Livro que causou racha no Prêmio Sesc está entre os finalistas do Prêmio São Paulo; veja lista

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A lista de finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura 2024 foi divulgada pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativa do Estado de São Paulo na segunda-feira, 23, no Diário Oficial. A premiação abrange os romances publicados em 2023 e é dividida em duas categorias: Romance do Ano e Romance de Estreia do Ano.

Entre os finalistas, estão nomes como Giovana Proença, Rogério Pereira, Socorro Acioli, Luciany Aparecida, Airton Souza, Marcelo Ferroni e Eliana Marques.

A Companhia das Letras, que não participou da premiação no ano passado por erro interno, tem quatro livros entre os finalistas. Ela é seguida por Todavia, Urutau, Autêntica e Patuá, com dois títulos cada. Veja a relação abaixo.

O vencedor de cada categoria do prêmio São Paulo de Literatura ganhará R$ 200 mil.

As obras habilitadas foram avaliadas por uma comissão julgadora, que escolheu os 10 finalistas de cada categoria. São eles: Bianca Santana, Camilla Dias, Claudia Abeling, Franciéle Garcês, Gênese Andrade, Igor Vida, Lu Ain-Zaila Mário César, Ricardo Ramos Filho e Ubiratan Brasil.

Agora, os curadores do prêmio vão avaliar os finalistas de cada categoria para eleger os vencedores. Essa é uma novidade desta edição. O Prêmio São Paulo já contou com dois júris em outros anos e, recentemente, trabalhava com um único júri, que ficava responsável pela avaliação nas duas etapas. Segundo o edital, a escolha dos curadores é soberana.

Os curadores do Prêmio São Paulo 2024 são: André Cáceres, jornalista, editor e escritor; Cida Saldanha, livreira da Livraria da Vila; Heitor Botan, responsável pela organização e mediação no Clube de Prosa da Biblioteca Mário de Andrade e coordenador de projetos educacionais no Senac São Paulo; Ionara Lourenço, bibliotecária; e Mariana Salomão Carrara, escritora e vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura 2023 por Não Fossem as Sílabas do Sábado.

Eles têm 30 dias para escolher os dois vencedores.

Outono de Carne Estranha

Um dos livros finalistas da categoria melhor romance de estreia é Outono de Carne Estranha, que venceu, em 2023, o Prêmio Sesc de Literatura.

A obra conta a história de um relacionamento homoafetivo entre dois garimpeiros em Serra Pelada, no Pará, nos anos 1980. A partir do romance proibido, o autor narra a realidade do que foi o maior garimpo a céu aberto do mundo e mostra o preconceito e o poder do Estado no local.

Em um evento de apresentação do livro durante a Flip, o autor leu um trecho da obra. A leitura teria causado desconforto em dirigentes do Departamento Nacional do Sesc, que estavam na plateia. Após o episódio, Henrique Rodrigues, responsável pela premiação, foi demitido, escritores se mobilizaram contra o que chamaram de censura, a editora Record rompeu a parceria com o Sesc e a instituição modificou o edital. O caso foi revelado pelo Estadão.

Os finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura

Melhor Romance de 2023

Sobre o que não falamos, de Ana Cristina Braga Martes (Editora 34)

Os dias de sempre, de Helana Terra (Selo Editorial Besouros Abstêmios)

O céu para bastardos, de Lilia Guerra (Todavia Editora)

Mata Doce, de Luciany Aparecida (Companhia das Letras)

A língua submersa, de Manoel Herzog (Companhia das Letras)

A febre, de Marcelo Ferroni (Companhia das Letras)

Quando os prédios começaram a cair, de Mauro Paz (Todavia Editora)

Antes do silêncio, de Rogério Pereira (Editora Dublinense)

Oração para desaparecer, de Socorro Acioli (Companhia das Letras)

A nudez da cópia imperfeita, de Wagner Schwartz (Editora Nós)

Romance de Estreia

Outono de carne estranha, de Airton Souza (Editora Record)

Ruído branco, de Beatriz Reis (Editora Urutau)

Louças de família, de Eliane Marques (Autêntica Editora)

Os tempos da fuga, de Giovana Proença (Editora Urutau)

Um amor de filha, de Hanaide Kalaigian (Autêntica Editora)

Em pleno dia se morre, de Júlia Sobral Campos (Editora Patuá)

Um prefácio para Olívia Guerra, de Liana Ferraz (Grupo HarperCollins Brasil)

Seu jeito de soltar fumaça, de Ricardo Motomura (Editora 7 Letras)

Chumbo, de Virgínia Ferreira (Editora Quelônio)

Os dias, de Waldomiro J. Silva Filho (Editora Patuá)

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Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) resgataram uma jaguatirica em uma fazenda em Uruará, no Pará. De acordo com o órgão, o animal estava em cativeiro ilegal e sua imagem estava sendo explorada pela influenciadora Luciene Candido nas redes sociais. Procurada para comentar o caso no Instagram, ela não se manifestou.

O resgate ocorreu no início da semana, após uma denúncia. A jaguatirica foi encontrada em cima de um guarda-roupa, em um quarto da casa da influenciadora, e chegou nesta quinta-feira, 17, a um Centro de Triagem de Animais Silvestres, onde passa por atendimento especializado.

Segundo o Ibama, o animal está desnutrido e apresenta problemas na pelagem, parasitas - com destaque para infestação por bicho-de-pé nas patas - e perda dos caninos do lado esquerdo. "Também foi detectada lesão no osso da pata dianteira esquerda, possivelmente causada por deficiência nutricional prolongada ou trauma", diz o órgão em nota.

A influenciadora soma 149 mil seguidores no Instagram, e desde agosto do ano passado publica fotos e vídeos com a jaguatirica. O animal aparece deitado em uma cama, brincando com cães e gatos e sendo alimentado com leite e ovos, entre outras situações. Uma parte do conteúdo é exclusiva para assinantes.

Ela foi autuada pelo Ibama com multas que somam R$ 10 mil, com base na Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998), que proíbe a posse em cativeiro e a exploração de animais silvestres sem autorização legal. A mulher também foi notificada a retirar as imagens das redes sociais, sob pena de multa diária, mas o conteúdo permanecia online nesta sexta-feira, 18.

Reintrodução à natureza

A jaguatirica passará por uma série de exames cínicos e laboratoriais e por processo de reabilitação. "A exposição recorrente a animais domésticos, aliada à alimentação incorreta, comprometeu gravemente sua saúde", afirma no comunicado a coordenadora de Conservação da Fauna do Ibama, Juliana Junqueira.

Segundo Juliana, serão adotados cuidados específicos para a recuperação física e comportamental do animal, com a realização de treinamentos para que ele reconheça os instintos naturais que deveria ter. O objetivo, após todas as etapas, é reintroduzir o felino na natureza.

"Animais silvestres devem ser mantidos na natureza e não em contato com animais domésticos nem seres humanos. Só assim garantiremos a conservação dessas espécies", reforça o superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza.

Moradores da Favela do Moinho, considerada a última comunidade ainda de pé no centro de São Paulo, montaram barricadas e atearam fogo nos trilhos de trem que dão acesso ao local na tarde desta sexta-feira, 18, após uma operação da Polícia Militar.

Conforme a Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), a PM, em ação da Rocam, com apoio do Baep (Batalhão de Ações Especiais), prendeu um suspeito de tráfico de drogas no período da tarde.

Imagens obtidas pelo Estadão mostram que ao menos 20 policiais, distribuídos em cinco viaturas, estiveram na comunidade por volta das 14 horas. Alguns deles também teriam passado por lá pela manhã, com a justificativa de que estariam fiscalizando carros abandonados.

A presença da PM, às vésperas de uma possível remoção das famílias do local pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), gerou protestos de moradores. O governo pretende transformar a comunidade, que hoje abriga quase mil famílias, em um parque, além de criar "um polo de desenvolvimento urbano potencializado para a implantação da Estação Bom Retiro".

"Cerca de 50 pessoas protestam e interditam a entrada da comunidade nesta tarde", afirmou a Secretaria da Segurança Pública. Segundo a pasta, equipes agora monitoram a situação à distância para evitar confrontos.

A ViaMobilidade informou que houve uma interrupção, a partir das 14h17, na circulação de trens entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda, na Linha 8-Diamante, por conta dos protestos na Favela do Moinho, há mais de 30 anos cravada sob o viaduto que interliga as avenidas Rudge e Rio Branco, nas proximidades da Estação Júlio Prestes. O serviço teria sido normalizado por volta das 15h50.

A concessionária afirmou que, durante a paralisação, ônibus do Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) foram acionados para garantir o deslocamento dos passageiros.

Já a CPTM disse que a circulação dos trens do serviço 710 foi interrompida às 15h10 entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz. "As composições da Linha 7-Rubi circularam entre as estações Jundiaí e Palmeiras-Barra Funda, já os trens da Linha 10-Turquesa circularam entre as estações Rio Grande da Serra e Luz", diz. Durante a paralisação, as alternativas foram as Linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô.

Mauro Caseri, ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, esteve no local para colher denúncias e mediar possíveis conflitos ocasionados pela operação. "A população do território encontra-se cindida entre os que aceitam a mudança e os que preferem ficar no local, e entre essas posições existem, segundo informações que nos chegam a todo momento e ainda inconclusivas, diversos aspectos que precisam ser analisados", diz.

Moradores da comunidade afirmam que as alternativas oferecidas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) têm sido insuficientes, sobretudo para famílias que querem permanecer no centro - há gerações de famílias que cresceram na Favela do Moinho e hoje trabalham ali por perto.

Nesta semana, houve protesto na frente em frente à Câmara Municipal. Em nota, a CDHU diz que tem se reunido com lideranças desde o ano passado para apresentar opções de atendimento habitacional.

A comunidade é usada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) como uma "fortaleza" para tráfico de droga na área central da cidade, segundo investigações. Os criminosos, apurou o Ministério Público Estadual, usam lugar para vigiar ações da polícia; além de ser a sede do tribunal do crime na região. A comunidade também serve de refúgio a bandidos e esconderijo de drogas e armas.

CDHU diz que todas as famílias serão atendidas

Segundo a companhia estadual de habitação, foram cadastradas "todas as residências da favela pela CDHU e também foram feitas reuniões individuais para apresentar as opções de moradias já disponíveis".

"Até agora, 86% das famílias já iniciaram adesão para o atendimento habitacional e 531 já foram habilitadas, ou seja, estão prontas para assinar contrato. Destas, 444 já têm um imóvel de destino. Num primeiro momento, foi oferecido auxílio mudança de R$ 2.400,00, além de auxílio moradia de R$ 800,00", acrescenta.

Segundo a companhia, foi realizado chamamento público para empreendimentos no centro expandido. "Foram prospectados imóveis suficientes para atender à demanda. Quem quiser, poderá ser destinado a unidades também em outras regiões", afirma.

A CDHU diz ainda que todas as famílias serão atendidas dentro das modalidades disponíveis no portfólio da CDHU, preferencialmente por Carta de Crédito Associativa, Carta de Crédito Individual. "O reassentamento das famílias da favela do Moinho é importante pelo risco aos moradores, devido às instalações insalubres e com potencial de perigo pela precariedade de construções e ligações elétricas", diz a Companhia.

Após duas crianças morrerem entre março e abril por conta da inalação proposital de aerossol presente em desodorantes, em um "desafio" proposto na internet, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu um alerta sobre o comportamento de risco em jovens.

No comunicado, a entidade reforça a importância de pais, educadores escolares e profissionais de saúde mental que trabalham com crianças e adolescentes estarem atentos aos riscos e conversarem com eles sobre o tema.

Entre 2014 e 2025, pelo menos 56 crianças e adolescentes de 7 a 18 anos morreram ou tiveram ferimentos graves após participarem de jogos ou desafios online, segundo dados do Instituto DimiCuida citados pela SBP.

As recomendações estão detalhadas em um documento publicado pela SBP em 2023, quando a entidade já chamava atenção para os riscos de ações propostas na internet.

O texto explica que os "desafios perigosos" correspondem à instigação e à prática de comportamentos considerados de autoagressão, muitas vezes revestidos de uma falsa impressão de "inofensivos" ou "brincadeiras", que são divulgados e ampliados com rapidez em imagens, vídeos e jogos on-line, em diferentes plataformas.

No caso do desodorante, os vídeos que viralizaram no TikTok ensinam como "baforar" o material para provocar desmaios.

A prática pode causar uma série de danos à saúde e até mesmo levar à morte, explicou o coordenador nacional de pneumologia da Rede D'Or, Gabriel Santiago. Os gases presentes nos desodorantes podem tomar o espaço do oxigênio no pulmão, impedindo que ele entre no corpo e chegue ao sangue.

Comportamento de risco

O documento da SBP reúne alguns padrões de comportamento de risco associados aos desafios perigosos identificados com mais frequência.

Entre eles estão práticas de sufocamento, com uso de objetos ou aspiração de produtos para bloquear a respiração; agressões contra si ou contra o outro, como os ditos "jogos de quebra-crânio" ou "murros nas costelas"; a ingestão de materiais tóxicos e a prática de tirar fotos em locais arriscados.

Além da conscientização das crianças e adolescentes para que não participem desses desafios, os especialistas enfatizam que pais e cuidadores devem supervisionar as atividades online, "estabelecendo regras claras sobre segurança, privacidade e bloqueio de mensagens inapropriadas, violentas ou discriminatórias, que podem causar danos físicos ou mentais".