Atlético-MG tenta reverter a vantagem do Flamengo na decisão da Copa do Brasil

Esporte
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Atlético-MG e Flamengo decidem o título da Copa do Brasil neste domingo, às 16h, na Arena MRV, em Belo Horizonte (MG). O time mineiro tem uma missão indigesta, uma vez que perdeu no Maracanã por 3 a 1. No entanto, o gol marcado por Alan Kardec, no final da partida, ainda deixou o vivo o sonho de ser campeão.

O Flamengo pode perder até por um gol de diferença para ser campeão. O Atlético-MG precisa vencer por três gols de diferença para ser campeão direto, ou então, vencer por dois gols e levar a definição para os pênaltis.

Sob o comando de Gabriel Milito, o Atlético vem fazendo uma campanha impecável em Copas, já que também está na decisão da Copa Libertadores diante do Botafogo. A final será disputada em jogo único no dia 30, em Buenos Aires, na Argentina.

No Brasileirão, por outro lado, vem fazendo campanha apenas mediana. Há um detalhe importante: caso não seja campeão ao menos em um torneio, o clube mineiro poderá ficar sem vaga na Libertadores do próximo ano.

O time mineiro corre atrás do terceiro título da Copa do Brasil, porque já levou em 2014, quando superou o rival Cruzeiro por 3 a 0 no placar agregado e em 2021, em cima do Athletico-PR, com duas vitórias: 4 a 0 no Mineirão e 2 a 1 na Arena da Baixada. O Galo, ao lado do Vitória, é o time que mais disputou a competição, criada em 1989: 33 edições.

Do outro lado, o Flamengo recuperou o bom futebol com a saída de Tite e a efetivação de Filipe Luis. Eliminado pelo Peñarol-URU nas quartas de final da Libertadores e na quarta posição do Brasileirão, o time rubro-negro deposita todas suas fichas na Copa do Brasil para dar mais uma volta olímpica em sua história.

O clube vai para a terceira final seguida, a 10ª na histórica, superando o recorde do Grêmio que decidiu por nove vezes. O time carioca já foi campeão quatro vezes: 1990, 2006, 2013 e 2022. Ano passado perdeu o título para o São Paulo. Se for campeão, vai igualar o Grêmio com cinco conquistas e ficaria atrás somente do Cruzeiro, que sagrou-se seis vezes campeão.

A final traz também alguns números interessantes. Esta pode ser a maior virada da história da competição. Nunca um time que perdeu a primeira partida por dois gols de diferença conseguiu vencer o jogo de volta com três gols de vantagem.

O meia Arrascaeta pode se tornar também o maior campeão da Copa do Brasil, já que tem duas conquistas pelo Cruzeiro (2017 e 2018) e uma pelo Flamengo (2022). Ao lado de Gabigol e Bruno Henrique, o uruguaio pode se igualar a Zico e Júnior como os jogadores com mais títulos na história do clube carioca. Esta seria a sua 13ª conquista.

Este também será o primeiro título em disputa da Arena MRV. A conquista, inclusive, apagaria a derrota no primeiro clássico contra o Cruzeiro, pelo Campeonato Mineiro, por 2 a 0. Curiosamente, o Atlético não venceu o Flamengo em casa desde a Copa do Brasil de 2022, quando acabou sendo eliminado da competição pelo próprio rubro-negro carioca.

Para a partida, o Atlético terá um desfalque importante, já que não poderá contar com Deyverson, que vem sendo decisivo na Libertadores. O atacante já atuou na competição pelo Cuiabá e não vem podendo defender o clube mineiro. O mesmo vale para o volante Fausto Vera, que defendeu o Corinthians.

A novidade pode ser a entrada de Zaracho no meio-campo, deixando o time mais ofensivo. Uma opção mais agressiva ainda seria a escalação de Alan Kardec, que marcou o gol de honra no Rio. No banco, Bernard pode reaparecer. O meia ficou 41 dias afastado dos gramados por ter sofrido uma ruptura do ligamento colateral medial do joelho direito, em setembro.

"Vamos sair para a segunda mão da final com muita energia para ver se é possível superar o Flamengo. O Atlético vai fazer tudo o que pode para sair com o título", afirmou Milito.

Do outro lado, o Flamengo deve ir com força máxima. Em relação ao jogo de ida, o lateral-esquerdo Alex Sandro está recuperado de lesão e entra na vaga de Ayrton Lucas. O volante Erick Pulgar e o atacante Bruno Henrique cumpriram suspensão e também estão de volta.

A dúvida na montagem do time é se Filipe Luís vai armar o meio-campo com três - Eric, Gerson e Arrascaeta - ou com quatro jogadores, com a entrada do volante Evertton Araújo. O ataque deve ter Gabigol ao lado de Bruno Henrique ou até mesmo um terceiro atacante, que seria Michael.

Desta vez, o técnico vai contar no banco de reservas com Luiz Araújo, que voltou a treinar com o elenco nesta semana. Ele está recuperado da fratura na cartilagem do joelho direito, lesão sofria em agosto, no empate por 1 a 1 com o Vasco. Mas o meio-campo De la Cruz está descartado, ainda com uma lesão muscular na parte posterior da coxa direita.

A esperança de gols fica por conta de Gabigol, que pode se tornar o jogador que mais balançou as redes no torneio. Ele tem três gols em decisões, assim como Arrascaeta. Fissurado em ganhar medalhas e títulos, o artilheiro quer fazer história. "É um privilégio disputar essa final. Marcar é importante, mas a vitória sempre tem peso maior. Sei da grande responsabilidade de vestir a camisa do Flamengo."

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO-MG X FLAMENGO

ATLÉTICO-MG - Everson; Lyanco, Battaglia e Junior Alonso; Gustavo Scarpa, Otávio, Alan Franco, Zaracho e Guilherme Arana; Paulinho e Hulk. Técnico: Gabriel Milito.

FLAMENGO - Rossi; Wesley, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro; Erick Pulgar, Evertton Araújo, Gerson e Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Filipe Luis.

ÁRBITRO - Raphael Claus (SP)

HORÁRIO - 16h

LOCAL - Arena MRV, em Belo Horizonte (MG).

Em outra categoria

No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.