O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, considera que, no momento, existe uma dissonância que "está se ampliando" entre a inflação corrente e as expectativas sobre a alta dos preços.As afirmações foram feitas em participação na etapa final da Olimpíada Brasileira de Economia deste ano.
Ao comentar o momento de maior desvalorização do real e o cenário do mercado brasileiro, Galípolo também disse que queria fazer um "mea culpa" sobre declarações dadas no processo inicial da desancoragem das expectativas de inflação. Na época, ele disse que a instituição poderia tentar conter este processo com a ajuda da inflação corrente.
"Quando me perguntavam da desancoragem que já existia - parcial, ainda nos 50 basis points -, sempre dizia que não era fácil acessá-la, e que o canal mais à mão que o BC teria para tentar reduzi-la seria o fato de que nessa época do ano a inflação corrente poderia estar vindo melhor", disse Galípolo.
"Isso machucou muita gente no caminho, e isso machuca e reduz muito apetite ao risco", afirmou o diretor, destacando que, no momento em que fez aquelas declarações, havia expectativa de um cronograma de cortes de juros pelo banco central dos Estados Unidos e um cenário mais benigno no Brasil.
Galípolo disse também que o BC está "muito contente" com o câmbio flutuante e que a atuação do banco no mercado sempre se dará de forma técnica, a partir de evidências de que existiriam disfuncionalidades por "n" métricas, "seja por questão de período específico ou de disfuncionalidade de comparação com seus pares", concluiu.
Galípolo diz que existe dissonância entre inflação corrente e expectativas sobre alta de preços
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