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Morre Armando Freitas Filho, um dos mais importantes poetas brasileiros, aos 84 anos

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O escritor Armando Freitas Filho, um dos mais importantes poetas da literatura brasileira, morreu aos 84 anos. A informação foi confirmada pela editora Companhia das Letras, que publicará em breve Respiro, último livro do autor.

Nascido no Rio de Janeiro em 1940, Freitas Filho publicou seu primeiro livro, Palavra, em 1963. Em 1985, recebeu um Prêmio Jabuti por 3x4. Também foi vencedor do Prêmio Rio de Literatura, do APCA e do Alphonsus Guimarães, da Biblioteca Nacional.

Alguns de seu títulos mais importantes são À Mão Livre (1979), Rol (1985), Fio Terra (2000), Raro Mar (2006), Dever (2013), Rol (2016) e Arremate (2020). Em 2003, quando completou 40 anos de carreira, sua poesia até então foi reunida na coletânea Máquina de Escrever.

O poeta foi "discípulo" de Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Os conheceu na década de 1960, depois da publicação de seu livro de estreia, e teve seu trabalho profundamente influenciado por eles, em especial por Drummond.

"Sou um dos poucos que ainda restam que tiveram convívio com ele e essa é uma coisa que me dá até um pouco de aflição", disse ao Estadão em 2012. "A influência dele era marcante não somente com o que ele escrevia, mas com o que ele falava."

Também foi grande amigo e confidente da poeta e crítica literária Ana Cristina Cesar, morta em 1983, aos 31 anos. Foi o organizador da coleção póstuma Novas Seletas, de 2007. Também foi curador de Poética, de 2013, que reuniu a obra da poeta.

A obra de Freitas Filho foi marcado por um tom biográfico. "Eu sou filho único. A luta amorosa com os pais é importante na minha biografia", disse ele ao Estadão em 2009, no lançamento de Lar.

Em comunicado no Instagram, a poeta Alice Sant'Anna, editora de Freitas Filho na Companhia das Letras, lamentou a morte: "Armando era um dos maiores poetas brasileiros em atividade. Sua poesia fala sobre o amor, a morte, a casa, o ofício de escrever, o Rio de Janeiro. Seu legado é gigantesco e continua vivo em cada poema seu".

A editora também divulgou o poema Para Este Papel, que fará parte da última coletânea do autor. Veja, no segundo slide da publicação aqui.

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Morreu nesta terça-feira, 13, o médium e líder espírita Divaldo Franco. Ele tinha 98 anos. Nascido em 5 de maio de 1927 na cidade baiana de Feira de Santana, Divaldo participou de mais de 20 mil conferências, realizadas em mais de 2.500 cidades e 71 países. Ele já foi apontado como sucessor de Chico Xavier como referência no espiritismo.

Ele teve mais de 260 livros publicados e vendeu mais de 10 milhões de exemplares. Em suas obras, apresentou mais de 200 autores espirituais, dos mais diversos gêneros textuais. Os livros foram traduzidos para 17 idiomas.

Ao lado de Nilson de Souza Pereira, que morreu em 2013, Divaldo fundou em 1947 o Centro Espírita Caminho da Redenção e em 1952 a Mansão do Caminho, que hoje formam um complexo educacional e assistencial com 44 edificações, distribuídas em ruas, bosques e lago, em que são atendidas diariamente mais de 5.000 pessoas que procuram ajuda material, educacional e espiritual.

Sua história foi contada no filme Divaldo, o Mensageiro da Paz, lançado em 2019.

Em nota divulgada nas redes sociais, a prefeitura de Salvador lamentou a morte. "Nos despedimos hoje de Divaldo Franco, um dos maiores líderes espíritas da história. Com tristeza, expressamos nossa solidariedade aos familiares e amigos desse homem de tamanha grandeza, de entrega às causas humanitárias. Sua existência sempre será um exemplo para todos nós", publicou a prefeitura da capital baiana.

A cantora baiana Ivete Sangalo também se despediu do médium. "Divaldo querido, nesse momento silenciosamente oro pela sua passagem com a paz infinita. Sua vida dedicada a abrigar, acolher e transformar tantos sem medir quaisquer esforços, sempre com doçura, sabedoria, resiliência e propósito, servirá de exemplo (para) aqueles que, assim como você, entendem a mensagem da caridade. Obrigada por sua linda caminhada, por todas as palavras de afeto e força. Sentiremos sua falta", publicou a artista nas redes sociais.

A Marginal Tietê vai continuar interditada, nos próximos dias, nas imediações da ponte Atílio Fontana, na Vila Anastácio, na zona oeste de São Paulo, no sentido da rodovia Castelo Branco, devido a uma cratera que reabriu nesse trecho da via. Não há mais data prevista para a liberação do trânsito.

Quando o buraco ressurgiu, na madrugada de domingo, dia 11, a Sabesp, empresa de água e esgoto para a maioria dos municípios paulistas e responsável pelo conserto já que o problema tem ligação com a rede de esgoto que passa pelo local, previu que nesta quarta-feira, 14, uma das faixas da marginal poderia ser reaberta ao trânsito.

Mas, em comunicado divulgado na noite desta terça-feira, 13, a empresa afirmou que ocorreu uma movimentação no solo, no local onde se abriu o buraco, e "será preciso fazer sondagens complementares antes da liberação parcial da via".

Segundo a Sabesp, a obra tem previsão de durar um mês e "a marginal será parcialmente liberada tão logo seja possível e seguro para todos".

Conforme a nota da Sabesp, a solução adotada pela equipe de engenharia foi dividir os trabalhos em duas frentes de serviço. O terreno onde se abriu o buraco será contido e reforçado, com a injeção de argamassa no solo, e a caixa de acesso à rede de esgoto existente nesse local será concretada e desativada.

Outro poço de visita será aberto 17 metros à frente, para a construção de uma nova caixa de acesso à rede. A caixa é necessária para inspeções e limpezas do sistema.

Na mensagem, a Sabesp "pede desculpas pelos transtornos" e afirma trabalhar com base em "critérios de engenharia voltados à durabilidade, desempenho hidráulico e segurança na região afetada".

A Justiça de São Paulo determinou nesta terça-feira, 13, a paralisação das obras que estão sendo realizadas para instalar uma churrascaria dentro do Parque da Água Branca, na zona oeste de São Paulo. A decisão, provisória, foi tomada pelo juiz Márcio Ferraz Nunes, da 16.ª Vara da Fazenda Pública da capital, em ação popular proposta pela vereadora Luna Zarattini (PT).

Inaugurado em 1929, o Parque da Água Branca foi concedido à iniciativa privada em 2022, quando a Reserva Parques passou a ser responsável pelo espaço. Nos últimos meses teve início uma reforma no prédio onde funcionou um estábulo da Polícia Militar, desativado. O objetivo é instalar no local uma unidade da Fazenda Churrascada.

Mas, toda a área do parque é tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) desde 1996 e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) desde 2004. Por isso, qualquer obra em seus prédios precisa de autorização prévia desses órgãos.

A reportagem entrou em contato com a Fazenda Churrascada, responsável pela obra, e a Reserva Parques, concessionária que administra o Parque da Água Branca, e aguarda retorno.

A irregularidade foi denunciada ao Conpresp em 28 de abril pela conselheira Danielle Dias, que visitou o espaço em obras. Em janeiro, a Fazenda Churrascada pediu autorização ao Conpresp para instalar mesas, cadeiras e tendas no parque e promover um evento temporário para até 426 pessoas chamado "Hípica Churrascada".

O memorial descritivo que acompanha o pedido afirma que haveria montagem e desmontagem de equipamentos e mobiliário de restaurante, incluindo uma tenda. Mas não cita as obras no estábulo.

Por conta da falta de autorizações dos órgãos do patrimônio histórico, em 6 de maio a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) já havia determinado a suspensão das obras no espaço.

O juiz aceitou os argumentos. "Ao que se extrai dos documentos acostados à inicial, a obra não somente já se iniciou, mas está em estágio consideravelmente avançado", registrou na decisão o magistrado Nunes. "Também se extrai dos autos que a obra não foi devidamente aprovada pelo Conpresp. E, a despeito de existir notícia de que já houve determinação de suspensão da obra, administrativamente, não há confirmação da prática de tal ato administrativo nos autos", segue o juiz.

"Assim, em primeira análise da questão, verifico presentes os requisitos necessários à concessão da liminar, especialmente pelas consequências irreparáveis que a continuidade da obra pode acarretar ao patrimônio público tombado", decidiu Nunes. "Defiro o pedido liminar para determinar a imediata suspensão das obras realizadas no Parque da Água Branca, com vistas à construção do restaurante denominado Hípica Churrascada, ou qualquer outra que venha a ser a sua denominação, sob pena de imposição de multa". A liminar, no entanto, não determina qual será a multa.