Em nova coleção, Ricardo Almeida explora as possibilidades da alfaiataria

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Nesta semana, o "último grito da moda" chegou como um sussurro. Isso porque a tendência viral da vez, que tomou as redes sociais e ganhou manchetes de grandes portais de notícia mundo afora, é sobre ser "demure", ou "recatada" (em tradução livre). O termo, que tradicionalmente era usado para definir mulheres com comportamento modesto, tímido e discreto, chegou à geração Z como um modelo de comportamento que prioriza momentos, atitudes e escolhas de consumo que valorizem a calma e o silêncio.

De acordo com matéria publicada na semana passada pelo portal referência no segmento, Allure, "demure é ir a uma festa e sentar na área VIP bebericando prosecco" ou então "se abaixar para sussurrar e se comunicar por olhares".

O novo movimento que, apesar de não estar exclusivamente ligado à moda, se aproxima muito do "quiet luxury", o tão falado "luxo silencioso", que ganhou o mundo em 2023, é um retorno que sugere modéstia e discrição. Com a recorrência do tema, a pauta volta a ganhar força e, na moda, marcas que apostam na criação de roupas de estética purista, com foco em qualidade e primor técnico - em detrimento das hipérboles estéticas - ganham novamente os holofotes. No Brasil, a grife fundada por Ricardo Almeida há mais de 40 anos parece entender exatamente o que é "demure" e pode ser considerada uma das representantes de tal olhar para a moda.

Na terça-feira, 20, a marca armou um desfile repleto de novidades, entre elas o lançamento da nova RA2. Conceitualmente, a nova label foi definida como "um laboratório criativo que une toda a expertise de Ricardo Almeida com ideias disruptivas e inovadoras de parceiros". Na prática, cruzaram as passarelas propostas que trazem a essência da alfaiataria afiada e marcante de Ricardo de forma contemporânea e autêntica, feita para a nova geração. O reforço a essa percepção vem com a descoberta de que os dois filhos mais novos do fundador, Arthur e Ricardinho Almeida, colaboraram na edição de lançamento da nova marca, além do estilista Gabriel Pascolato. As peças serão produzidas em pequenas quantidades e comercializadas no recém-inaugurado Studio da grife, localizado na Cidade Matarazzo, no bairro da Bela Vista, em São Paulo. O espaço, que oferece serviços sob medida com hora marcada, é agora também o lar da nova RA2.

A novidade trouxe à passarela roupas em consonância perfeita com o zeitgeist, o espírito do tempo, e também com o que se acredita ser o maior desejo de uma parcela da geração Z em relação à moda: a fuga do barulho. "A geração Z amadureceu em uma era em que é constantemente bombardeada com conteúdo e informações através das redes sociais; eles consideram a inspiração e a descoberta fundamentais para sua experiência e até mesmo essenciais para quem são", explicou Ben Harms, diretor de Crescimento da Archrival, agência americana especializada em cultura jovem, em entrevista ao veículo global Vogue Business. "Em vez de se sentir sobrecarregada e desistir completamente, a geração Z quer encontrar o ouro em meio à bagunça."

Atitude

Neste cenário, a RA2 mostrou, com sua coleção de estreia, que a personalidade e a atitude são ferramentas fundamentais na subversão como alternativa ao clássico. Ao melhor estilo "quiet luxury", os logos são deixados de lado. Os marrons quentes são mais alaranjados e se aproximam do terracota; já os azuis cruzaram a passarela mais vibrantes; e os verdes foram trabalhados em diferentes gradações de intensidade e combinados em sobreposições ton sur ton, que vieram frescas aos olhos.

Nos desfiles, as cores transitam entre as três marcas Ricardo Almeida, masculina, feminina e RA2, cujas essências criativas serviram como o grande diferencial. A primeira, que leva o nome de seu fundador, não falhou ao apresentar os ternos e camisas precisos, pautados por todo o rigor técnico e formal que são indissociáveis ao universo da alfaiataria clássica, e se destacou com suas propostas de modelagens. Os blazers são ajustados e combinados a calças de perna ampla.

Já a Ricardo Almeida Feminino, agora também com Ricardo no comando criativo, propôs um interessante mix de delicadeza e feminilidade, de peças com transparência, tecidos leves e muito movimento, com a potência de linhas retas, que caracterizam a alfaiataria tida como masculina.

Além de apresentar as novas criações, o desfile trouxe uma conversa entre as marcas e teve looks compostos com peças das três, por exemplo. Masculino e feminino, tradicional e contemporâneo, em perfeita harmonia, formaram uma apresentação que reforçou a versatilidade e os diferentes horizontes da alfaiataria na moda dos próximos anos.

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O advogado Juliano Bento Rodrigues Girau foi morto a tiros durante um assalto na madrugada deste sábado, 19, na orla da Praia Grande, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Um amigo da vítima também foi baleado.

Ao menos um dos quatro suspeitos de participação no crime foi detido pela manhã. A Polícia Civil faz buscas pelos demais envolvidos.

Morador de São Gonçalo do Sapucaí (MG), o advogado estava no litoral paulista a passeio, junto com dois amigos. O crime teria ocorrido quando o grupo saiu de uma festa realizada na beira da praia, momento em que foi abordado por quatro homens encapuzados.

O caso foi registrado como latrocínio na Delegacia de Ubatuba. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um terceiro amigo da vítima não se feriu e prestou depoimento à polícia.

"Os criminosos levaram celulares, carteiras e joias das vítimas", apontou em nota. "As investigações seguem em andamento para identificar e localizar os responsáveis pelo crime", finalizou.

Câmeras de segurança captaram o momento do crime, ocorrido pouco antes das 4 horas da madrugada. Nas imagens, o advogado e seus amigos são abordados por quatro homens encapuzados enquanto ainda estavam na faixa de areia.

Nas redes sociais, um dos amigos do advogado havia postado imagens das cerca de 12 horas de viagem de carro até Ubatuba. Guirau era formado em Direito pela Faculdade de Direito de Varginha (Fadiva), mas residia em São Gonçalo do Sapucaí, município do sul mineiro localizado a menos de 300 quilômetros de Ubatuba.

Prefeitura e OAB lamentam crime: 'Profissional íntegro'

A subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Gonçalo do Sapucaí se manifestou nas redes sociais: "Sua dedicação e compromisso com a Justiça sempre será lembrada com respeito e gratidão". "Manifestamos nosso repúdio pelo crime brutal que levou a morte do advogado da nossa subseção e que as medidas sejam tomadas para uma célere investigação", acrescentou.

A Prefeitura de São Gonçalo do Sapucaí também lamentou o caso em nota veiculada nas redes sociais. "Profissional íntegro, Dr. Juliano dedicou sua vida ao exercício da Justiça com ética, competência e respeito ao próximo. Sua partida representa uma grande perda não apenas para a advocacia, mas para toda a nossa comunidade", declarou.

O agricultor e líder do assentamento Virola-Jatobá Ronilson de Jesus Santos foi morto a tiros na sexta-feira, 18, no quintal de sua casa no interior do Pará, no município de Anapu. A informação foi divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf).

A região, marcada por conflitos agrários, é a mesma em que a missionária Dorothy Stang foi assassinada em 2005. Santos era presidente da associação do manejo no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola-Jatobá, idealizado por Stang, na Comunidade Vale do Pacuru.

Em nota, a Polícia Civil do Pará informou que a Delegacia de Conflitos Agrários (DECA) de Altamira apura as circunstâncias e a motivação do crime e que equipes estão trabalhando para identificar e localizar os suspeitos. Perícias foram solicitadas para auxiliar nas investigações.

O ministro do desenvolvimento agrário e agricultura familiar, Paulo Teixeira, prestou solidariedade à família - Ronilson deixou a esposa e três filhos pequenos - e afirmou ter solicitado à ministra dos direitos humanos, Macaé Evaristo, para incluir o assentamento e o acampamento do Vale do Pacuru no Programa de Proteção de Defensores e Defensoras dos Direitos Humanos.

O secretário de Segurança do Pará, Ualame Machado, também teria se comprometido a enviar agentes ao local para investigar e proteger os agricultores da região.

A elefante Pupy, de 36 anos e de origem africana, que esteve mantida no Ecoparque de Buenos Aires, na Argentina, desde 1993, chegou ao Brasil nesta sexta-feira, 18, após cinco dias de viagem via caminhão. Seu novo lar é o Santuário de Elefantes Brasil (SEB), localizado na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. Lá, o animal voltará a viver em ambiente natural e de forma livre, depois de anos morando no zoológico argentino, que foi recentemente desativado.

Pupy levou nove horas para sair da caixa em que foi transportada, e agora já se encontra no espaço destinado a ela. Cabe destacar que se trata da primeira elefante africana recebida no SEB.

O deslocamento do animal rumo ao Brasil começou na última segunda-feira, 14. Com a ajuda de um guindaste, ela foi colocada dentro de uma caixa posicionada sobre um caminhão e se deslocou por 2.690 km, da capital argentina até Chapada dos Guimarães.

Conforme o santuário, o animal não foi transportado de avião porque demandaria uma aeronave muito grande, e o aeroporto mais perto da nova casa de Pupy não consegue acomodar uma aeronave do porte adequado para a missão. "Além disso, a decolagem e o pouso podem ser estressantes para o elefante. A viagem por terra, com escolta policial, é mais segura e tranquila", informou o SEB.

A situação da elefante vem sendo atualizada nas redes sociais do Santuário de Elefantes Brasil. Em um vídeo postado no perfil do SEB, foi informado que Pupy está sendo acompanhada por uma bióloga, que realiza estudo de comportamento do animal, e veterinárias, responsáveis por seus cuidados.

Ela ficará em uma área ao ar livre, por enquanto sem a companhia dos outros elefantes do SEB, já que elefantes africanos e asiáticos não convivem na natureza. Em breve, o espaço espera receber também Kenya, outra elefante africana que está na Argentina e ficará junto de Pupy.

Até a chegada de Kenya, Pupy ficará sozinha e não deverá compartilhar os mesmos espaços com outros animais. Mas, no futuro, ela poderá ver e se comunicar com as demais companheiras, se assim desejar, afirmou o santuário.

Hoje, o espaço abriga outras cinco elefantes, todas originárias da Ásia - Maia, Rana, Guillermina, Bambi e Mara. Esta última viveu uma jornada semelhante a de Pupy, saindo do mesmo ecoparque da Argentina, onde estava desde 1995, e chegando ao Brasil em maio de 2020.

Pupy nasceu na África, mas viveu por mais de 30 anos na Argentina

Pupy nasceu na década de 1980 no Parque Nacional Kruger, na África do Sul. Em 1993, quando estava com cerca de cinco anos, ela foi transportada para a Argentina, onde passou a viver no zoológico Templo Hindu dos Elefantes, no centro de Buenos Aires.

O local passou a ser chamado de Ecoparque de Buenos Aires e, depois de 120 anos servindo de espaço para abrigar elefantes e outros animais em cativeiro, foi desativado para se transformar em um centro de conservação de vida selvagem nativa.

Desde 2016, o ecoparque tem realocado seus animais, como chimpanzés, orangotangos e ursos, em reservas e santuários. O objetivo é priorizar o bem-estar dos bichos, uma vez que poderão viver em locais adequados às suas necessidades, e focar na conservação das espécies nativas. Mais de 1.000 animais já foram realocados e Pupy é a 1.009ª da lista.