Imagine Dragons abraça o Rock in Rio com 'pop rock superação' e discurso pela saúde mental

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O sábado, 14, segundo dia de Rock in Rio, foi dedicado ao pop rock. Com um público mais diverso do que o dia anterior, em que o trap reinou e viu seu ápice com a apresentação de Travis Scott, hoje foi a hora e a vez da banda americana Imagine Dragons, a última a se apresentar no Palco Mundo, por volta da meia-noite.

Nascido em Las Vegas, o vocalista Dan Reynolds passou uma temporada no Brasil durante a infância. O pai dele, Ronald Reynolds, um missionário mórmon, viveu no País. O cantor já declarou em entrevistas que teve contato com a música brasileira - apesar dele ter destacado como principais lembranças o guaraná e as churrascarias. Em português, tudo o que conseguiu falar durante o show desta noite foi : "eu amo os cariocas". "eu amo os 'brasil'".

A fluência de Reynolds se deu mesmo por meio da música e do punhado de hits que a banda dele acumula desde 2008, quando foi criada. Com a ajuda de uma canga com a bandeira brasileira que alguém atirou na passarela que leva ao palco, o carismático vocalista já tinha o público da Cidade do Rock nas mãos na terceira canção do setlist, Bones.

Antes, abriu com Fire in These Hills - a voz dele parecia não alcançar algumas notas, o mesmo incômodo apareceu mais para frente em Shots. Seguiu com Thunder. A surpresa ficou por conta de I'm So Sorry, canção lançada em 2015. De cunho motivacional, como muitas da banda, a letra fala em superação. "O sol brilha para todos", diz um trecho.

Reynolds já enfrentou a depressão e, na infância, foi vítima de bullying. Os tais demônios que ele cita em Demons, um dos principais hits banda. A música, ao que tudo indica, o curou. O cara é feliz no palco - e oferece o mesmo sentimento a quem está na plateia -, com seu visual de quem parece ter saído da academia há pouco e para encantar cem mil pessoas em um festival. Ele é grande, tem mais de 1,93 de altura, músculos que faz questão de exibir, mas muito amor para oferecer.

Take Me to the Beach simboliza bem esse momento 'aquecer o coração' bem longe dos problemas cotidianos e das pessoas que aparecem, de alguma forma, para afetar a saúde mental de quem vê pela frente. Uma diversão com direito a bolas coloridas gigantes passeando pelo público.

Antes de cantar Walking the Wire, do álbum Evolve, de 2017, Reynolds, usando-se como exemplo, sugeriu o público a não olhar para baixo se sentir medo da tempestade. Se ele superou seus demônios, todos devem, ao menos, tentar fazer o mesmo. "Falem sobre seus sentimentos", aconselha.

Formada também pelo guitarrista Wayne Sermon, o baixista Ben McKee e o baterista Daniel Platzman, a Imagine Dragons atualmente está na estrada com a turnê Loom, baseada no sexto álbum da carreira, lançado no primeiro semestre deste ano. Dele, eles tocaram as faixas Wake Up, Nice to Meet You, Eyes Closed, In Your Corner, Don't Forget Me, além de Take Me to The Beach.

Reynolds e seus companheiros de palco mostraram tudo o que uma banda de pop rock pode oferecer: pausas estratégicas no palco, vocalista indo ao piano para fazer a introdução de uma ou outra música, duelo de baterias, mas também um som vigoroso e arranjos diversificados, o que faz o show passar longe do marasmo. Em Eyes Closed, há influência do hip-hop. Por vezes, o flow do vocalista encosta no de um rapper.

Com Believer, um de seus principais hits, a Imagine Dragons encerrou uma noite vitoriosa no Rock in Rio com 'pop rock superação'. Nem mesmo Reynolds poderia supor que seria tão bem acolhido em sua sexta passagem pelo Brasil.

Como foi o segundo dia do Rock in Rio

Antes de Imagine Dragons, neste sábado, 14, passaram pelo Palco Mundo a banda americana OneRepublic e a cantora sueca Zara Larsson. Zara fez um show morno e aderiu ao brazilcore, uma moda no exterior que consiste em usar as cores da bandeira brasileira nas roupas, um movimento popular no TikTok, plataforma onde se concentra grande parte do público da cantora. Valeu a homenagem.

Ryan Tedder, vocalista do OneRepublic, usou uma camisa da seleção brasileira com o nome do rei Pelé. E ainda arriscou algumas palavras em português.

O pop star brasileiro Lulu Santos, 71 anos, coube abrir o dia no Palco Mundo. Com seu show de sucessos, que tem mostrado em apresentações e festivais pelo País, inclusive no Coala, em São Paulo, em 7 de setembro. Enfileirou os hits Toda Forma de Amor, Tempos Modernos e Como Uma Onda.

Após sair do palco, Lulu, o primeiro artista da edição de 1985 a se apresentar nesta edição de 2024, creditou ao Rock in Rio o fato de hoje ser um performer muito melhor do que em seu início de carreira, no início dos anos 1980.

"Da primeira vez (em 1985), eu saí do show com uma sensação ruim. Achei que não tinha ido bem. O performer que sou hoje nasceu em 1985, quando minha figura artística narcisista se encontrou com a realidade, teve um reality check (choque de realidade). E o reality check foram as bandas estrangeiras", afirmou ao Estadão.

A programação do Palco Sunset neste segundo dia teve, pela ordem de apresentação, o encontro das bandas Pato Fu e Penélope - ambas lideradas por mulheres, Fernanda Takai e Érika; o guitarrista americano Christone 'Kingfish' Ingram; a banda americana pioneira do indie rock James; e, por fim, o último show da reunião da banda NX Zero.

Estranha foi a frieza com que a plateia reagiu às imagens de Chorão (1970-2013) no telão. Ídolo de uma geração, ele gravou com a NX Zero a canção Cedo ou Tarde. "Vamos fazer barulho para o Chorão aí", pediu o vocalista Di Ferrero, antes de terminar a música. Nem sempre os ídolos ainda são os mesmos.

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O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) concluiu em março a retirada de cabras da Ilha Santa Bárbara, no arquipélago de Abrolhos, extremo sul da Bahia. Elas serão estudadas pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e Embrapa devido à capacidade de adaptação à escassez hídrica.

Segundo o ICMBio, a remoção foi necessária pelo impacto ambiental causado pelos animais exóticos, que habitavam a ilha havia mais de 200 anos. Elas viviam isoladas e conseguiram sobreviver mesmo com a ausência de fontes de água doce no local.

As primeiras cabras teriam sido levadas para Abrolhos por navegadores como garantia de subsistência durante expedições, ainda no período da colonização, conforme uma publicação na página da Uesb. O arquipélago foi visitado pelo naturalista Charles Darwin em 1832.

A operação seguiu o plano de manejo elaborado pelo ICMBio em 2023, retirando 27 caprinos em três expedições realizadas desde janeiro. Além do órgão federal, contou com a participação da Marinha, da Embrapa, da Uesb e da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).

De acordo com o instituto, as cabras tinham um impacto sobre a vegetação e o solo da ilha e também interferiam na reprodução das aves marinhas, que utilizam o arquipélago como "berçário".

Erradicar as espécies exóticas foi considerado crucial para a regenerar da vegetação da Ilha Santa Bárbara e proteger as sete espécies de aves marinhas que se reproduzem em Abrolhos, incluindo a grazina-do-bico-vermelho, espécie ameaçada que tem sua maior colônia no arquipélago.

"No passado, os caprinos serviam como fonte de proteína animal. Atualmente, com os recursos da vida moderna e o apoio logístico prestado bimestralmente pela Marinha aos militares que guarnecem a Ilha de Santa Bárbara, a presença dos animais tornou-se desnecessária", afirma o Capitão de Fragata Douglas Luiz da Silva Pereira, da Marinha, que geriu a operação.

Segundo a publicação de 2024 do governo federal Monitoramento da biodiversidade para conservação dos ambientes marinhos e costeiros, o órgão já vinha trabalhando pela erradicação de roedores em Abrolhos, também invasores, por arranharem e comerem ovos das aves.

O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos foi o primeiro parque marinho estabelecido no Brasil, em 1983, e abriga a formação de recifes de corais rasos (a menos de 20 metros de profundidade) mais diversa e extensa do País. Além de Santa Bárbara, a única habitável e localizada a cerca de 65 km de Caravelas (BA), Abrolhos é composto pelas ilhas Redonda, Siriba, Sueste e Guarita.

'Tesouro genético'

O campus da Uesb em Itapetinga, no interior da Bahia, recebeu 21 cabras de Abrolhos. Elas foram colocadas em quarentena e estão sendo monitoradas para garantir a adaptação ao continente e o isolamento de outros rebanhos, já que são sensíveis a doenças e parasitas. As cabras são consideradas um "tesouro genético" pelos pesquisadores da universidade.

Para Ronaldo Vasconcelos, professor do curso de zootecnia da universidade, a adaptação pode ter relação com características específicas do DNA da espécie. O objetivo dos cientistas é confirmar a singularidade genética dessas cabras e entender os genes responsáveis pela resistência à falta de água potável.

Confirmada essa singularidade, Uesb e Embrapa devem dar início a um plano de conservação para ampliar o rebanho, armazenar material genético (sêmen e embriões) e distribuí-lo para produtores rurais.

Os estudos podem beneficiar a criação desses animais em um semiárido cada vez mais seco devido à mudança do clima. A criação de cabras é uma das principais atividades econômicas e de subsistência da população que habita a Caatinga, sendo muitas vezes a única fonte de proteína para famílias de baixa renda.

"Esses genes podem melhorar o desempenho de animais do continente, tornando-os mais resistentes em áreas com escassez de água. Além disso, esse material genético pode ser valioso para pequenas propriedades rurais", disse o professor de zootecnia ao portal da Uesb.

Em seu último dia da visita de Estado do Brasil no Vietnã, em Hanói, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, disse em evento com empresários que a economia e a ecologia fazem parte da mesma equação. "Cuidar adequadamente da agenda de comércio e relações econômicas associada à questão da mudança do clima e do meio ambiente é fundamental. Sem essa agenda, não haverá relações econômicas entre nossos países, tampouco no mundo, porque os recursos naturais são a base do nosso desenvolvimento", afirmou, segundo informou neste domingo, 30, a assessoria da Pasta. "Costumo dizer que economia e ecologia fazem parte da mesma equação", completou.

No discurso feito durante painel de ministros do governo federal no Fórum Econômico Brasil-Vietnã, Marina destacou os instrumentos financeiros desenvolvidos pelo MMA com outras pastas para impulsionar as agendas de combate à mudança do clima e preservação ambiental. "Temos feito o dever de casa. Criamos uma plataforma de investimento entre países, a BIP. Lançamos títulos verdes e conseguimos captar cerca de R$ 10 bilhões para ações de transição energética, bioeconomia e desenvolvimento sustentável. Além disso, estamos trabalhando nosso Plano de Transformação Ecológica, a base de tudo isso, liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad", enumerou.

A ministra enfatizou o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), anunciado pelo Brasil na COP28, a Conferência do Clima da ONU realizada nos Emirados Árabes Unidos em 2023. A iniciativa recompensará países que comprovadamente protegem suas florestas tropicais, com base em monitoramento feito por satélites. O governo federal trabalha para captar US$ 125 bilhões e lançar o TFFF durante a COP30, que ocorre em Belém (Pará), em novembro.

Pelo menos 20% dos recursos serão direcionados a populações indígenas e povos e comunidades tradicionais que estão na linha de frente da preservação das florestas. "O Brasil tem o compromisso de restaurar 12 milhões de hectares, o que é importante para o alcance de nossa meta de redução de emissões de gases de efeito estufa. O Fundo Florestas Tropicais Para Sempre pagará por hectare de floresta protegida, uma forma de incentivar que os produtores preservem suas florestas, porque elas significam mais água, proteção das nossas comunidades e uma agricultura mais resiliente", declarou.

Nos dois dias de visita de Estado ao país asiático, Marina Silva acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em encontros com os líderes do sistema político vietnamita.

Um homem de 44 anos foi preso em flagrante na terça-feira, 25, por tentativa de homicídio de um adolescente de 14 anos na Vila Prudente, zona leste de São Paulo.

Ele foi detido por guardas civis metropolitanos em uma escola municipal durante um "desentendimento no local" , segundo informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Imagens de uma câmera de segurança na Rua São Cirilo mostram o adolescente caminhando pela rua com outra estudante, quando um carro se aproxima e atinge o jovem pelas costas, que cai no chão.

Um homem e outro adolescente então descem do carro. O mais velho pergunta por que a vítima havia batido em seu filho, o que o jovem nega. O pai ordena que o garoto volte para a escola e diz que chamaria seu pai.

A ocorrência foi registrada no 42º Distrito Policial (Parque São Lucas), que requisitou a realização de perícia.

Conforme a SSP, o indiciado foi encaminhado para audiência de custódia e liberado após o pagamento de fiança.

Diretoria de educação diz que alunos estão afastados

A Diretoria Regional de Educação (DRE) do Ipiranga informou que o caso ocorreu nas proximidades da EMEF General Osório e que não há registro de conflito entre os alunos dentro da unidade. Os dois estão afastados das atividades escolares por "motivos médicos".

A divisão afirma que a EMEF conta com uma "estrutura que previne bullying e conflitos, como uma Comissão de Mediação de Conflitos, realização de rodas de conversa, grêmio estudantil e outras ativid