Flamengo põe à prova 'herança Landim' em eleição que pode mudar futuro do clube

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A temporada 2024 do futebol brasileiro acabou no domingo, com a última rodada do Brasileirão. Mas a torcida do Flamengo ainda está em clima de disputa. Desta vez, a competição se desenrola nas urnas ao longo desta segunda-feira, quando cerca de 6 mil rubro-negros vão decidir quem vai comandar o clube carioca pelos próximos três anos.

Mesmo não sendo candidato, Rodolfo Landim é nome central nesta disputa. O atual presidente do Flamengo trabalhou com os três candidatos à presidência a sua sucessão: Rodrigo Dunshee, Luiz Eduardo Baptista e Maurício Gomes de Mattos. Por isso, não é exagero afirmar que a herança de Landim será testada nas urnas, de acordo com a proximidade de cada candidato com a sua gestão.

O atual presidente comanda o clube desde 2019 e protagonizou um dos períodos mais intensos da história do time, entre decepções e grandes conquistas, como a Copa Libertadores, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, dos quais o Fla foi campeão por duas vezes cada nos últimos anos.

Ao mesmo tempo, foi alvo de críticas pelo rendimento do time nas duas temporadas mais recentes, sem conquistas de maior expressão. A insatisfação se baseia na forte arrecadação do clube, dono da maior receita do futebol brasileiro em 2023: R$ 1,3 bilhão. Landim ainda iniciou a busca pelo terreno que dará lugar ao estádio próprio do Flamengo e participou ativamente das negociações para formar a sonhada liga que gerenciaria o futebol brasileiro no futuro.

Neste contexto, Landim lançou a candidatura de Rodrigo Dunshee, seu vice-presidente geral e vice jurídico. As duas chapas de oposição tiveram ligações com a gestão do atual presidente. O empresário Luiz Eduardo Baptista, o Bap, foi aliado de Landim e presidente do Conselho de Administração. O advogado Maurício Gomes de Mattos foi vice-presidente de Consulados e Embaixadas até o início deste ano.

Tanto Bap quanto Gomes de Mattos também têm ligação com Eduardo Bandeira de Mello, antecessor de Landim na presidência do clube carioca e responsável por sanear as contas da instituição rubro-negra. Bandeira de Mello, contudo, apoia a candidatura de Gomes de Mattos, inclusive integrando a chapa diretamente.

A eleição do Flamengo será realizada em dois tempos. O primeiro será nesta segunda, com a escolha do presidente e vice geral. O segundo foi adiado para o dia 16, segunda seguinte, para a definição do presidente e vice da Assembleia Geral. Bandeira de Mello, neste caso, concorre à presidência pela chapa de Gomes de Mattos, que tem ainda o apoio do ex-presidente Márcio Braga.

A seu favor, Bap tem o apoio declarado do ídolo Zico. E incorpora a oposição com mais força enquanto a chapa liderada por Gomes de Mattos defende a ideia de "terceira via", em busca da pacificação do clube, em conflagração no âmbito político nos últimos anos. Os bastidores do Flamengo contaram com tentativas de expulsar o ex-presidente Bandeira de Mello e até ações consideradas censura por parte dos candidatos, com ameaças de punição por "delito de opinião".

De forma geral, os três candidatos são a favor do novo estádio, porém com cautelas em relação aos custos, que podem afetar até os resultados do time em campo. Quanto ao futebol, Dunshee prega uma maior proximidade entre direção, técnico e jogadores. Bap já afirmou que o Brasileirão será a prioridade, em detrimento da Copa do Brasil. E Gomes de Mattos fala em profissionalismo desde a escolha de um CEO até a contratação de especialistas diversos para ajudar no rendimento do elenco.

PRIMEIRO NEGRO CANDIDATO

Entre os vices, a candidatura mais simbólica é a de Wellington Silva, empresário e especialista em comunicação. O ex-secretário geral de comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF) integra a chapa de Gomes de Mattos e pode se tornar o primeiro negro a vencer uma eleição na história do Flamengo.

Ele já foi vice de comunicação na gestão de Bandeira de Mello. Na ocasião, aceitou o cargo com o apoio do ator Milton Gonçalves, que participou ativamente da política rubro-negra antes de morrer, em 2022. Milton chegou a se candidatar a vice, como Wellington, mas a chapa desistiu antes da eleição de 2012.

"O Milton Gonçalves é a minha grande inspiração. Ele foi sócio e vice-presidente social. Tive o privilégio de conhecer o Seu Milton. Na época, ele me incentivou a aceitar o cargo de vice-presidente de comunicação", disse Wellington, ao Estadão.

"Para mim, ter o meu nome na urna já é motivo de muita emoção para mim. A mensagem que quero passar é que milhões de meninos como eu, rubro-negros, negros e periféricos, podem sonhar. Uma das coisas que mais impacta o jovem negro é a falta de referência. Claro que quero ser dirigente do clube, essa é a minha missão. Mas tudo comunica. Tenho sido parado por funcionários do clube, pessoal da limpeza e segurança, que vem falar comigo para contar como se sentem representados por mim."

A chapa encabeçada por Rodrigo Dunshee tem como vice o empresário Marcos Bodin, especializado em mercado financeiro e imobiliário. E Bap tem como candidato a vice o advogado Flávio Willeman, vice-presidente jurídico nos dois mandatos de Bandeira de Mello, entre 2013 e 2018.

A eleição, que definirá o presidente e vice para o triênio 2025-2027, será realizada ao longo desta segunda, até as 21 horas. A escolha por uma segunda-feira preocupa parte dos candidatos pelo risco de uma alta abstenção - os pleitos anteriores foram realizados em sábados. E, pela primeira vez, a eleição será realizada com urnas eletrônicas. Assim, o vencedor deve ser conhecido ainda na noite de segunda.

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.