Maioria das Bolsas da Europa fecha em baixa, com postura do BCE e de olho na França

Economia
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As bolsas da Europa fecharam em baixa nesta sexta-feira, 13, repercutindo o corte de juros da quinta-feira do Banco Central Europeu (BCE), com dirigentes comentando os próximos passos da autoridade. Além disso, ganhou destaque a decisão do presidente francês Emmanuel Macron de indicar o político centrista François Bayrou para o cargo de primeiro-ministro. No Reino Unido, o dia contou com a divulgação de dados que devem ser levados em conta na reunião do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) na próxima semana.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,58%, a 516,19 pontos.

O dirigente do BCE, Gabriel Makhlouf, afirmou que, embora a autoridade não tenha se comprometido com um caminho específico para a taxa de juros, a direção é clara. "O ritmo exato e o número de reduções adicionais dependem de os resultados da inflação continuarem a se mover em linha com nossas projeções", disse.

François Villeroy de Galhau, também dirigente, afirmou que a autoridade deve seguir cortando juros no ano que vem, embora não esteja comprometida com uma trajetória predefinida.

Para a Capital Economics, a reunião do BCE não trouxe quaisquer surpresas e a mensagem foi clara de que deveríamos esperar mais cortes nas taxas de juro. No entanto, a reação do mercado durante e após a conferência de imprensa sugere que os investidores consideraram os comentários da presidente Christine Lagarde como mais agressivos do que o esperado. "Talvez isso se deva ao fato de alguns investidores terem antecipado um sinal mais forte de que o BCE poderia acelerar o ritmo dos cortes nas taxas", sugere.

Em Frankfurt, o DAX caiu 0,17%, a 20.391,58 pontos. Em Madri, o Ibex35 recuou 0,13%, a 11.749,50 pontos. Em Lisboa, o PSI20 teve queda de 0,11%, a 6.354,36 pontos. A exceção foi Milão, onde o FTSE MIB subiu 0,09%, a 34.888,79 pontos.

Na França, o principal nome da extrema-direita da França, Marine Le Pen pediu um orçamento "razoável e ponderado" a Bayrou. A líder não sinalizou planos de se opor à indicação e atuar para derrubar o novo governo.

Por outro lado, a deputada Mathilde Panot, líder do partido de esquerda França Insubmissa, indicou que a legenda deve tentar derrubar o governo Bayrou.

Na visão da Capital Economics, "mesmo que tenha sucesso, parece muito improvável que o governo tenha a vontade e a capacidade para resolver os problemas fiscais de França". Em Paris, o CAC 40 recuou 0,15%, a 7.409,57 pontos.

O Reino Unido informou inesperada contração tanto na produção industrial quanto no PIB em outubro. O Bank of America continua esperando que o crescimento melhore no próximo ano devido à flexibilização fiscal, ao crescimento dos salários reais e ao desvanecimento do impacto dos aumentos.

O banco espera que o BoE mantenha as taxas inalteradas em 4,75% na próxima semana, dadas as suas orientações cautelosas, a flexibilização fiscal e os riscos de persistência da inflação. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,14%, a 8.300,33 pontos.