabrisa, após colidir com um avião executivo que tentava pousar em Eirunepé, no interior do Amazonas. O corpo da ave foi retirado após o pouso. O avião levava o piloto e cinco passageiros, que sofreram apenas um grande susto.

'Nem todos os casos são notificados'

Para Maurício Pontes, assessor executivo e investigador de acidentes da Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil (Abrapac), apenas as situações mais graves acabam sendo informadas e as estatísticas ficam subestimadas. "A gente conhece as ocorrências de bird strike quando são reportadas, ou quando são casos notáveis. As mais comuns, às vezes, o piloto nem sabe que atingiu um pássaro. Nem todos os casos são reportados, mas é importante que estejamos sempre vigilantes", diz.

O conflito entre aviões e pássaros acontece no mundo todo e, de uns tempos para cá, passou a ser mitigado de maneira mais científica, segundo ele. "Tem o aspecto ecológico, das aves que morrem nessas colisões. Elas ocupavam o espaço antes de nós. Na maioria dos casos são aves que se adaptaram ao ambiente aeroportuário, como os quero-queros, que fazem ninhos e encontram nutrientes nos gramados", explica.