Ministério do Esporte pede nova entidade e skate se aproxima da CBHP após imbróglio

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Um imbróglio no esporte brasileiro está perto de ser resolvido. Após atritos, intervenções e uma decisão liminar da Corte Arbitral do Esporte (CAS), a Confederação Brasileira de Skateboarding (CBSk) se aproximou da Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) para que, juntas, possam formar uma nova entidade incluindo as três modalidades. A proposta, uma exigência da World Skate, conta com o apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Ministério do Esporte.

A solução começou a ser negociada após a Olimpíada de Paris-2024, finalizada em agosto. A CBSk procurou a CBHP visando uma convivência pacífica sob um novo "guarda-chuva", que uniria as duas entidades, mas respeitando a autonomia de ambas para gerirem suas modalidades. A nova confederação deve se chamar Skate Brasil e deve ter sede em São Paulo, uma vez que tanto a CBSk quanto a CBHP funcionam na capital paulista.

A solução, já proposta anteriormente pela CBHP, ainda em 2017, atenderia à exigência da World Skate, a federação internacional de skate, que pediu a fusão de todas as modalidades de patins e skate numa mesma confederação. Inicialmente, a demanda gerou críticas por parte da CBSk, que temia perder sua autonomia, além do possível risco de dividir os recursos do COB com a CBHP. Por ser uma confederação de um esporte que consta no programa olímpico, a CBSk recebe mais dinheiro do comitê brasileiro em comparação às confederações que não disputam os Jogos Olímpicos, caso da CBHP.

Pelo acordo que vem sendo costurado nas últimas semanas, a nova entidade respeitaria a divisão de recursos e a autonomia das modalidades. "Independentemente de quem atuará como representante dentro da organização e assembleias da WS, o controle e a gestão da disciplina de skateboarding e dos orçamentos correspondentes devem permanecer com a CBSK. Isso é crucial para servir adequadamente ao nosso esporte, nossos atletas e a participação do Brasil no próximo Ciclo Olímpico. A transferência da gestão das disciplinas de skateboarding para outra entidade sem qualquer envolvimento prévio ativo no skateboarding colocaria em questão o significativo desenvolvimento deste esporte alcançado em nosso país, e isso sem razão", diz ofício do COB assinado pelo presidente Paulo Wanderley.

O documento foi enviado ao presidente da World Skate no dia 28 de outubro, pouco mais de dois meses de o Brasil faturar duas medalhas olímpicas nos Jogos de Paris-2024. Rayssa Leal levou o bronze no Street enquanto Augusto Akio subiu ao pódio pela primeira vez numa Olimpíada com o terceiro lugar no Park.

A posição do COB ganhou o apoio do Ministério do Esporte na quinta-feira. "Sobre a autonomia das entidades nacionais e ciente de expediente emitido pelo Comitê Olímpico do Brasil - COB, confirmo que a solução de uma terceira entidade, voltada exclusivamente à representatividade internacional perante a WS, atende à organização do desporto no Brasil, permanecendo cada uma delas gozando de ampla autonomia em território nacional, com a preservação da atribuição privativa da Confederação Brasileira de Skateboarding - CBSK na condução, gerenciamento e organização do skateboarding no Brasil, bem como com a preservação da atribuição privativa da Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação - CDHP na condução, gerenciamento e organização dos desportos relacionados a hóquei e patinação no Brasil", escreveu o ministro André Fufuca, também em ofício.

As manifestações do COB e do Ministério do Esporte foram celebradas pelo presidente da CBSk, Eduardo Musa. "O posicionamento do Ministério do Esporte, somado ao ofício do COB, resolve a questão. De maneira muito clara, as autoridades desportivas brasileiras já se posicionaram no sentido de que, internamente, cada modalidade seja representada pela sua própria entidade. No caso do Skateboarding, a CBSk é essa entidade e nunca tivemos dúvida sobre isso", disse o dirigente.

De acordo com Musa, a federação internacional já indicou que aceitará a decisão. "A World Skate já afirmou por escrito e confirmou em audiência que respeitaria a decisão tomada pelas autoridades esportivas do nosso País. Então, já entramos em contato e estamos esperando uma resposta da CBHP sobre um encontro para tratar a criação e o formato dessa terceira entidade de representação", revelou.

O Estadão apurou que Eduardo Musa e o presidente da CBHP, Moacyr Neuenschwander Júnior, devem se reunir nas próximas semanas para definir os próximos passos para a criação da nova entidade.

ENTENDA O CASO

A disputa entre CBSk e CBHP é antiga e se consolidou em 2017, quando, após o skate se tornar esporte olímpico, a Federação Internacional de Esportes sobre Patins se fundiu à Federação Internacional de Skate, culminando na criação da WS. Então, o COB teve de indicar uma entidade para representar os skatistas junto à nova entidade e chegou a escolher a CBHP, mas mudou de ideia e optou pela CBSk, na época presidida por Bob Burnquist, um dos maiores skatistas da história e fundamental nesse processo de convencimento.

A "novela" ganhou novos capítulos em 2019, antes mesmo da Olimpíada de Tóquio, marcada inicialmente para 2020, mas que foi realizada somente no ano seguinte. Em assembleia realizada em 2019, a World Skate decidiu que cada país poderia ter apenas uma entidade filiada ao seu quadro, e o Brasil tinha a CBSk e a CBHP. Entre alguns adiamentos, a regra só foi aplicada após 31 de dezembro de 2023. Antes disso, travou-se uma disputa nos bastidores, pois a WS queria a fusão das duas entidades, sugestão refutada pela CBSk, que sentiu sua autonomia ameaçada e adotou o discurso de manter o "skate nas mãos dos skatistas".

Em um panorama mais amplo, a CBSk aliou-se a federações de outros países em um movimento que chamaram de "no merge" (sem fusão, em tradução livre do inglês). Ao fim do prazo para a resolução dos conflitos entre as instituições nacionais, cinco países não tiveram acordos entre suas entidades: Brasil, Estados Unidos, Geórgia, Eslovênia e Turquia. A escolha da representação, então, foi feita pela WS, conforme determinado pelo estatuto da organização.

Diante da resistência da entidade brasileira, a federação internacional desfiliou a CBSk no fim de janeiro, a poucos meses da Olimpíada, o que gerou preocupação no esporte brasileiro. A WS criticou a CBSk por ter "recusado qualquer diálogo com a CBHP" e realizado uma "campanha difamatória na mídia contra a World Skate e suas regras". O texto também disse que a proposta apresentada pela CBSk "não estava de acordo com as determinações, uma vez que previa manter duas entidades separadas sem criar uma organização guarda-chuva". Por outro lado, a CBHP aceitou se transformar na "organização guarda-chuva", unindo todas as modalidades.

Diante da proximidade da Olimpíada de Paris, o COB assumiu a gestão do skate brasileiro ao intervir na CBSk e definir uma estrutura administrativa para auxiliar os atletas. Na prática, não houve mudanças drásticas uma vez que um dos cargos criados pelo COB para gerir a entidade foi ocupado por Tatiana Lobo, que exerceu diversos cargos diretivos dentro da própria CBSk e tinha trânsito com dirigentes e atletas.

A cinco meses da Olimpíada, a confederação obteve uma vitória parcial ao obter uma liminar junto à Corte Arbitral do Esporte, pedindo a refiliação na World Skate. Uma audiência envolvendo as partes aconteceu no dia 26 de setembro, mas a decisão, definitiva sobre o assunto, será feita somente no dia 13 de dezembro.

O resultado da ação, contudo, poderá ficar em segundo plano caso a união entre CBSk e CBHP se confirme nas próximas semanas. Atendendo à exigência da World Skate, o skate brasileiro não teria maiores preocupações em sua gestão em solo nacional.

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Dormir bem é importante para a saúde de homens e mulheres com sobrepeso, mostra um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Pessoas com excesso de peso que ficam acordadas até muito tarde tendem a ter um risco maior de síndrome metabólica - conjunto de condições que elevam o risco de doenças cardíacas, diabete, derrame e outros problemas crônicos.

 

"Nossa pesquisa mostra que as interrupções no relógio biológico interno do corpo podem contribuir para consequências negativas à saúde de pessoas que já podem ser vulneráveis pelo peso", disse a principal autora do estudo, Brooke Shafer, pesquisadora de pós-doutorado do Laboratório de Sono, Cronobiologia e Saúde da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon. Além disso, o sono ruim produz diferentes riscos à saúde entre homens e mulheres, mostram os resultados.

 

A PESQUISA

 

Para o estudo, foram recrutados 30 voluntários com um IMC maior que 25, o que os colocou na categoria de sobrepeso ou obesidade. A equipe usou amostras de saliva para descobrir o horário da noite em que o corpo de cada pessoa começava a produzir o hormônio melatonina, que inicia o processo de adormecer. Os participantes registraram então seus hábitos de sono nos sete dias seguintes.

 

Os pesquisadores avaliaram a diferença de tempo entre o início da melatonina e o tempo médio de sono para cada voluntário para determinar se a janela entre esses fatores era estreita ou ampla. Uma janela estreita significa que alguém adormece pouco após o início da melatonina, e uma ampla significa o oposto. A estreita sugere ainda que a pessoa está ficando acordada até muito tarde para o seu relógio biológico interno, conforme o estudo.

 

HOMENS E MULHERES

 

Homens que adormeciam mais perto do início da melatonina tendiam a ter níveis mais altos de gordura abdominal, mais triglicerídeos gordurosos no sangue e um risco geral mais alto de síndrome metabólica do que homens que dormiam mais cedo e melhor, mostram os resultados.

 

Mulheres com uma janela de sono curta tinham maior gordura corporal geral, níveis elevados de açúcar no sangue e frequência cardíaca de repouso mais alta, descobriram os pesquisadores.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eli Lilly anunciou nesta terça-feira, 20, que os dados preliminares de um estudo em estágio final mostraram que seu medicamento para perda de peso reduziu significativamente o risco de progressão para diabetes tipo 2 entre adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso. Após o anúncio, a ação da empresa avançava 2,27% no pré-mercado em Nova York, Às 9h10 (de Brasília).

 

Em nota, a farmacêutica americana afirma que os resultados derivam de uma pesquisa de três anos para avaliar a eficácia e segurança de uma dose semanal de tirzepatide, ingrediente da injeção Zepbound e do medicamento para diabetes Mounjaro. O levantamento foi conduzido com 1.032 adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso.

 

Segundo a Eli Lilly, a aplicação do medicamento em tratamento de longo prazo conseguiu "reduzir significativamente" o risco de progressão para diabete tipo 2, em 94%. Além disso, o medicamento também levou a uma redução significativa do peso em uma média de 15% a 22,9%, dependendo da dosagem, em comparação com a redução de 2,1% em pacientes que receberam placebo.

 

No entanto, pacientes que abandonaram o tratamento com tirzepatide após um período de 17 semanas voltaram a ganhar peso e a ampliar riscos de progressão para diabetes tipo 2. Contudo, esses participantes ainda mantiveram 88% menos probabilidade de desenvolver a doença, em comparação aos adultos que tomaram o placebo.

 

As vendas dos medicamentos para diabetes e perda de peso Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, tornaram-se um fator fundamental para o desempenho da farmacêutica, com os lucros do segundo trimestre superando amplamente as expectativas. Somente as vendas do Mounjaro mais do que triplicaram, passando para US$ 3,09 bilhões no segundo trimestre deste ano, de US$ 979,7 milhões no ano anterior. *Com informações da Dow Jones Newswires.

De acordo com boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira, 7, o número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), aumentou 75% nas últimas quatro semanas. Entre os dias 25 de fevereiro e 2 de março, especificamente, a doença disparou em todas as regiões do Brasil. A pesquisa mostra ainda que os vírus causadores mudam conforme a região - entre eles estão o coronavírus (causador da covid-19), influenza (gripe) e o vírus sincicial respiratório (VSR).

 

Enquanto no Centro-Sul predomina a covid-19, nas regiões Sudeste e Sul, além da covid-19, há também um aumento nos casos de influenza, indicando uma coexistência de ambas as doenças. Já no Norte e Nordeste, o influenza também apresenta um crescimento significativo, principalmente entre a população adulta. Os dados foram levantados com base no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

 

Com relação ao VSR, a pesquisa apontou o ressurgimento do vírus em todas as regiões do País, com a possibilidade de associação ao retorno às aulas. Esse vírus é conhecido por ser o principal responsável pela bronquiolite em bebês, doença respiratória comum e altamente contagiosa, caracterizada por sintomas como tosse persistente e dificuldade respiratória. "Nesse caso, crianças com até 2 anos são as principais infectadas, mas também é importante destacar o risco de para idosos", afirmou Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

 

Em 2024, foram notificados 13.636 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), dos quais 5.285 (38,8%) apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.576 (40,9%) foram negativos e 1.955 (14,3%) aguardavam resultado laboratorial. Dentre os casos positivos, 68,6% foram atribuídos à covid-19. Em seguida veio o vírus sincicial respiratório, responsável por 11,4% dos casos. Influenza A correspondeu a 9,3% dos registros e influenza B, a 0,3%.

 

Gomes também ressaltou que a incidência de SRAG por covid-19 impacta mais fortemente as crianças de até 2 anos e a população com 65 anos ou mais. "Por outro lado, a mortalidade decorrente da doença tem sido especialmente elevada entre os idosos, com predominância da infecção pelo coronavírus", afirmou o especialista.

 

Cuidados e prevenção

 

Com relação à covid e à gripe, a Fiocruz ressalta que a vacinação segue sendo o principal meio de enfrentamento. Além disso, a instituição destacou a eficácia do uso de máscaras do tipo N95 e PFF2, que reduzem o risco de contrair vírus respiratórios, especialmente em unidades de saúde, que possuem grande circulação de pessoas infectadas.

 

Outra recomendação é buscar atendimento médico em caso de surgimento de sintomas parecidos com resfriados, principalmente aqueles que fazem parte de grupo de risco, para que sejam encaminhados para tratamento adequado à eventual doença.