Inadimplência recorrente atinge 83% dos negativados em junho, revela SPC Brasil

Economia
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Um levantamento do SPC Brasil, divulgado em junho de 2025, revelou um dado preocupante: 83,48% dos consumidores negativados são reincidentes, ou seja, voltaram a ter o nome sujo após já terem passado por situações semelhantes anteriormente. Apesar disso, o número total de reincidentes caiu -0,04% nos últimos 12 meses, mostrando uma leve estabilização da inadimplência recorrente no país.

Dívidas se acumulam rapidamente

O estudo também apontou que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida e o surgimento de uma nova é de apenas 71,1 dias, o que indica um ciclo contínuo de endividamento para boa parte dos brasileiros. Entre os negativados:

  • 62,98% ainda não haviam pago dívidas anteriores;

  • 20,5% haviam quitado, mas retornaram ao cadastro de inadimplentes;

  • 16,52% estavam negativados pela primeira vez.

Mulheres lideram entre os inadimplentes

A pesquisa também revelou um maior percentual de mulheres negativadas: elas representam 54,49% do total de devedores, contra 45,51% de homens. Isso pode refletir maior responsabilidade por despesas domésticas ou maior uso de crédito para consumo familiar.

Faixa etária mais endividada

Os consumidores entre 30 e 49 anos concentram a maior parte das dívidas reincidentes:

  • 30 a 39 anos: 25,62%

  • 40 a 49 anos: 23,57%

  • 50 a 64 anos: 20,02%

Essas faixas etárias geralmente representam a fase mais ativa economicamente, com maiores responsabilidades financeiras, como família, financiamento de casa, carro e outros bens.

Valor médio das dívidas quitadas

Aqueles que conseguiram limpar o nome pagaram, em média, R$ 2.108,70 em dívidas acumuladas. O número reforça o peso financeiro da inadimplência e a dificuldade de regularizar a situação quando há reincidência.

Conclusão

Embora o número de devedores reincidentes tenha recuado marginalmente, os dados mostram que a inadimplência ainda é estrutural para uma parcela significativa da população. O ciclo de endividamento curto e o valor médio elevado das dívidas indicam a necessidade urgente de políticas de educação financeira, renegociação acessível e maior controle sobre o crédito no Brasil.