Para ter sucesso, programas de saúde corporativa

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Por André de Barros Martins
 

A saúde e o bem-estar dos colaboradores são aspectos cruciais para o sucesso das empresas. Esse foco tem sido impulsionado tanto pela adoção das políticas de ESG (Environmental, Social, and Governance) quanto pelo reconhecimento da importância de programas de saúde efetivos. Esses programas não apenas cuidam do indivíduo, mas também levam em consideração o contexto familiar. Em uma conversa esclarecedora com o Dr. Alexandre Toscano em evento que propunha um raio-x da saúde no Brasil, entendi que o sucesso dessas iniciativas se baseia na implementação de fluxos operacionais eficientes, na conciliação de informações e no monitoramento rigoroso de dados, elementos essenciais que orientam as ações e o direcionamento de recursos nas empresas.
 

Durante nossa discussão, destacou-se que o esforço contínuo para implementar tais iniciativas podem resultar na redução de sinistros, retenção de talentos, credibilidade dos programas de saúde e consistência nas decisões e ações – objetivos altamente desejados pelas corporações. A entrada de tecnologias modernas desempenha um papel fundamental no aprimoramento desses programas, através do acompanhamento preciso e de análises detalhadas dos dados de saúde dos colaboradores. Além disso, a escolha acertada de parceiros é crucial para uma gestão eficiente da saúde corporativa.
 

Contudo, o fator mais decisivo é a participação ativa da alta liderança, alinhada com as metas do gestor de saúde e com uma visão clara do negócio, impulsionando assim o sucesso desses programas. É importante ressaltar que os resultados esperados surgirão a longo prazo; não existem soluções rápidas para os desafios complexos da saúde corporativa. A concepção do programa idealizado pelo RH deve ser realizada em parceria com equipes de enfermagem e outras áreas relevantes, sempre com um foco não só no colaborador, mas também na saúde e no bem-estar de todo o grupo familiar.
 

André de Barros Martins é VP Sênior de Benefícios na Alper Seguros.

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A mocinha clássica (ou nem tanto), a vilã inescrupulosa e carismática e a grande mãe de família. Beleza Fatal, primeira novela do autor e escritor Raphael Montes estreia nesta segunda-feira, 27, na Max, com todos os elementos clássicos de uma telenovela. A trama terá 40 capítulos - eles serão disponibilizados em blocos de cinco episódios por semana.

Além do Brasil, Estados Unidos, Portugal e toda a América Latina poderão assistir à produção, a primeira incursão original da Max no gênero no Brasil. A plataforma dedicada às séries abrigará um produto que evoca o formato de série nos primeiros quatro primeiros capítulos. No quinto, encontra, enfim, sua vocação: a de ser um novelão.

Na história, Lola, personagem de Camila Pitanga consegue sair do interior para morar no Rio de Janeiro. Ambiciosa, ela trabalha como secretária de Rog, o Dr. Peitão, cirurgião plástico inescrupuloso interpretado por Marcelo Serrado. Sofre assédio moral e sexual, mas se mantém firme na busca de seu ideal: montar uma clínica de estética e ficar rica.

O vento passa soprar a favor de Lola quando ela se torna cúmplice de Dr. Peitão e do rico e famoso cirurgião Benjamin Argento (Caio Blat) na morte de uma jovem aspirante à modelo que, por imprudência dos dois, morre nas dependências da clínica. Flagrada pelo marido, o policial Rubem (Rei Black), Lola comete um assassinato. Convence sua prima, a simplória Cléo (Vanessa Giácomo) a assumir o crime. Livre da cadeia e com os dois médicos nas mãos, ela começa sua ascensão meteórica.

Sofia, filha de Cléo, interpretada por Camila Queiroz, fará de tudo para vingar o que Lola fez com a mãe dela. Já adulta, ela se torna assistente da vilã, que não sabe que ela é a menina que humilhou no passado. Elvira, personagem de Giovanna Antonelli, a terceira protagonista da novela, é o ponto de apoio e o equilíbrio da jovem.

"Conforme você avança nos capítulos, percebe que Lola não é um monstro. Ela tem seus traumas e medos. A mocinha (Sofia) tem boas intenções. Ela entra em uma jornada de vingança, pois sofreu uma grande injustiça. Mas, até que ponto você pode ir para lutar por justiça? Ao fazer essas perguntas na novela, faço-as também a quem está assistindo", diz Montes ao Estadão.

Conhecido pelo roteiro de Bom Dia, Verônica, série de sucesso da Netflix, e por livros como Jantar Secreto e Uma Família Feliz, Montes questiona a moral de cada um - não apenas por meio de Lola, mas também de Sofia, Elvira e de tantos outros personagens, como o cirurgião bem sucedido e corruptor Átila Argento (Herson Capri) e a policial corrompível Viviane (Naruna Costa).

"Nós vivemos na tentativa de ser uma pessoa correta e ética, que espero que todos queiram ser, mas, eventualmente, cometemos deslizes, e nos arrependemos também", justifica Montes. O autor teve a supervisão do experiente Silvio de Abreu para escrever Beleza Fatal. A direção é de Maria de Médicis, igualmente experimentada em produções da TV Globo.

Camila Pitanga, a Lola, também defende sua personagem. "Ela é inescrupulosa e assassina. Tem uma inimiga oculta (Sofia), e não espera por isso. Por conta da luta que ela trava para manter seu lugar, e com suas constantes derrocadas, Lola se torna fascinante para o público", diz a atriz.

Do outro lado, Sofia, obcecada pela vingança, diz Camila Queiroz, perde a mão do que é o suficiente para punir Lola. "Ela acha que vai se curar se ela prejudicar quem a prejudicou. Não tem limite. Mas veremos o preço disso", conta Queiroz.

Elvira Paixão, de Giovanna Antonelli, é a personagem popular de Beleza Fatal. Dona de casa que se vira entre mil profissões para pagar o aluguel no fim do mês. Apesar da tragédia da morte da filha, vítima do Dr. Peitão, sempre vê o lado positivo da vida. "É uma brasileira de garra, uma leoa. Os pequenos deslizes dela têm causa nobre. Nunca é só por ela. Se ela consegue um filé mignon, chama os vizinhos todos. A família Paixão é o coração da novela, a parte da justiça", explica Antonelli.

As injustiças do dia a dia

Além de vingança, justiça e poder, Beleza Fatal aborda outros temas - com ousadia. Dr. Peitão é um desses cirurgiões conhecidos por estarem na TV o tempo todo, sempre com o ego inflado. Entra aí, a discussão sobre os limites dos procedimentos estéticos, não só em sua clínica instalada em um shopping center, como também na renomada Clínica Argento.

Átila Argento trava grandes embates com o filho Benjamim. Cobra ética do herdeiro inconsequente. No entanto, expulsa uma mulher transexual de sua clínica. "Não quero esse tipo de gente aqui", grita, na frente dela.

Andréa, interpretada por Kiara Felippe, professora de dança da neta de Átila, será acolhida pelo Dr. Tomás, personagem de Murilo Rosa. Mais do que isso. Os dois viverão um romance. Tudo posto de forma natural, sem estereótipos. "O Tomás sente que falta alguém na vida dele. Quando ele se envolve com a Andrea, todo mundo fica contra ele. Ele se coloca na dor da Andréa. É um homem se apaixonando por uma mulher e ponto", explica Murilo.

A representatividade de raça também é posta de maneira fluente. Romaní, intérprete do policial Gabriel, filho de Lola, afirmou na coletiva de imprensa da novela que essa é a segunda oportunidade em que não é escalado para interpretar um bandido em uma produção.

"Ser um policial civil, correto, não branco, tatuado, soa como algo normal na novela. Não é algo 'olha aí a representatividade'. É bom poder trabalhar, fazer todo tipo de personagem", diz o ator e cantor, com ascendência libanesa e cigana, ao Estadão.

O ator Breno Ferreira, que dá vida a Alec, parceiro e amor de Sofia, vai na mesma linha de raciocínio de Romaní. "Meu personagem anda de terno, vive em uma família fundada no amor. Em um País como o nosso, tive a sorte de nunca ter feito um traficante, mas tive muitos convites para fazê-los. Não é confortável", diz.

Ferreira diz que a novela é "corajosa" em escalar atores pretos em diversos personagens, com relevância na trama para além da questão racial. "Sou um homem preto, retinto, brasileiro. Isso está posto. Meu corpo já é político. Às vezes, não querer falar sobre isso é um presente para nós", finaliza.

Le Monde, jornal francês que fez crítica negativa a Ainda Estou Aqui, teve seus perfis nas redes sociais invadidos por comentários de brasileiros. Bruno Meyerfeld, correspondente do veículo no Brasil, analisou a situação em sua coluna, Carta de São Paulo, nesta segunda-feira, 27.

O jornalista revelou que o jornal se surpreendeu com o descontentamento dos fãs brasileiros. A crítica de Jacques Mandelbaum chamou o filme de Walter Salles de "hierático" e julgou a atuação de Fernanda Torres como "monocórdica".

"Em dois dias, o jornal teve que apagar cerca de 21.600 comentários [de brasileiros] com conteúdo ofensivo, a maioria do Instagram, em comparação com 700 por dia em tempos normais", afirmou Meyerfeld.

O correspondente do Le Monde descreveu que os comentários oscilavam entre engraçados, machistas e "mal intencionados", mencionando um usuário que comparou franceses a "porcos que nunca tomam banho". Ele ainda disse que alguns brasileiros acreditam que o veículo esteja conspirando a favor de Emilia Pérez, principal concorrente de Ainda Estou Aqui nas premiações cinematográficas.

"Para eles [os brasileiros] é impossível não gostar desse filme melodramático e de estilo consensual, cuja temática ressoa em um Brasil castigado pelo mandato de Jair Bolsonaro", escreveu. O jornalista também disse que a raiva direcionada ao jornal vem do amor dos brasileiros por Fernanda Torres.

Por fim, ele mencionou o roteiro do filme e reconheceu o papel relevante do Le Monde durante a ditadura militar brasileira, época em que veículos internacionais davam espaço à oposição e à resistência ao redor do mundo.

Vale lembrar que outros veículos franceses foram mais elogiosos a Ainda Estou Aqui. O jornal Liberátion disse que "Walter Salles narra com força e emoção o luto impossível que atingiu os Paiva". O Le Figaro classificou o filme como "uma cativante e poderosa narrativa histórica".

A revista especializada em cinema Première, por sua vez, o definiu como "uma obra dilacerante". Outra publicação tradicional, a Cahiers du Cinemà, o chamou de "um filme realizado com sutileza, que reafirma a necessidade da transmissão".

O longa de Walter Salles está indicado a três prêmios no Oscar 2025: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, para Fernanda Torres. A cerimônia de premiação acontece no dia 2 de março.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

A atriz Karla Sofía Gascón esteve no Brasil para divulgar o filme Emilia Pérez, concorrente ao Oscar em 13 categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Karla Sofía Gascón. A atriz e o filme, portanto, concorrem diretamente com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, estrelado por Fernanda Torres.

A vinda da atriz espanhola ao Brasil causou um alvoroço nas redes sociais e muitos internautas a atacaram. A primeira atriz trans indicada ao Oscar de Melhor Atriz precisou da ajuda de Fernanda Torres para acalmar os ânimos dos brasileiros.

Em entrevista à CNN, Karla Sofía Gascón teceu elogios à colega brasileira. "Eu adoro a Fernanda Torres. Eu a conheço pessoalmente, ela é uma mulher maravilhosa e merece tudo de melhor no mundo", disse Karla. "Não a vejo como concorrência. Eu a vejo como uma atriz com quem eu adoraria trabalhar, porque é uma atriz maravilhosa que coloca todo o seu talento à disposição do trabalho. Espero que, algum dia, possamos trabalhar juntas."

Para Karla Sofía, Fernanda Torres só seria uma concorrente se elas estivessem em uma corrida. "Porém, como não é o caso, e trata-se de algo subjetivo e imensurável, ninguém pode determinar quem é melhor ou pior em um trabalho artístico. É possível dizer 'gostei mais' ou 'gostei menos', mas isso não reflete uma verdade absoluta", argumentou.

Ela encerrou o assunto dizendo que acredita que ambas ficarão felizes uma pela outra caso qualquer uma das duas ganhe a estatueta no dia 2 de março, quando serão anunciados os vencedores. "Se ela ganhar, vou aplaudir e parabenizá-la. E, se ganharmos nós, se eu ganhar, espero o mesmo da parte dela, e tenho certeza de que isso vai acontecer", disse colocando um ponto final no assunto.