Em jogo com confusão, Volpi brilha nos pênaltis e Grêmio avança à 8ª final seguida do Gauchão

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Em jogo tenso e marcado por confusão no segundo tempo, o Grêmio superou o Juventude nas penalidades e avançou à final do Campeonato Gaúcho, neste sábado. No tempo normal no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, o time da casa venceu por 2 a 1 e devolveu o placar do jogo de ida, levando o confronto para os pênaltis, quando os visitantes fizeram 3 a 2 e confirmaram a presença na oitava final consecutiva.

Campeão estadual desde 2018, o Grêmio vai tentar o oitavo título seguido diante de Internacional ou Caxias, que disputam a outra semifinal. A final também será disputada em dois jogos.

Antes da cobrança de pênaltis, os minutos finais de jogo foram dramáticos, porque o Grêmio perdia por 2 a 0, com gols de Adriano Martins e Luis Mandaca - e só diminuiu aos 51 minutos, num gol de bicicleta de Gustavo Martins, muito contestado.

Nos pênaltis valeu a experiência do goleiro Tiago Volpi, que defendeu as cobranças de Nenê e André Ruschel e viu Ênio chutar para fora a quinta cobrança. Jadson e Giovanny acertaram os pênaltis para o time da casa. Do lado gremista, acertaram Wagner Leonardo, Arezo e Tiago Volpi, mas as cobranças de Pavón e Villasanti foram defendidas por Gustavo.

Eliminado na primeira fase da Copa do Brasil no meio de semana ao perder por 1 a 0 para o Maringá, o Juventude vai iniciar, após o carnaval, os preparativos para a disputa do Brasileirão, que começa no último fim de semana de março. A sua estreia acontecerá em casa diante do Vitória.

Com a vitória no primeiro jogo, o Grêmio se armou de forma mais cautelosa para a volta, com quatro jogadores no meio-campo. O Juventude, ao contrário, iniciou o jogo com três atacantes, afinal tinha a obrigação de vencer por dois gols de diferença para ir à final. Tinha um retrospecto positivo de 100% e aproveitamento em casa, com quatro vitórias.

Até por conta disso, o Grêmio não chegou uma vez ao ataque no primeiro tempo, enquanto o Juventude ameaçou duas vezes com Batalla. Aos 34 minutos, quando ele entrou na área em velocidade, e, mesmo desequilibrado, tentou superar o goleiro Tiago Volpi, que abafou a bola com o peito. No minuto seguinte, o colombiano arriscou chute de fora da área, assustando Tiago Volpi que saltou e viu a bola passar perto de sua trave direita.

O Grêmio se complicou sozinho em dois lances impróprios do zagueiro Jemerson em cima de Gabriel Taliari. No primeiro ele deslocou o atacante com o corpo e recebeu o cartão amarelo, enquanto, no segundo, segurou a camisa do adversário e acabou expulso, aos 45 minutos. Uma desvantagem gremista para o segundo tempo.

Na volta do intervalo, o técnico Gustavo Quinteros fez a recomposição gremista, com a entrada do zagueiro Gustavo Martins no lugar do meia Cristaldo e colocou Camilo, mais marcador, no lugar do volante Cuéllar, mais técnico.

Do lado do time jaconero, Fábio Matias apostou na experiência do Meia Nenê, de 43 anos, no lugar de Jean Caros, na esperança, de acertar alguma bola, parada - falta ou escanteio. Ele ameaçou cobrar falta aos 17 minutos, porém, quem soltou uma bomba foi Ewerthon. Tiago Volpi rebateu e após bate e rebate a defesa aliviou.

Três minutos depois, quem arriscou de fora da área foi Luis Mandaca, com Volpi rebatendo para o lado. O esperado gol saiu aos 21 minutos. Quando Ênio recebeu a bola pelo lado esquerdo e levantou pelo alto em direção à pequena área. O zagueiro Adriano Martins desviou de cabeça e a bola entrou no ângulo esquerdo de Volpi.

O Juventude continuou melhor, tentando o gol gremista a todo momento. O grêmio só ameaçou empatar uma vez, aos 35. Após escanteio cobrado por Pavón, o zagueiro Wagner Leonardo, bem ao seu estilo, desviou de cabeça. O goleiro Gustavo deu um tapa na bola para fora, numa grande defesa.

O segundo gol saiu aos 39, quando Nenê desceu pelo lado esquerdo e cruzou alto e para trás. Luis Mandaca deu um peixinho e estufou as redes: 2 a 0.

Mas o Grêmio não se entregou e foi para o tudo ou nada. Tinha obrigado Gustavo a praticar duas boas defesas e empatou aos 51 minutos, num belo gol de bicicleta de Gustavo Martins. Mas houve muita reclamação por parte do Juventude, alegando "pé alto" em cima de Luis Mandaca.

O árbitro Anderson Daronco anotou o gol e não quis consultar o VAR, embora tivesse conversado com os seus companheiros de arbitragem pelo seu microfone. Em seguida o árbitro foi cercado pelos jogadores dos dois times e, na confusão, Gustavo Quinteros atingiu Ênio com um soco na boca.

Daronco foi ao VAR e, na volta ao campo, apontou o meio do campo para confirmar o gol e depois expulsou o técnico gremista. O defensor Reginaldo, do Juventude, também foi expulso por dar um soco em Quinteros no meio da briga. Com apenas mais dois minutos de acréscimos, o placar não mudou e o finalista acabou conhecido nas cobranças de pênaltis.

FICHA TÉCNICA:

JUVENTUDE 2 (2) X (3) 1 GRÊMIO

JUVENTUDE - Gustavo; Ewerthon (Reginaldo), Adriano Martins, Abner e Alan Ruschel; Giraldo (Ênio), Jadson e Jean Carlos (Nenê); Batalla (Giovanny), Erick Farias (Luis Mandaca) e Gabriel Taliari. Técnico: Fábio Matias.

GREMIO - Tiago Volpi; João Pedro, Jemerson, Wagner Leonardo e Lucas Esteves; Cuéllar (Camilo), Villasanti, Cristaldo (Gustavo Martins) e Monsalve (Pavón); Cristian Olivera (Edenilson) e Braithwaite (Arezo). Técnico: Gustavo Quinteros.

GOLS - Gustavo Martins, aos 21, Luis Mandaca, aos 39, e Gustavo Martins, aos 51 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Abner e Ênio (Juventude); Jemerson (Grêmio).

CARTÕES VERMELHOS - Reginaldo (Juventude); Jemerson e Gustavo Quinteros (Grêmio).

ÁRBITRO - Anderson Daronco.

RENDA - R$ 432.230,00.

PÚBLICO - 12.821 torcedores.

LOCAL - Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS).

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.