Um dia após a aprovação final da PEC emergencial, que recria o auxílio a vulneráveis e estabelece gatilhos de contenção de despesas em situações de crise, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reagiu às declarações de parlamentares da oposição, que acusaram o governo de travar a nova rodada do benefício social para "chantagear" o Congresso e conseguir a aprovação das medidas de ajuste fiscal."Particularmente do ponto de vista de oposição, tem muita distorção, muita narrativa que não condiz com os fatos. Por exemplo, (dizem) ah, não quer dar o auxílio emergencial, estão fazendo chantagem, só entregam o auxílio emergencial se tiver essa pauta fiscal que não sabemos exatamente qual é'. Isso é falso", disse Guedes durante live promovida pelo Jota. "Não pode dar recursos para o auxílio emergencial sem uma autorização explícita de uma emenda constitucional. Estamos num vácuo jurídico, porque o estado de calamidade pública se extinguiu em 31 de dezembro (de 2020)", acrescentou o ministro.
Além disso, segundo ele, o governo precisa ter um compromisso não só com a saúde, mas também com a responsabilidade fiscal.
Guedes destacou ainda que o auxílio emergencial foi desenhado dentro do Ministério da Economia, segundo ele a pedido do presidente Jair Bolsonaro. "É evidente que não temos nada contra o auxílio emergencial", afirmou. "Ninguém está fazendo política subindo em cadáveres."
O ministro destacou ainda que desde a posse dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), manteve diálogo aberto com os dois para a aprovação da PEC emergencial o mais rápido possível. Apesar disso, ele ressaltou que os poderes são independentes e citou, como prova disso, o fato de que a PEC não foi aprovada 100% como foi proposta pela Economia.
"Isso (flexibilizações) tem acontecido desde o início. É a política que comanda", afirmou. Guedes lembrou que a reforma da Previdência acabou tendo impacto de R$ 800 bilhões em dez anos, menos de ? do que o previsto inicialmente, por causa das negociações políticas.
O ministro reforçou que não houve "nenhuma chantagem" e disse que "não foi feito nada escondido". Ele disse que o texto inicial da PEC emergencial foi enviado ainda em 2019 e foi construído junto com prefeitos, governadores e o presidente Jair Bolsonaro.
"A PEC emergencial é a maior reforma fiscal desde a Lei de Responsabilidade Fiscal", comentou Guedes.
Ele disse ainda que alguns dispositivos da LRF acabaram não surtindo efeito, devido a dribles feitos por Estados e municípios, mas agora a PEC dará aos governadores e prefeitos ferramentas de gestão.
O ministro ainda defendeu o congelamento de salários de servidores. "Pedimos contribuição do funcionalismo em momento de desemprego em massa", afirmou.
Guedes nega que governo tenha feito 'chantagem' para dar auxílio mediante agenda
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