Corinthians tenta avançar com RCE enquanto lida com acusações de fraude feitas por empresário

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Os advogados do Corinthians protocolaram uma manifestação junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para contestar petições protocoladas nos últimos dias pela Link Assessoria Esportiva, empresa do representantes de jogadores André Cury.

Documentos foram anexados pelo empresário e por outros credores em petições para mostrar à Justiça supostos indícios de fraudes cometidas pelo clube, no intuito de derrubar o processo da diretoria corintiana para estabelecer o Regime de Centralização de Execuções (RCE), iniciado no final de novembro do ano passado, alegando que o clube passa por um quadro claro de insolvência.

Entre as supostas irregularidades, em petição protocolada na segunda-feira, mesmo dia em que o Corinthians apresentou à Justiça o plano de pagamento aos credores, a advogada Adriana Cury, representante da Link, aponta que o Corinthians utilizou valores que teriam de ser destinados à Caixa Econômica Federal, com a qual o clube tem dívida pela arena em Itaquera, para pagar os salários de janeiro do elenco.

A quantia, paga pela Globo, estava bloqueada na Justiça e foi liberada após o banco auxiliar na obtenção de uma liminar. Existe um contrato de cessão fiduciária entre o Corinthians e a Caixa, acordado em julho de 2022, no qual é estabelecido o repasse de direitos de transmissão e eventuais receitas de vendas de jogadores ao banco para pagar a dívida da Neo Química Arena.

Na prática, o clube estaria impedindo execuções de credores como a Link, justificando que os recursos já estariam reservados à Caixa, mas continuaria tendo acesso ao dinheiro. "Com esta manobra, o Corinthians esvaziou a execução judicial interposta pela Link promovendo o levantamento através da Caixa dos valores de 12 milhões de reais e R$ 49.630.047,45 sob o fundamento que os créditos foram cedidos à Caixa através das Cessões Fiduciárias de Direitos."

De acordo com a defesa de Cury, as cessões "estão sendo utilizadas como mecanismo para desbloquear valores constritos nas execuções judiciais, sendo que, após a liberação, os valores retornam ao agravado", ou seja, ao Corinthians. "Isso caracteriza uma tentativa de fraude à execução, prejudicando tanto o Judiciário quanto os credores", diz uma das petições.

Adriana Cury afirma que esse tipo de situação ocorreu outras vezes, como em uma execução da empresa Pixstar contra o clube, e que os contratos não estariam registrados no Banco Central. Diante da situação, a representante de André Cury argumenta que o Corinthians não tem recursos para cumprir o RCE. Na petição protocolada na segunda-feira, pede a quebra do sigilo bancário do clube.

"Que seja deferida a quebra de sigilo bancário do Corinthians, a fim de que Vossa Excelência realize as pesquisas SISBAJUD e obtenha os extratos bancários das contas correntes do clube mantidas junto à Caixa, conforme indicados nos (juntado sob sigilo), permitindo que a Link comprove que os valores recebidos sob a rubrica 'transmissão', referentes aos contratos de cessões sub judice, transitaram entre as contas bancárias e, após, foram disponibilizados pelo Corinthians, de forma a comprovar a fraude alegada."

Também é solicitado que a Globo e a CBF apresentem a relação de todos os pagamentos efetuados ao Corinthians desde julho de 2022 e comprovantes que comprovem que a emissora foi informada de que os direitos foram cedidos à Caixa.

O QUE DIZ O CORINTHIANS?

Em manifestação enviada à Justiça, a defesa do Corinthians, encabeçada pelos advogados Elias Mubarak, afirma que os requisitos para o processamento do RCE sequer deveriam estar sendo suscitados nos autos. Isso porque a análise prévia das condições foi realizada pelo TJSP, e qualquer insatisfação deveria ser remetido ao tribunal. Contudo, o prazo para apresentação de recurso se encerrou em 22 de janeiro.

A defesa destaca ainda estar em vigor o período para apresentação do plano, e que, em ato de boa fé, apresentou todas as demonstrações financeiras dos últimos três exercícios, incluindo 2024, ao contrário do que a credora alega. Os representantes do Corinthians também negam as acusações de que a agremiação se beneficia de "supostas cessões fiduciárias" para fraudar o RCE.

"Tais alegações não passam de falácias, que visam apenas tumultuar e incutir dúvidas e desconfianças sobre o procedimento requerido pelo clube. Se a real intenção do Corinthians fosse fraudar credores, por qual motivo o clube ingressaria com o pedido de instauração de RCE para - justamente - pagar suas obrigações diretamente aos seus credores?", dizem os advogados do clube na manifestação.

"Fica evidenciado pela conduta do referido credor é que pretende utilizar este processo com o único objetivo de pressionar indevidamente o Requerente e, pior, apenas satisfazer seus anseios pessoais indo de encontro com o interesse do coletivo de credores que possuem créditos em face do Requerente, além de causar evidentes prejuízos para a manutenção das atividades do clube, colocando em risco a manutenção das centenas de empregos gerados pelo requerente", completam.

A defesa do clube também reclamou do fato de a Link Esporte e Assessoria não estar disposta a uma negociação, e criticou o pedido de bloqueio a valores que seriam destinados à Caixa.

DÍVIDAS

André Cury é o terceiro maior credor do clube, que deve R$ 28,8 milhões ao agente. A dívida foi reconhecida no último mês de gestão de Duílio Monteiro Alves, ex-presidente do Corinthians.

Somando as pendências com André Cury, Giuliano Bertolucci e também o empresário Carlos Leite, o Corinthians deve somente aos agentes aproximadamente R$ 170 milhões. O plano de pagamento e parcelamento de dívidas apresentado para ingresso no RCE é de R$ 379 milhões.

A equipe jurídica do Corinthians iniciou contatos com os credores em janeiro deste ano para negociar a dívida e alinhar o pagamento. O RCE é um mecanismo criado junto à Lei de SAF que prevê a possibilidade de que clubes de futebol ou pessoas jurídicas originais requererem a centralização das execuções em um único juízo, para organizar e facilitar o pagamento de suas dívidas.

Ao todo, o Corinthians tem uma dívida de aproximadamente R$ 2,3 bilhões. Somente a pendência com a Caixa representa um montante de R$ 710 milhões do total.

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Dormir bem é importante para a saúde de homens e mulheres com sobrepeso, mostra um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Pessoas com excesso de peso que ficam acordadas até muito tarde tendem a ter um risco maior de síndrome metabólica - conjunto de condições que elevam o risco de doenças cardíacas, diabete, derrame e outros problemas crônicos.

 

"Nossa pesquisa mostra que as interrupções no relógio biológico interno do corpo podem contribuir para consequências negativas à saúde de pessoas que já podem ser vulneráveis pelo peso", disse a principal autora do estudo, Brooke Shafer, pesquisadora de pós-doutorado do Laboratório de Sono, Cronobiologia e Saúde da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon. Além disso, o sono ruim produz diferentes riscos à saúde entre homens e mulheres, mostram os resultados.

 

A PESQUISA

 

Para o estudo, foram recrutados 30 voluntários com um IMC maior que 25, o que os colocou na categoria de sobrepeso ou obesidade. A equipe usou amostras de saliva para descobrir o horário da noite em que o corpo de cada pessoa começava a produzir o hormônio melatonina, que inicia o processo de adormecer. Os participantes registraram então seus hábitos de sono nos sete dias seguintes.

 

Os pesquisadores avaliaram a diferença de tempo entre o início da melatonina e o tempo médio de sono para cada voluntário para determinar se a janela entre esses fatores era estreita ou ampla. Uma janela estreita significa que alguém adormece pouco após o início da melatonina, e uma ampla significa o oposto. A estreita sugere ainda que a pessoa está ficando acordada até muito tarde para o seu relógio biológico interno, conforme o estudo.

 

HOMENS E MULHERES

 

Homens que adormeciam mais perto do início da melatonina tendiam a ter níveis mais altos de gordura abdominal, mais triglicerídeos gordurosos no sangue e um risco geral mais alto de síndrome metabólica do que homens que dormiam mais cedo e melhor, mostram os resultados.

 

Mulheres com uma janela de sono curta tinham maior gordura corporal geral, níveis elevados de açúcar no sangue e frequência cardíaca de repouso mais alta, descobriram os pesquisadores.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eli Lilly anunciou nesta terça-feira, 20, que os dados preliminares de um estudo em estágio final mostraram que seu medicamento para perda de peso reduziu significativamente o risco de progressão para diabetes tipo 2 entre adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso. Após o anúncio, a ação da empresa avançava 2,27% no pré-mercado em Nova York, Às 9h10 (de Brasília).

 

Em nota, a farmacêutica americana afirma que os resultados derivam de uma pesquisa de três anos para avaliar a eficácia e segurança de uma dose semanal de tirzepatide, ingrediente da injeção Zepbound e do medicamento para diabetes Mounjaro. O levantamento foi conduzido com 1.032 adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso.

 

Segundo a Eli Lilly, a aplicação do medicamento em tratamento de longo prazo conseguiu "reduzir significativamente" o risco de progressão para diabete tipo 2, em 94%. Além disso, o medicamento também levou a uma redução significativa do peso em uma média de 15% a 22,9%, dependendo da dosagem, em comparação com a redução de 2,1% em pacientes que receberam placebo.

 

No entanto, pacientes que abandonaram o tratamento com tirzepatide após um período de 17 semanas voltaram a ganhar peso e a ampliar riscos de progressão para diabetes tipo 2. Contudo, esses participantes ainda mantiveram 88% menos probabilidade de desenvolver a doença, em comparação aos adultos que tomaram o placebo.

 

As vendas dos medicamentos para diabetes e perda de peso Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, tornaram-se um fator fundamental para o desempenho da farmacêutica, com os lucros do segundo trimestre superando amplamente as expectativas. Somente as vendas do Mounjaro mais do que triplicaram, passando para US$ 3,09 bilhões no segundo trimestre deste ano, de US$ 979,7 milhões no ano anterior. *Com informações da Dow Jones Newswires.

De acordo com boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira, 7, o número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), aumentou 75% nas últimas quatro semanas. Entre os dias 25 de fevereiro e 2 de março, especificamente, a doença disparou em todas as regiões do Brasil. A pesquisa mostra ainda que os vírus causadores mudam conforme a região - entre eles estão o coronavírus (causador da covid-19), influenza (gripe) e o vírus sincicial respiratório (VSR).

 

Enquanto no Centro-Sul predomina a covid-19, nas regiões Sudeste e Sul, além da covid-19, há também um aumento nos casos de influenza, indicando uma coexistência de ambas as doenças. Já no Norte e Nordeste, o influenza também apresenta um crescimento significativo, principalmente entre a população adulta. Os dados foram levantados com base no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

 

Com relação ao VSR, a pesquisa apontou o ressurgimento do vírus em todas as regiões do País, com a possibilidade de associação ao retorno às aulas. Esse vírus é conhecido por ser o principal responsável pela bronquiolite em bebês, doença respiratória comum e altamente contagiosa, caracterizada por sintomas como tosse persistente e dificuldade respiratória. "Nesse caso, crianças com até 2 anos são as principais infectadas, mas também é importante destacar o risco de para idosos", afirmou Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

 

Em 2024, foram notificados 13.636 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), dos quais 5.285 (38,8%) apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.576 (40,9%) foram negativos e 1.955 (14,3%) aguardavam resultado laboratorial. Dentre os casos positivos, 68,6% foram atribuídos à covid-19. Em seguida veio o vírus sincicial respiratório, responsável por 11,4% dos casos. Influenza A correspondeu a 9,3% dos registros e influenza B, a 0,3%.

 

Gomes também ressaltou que a incidência de SRAG por covid-19 impacta mais fortemente as crianças de até 2 anos e a população com 65 anos ou mais. "Por outro lado, a mortalidade decorrente da doença tem sido especialmente elevada entre os idosos, com predominância da infecção pelo coronavírus", afirmou o especialista.

 

Cuidados e prevenção

 

Com relação à covid e à gripe, a Fiocruz ressalta que a vacinação segue sendo o principal meio de enfrentamento. Além disso, a instituição destacou a eficácia do uso de máscaras do tipo N95 e PFF2, que reduzem o risco de contrair vírus respiratórios, especialmente em unidades de saúde, que possuem grande circulação de pessoas infectadas.

 

Outra recomendação é buscar atendimento médico em caso de surgimento de sintomas parecidos com resfriados, principalmente aqueles que fazem parte de grupo de risco, para que sejam encaminhados para tratamento adequado à eventual doença.