Impeachment de Augusto Melo: entenda o que estará em votação no Corinthians

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O Conselho Deliberativo do Corinthians se reúne nesta segunda-feira para votar o impeachment do presidente Augusto Melo. A reunião ocorre na sede social do clube, no Parque São Jorge, com chamadas às 18h e às 19h. Será analisada a suposta omissão do mandatário nas irregularidades no acordo com a ex-patrocinadora Vai de Bet, que acabou virando caso de polícia e gerando uma crise nos bastidores. A defesa ainda tenta anular a votação e não descarta levar o caso para Brasília.

A reunião foi convocada por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, na segunda-feira passada. É a terceira data marcada para a discussão do tema. Inicialmente, a votação seria em 28 de novembro, mas foi remarcada após as autoridades citarem falta de segurança no local. Os membros voltaram a se reunir em 2 de dezembro, mas Augusto Melo conseguiu suspender a votação por meio de uma liminar, derrubada dez dias depois pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Para o processo de impeachment avançar, é necessário que uma maioria simples do colegiado de 302 conselheiros vote a favor da destituição. Neste cenário, quem assumiria o comando é Osmar Stabile, primeiro vice-presidente. Ele terá até cinco dias para convocar a Assembleia Geral dos associados para votação em última instância, e de 30 a 60 dias para marcar a data da votação. Ou seja, serão os sócios quem decidem se o presidente sai de maneira definitiva ou não.

Para Augusto Melo, a votação do impeachment fere o estatuto do Corinthians. Isso porque a Comissão de Ética e Disciplina recomendou a suspensão da votação até o fim das investigações da Polícia Civil no caso da Vai de Bet. As averiguações estão na fase final e membros da diretoria alvinegra devem ser ouvidos nos próximos meses.

O artigo 106 do estatuto do Corinthians cita como motivos para o pedido de impeachment os seguintes itens: ter ele praticado crime infamante, com trânsito em julgado da sentença condenatória; ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians; não terem sido aprovadas as contas da sua gestão; ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária; e prática de ato de gestão irregular ou temerária.

Pessoas ligadas ao clube ouvidas pelo Estadão entendem que há boas chances de o processo de impeachment avançar. Contudo, há dúvida se a destituição seria referendada pelos sócios. Augusto Melo, por sua vez, tem confiança de que não será afastado. Caso isso ocorra, o mandatário acredita ter totais condições de reverter a situação na Assembleia Geral de associados.

Pesa a favor de Augusto Melo o apoio que tem de organizadas do clube, especialmente a Gaviões da Fiel. No dia da votação suspensa pela liminar do mandatário, diversos membros de uniformizadas compareceram à porta do Parque São Jorge para protestar contra a reunião. Sob os gritos de "não vai ter golpe", torcedores queimaram fotos de antigos presidentes do clube, como Andrés Sánchez, Duílio Monteiro Alves e Mário Gobbi, e saudaram Augusto no momento em que ele deixou o local.

A defesa de Augusto Melo afirma que o processo pelo qual o presidente está passando é frágil e está sendo realizado de maneira atropelada. "O Augusto não se opõe a nenhuma forma de investigação, processamento ou julgamento. A única coisa que o presidente quer é um julgamento justo, com a oportunidade de ele produzir prova e de ser ouvido", comenta Ricardo Cury, advogado do mandatário corintiano.

"Estamos falando de um caso grave. O Augusto pode ser destituído nesta segunda sem ter a possibilidade de se manifestar. Ele não teve oportunidade de se manifestar na Comissão de Ética, Conselho Deliberativo, Polícia Civil e no Ministério Público", complementa.

COMO AUGUSTO MELO SE TORNOU ALVO DE IMPEACHMENT NO CORINTHIANS?

O processo de impeachment de Augusto Melo teve início em agosto de 2024. A Comissão de Justiça produziu um relatório citando irregularidades da atual gestão, especialmente no caso do "laranja" envolvendo o contrato com a Vai de Bet. Outros seis nomes também foram alvo de investigação interna: Armando Mendonça (segundo vice-presidente e integrante da oposição), Marcelo Mariano (diretor administrativo, afastado na última semana), Rubão (ex-diretor de futebol), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun-Ki Lee (ex-diretor jurídico) e Fernando Perino (ex-diretor jurídico adjunto). Os quatro últimos pediram demissão logo após o caso Vai de Bet vir à tona.

Posteriormente, um grupo de 85 conselheiros intitulado Movimento Reconstrução SCCP, cujo um dos líderes é o ex-presidente Mário Gobbi, entrou com uma representação contra o atual mandatário. O documento foi anexado ao relatório da Comissão de Justiça e encaminhado pelo Conselho Deliberativo, presidido por Romeu Tuma Jr, à Comissão de Ética, que não produz provas e sugere a suspensão do processo de impeachment de Augusto Melo por entender ser razoável aguardar as investigações da Polícia Civil.

O parecer é desmembrado no Conselho Deliberativo por Romeu Tuma, com os casos dos outros seis integrantes sendo encaminhados novamente ao Conselho de Ética, enquanto o de Augusto foi submetido ao julgamento do Conselho. Foi então que a defesa do presidente apelou à Justiça para anular a convocação da votação de impeachment por entender que o mandatário não teve direito de se defender adequadamente.

Um pedido de nulidade da votação foi ajuizado pela defesa de Augusto Melo na 4ª Vara Cível do Foro do Tatuapé, mas a ação foi negada pelo juiz Erasmo Samuel Tozetto em 2 de dezembro, dia da reunião na sede do clube. O magistrado entendeu que o tema deveria ser resolvido internamente pelo próprio Corinthians. A defesa entrou com um agravo de instrumento na 8ª Câmara do TJ-SP e, na mesma data, a desembargadora Clara Maria Araújo Xavier concedeu efeito suspensivo ao presidente corintiano, que exibiu o documento no Parque São Jorge quando os conselheiros já estavam reunidos para votar a destituição.

O Conselho Deliberativo, na figura do presidente Romeu Tuma, entrou com recurso de agravo interno e o julgamento foi realizado de maneira virtual, apesar da defesa se manifestar de maneira contrária ao procedimento, e, em 12 de dezembro, o efeito suspensivo foi derrubado. Um novo recurso foi apresentado pelo advogado de Augusto Melo na própria Câmara pedindo a declaração de nulidade do julgamento. A ideia é levar o assunto até a esfera federal caso o mandatário venha a sofrer impeachment por parte dos conselheiros.

ENTENDA O CASO VAI DE BET

O acordo de R$ 360 milhões da Vai de Bet com o Corinthians, rescindido unilateralmente pela casa de aposta em junho, previa o pagamento de 7% do montante líquido de cada parcela à Rede Media Social Ltda. Ou seja, R$ 700 mil por mês ao longo de três anos, resultando em R$ 25,2 milhões ao fim do contrato. Citada no contrato como intermediadora do negócio, a empresa tem CNPJ no nome de Alex Cassundé, antigo membro da equipe de comunicação do presidente Augusto Melo.

A rescisão por parte da Vai de Bet ocorreu após vir à tona repasses de parte da comissão pela Rede Media Social Ltda à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, suposta empresa "laranja" cujo CNPJ está em nome de Edna Oliveira dos Santos, mulher de origem humilde de Peruíbe, no litoral paulista.

A Polícia Civil, por meio da Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), ainda investiga o caso e deve ouvir novas testemunhas nas próximas semanas. A tendência é que membros do Corinthians sejam ouvidos somente na reta final das investigações. Os policiais ainda aguardam informações de dados financeiros solicitados por meio da quebra de sigilos bancários, o que atrapalhou o andamento do caso.

Na última quinta-feira, o diretor administrativo Marcelo Mariano pediu afastamento do cargo. Nas oitivas da Polícia Civil, membros da Vai de Bet afirmaram não conhecer Alex Cassundé e disseram que o dirigente, considerado braço direito de Augusto Melo, esteve presente na negociação que selou o acordo da casa de aposta com o Corinthians. À polícia, Cassundé afirmou que sua ligação com o clube se deu por meio de Marcelo Mariano e o ex-superintendente de marketing Sérgio Moura, que deixou o clube no ano passado.

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Dormir bem é importante para a saúde de homens e mulheres com sobrepeso, mostra um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Pessoas com excesso de peso que ficam acordadas até muito tarde tendem a ter um risco maior de síndrome metabólica - conjunto de condições que elevam o risco de doenças cardíacas, diabete, derrame e outros problemas crônicos.

 

"Nossa pesquisa mostra que as interrupções no relógio biológico interno do corpo podem contribuir para consequências negativas à saúde de pessoas que já podem ser vulneráveis pelo peso", disse a principal autora do estudo, Brooke Shafer, pesquisadora de pós-doutorado do Laboratório de Sono, Cronobiologia e Saúde da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon. Além disso, o sono ruim produz diferentes riscos à saúde entre homens e mulheres, mostram os resultados.

 

A PESQUISA

 

Para o estudo, foram recrutados 30 voluntários com um IMC maior que 25, o que os colocou na categoria de sobrepeso ou obesidade. A equipe usou amostras de saliva para descobrir o horário da noite em que o corpo de cada pessoa começava a produzir o hormônio melatonina, que inicia o processo de adormecer. Os participantes registraram então seus hábitos de sono nos sete dias seguintes.

 

Os pesquisadores avaliaram a diferença de tempo entre o início da melatonina e o tempo médio de sono para cada voluntário para determinar se a janela entre esses fatores era estreita ou ampla. Uma janela estreita significa que alguém adormece pouco após o início da melatonina, e uma ampla significa o oposto. A estreita sugere ainda que a pessoa está ficando acordada até muito tarde para o seu relógio biológico interno, conforme o estudo.

 

HOMENS E MULHERES

 

Homens que adormeciam mais perto do início da melatonina tendiam a ter níveis mais altos de gordura abdominal, mais triglicerídeos gordurosos no sangue e um risco geral mais alto de síndrome metabólica do que homens que dormiam mais cedo e melhor, mostram os resultados.

 

Mulheres com uma janela de sono curta tinham maior gordura corporal geral, níveis elevados de açúcar no sangue e frequência cardíaca de repouso mais alta, descobriram os pesquisadores.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eli Lilly anunciou nesta terça-feira, 20, que os dados preliminares de um estudo em estágio final mostraram que seu medicamento para perda de peso reduziu significativamente o risco de progressão para diabetes tipo 2 entre adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso. Após o anúncio, a ação da empresa avançava 2,27% no pré-mercado em Nova York, Às 9h10 (de Brasília).

 

Em nota, a farmacêutica americana afirma que os resultados derivam de uma pesquisa de três anos para avaliar a eficácia e segurança de uma dose semanal de tirzepatide, ingrediente da injeção Zepbound e do medicamento para diabetes Mounjaro. O levantamento foi conduzido com 1.032 adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso.

 

Segundo a Eli Lilly, a aplicação do medicamento em tratamento de longo prazo conseguiu "reduzir significativamente" o risco de progressão para diabete tipo 2, em 94%. Além disso, o medicamento também levou a uma redução significativa do peso em uma média de 15% a 22,9%, dependendo da dosagem, em comparação com a redução de 2,1% em pacientes que receberam placebo.

 

No entanto, pacientes que abandonaram o tratamento com tirzepatide após um período de 17 semanas voltaram a ganhar peso e a ampliar riscos de progressão para diabetes tipo 2. Contudo, esses participantes ainda mantiveram 88% menos probabilidade de desenvolver a doença, em comparação aos adultos que tomaram o placebo.

 

As vendas dos medicamentos para diabetes e perda de peso Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, tornaram-se um fator fundamental para o desempenho da farmacêutica, com os lucros do segundo trimestre superando amplamente as expectativas. Somente as vendas do Mounjaro mais do que triplicaram, passando para US$ 3,09 bilhões no segundo trimestre deste ano, de US$ 979,7 milhões no ano anterior. *Com informações da Dow Jones Newswires.

De acordo com boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira, 7, o número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), aumentou 75% nas últimas quatro semanas. Entre os dias 25 de fevereiro e 2 de março, especificamente, a doença disparou em todas as regiões do Brasil. A pesquisa mostra ainda que os vírus causadores mudam conforme a região - entre eles estão o coronavírus (causador da covid-19), influenza (gripe) e o vírus sincicial respiratório (VSR).

 

Enquanto no Centro-Sul predomina a covid-19, nas regiões Sudeste e Sul, além da covid-19, há também um aumento nos casos de influenza, indicando uma coexistência de ambas as doenças. Já no Norte e Nordeste, o influenza também apresenta um crescimento significativo, principalmente entre a população adulta. Os dados foram levantados com base no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

 

Com relação ao VSR, a pesquisa apontou o ressurgimento do vírus em todas as regiões do País, com a possibilidade de associação ao retorno às aulas. Esse vírus é conhecido por ser o principal responsável pela bronquiolite em bebês, doença respiratória comum e altamente contagiosa, caracterizada por sintomas como tosse persistente e dificuldade respiratória. "Nesse caso, crianças com até 2 anos são as principais infectadas, mas também é importante destacar o risco de para idosos", afirmou Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

 

Em 2024, foram notificados 13.636 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), dos quais 5.285 (38,8%) apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.576 (40,9%) foram negativos e 1.955 (14,3%) aguardavam resultado laboratorial. Dentre os casos positivos, 68,6% foram atribuídos à covid-19. Em seguida veio o vírus sincicial respiratório, responsável por 11,4% dos casos. Influenza A correspondeu a 9,3% dos registros e influenza B, a 0,3%.

 

Gomes também ressaltou que a incidência de SRAG por covid-19 impacta mais fortemente as crianças de até 2 anos e a população com 65 anos ou mais. "Por outro lado, a mortalidade decorrente da doença tem sido especialmente elevada entre os idosos, com predominância da infecção pelo coronavírus", afirmou o especialista.

 

Cuidados e prevenção

 

Com relação à covid e à gripe, a Fiocruz ressalta que a vacinação segue sendo o principal meio de enfrentamento. Além disso, a instituição destacou a eficácia do uso de máscaras do tipo N95 e PFF2, que reduzem o risco de contrair vírus respiratórios, especialmente em unidades de saúde, que possuem grande circulação de pessoas infectadas.

 

Outra recomendação é buscar atendimento médico em caso de surgimento de sintomas parecidos com resfriados, principalmente aqueles que fazem parte de grupo de risco, para que sejam encaminhados para tratamento adequado à eventual doença.