Filme 'Maníaco do Parque' busca reparação histórica: 'premissa era tirar Francisco do centro'

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É difícil encontrar quem entenda a referência quando se fala dos crimes cometidos por Francisco de Assis Pereira. O nome, no entanto, é a identidade do assassino mais relembrado pela população brasileira, o Maníaco do Parque. O apelido, dado pela mídia no ano de 1998, virou parte do imaginário popular e contribuiu para uma reputação grandiosa do assassino - uma que busca ser desconstruída no filme que traz o caso para a tela, Maníaco do Parque, do Prime Vídeo.

Para o diretor Maurício Eça e a pesquisadora Thaís Nunes, o filme lançado no streaming nesta sexta, 18, tem uma responsabilidade com as vítimas de Francisco - e ela passa pela transformação da "lenda de um serial killer" em um ser humano, um motoboy, um assassino. A impressão que Maurício e Thais Nunes passam, em conversa com o Estadão, é que, se fosse por eles, o true crime do Prime Video nem ganharia o nome de Maníaco do Parque. Durante toda a conversa, os dois sempre se referem ao assassino, simplesmente, como Francisco.

É uma decisão clara, e ela foi tomada no início do projeto, quando conversaram sobre a adaptação da história para as telas. Para os dois, era essencial fugir das armadilhas do gênero, um que frequentemente contribui para a celebração de um criminoso. Thaís, que trabalhou na pesquisa do longa e comandará a série documental do caso, disse que Francisco, inclusive, já passou por essa glorificação na época de seus crimes.

"Foi exatamente o que aconteceu no fim da década de 90. Francisco teve horas na televisão aberta para contar a versão dele sobre os próprios crimes. O que era muito curioso, porque ele foi diagnosticado com um transtorno de personalidade antissocial com traços de psicopatia cuja principal característica é a de ser um grande mentiroso. Houve uma escolha narrativa da época, não só da polícia, mas especialmente da mídia, de colocar no centro o Francisco [...] Ele foi chamado de Don Juan".

Para isso, o filme do Maníaco do Parque cria uma história paralela ao true crime, onde a protagonista é uma jornalista interpretada por Giovanna Grigio. No longa, ela é Elena, que responde aos absurdos da mídia e ouve as vítimas colocadas em evidência. Servindo como bússola moral da história, Elena foi o recurso que o filme encontrou para se posicionar diante o andamento do processo.

Eça explicou: "Nossa ideia era dar voz para as vítimas, como uma reparação histórica para elas. Ela, portanto, não quer dar voz para o Francisco, mas sim para as mulheres. E ela se transforma no decorrer do filme. Nossa escolha criativa foi contar a partir do olhar dessa mulher".

A criação de Elena é essencial para que Maníaco do Parque inverta a narrativa criada em 1998: "Se fosse para trazer mais do mesmo, de um Francisco no centro, se vangloriando pelos crimes que ele cometeu, não faria sentido", complementa Thaís. "Foi a partir daí que tomamos nossas decisões criativas. E a principal delas é de que Francisco não fosse o protagonista do nosso filme", diz.

No fim, para a pesquisadora, a ideia de Maníaco do Parque é evidenciar quão absurdo foi o tratamento de Francisco na época: "Esse crime deveria ser um símbolo de como as mulheres que são vítimas de violência são tratadas pela polícia, pela mídia e pela sociedade como um todo".

Com roteiro de L.G. Bayão (Aumenta que é Rock'n'roll) e Silvero Pereira no papel de Francisco de Assis Pereira, Maníaco do Parque estreia em 18 de outubro no Prime Video A plataforma lançará, como complemento e ainda sem previsão de estreia, uma série documental sobre o caso.

 

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A policial militar que morreu atropelada por um motorista embriagado na Linha Amarela, nesta segunda-feira, no Rio, trabalhou dez anos como acolhedora de policiais feridos ou mortos em serviço. Era ela quem fazia a abordagem e informava as famílias de PMs sobre mortes em ação. Ultimamente, Carla Cristiane Teixeira Bon, de 39 anos, trabalhava na Coordenadoria de Polícia Pacificadora.

Na madrugada da segunda-feira, 17, ela dava apoio a agentes do Batalhão de Policiamento de Vias Expressas (BPVE) quando foi atropelada por um carro. Ela estava do lado de fora da viatura policial, na altura do bairro Castilho, na zona norte do Rio, quando foi atingida pelo veículo desgovernado. O carro era dirigido pelo militar do Exército Kayky Moisés Esposito Santos, de 21 anos, que, segundo a polícia, estava embriagado. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do militar.

Ainda de acordo com a polícia, ele foi preso e está sob responsabilidade da Polícia do Exército. Em nota, o Exército informou que um procedimento administrativo investigatório vai apurar as circunstâncias do acidente.

Carla estava na PM desde 2012 e, até 2022, atuou na comissão de acolhimento da Polícia Militar. Entre as suas funções estava a de procurar a família de policiais mortos em serviço e dar a informação aos familiares. Ela também oferecia suporte emocional às famílias. No caso de policiais feridos, fazia o encaminhamento e acompanhava o tratamento.

Carla deixou dois filhos. O corpo será sepultado às 15 horas, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste do Rio. A Secretaria de Estado da Polícia Militar lamentou a morte da sargento em seus perfis oficiais no Instagram e no Facebook. Colegas de farda se manifestaram em redes sociais. "Vai em paz, guerreira, e que Deus conforte toda sua família"; e "Que Deus receba essa heroína e dê paz aos corações dos filhos, amigos e parentes".

O acidente que matou Carla deixou ferido outro policial militar que estava com ela. Ele foi socorrido pela concessionária que administra a via e levado para o Hospital Central da Polícia Militar. Já o motorista que dirigia o carro, também ferido, foi levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. A viatura e o veículo ficaram destruídos.

A visitação ao Cristo Redentor foi retomada nesta terça-feira, 18, após ter sido interditada na segunda pelo Procon do Estado. A medida ocorreu após um turista de 54 anos morrer na escadaria do complexo.

O turista gaúcho Jorge Alex Duarte sofreu o enfarte pouco depois das 7 horas de domingo, 16, na escadaria de acesso ao Cristo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas não conseguiu evitar a morte.

Parentes do turista afirmaram que o posto médico estava fechado na hora do episódio. A empresa responsável pelo serviço de atendimento médico nega - diz que o posto havia acabado de abrir e que o problema é que a vítima sofreu um enfarte fulminante, diante do qual não houve socorro possível.

Atendimento médico e administração do espaço

No domingo, a Arquidiocese do Rio de Janeiro disse, em nota, que o visitante subiu pela escada comum e passou mal às 7h39. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado imediatamente, mas só chegou ao local às 8h13 - ou seja, mais de 30 minutos depois. E que no momento o posto médico ainda estava fechado. "O que revela a falta de estrutura no Complexo do Alto Corcovado".

A área do Cristo Redentor é administrada por quatro instituições ou empresas. O monumento em si e a capela próxima são administradas pela Igreja Católica, por meio do Santuário Cristo Redentor. O Parque Nacional da Tijuca, área de floresta onde está o monumento, é responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal.

O transporte por vans, que partem de três pontos da cidade e levam até o monumento, cabe à concessionária Paineiras-Corcovado. Por fim, o transporte por trem é responsabilidade da concessionária Trem do Corcovado.

O contrato de concessão firmado em 2014 entre o ICMBio e a Trem do Corcovado prevê que a empresa mantenha o posto médico e estipula que ele deve funcionar durante todo o período de visitação ao monumento. Pessoas que acompanhavam a visita ao Cristo do turista que morreu reclamaram da demora no atendimento a ele.

O ICMBio afirmou em nota que vai abrir investigação para apurar o episódio e, se ficar demonstrado descumprimento do contrato, a empresa concessionária será punida. Na nota, o instituto lamentou a morte do visitante.

O instituto afirmou também ainda não ter sido notificado oficialmente sobre as razões para a interdição do acesso ao monumento e que vai tomar providências assim que houver a notificação.

O Trem do Corcovado afirmou que o posto médico estava funcionando regularmente na hora em que o turista sofreu enfarte e disse que "a equipe do Pronto Socorro local agiu imediatamente, inclusive com uso de desfibrilador, mas, apesar da rapidez da ação, o visitante teve um infarto fulminante, impossibilitando o salvamento, como também constatado pela equipe do Samu".

Ainda segundo a empresa concessionária, "o Pronto Socorro atende a todas as pessoas que visitam o monumento do Cristo Redentor, inclusive os que chegam em vans, ou pela trilha. A unidade conta com os equipamentos necessários aos primeiros socorros e com profissionais treinados, habilitados e certificados a manusear o desfibrilador. Casos mais graves são levados para o Hospital Adventista Silvestre, que fica a quatro minutos do monumento, dentro do próprio Complexo do Corcovado".

A concessionária Paineiras-Corcovado, que administra o serviço de vans, também divulgou nota lamentando a morte do turista e afirmando que "equipes de atendimento prestaram os primeiros socorros e acionaram os serviços de emergência".

Após nove meses no espaço, Butch Wilmore e Suni Williams, astronautas da Nasa, serão resgatados para a Terra. Por conta a problemas técnicos na cápsula Starliner, da Boeing, eles ficaram 287 dias na Estação Espacial Internacional. Na previsão inicial, eles deveriam passar apenas oito dias no espaço e retornar em junho de 2024.

Na madrugada desta terça-feira, 18, às 2h05 (horário de Brasília) a cápsula se separou da Estação Espacial Internacional, iniciando o processo para retorno dos astronautas. Nick Hague, da Nasa, e o cosmonauta Aleksandr Gorbounov também estão a bordo.

Veja o itinerário da viagem

Segunda-feira, 17 de março

22h45 - Começou a cobertura do fechamento da escotilha na NASA+

Terça-feira, 18 de março

01h45 - Início da cobertura do desacoplamento

02h05 da manhã - Desatracação

17h45 - Reinício da cobertura do retorno

18h11 - Queima de Desorbitação (o tempo é aproximado)

18h57 - Splashdown (o horário é aproximado)

O tempo de viagem estimado é de 17 horas. A partir das 2h05, depois que a aeronave da SpaceX Dragon desatracou, houve uma interrupção do fornecimento das imagens da operação. A Nasa retomará a cobertura por volta das 17h45, quando for iniciada a manobra de entrada na Terra.

A chegada dos tripulantes está marcada para 18h57, no momento chamado de Splashdown, quando a aeronave cai sobre sobre as águas. O local exato ainda não foi informado pela agência espacial. Os horários são aproximados e podem mudar no decorrer do trajeto.