'Racismo é mais grave que soco': jornal aconselha argentinos a não confiarem na polícia do RJ

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Às vésperas do confronto entre Botafogo e Racing, pela partida de volta da Recopa Sul-Americana, no estádio Engenão, o jornal argentino Olé publicou uma série de "recomendações e dicas" de segurança para os torcedores argentinos que viajam ao Rio, classificando o "tratamento desigual" com os vizinhos sul-americanos - inclusive, ressaltando para que a torcida não confie na polícia da capital carioca, após episódios recentes em competições continentais.

"A Academia vai para a Recopa com um olho no campo e outro na segurança. No Brasil, a coisa já foi mal, e o precedente do Peñarol também pesa... Emboscadas, repressão vergonhosa e tratamento desigual", escreveu o diário argentino. Entre as dicas, a publicação recomenda que os torcedores não sejam vistos com roupas do Racing e evite falar em espanhol. O Racing venceu a partida de ida por 2 a 0 e precisa de apenas um empate para ser campeão.

A publicação ocorre após os conflitos da torcida do Peñarol em outubro do último ano, antes de duelo com o Botafogo pela semifinal da Libertadores. Na ocasião, torcedores protagonizaram confusão generalizada na Praia do Recreio dos Bandeirantes, com saques a quiosques e confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar. Motocicletas e ônibus foram incendiados na confusão.

Na ocasião, mais de 200 torcedores detidos foram detidos pela polícia do Rio. O Peñarol repudiou a repressão contra os uruguaios e cogitou, para a partida de volta, a restrição aos botafoguenses em Montevidéu. "Não é a primeira vez que atos desse tipo ocorrem no Brasil, mas nunca antes com essa magnitude. O Peñarol será enérgico em tornar visíveis estas situações junto às instituições que sofreram nos últimos tempos para que isso mude de uma vez por todas", afirmou o Peñarol, à época.

À reportagem do Olé, Jorge Barrera, advogado criminalista e ex-presidente do Peñarol, comentou sobre o episódio com os torcedores uruguaios no último. "Nas acusações, o que prevalece são atos de racismo. Embora entendamos que, mesmo que os gestos possam ser provados, não podemos descontextualizá-los das agressões ilegítimas que (os torcedores) receberam", afirmou.

"Que os torcedores tenham isso em mente. A legislação vigente é desproporcional É mais sério um ato racista do que um soco. E os torcedores de Peñarol não são julgados da mesma forma que os brasileiros", ressaltou. Em 2023, a legislação brasileira tipificou como crime de racismo a injúria racial, e aumentou a pena, de um a três anos para de dois a cinco anos de reclusão

Visão semelhante compartilhou Gonzalo Moratorio, delegado e conselheiro do Peñarol. "A polícia brasileira parou nos anos 1970. Tem impunidade total e não existem os direitos humanos."

A reportagem do Estadão entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar do Rio a respeito das críticas, veiculadas no Olé, sobre a atuação do corpo policial na capital carioca, mas não obteve retorno até sua publicação.

No último ano, após os episódios com a torcida do Peñarol, 22 torcedores foram presos em flagrante. Entre os crimes, estavam: porte ilegal de arma de fogo, furto, lesão corporal, dano qualificado, incêndio, associação criminosa, resistência, desobediência, entre outros.

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A mamografia é considerada um dos métodos mais eficazes para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o tipo de câncer mais letal entre as mulheres no Brasil. Trata-se de um exame de imagem que permite identificar alterações suspeitas antes mesmo de sintomas surgirem, aumentando as chances de um tratamento bem-sucedido.

O procedimento é feito por meio de uma máquina que examina especificamente o tecido mamário. As mamas são posicionadas sobre uma bandeja de acrílico, onde ocorre uma leve compressão, necessária para obter imagens nítidas. A máquina, então, realiza radiografias utilizando doses baixas de radiação, menores do que as aplicadas em exames de outras regiões do corpo.

De acordo com o Ministério da Saúde, recomenda-se que mulheres entre 40 e 69 anos realizem o exame a cada dois anos como forma de rastreamento. Já mulheres com menos de 40 anos podem ser orientadas a fazer a mamografia caso haja histórico familiar de câncer de mama ou risco de tumores hereditários.

A importância do exame é reforçada pelo dado alarmante: somente em 2025, o Brasil deve registrar cerca de 73,6 mil novos casos da doença. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as principais armas para reduzir a mortalidade e ampliar as chances de cura.

Com a chegada da primavera, o cenário de flores coloridas e temperaturas mais amenas também traz um alerta: a estação é marcada pelo aumento de alergias e doenças virais. O pólen liberado pelas flores, somado ao clima mais seco, cria condições favoráveis para a proliferação de vírus e o agravamento de problemas respiratórios e infecciosos.

Entre as doenças mais comuns nessa época do ano estão a asma, rinite alérgica, conjuntivite e outras reações alérgicas, além de enfermidades virais como catapora, sarampo, rubéola e caxumba. Crianças costumam ser mais vulneráveis, o que reforça a importância de manter a carteira de vacinação atualizada.

Médicos orientam que, para reduzir os riscos, é essencial manter hábitos de prevenção, como hidratar-se bem, evitar ambientes com poeira acumulada, lavar sempre as mãos e reforçar o uso de máscaras em locais com maior concentração de pólen ou aglomerações. Em casos de sintomas persistentes — como crises de tosse, dificuldade para respirar, coceira nos olhos e manchas na pele — a recomendação é procurar atendimento médico.

A primavera, portanto, exige atenção redobrada com a saúde, principalmente de crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Mais do que apreciar a beleza da estação, é preciso cuidar para que o florescer das plantas não seja acompanhado pelo florescer de problemas de saúde.

O sarampo é uma infecção aguda e viral causada pelo morbilivírus, com alto poder de transmissão entre pessoas de qualquer idade. O contágio acontece de forma direta, principalmente por secreções nasais expelidas ao tossir, espirrar ou falar.

Entre os sintomas mais comuns estão tosse persistente, febre, manchas avermelhadas na pele, dores no corpo, coriza, irritação nos olhos e manchas brancas na parte interna da boca.

Atualmente, não existe tratamento específico para o sarampo. Em quadros mais graves, pode ser necessária a administração de vitamina A. Nos casos leves, a ingestão de líquidos e o controle da febre ajudam a evitar complicações.

A vacinação é a única forma eficaz de prevenção. A vacina está disponível gratuitamente em todos os postos de saúde durante todo o ano e pode ser aplicada em crianças e adultos.

Especialistas reforçam que manter a vacinação em dia é essencial para evitar surtos e proteger não apenas quem recebe a dose, mas também a comunidade como um todo.