Gilberto Gil apresenta sua última turnê, sem leis de incentivo: 'Para evitar fofoquinhas'

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Gilberto Gil, 82 anos, anunciou nesta terça-feira, 6, detalhes de sua última turnê, batizada de Tempo Rei. Em uma coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil, no centro de São Paulo, Gil falou sobre como pensou sua despedida dos palcos, com início em março, em Salvador, sua cidade natal.

"Preferia que fosse em julho, agosto. Março é muito quente. Mas, tudo bem, vamos de calor", disse Gil.

Depois de Salvador, a turnê passará pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Fortaleza e Recife.

Com o título emprestado da canção que Gil lançou em 1984, Tempo Rei terá uma grande estrutura e será apresentada em arenas e estádios. A turnê se encerra em 2025. A pré-venda, para clientes do Banco do Brasil, começam no dia 19 de agosto, e a venda geral, em 22 de agosto, no site da Eventim.

"O tempo é a palavra que criamos para falarmos desse mistério," diz Gil, filosofando sobre a hora de dar adeus aos palcos, depois de quase 70 anos de carreira.

"Há muito tempo tenho pensado em desocupar meu tempo. Desocupar de shows, tocar, cantar, encontrar pessoas, fãs, entrar em aviões, trens, navios..."

Gil não respondeu perguntas sobre como pretende em montar o repertório dessa última turnê e nem se ela passará pelo exterior.

As perguntas precisaram ser enviadas previamente pelos jornalistas, por meio de um QRCode. Gil lamentou. "Não ouvi a voz de nenhum jornalista. A tecnologia ajuda, mas atrapalha também. Essa é uma das coisas que sentirei saudades. Tanto tempo conversando com jornalistas", disse.

Sobre o tema da turnê, tempo, Gil disse que suas memórias de carreira não passam pela música em si, mas por questões periféricas, quando, por exemplo, ele teve que ajudar a descarregar equipamentos em um vilarejo na França.

"Não tenho boa memória. Minha tendência é esquecer, principalmente os detalhes. Lembro de saltar de um trem perto de Nice. Eu e os músicos tivemos que descarregar nossos equipamentos. O trem só parava dois minutos naquela estação. Peguei um case de um piano. Eu não sou um carregador, mas consegui. Isso ficou na minha memória. E ficará para sempre", diz.

"Agora, com 82 anos, fica mais difícil carregar piano", brinca Gil.

Gil diz que dos palcos sentirá falta do "microfone". "É o que simboliza estar no palco. Comecei já no tempo em que tudo já era amplificado.", diz.

Sem leis de incentivo

Flora Gil, mulher e produtora de Gil, diz que foi necessário buscar patrocinadores para a última turnê. "Não queríamos usar as leis de incentivo.Vocês todos sabem o motivo.", disse a empresária. "As fofoquinhas", completa Gil.

Flora, que comanda a Gegê Produções, é produtora associada da 30e, produtora que também está fazendo a turnê de nomes como Ney Matogrosso, Céu, Paula Toller, Lenny Kravitz, Mariah Carrey, entre outros.

A turnê terá patrocínio do Banco do Brasil, Correios, Rolex e Estrella Galícea.

Em paz com a aposentadoria

Em entrevista recente e exclusiva ao Estadão, Gil afirmou que "não é mais o artista da vez" no sentido comercial. "Eu não sou mais um artista da vez, não é? Minha vez, nesse sentido do grande interesse mercadológico, já não é. Então, se acumulam vários fatores", disse o cantor, sobre a aposentadoria.

Gil também afirmou que não perdeu o prazer de estar no palco, mas que, agora, ele vem acompanhando da necessidade de um grande esforço. "É um vigor para o qual já é necessário muito esforço físico. Não só físico, mas mental, espiritual, de linguagem. Nesse sentido da espiritualidade como linguagem, já é um esforço. E uma das coisas que eu acho que a idade, a vida em geral, a vida desde sempre, desde cedo, mas ,especialmente, nas fases mais tardias do viver, é adotar a lei do menor esforço", disse.

Gil começou sua carreira em Salvador, onde nasceu, no início da década de 1960, em apresentações em emissoras de televisão locais. Começou a compor e gravar em 1962, ainda muito influenciado pelos cantores de rádio e pelas marchas de carnaval.

Depois de se dedicar à vida acadêmica, Gil foi projetado nacionalmente a partir de 1965, em São Paulo, nos programas musicais da TV Record. No Festival de 1967, apresentou Domingo no Parque, ao lado do grupo Os Mutantes. A música é um dos pilares do Tropicalismo, ao lado de Alegria, Alegria, de Caetano Veloso.

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O papa Francisco fez uma breve aparição neste Domingo de Páscoa, 20, para abençoar as milhares de pessoas na Praça São Pedro, no Vaticano, o que provocou vivas e aplausos da multidão. O pontífice continua sua recuperação de um grave episódio de pneumonia bilateral.

"Irmãos e irmãs, feliz Páscoa!", disse Francisco, com uma voz que soou mais forte do que a apresentada quando deixou o hospital. Segundo o Vaticano, ao menos 35 mil pessoas participaram da missa no local, especialmente adornado com narcisos, tulipas e outras flores doadas pelos Países Baixos.

Francisco não celebrou a missa de Páscoa na praça, deixando a tarefa para o cardeal Angelo Comastri, o arcipreste aposentado da Basílica de São Pedro. Mas, após o término da celebração, o pontífice apareceu na varanda do balcão acima da entrada da basílica. As milhares de pessoas abaixo vibraram, enquanto uma banda militar começou uma sequência de hinos da Santa Sé e da Itália. Comastri, por sua vez, agradeceu o papa: "Obrigado por despertar a nossa fé!".

Francisco acenou da varanda e depois pediu a um assistente que lesse seu discurso. A homilia preparada pelo papa enfatizou como Cristo ressuscitado remete à esperança.

"Irmãos e irmãs, aqui está a maior esperança da nossa vida: podemos viver esta existência pobre, frágil e ferida agarrados a Cristo, porque ele venceu a morte, vence a nossa escuridão e vencerá as trevas do mundo, para nos fazer viver com ele na alegria, para sempre", conforme escreveu.

A caminho da basílica, Francisco se encontrou brevemente com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, que está passando a Páscoa em Roma com a família.

Francisco só apareceu em público algumas vezes desde que retornou ao Vaticano, em 23 de março, após uma hospitalização de 38 dias. Ele não participou das solenidades da Sexta-Feira Santa e do Sábado Santo, mas o folheto da missa e os planos litúrgicos publicados pelo Vaticano já adiantavam sua aparição neste domingo.

A Páscoa é o momento mais alegre no calendário litúrgico cristão, quando os fiéis celebram a ressurreição de Cristo após sua crucificação. Este ano, a Páscoa é celebrada no mesmo dia por católicos e cristãos ortodoxos, e tem sido marcada pelo anúncio da Rússia de uma trégua temporária em sua guerra na Ucrânia.

A celebração da Páscoa no Vaticano geralmente envolve uma missa e a bênção Urbi et Orbi do papa ("à cidade e ao mundo", em latim), um discurso proclamado da varanda acima da entrada da basílica que costuma ser um resumo dos pontos críticos globais e do sofrimento humano. Restava saber se Francisco apareceria para fazer o discurso ou simplesmente para conceder a bênção apostólica no final.

Francisco reduziu drasticamente sua carga de trabalho enquanto segue as ordens dos médicos para dois meses de convalescença e terapia respiratória para melhorar a função de seus pulmões. Ainda parece exigir um grande esforço para projetar sua voz, e sua respiração continua a ser trabalhosa.

Antes do domingo, sua maior saída tinha sido uma visita à prisão do centro de Roma para passar a Quinta-Feira Santa com os detentos./Com informações da AP e do Vatican News

As fortes chuvas que atingiram cidades do ABC e do litoral paulista provocaram transtornos nesse sábado, 19. Além do acionamento de sirenes, mensagens de alerta severo foram enviadas para moradores da região. Deslizamentos e alagamentos foram registrados pela Defesa Civil do Estado de São Paulo. Nas redes sociais, moradores relataram que pessoas ficaram ilhadas.

Sirene de alerta acionada no Guarujá

A Defesa Civil emitiu um alerta de fortes chuvas na região do Guarujá. A sirene da comunidade da Barreira foi acionada, e os moradores precisaram se deslocar imediatamente para um local seguro. A Escola Sérgio Pereira esteve disponível para abrigar a população em áreas de risco.

"Foi acionado o sistema de alerta Cell Broadcast, emitido no modo extremo para a região, bem como o Sistema de Alarme Remoto (SISAR)", informou a Defesa Civil do Estado de São Paulo.

No Morro do Bio, houve um deslizamento de terra e a área atingida foi interditada preventivamente. Ao menos 17 pessoas foram encaminhadas para o abrigo municipal.

Segundo levantamento realizado pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil, entre 17h30 e 23h30, a cidade do Guarujá registrou todo o volume de chuva esperado para o mês de abril.

A média do mês é de 190,7mm e choveu em 6 horas o total de 191mm. Desde o início de abril, já choveu na cidade o equivalente a 282 mm.

São Vicente

Após uma chuva de forte intensidade, o asfalto cedeu na Avenida Marechal Deodoro, no cruzamento com a Rua Pero Lopes de Souza, colocando em risco a estrutura de um edifício. A Defesa Civil de São Vicente avaliou o local e não houve necessidade de retirada dos moradores.

Chuva no ABC

De acordo com a Defesa Civil do Estado de São Paulo, houve chamados para alagamentos em São Bernardo do Campo. O bairro mais afetado foi o Galileia, onde algumas residências foram invadidas pela água.

Em Diadema, uma chuva de forte intensidade, acompanhada por fortes rajadas de vento, causou pontos de alagamento, quedas de árvores e queda de muro.

Segundo levantamento realizado pelo CGE, a cidade de Santo André ultrapassou o volume de chuva esperado para todo o mês apenas nesse sábado. Foram 110 mm de volume de chuva, enquanto a média é de 106,6 mm.

Campos do Jordão

A chuva forte também atingiu a região de Campos do Jordão. Acompanhada por rajadas de vento, ela causou deslizamentos de terra, pontos de alagamento e quedas de árvore. Quatro pessoas desalojadas foram encaminhadas para a casa de parentes.

A Páscoa, principal celebração do calendário cristão, representa a ressurreição de Jesus Cristo, que segundo a crença cristã veio à Terra para salvar a humanidade de seus pecados.

Embora, quanto à razão, sejam totalmente distintas, a Páscoa cristã teve influência da Pessach ("passagem", em hebraico), celebração tradicional dos judeus para festejar a libertação do povo hebreu após 400 anos de escravidão no Egito.

Esse evento anual acontecia perto do início da primavera no hemisfério norte, onde os hebreus moravam, e acontecia desde muito antes do cristianismo. Jesus teria até conhecido e participado de algumas edições da Pessach.

A Páscoa cristã, no entanto, tem um significado bem diferente da celebração dos judeus: relembra a crucificação e morte de Jesus e sua ressurreição, três dias depois. Uma das tradições relacionadas à data e comuns no mundo inteiro é a encenação da Paixão de Cristo, que relembra os últimos momentos do líder religioso até ser crucificado.

A celebração cristã também incorporou elementos de fora da religião: nessa mesma época do início da primavera no hemisfério norte, na antiguidade, os agricultores e mesmo a população em geral comemoravam a chegada do período em que a lavoura era mais produtiva, devido ao fim do inverno.

Nesse momento do ano, organizava-se uma homenagem à deusa Ostara, que na mitologia nórdica, anglo-saxã e germânica era a deusa da Primavera, da fertilidade e do renascimento. Era um culto a uma figura pagã, como é chamado quem não segue uma religião tradicional.

Uma das tradições da festa em homenagem a Ostara era decorar ovos, ou ainda escondê-los para que outras pessoas os procurassem. Esses hábitos em relação aos ovos resistem até hoje, agora (no Brasil) com ovos de chocolate.

O coelho ou a lebre eram símbolos da festa pela chegada da primavera porque estão entre os primeiros animais a saírem de suas moradias ao fim do inverno, para aproveitar o calor e o sol mais frequente.

Como surgiram os ovos de Páscoa?

Como símbolos de renascimento e renovação, os ovos de galinha são usados na Páscoa há séculos - a simbologia dos ovos se encaixa perfeitamente na acepção cristã da data, de celebração do renascimento de Jesus Cristo.

No século 13, o rei inglês Eduardo 1º (1239-1307) presenteou seus cortesãos com ovos de galinha embalados em folhas de ouro. A partir dessa época, tornou-se habitual decorar os ovos para presentear amigos e mesmo para celebrar a Páscoa.

O chocolate só chegou à Grã-Bretanha 400 anos depois, no século 17. Era uma novidade tão fascinante quanto cara. Naquela época, aliás, era líquido, e se tornou uma bebida da moda entre os milionários, um símbolo de status.

Em 1847, a empresa Fry's, que hoje pertence à fábrica de chocolates inglesa Cadbury, fabricou as primeiras barras de chocolate, sólidas. Elas começaram a se popularizar e, em 1973, a mesma fábrica produziu os primeiros ovos de Páscoa de chocolate em todo o mundo.

Embora tenham se disseminado, os ovos de chocolate seguiram sendo sinal de status por muitos anos. Mesmo no início do século 20, pessoas que ganhavam ovos de chocolate os guardavam por anos, em vez de consumi-los.

Apenas nos anos 1970 o comércio começou a oferecer ovos de chocolate a preços mais em conta, e a partir de então eles se tornaram uma tradição.

O Brasil tem até um recorde relacionado aos ovos de Páscoa: o maior do mundo, oficializado pelo Guinness (o livro mundial dos recordes), fica na cidade catarinense de Pomerode, que promove uma festa com tradições alemãs nessa data.