João Fonseca é campeão em Buenos Aires, confirma rápida ascensão e atinge marcas de precocidade

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Na chamada Catedral do tênis argentino, o brasileiro João Fonseca enfrentou neste domingo a torcida e o melhor jogador local da atualidade, Francisco Cerúndolo, 28º do ranking, e demonstrando personalidade conquistou seu primeiro título do circuito principal da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), confirmando sua ascensão meteórica, atingindo várias marcas de precocidade e dando um salto de 31 posições no ranking mundial.

Ao vencer Cerúndolo por 2 a 0, parciais de 6/4 e 7/6 (7/1) em 1h45min, Fonseca se tornou, aos 18 anos, cinco meses e 26 dias, o mais jovem sul-americano a conquistar um título na era ATP Tour (a partir de 1990). Ele também entrou no top 10 dos mais jovens campeões e tirou da lista o americano Pete Sampras, ex-número um do mundo e ex-recordista de títulos de Grand Slams. Entre os integrantes desta relação estão o australiano Lleyton Hewitt, o ucraniano Andrei Medvedev, o japonês Kei Nishikori, os espanhóis Rafael Nadal e Carlos Alcaraz e o norte-americano Michael Chang, que alcançaram ao menos a quarta posição no ranking.

Cerúndolo, aos 26 anos, é muito mais experiente do que o brasileiro. Ele já foi o 19º do mundo e, com três títulos e outras duas finais no currículo, disputou neste domingo sua 200ª partida no circuito, enquanto Fonseca jogou apenas pela 27ª vez em eventos deste porte. Com o título, ele avançou 31 posições no ranking e aparece nesta segunda-feira no 68º posto, o melhor brasileiro no ranking.

Há menos de um ano, Fonseca conquistou sua primeira vitória no circuito principal da ATP ao aproveitar muito bem o convite oferecido pelo Rio Open e chegar às quartas de final do evento, derrotado pelo argentino Mariano Navone, rival que foi eliminado pelo brasileiro nesta semana na capital argentina. Na ocasião, Fonseca era apenas o 655º colocado do ranking mundial.

A rápida ascensão provoca admiração no mundo do tênis. O britânico Andy Murray se manifestou neste domingo, antes da final, na expectativa por um possível encontro entre João e Alcaraz, que já foi número um do mundo e atualmente ocupa a terceira posição no ranking. "Estou ansioso pelo primeiro jogo de Fonseca x Alcaraz", escreveu nas redes sociais o ex-tenista, dono de três títulos de Grand Slam e de duas medalhas olímpicas de ouro na carreira.

Apesar de fazer sua estreia em decisões, Fonseca começou a partida pressionando e quebrando o saque do rival logo no game inicial. Teve o serviço derrubado logo na sequência, mas apresentou de cara suas credenciais. A pequena torcida brasileira na quadra central do Buenos Aires Lawn Tennis Club se animou e entoou o coro "João, Fonseca", mas foi logo rechaçada pelo público local.

Ganhando quase metade dos pontos em que não tinha o saque (48%), o brasileiro voltou a quebrar o serviço de Cerúndolo no sétimo game, abrindo 4 a 3. Alternando bem as jogadas, incluindo bolas curtas e subidas à rede, Fonseca venceu o primeiro set por 6/4, fechando a disputa com um ace.

No segundo set, a primeira quebra aconteceu no quinto game e foi favorável ao brasileiro, quando Cerúndolo mandou uma cruzada para fora e viu o rival abrir 3 a 2. Fonseca teve o saque para garantir o título no décimo game, mas Cerúndolo devolveu a quebra e voltou para o jogo com 5 a 5.

O brasileiro demonstrou não ter se abatido com o revés e conseguiu nova vitória no serviço do adversário e mais uma oportunidade para sacar para o campeonato. Mais uma vez, o brasileiro sentiu dificuldade para fechar o jogo e Cerúndolo levou o jogo para o tie-break. No desempate, Fonseca logo abriu 4 a 0 e só precisou administrar a vantagem para marcar 7/1 e festejar seu primeiro título deitado no saibro.

Agora, João Fonseca joga no Brasil. Ele volta às quadras do Jockey Club Brasileiro para a disputa do Rio Open e estreia contra o francês Alexandre Muller, 58º do ranking. Parte da gira latino-americana no saibro, o evento no Rio reúne vários tenistas que estiveram em Buenos Aires, incluindo três dos quatro argentinos batidos por Fonseca na campanha de seu primeiro título.

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.