Dólar têm alta leve com exterior à espera de Trump

Economia
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O dólar exibe alta moderada na manhã desta quinta-feira, 23, após cair a R$ 5,9465 no mercado à vista na quarta, 22, - menor valor desde 27 de novembro de 2024 (a R$ 5,9135). O ajuste intradia acompanha a valorização dos rendimentos dos Treasuries e da divisa americana no exterior.

Com a agenda de indicadores vazia e o período de silêncio dos dirigentes do Fed e BC brasileiro antes das decisões de juros na próxima quarta-feira, os investidores operam sob expectativas pelo discurso virtual do presidente dos EUA, Donald Trump, no Fórum Econômico Mundial de Davos (13h).

O foco segue em sinais sobre tarifas e sanções do republicano. Por enquanto, suas ameaças de elevar foram consideradas brandas. Analistas ressaltam que a marca de Trump é a imprevisibilidade de ações, o que indica potencial volatilidade para os ativos financeiros globais.

Nesta quarta, a Rússia foi o alvo de Trump, "se não parar com a guerra na Ucrânia", além de ter anunciado tarifa de 10% às importações da China em 1º/2, e de até 25% sobre as compras americanas do Canadá e México.

Por enquanto, os anúncios foram considerados brandos, ante a taxação de até 60% cogitada por ele contra a China, durante a sua campanha.

Há relatos de que o republicano planeja responder a perguntas de executivos europeus durante a sua participação em Davos. Suas declarações devem impactar os ajustes dos mercados e em especial as decisões dos principais BCs, como Banco do Japão, nesta sexta, do Federal Reserve e do Banco Central Europeu, na próxima semana. As projeções são de provável alta do juro japonês, redução na zona do euro e interrupção no ciclo de corte nos EUA.

Novas medidas da China para apoiar os mercados acionários, anunciadas hoje, não empolgaram os investidores.

À tarde, também está agendada reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Comunicação) para discutir medidas para tentar conter os preços dos alimentos no País (15h). Entre elas, possível redução da taxas do vale-alimentação e estímulo à produção de itens com maior alta de preços, disse Rui Costa (Casa Civil).

Costa afirmou que a Petrobras tem liberdade para definir preços, considera favorável o ambiente no Congresso para a isenção do IR até R$ 5 mil e frisou que, caso o equilíbrio fiscal não seja atingido, novas medidas para conter as despesas poderão ser adotadas.

Mais cedo, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) arrefeceu a 0,12% na terceira quadrissemana de janeiro, após registrar alta de 0,18% no período anterior, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o índice acumula em 12 meses alta de 3,49%.

Lá fora, o Banco Central da Turquia cortou sua taxa básica de juros em 2,5 pontos porcentuais, a 45%, em decisão divulgada nesta quinta-feira, o que marcou a segunda redução consecutiva.

O banco central da Noruega decidiu deixar seu juro básico em 4,5%, mas sinalizou que provavelmente cortará a taxa em março.

Às 9h42 desta quinta-feira, o dólar à vista subia 0,21%, a R$ 5,9592. O dólar futuro para fevereiro ganhava 0,26%, a R$ 5,9670.