SP-Arte Rotas Brasileiras expõe a diversidade artística e destaca veteranos

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Este ano, o evento irmão da SP-Arte, o SP-Arte Rotas Brasileiras, realiza a sua terceira edição. A feira de arte contemporânea, com foco na produção de artistas das cinco regiões do País, traz criações de nomes mais novos no mercado ao lado de outros mais consagrados. As obras poderão ser vistas - e compradas - entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro na ARCA (Av. Manuel Bandeira, 360, São Paulo).

Uma dessas artistas consagradas é a fotógrafa Maureen Bisilliat que, aos 93 anos, é uma das mais experientes a expor na feira. A fotógrafa inglesa radicada no Brasil é apresentada pela Galeria Marcelo Guarnieri. A sensação de seguir expondo sua obra, "são e salva", como ela diz, com sua idade, é "ótima".

"É um pequeno milagre pelo qual agradeço de corazón! Mas esta energia também pode vir de mim para vocês, de vocês para mim, e de toda mistura rica que faz parte da gente: da Itália, da Argentina, da Inglaterra, da Irlanda, da França e deste Brasil tão bem percorrido e interminavelmente rico", comenta, nesta entrevista por email, a artista que, desde os anos 1950, se dedica a investigar a alma brasileira por meio da fotografia.

Em seu trabalho, Bisilliat usa seu olhar de estrangeira aliado ao respeito por seus temas, que incluem, sobretudo, sertanejos e indígenas. "Vem toda a força da negritude, suas culturas, ritmos e religiões e a multiplicidade indígena", complementa.

Maurren integra a lista dos mais longevos artistas participando do Rotas, ao lado de outros importantes nomes como: Claudia Andujar, 93 anos, na galeria Carbono; Luis Carlos Lima, 85 anos, na Lima Galeria; Emanuel Nassar, 75 anos, na Galeria A & D; Vera Chaves Barcellos, 85 anos, na coleção Moraes-Barbosa; José Tarcísio, 83 anos, na Pinakotheke; e Ascânio MMM, 82 anos, na Galeria Frente. (No final deste texto, você pode ler um mini perfil de cada um deles.)

Arte brasileira

A fundadora e diretora executiva da SP-Arte e do Rotas Brasileiras, Fernanda Feitosa, conta que a feira surgiu com a finalidade de olhar com mais afinco para a produção de artes visuais do País, focando na diversidade e levando em conta as dimensões continentais do Brasil, principalmente depois que a pandemia de covid reduziu as possibilidades de viagens longas.

"A pandemia acabou trazendo uma percepção de um esgarçamento do movimento de globalização", comenta. "O Rotas surge com essa vontade de falar: 'o DNA brasileiro é bom para caramba, o artista brasileiro, do norte, do nordeste, do centro-oeste, é muito bom e a gente conhece pouco porque ele vem pouco para o Sul, onde se concentra o mercado brasileiro de arte'", segue.

Fernanda Feitosa diz ainda que esta é uma "feira dos artistas brasileiros, do regionalismo", que se volta para beleza das individualidades das regionalidades e mostra como elas são diferentes entre si - tanto no estilo quanto nas temáticas.

Além de nomes já consagrados, como o de Maureen, é possível ver obras de artistas não tão conhecidos, que dão uma voz maior às influências africanas, indígenas e populares.

O que o evento propõe, portanto, é apresentar uma arte brasileira, feita pelas diversas potências culturais e artísticas do País, e mais. "É uma retomada na discussão de algumas questões culturais brasileiras fundamentais", comenta Rodrigo Moura, curador, editor, crítico de arte, que assume a direção artística da feira.

"O Brasil não é uma entidade fixa. Dependendo do jeito que você olha, ele vai mudar", comenta o curador. "O que é muito forte nessa feira, em termos de 'projeto de Brasil', é que ela propicia uma descentralização - que a arte desenvolvida nas diferentes diversas regiões do Brasil não seja definida pelas galerias que estão no sudeste, mas que possa ser um reflexo desses diferentes circuitos e sistemas de mercado, de artistas, galeristas e colecionadores que compõem essa coisa mais ampla que se chama Brasil", finaliza.

Quem são os artistas mais longevos na SP-Arte Rotas Brasileiras

Maureen Bisilliat - 93 anos

A fotógrafa inglesa vive no Brasil desde 1953, quando mudou para São Paulo com seu primeiro marido, o também fotógrafo espanhol José Antonio Carbonell. Entre 1964 e 1972, trabalhou como fotojornalista na Editora Abril, quando fez dois trabalhos notáveis - A batucada dos bambas, sobre o samba tradicional carioca, e Caranguejeiras, com mulheres catadoras de caranguejos na aldeia de Livramento, na Paraíba. Ao longo de sua carreira também saiu pelo Brasil buscando equivalências com obras literárias de autores como Jorge Amado, Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Adélia Prado e Mário de Andrade. A artista é apresentada pela Galeria Marcelo Guarnieri.

Claudia Andujar - 93 anos

Nascida na Suíça, mudou-se para o Brasil em 1955, quando veio ao País encontrar sua mãe, iniciando sua carreira na fotografia. Além de um trabalho, sua arte foi uma forma de criar um maior contato com o Brasil. A artista viajou pelo País colaborando com revistas nacionais e internacionais. Um dos destaques de sua carreira foi sua exposição na 27ª Bienal de São Paulo e para a exposição Yanomami, na Fundação Cartier de Arte Contemporânea em 2002, em Paris. Uma das marcas de sua trajetória artística é justamente o destaque dada aos povos Ianomâmi. Claudia é representada pela galeria Carbono.

Luis Carlos Lima - 85 anos

O artista autodidata do Maranhão, ele incorpora elementos da natureza sintetizando biologia com as formas de frutos, favas e sementes. Lima usa uma técnica própria e sua linguagem singular para recriar formas orgânicas misturando diversos materiais como argila, resina, serragem de madeira, pigmentos naturais e cera de carnaúba. No Rotas Brasileiras 2024, o artista apresenta seus trabalhos no estande da Lima Galeria e vai mostrar um conjunto de peças produzidas entre 2001 e 2016, que testemunham a conjugação entre singularidade e pluralidade na sua prática.

Emmanuel Nassar - 75 anos

O paraense Emmanuel Nassar é pintor, desenhista e fotógrafo que usa a estética popular como ponto de partida para realizar diálogos com a arte erudita. Formou-se em arquitetura, trabalhou com publicidade, mas acabou se dedicando à produção artística quando passou a trabalhar como professor na Universidade Federal do Pará (UFPA). No início de sua carreira, Nassar brincava de representar o limite entre o popular e o erudito, mas seu trabalho tornou-se mais objetivo a partir de 1988. Seus trabalhos retratam cultura e cores de seu lugar de origem, criando um diálogo entre a realidade local e as referências cultas e globais, lançando mão de um tom irônico e provocativo. Nassar será apresentado pela Galeria A & D.

Vera Chaves Barcellos - 85 anos

Uma das fundadoras do Grupo Nervo Óptico (1976-1978), que tem uma importante participação no cenário cultural de Porto Alegre, do Espaço N.O. (1979-1982) e também da Galeria Obra Aberta (1999-2002). Em 2005, criou uma fundação dedicada à difusão, preservação e divulgação da arte contemporânea, que leva seu nome e da qual é presidente. Sua produção artística inclui gravura e fotografia. Muitos de seus trabalhos discutem limites da linguagem fotográfica, usando manipulação com pintura e não só imagens próprias como apropriadas da mídia. Também incorporou objetos às imagens, criando uma série de instalações. A artista é apresentada pela Moraes-Barbosa.

José Tarcísio - 83 anos

Tarcísio é pintor, artista intermídia, gravador, escultor, cenógrafo e figurinista. Seus primeiros trabalhos em artes plásticas datam de 1960. O artista será apresentado pela Pinakotheke, que vai mostrar o resultado de sua produção dos anos 1960 até 1990 - como um inédito recorte do fim da década de 1970, época em que o artista conviveu com comunidades indígenas do Peru e da Bolívia, retornando para o Brasil com pinturas e desenhos.

Ascânio MMM - 82 anos

Ascânio Maria Martins Monteiro é escultor e arquiteto, um importante nome do abstracionismo geométrico no Brasil, com uma obra marcada pela experimentação com volumes e materiais. Uma de suas marcas foram as experimentações volumétricas com módulos de ripas de madeira pintadas de branco e organizadas em eixo, criadas nos anos 1970. O artista associa rigor matemático à intuição lírica. As peças de Ascânio serão apresentadas pela Galeria Frente.

Serviço

Rotas Brasileiras

Quando: de 28 agosto a 1º setembro, das 12h às 20h e no domingo, 1, das 12h às 19h

Onde: ARCA (Av. Manuel Bandeira, 360 - Vila Leopoldina)Horários

Quanto: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Compre online.

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Um casal morreu após a formação de uma cabeça d'água em uma cachoeira em Conceição do Mato Dentro, interior de Minas Gerais. Os corpos de Thássia Almeida e do marido, Leone Barbosa, foram localizados pelo Corpo de Bombeiros no início da tarde deste domingo, 20, cerca de 15 horas após o acionamento da corporação. Oito pessoas foram resgatadas com vida.

Os bombeiros receberam um chamado por volta das 19 horas de sábado, 19, para realizar o resgate de um grupo de dez pessoas impactadas por uma ocorrência de cabeça d'água próximo ao Cânion do Peixe Tolo, na Cachoeira Bocaina, no Parque Estadual Serra do Intendente.

O fenômeno consiste em um aumento repentino do nível da água de um rio ou cachoeira, geralmente causado por fortes chuvas.

Segundo a corporação, a equipe que se dirigiu até o local precisou enfrentar outra cabeça d'água durante o percurso para subir o rio - a rota de acesso pelas margens foi tomada.

Os bombeiros continuaram no trajeto, considerado de difícil acesso, e localizaram um grupo de oito pessoas já por volta de 1h45 da madrugada do domingo. Informações preliminares indicam que eles estavam bem quando as equipes os encontraram, embora assustados pela situação.

Por questões de segurança, os bombeiros passaram a madrugada com as pessoas encontradas, aguardando o dia amanhecer e a melhora de visibilidade na região.

Para sair de lá, eles fizeram o mesmo caminho por dentro do rio, pela parte mais rasa, por não haver mais passagem seca pela margem. As oito pessoas agora se encontram em local seguro, conforme a corporação.

Buscas por casal contaram com helicóptero

Os bombeiros relatam que, assim que fez contato, o grupo relatou que, ainda durante o sábado, um casal que estava com eles foi arrastado pela correnteza, que se formou subitamente. As buscas pelos dois, com a aeronave Arcanjo, se iniciaram na manhã do domingo.

A escolha pela operação aérea se deu porque o acesso terrestre só era possível por dentro do rio até aquele momento.

Os corpos foram localizados pelas equipes terrestres por volta do meio-dia. Eles foram levadas a um local seguro para que fossem repassados a um veículo de apoio.

Thássia Almeida se dizia "sempre em busca de destinos inéditos" nas redes sociais.

Ela tinha um perfil no Instagram para compartilhar dicas de viagens, muitas delas em Minas, e mostrar experiências ao lado do marido.

A publicação mais recente é uma foto na Cachoeira do Tabuleiro, também em Conceição do Mato Dentro.

Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, no interior de São Paulo, pediu respeito ao papa Francisco durante a missa solene das 8 horas deste domingo de Páscoa, 20, realizada no Santuário Nacional, na cidade do interior paulista.

O pontífice argentino, de 88 anos, passou mais de um mês internado recentemente por conta de uma grave pneumonia bilateral. Neste domingo, ele fez uma breve aparição para abençoar milhares de fiéis na Praça São Pedro, no Vaticano.

"Vamos respeitar o Papa Francisco. Porque a igreja, ela sim, é a encarregada de continuar, até o fim do mundo, a grande alegria da ressurreição", afirmou Dom Orlando Brandes, em solenidade transmitida no Youtube. "É assim, irmãos e irmãs, que nós estamos também vivendo esta Páscoa. E Páscoa, Ressurreição tem tudo a ver com vida, nada com morte. Pelo contrário, é a superação da morte", acrescentou, durante a missa.

A fala de Dom Orlando Brites sobre o Papa Francisco se deu após o arcebispo relembrar uma atitude do discípulo João com o discípulo Pedro em uma passagem bíblica. "Pedro e João correram para ver o túmulo vazio. João chegou antes, porque ele é o discípulo amado, quem ama vai na frente. Pedro é a instituição, é a norma, é a organização da Igreja, aí vai mais devagar. Mas João respeitou Pedro e esperou para que Pedro entrasse primeiro no túmulo. Depois, João entrou. Isso é amar a Igreja. João quer respeitar a igreja", disse.

A longa hospitalização de Francisco, com pelo menos dois momentos críticos em que o pontífice ficou perto da morte, reacendeu o debate sobre a sucessão no Vaticano. Na mesma época, também circularam na internet notícias falsas que apontavam para o agravamento do estado de saúde ou até o óbito do papa.

Mensagem ecológica

O arcebispo também aproveitou a ocasião para transmitir uma mensagem sobre preservação ao meio ambiente, uma das prioridades de Francisco à frente da Igreja Católica. "Vida no útero materno, vida humana, vida espiritual, e agora preste bem atenção: vida ecológica", disse.

Ele acrescentou que quem é testemunha da ressurreição "respeita a criação do jardim do Senhor". "É assim que a própria natureza, o próprio cosmos, é testemunha de Jesus ressuscitado", afirmou durante sermão.

Um repórter da Band TV sofreu uma tentativa de assalto na noite do sábado, 19, enquanto estava posicionado para fazer uma entrada ao vivo no Jornal da Band. O jornalista Igor Calian trabalhava na Avenida Faria Lima, em São Paulo, quando um assaltante passou de bicicleta e tentou furtar o celular do repórter, que conseguiu desviar.

O momento em que o homem se aproxima para furtar o aparelho foi flagrado pelo cinegrafista e exibido durante o telejornal.

Ele se aproxima de bicicleta, quando Calian desvia e xinga o criminoso, acrescentando: "Sabia que você ia tentar pegar. Não conseguiu, né, bichão?!"

Os apresentadores do telejornal comentaram sobre a tentativa de assalto.

"Sem o menor medo. Ele viu que estava sendo filmado, microfone posicionado, o Igor também, e simplesmente foi ali tentar pegar", comentou a apresentadora Thais Dias. "Zero constrangimento", completou o âncora Eduardo Oinegue.

Taxa alta de roubos na capital

Dados do Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgados no ano passado, mostram que o Brasil tem dois celulares levados por ladrões a cada minuto.

As estatísticas mostram que São Paulo tem a terceira maior taxa de furtos ou roubos de celulares entre as cidades com mais de 100 mil habitantes.

A capital paulista registra índice 1.781,6 celulares subtraídos dentro desse grupo, ficando atrás apenas de Manaus (2.096,3) e Teresina (1.866).

O Radar da Criminalidade do Estadão, que permite monitorar os índices de roubos de celulares nos diferentes pontos da cidade, mostra uma alta de crimes patrimoniais em Pinheiros, um dos bairros cortados pela avenida.