Palmeiras e São Paulo aquecem disputa da semifinal do Paulistão com conflitos fora do campo

Esporte
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Palmeiras e São Paulo se enfrentam somente na próxima segunda-feira, pela semifinal do Campeonato Paulista, mas a disputa entre as equipes já começou fora de campo. Desde a definição da data da partida, até à grama sintética do Allianz Parque - que receberá o confronto na próxima semana -, se transformaram em problemas entre as diretorias dos clubes e os jogadores das equipes.

A data da partida foi definida pela Federação Paulista de Futebol (FPF). O São Paulo se entende como prejudicado, já que, inicialmente, a data base para a disputa seria no domingo, e não optou por não participar no conselho técnico da entidade, na manhã desta segunda-feira. Será a terceira vez em cinco anos que as equipes se enfrentam no mata-mata do Paulistão.

"O São Paulo Futebol Clube entende que partidas nobres e decisivas, como as semifinais do Campeonato Paulista, devem ser disputadas nos sábados e domingos. Tal fato causa perplexidade, uma vez que as quatro agremiações de maior torcida vão disputar esta fase, nenhuma partida será realizada no sábado e tal decisão tenha sido tomada anteriormente", afirmou o clube tricolor por meio de nota.

Corinthians e Santos se enfrentarão no domingo, mas o Allianz Parque, casa do Palmeiras, receberá o show da banda de rock The Offspring no sábado, que impossibilita a utilização do estádio para a semifinal do Paulistão. A diretoria alviverde, portanto, solicitou à FPF que sua partida fosse disputada na segunda-feira, garantindo que o estádio estará em condições de receber confronto - e com capacidade máxima.

Além da data, o local da partida também se torna um problema para o São Paulo após manifestação dos jogadores contra a utilização do gramado sintético no Brasil. Lucas Moura, atacante tricolor, foi um dos líderes do movimento, ao lado de Neymar e Thiago Silva. No último confronto com o Palmeiras, foi poupado por Luis Zubeldía e começou entre os reservas.

"Já falei tudo o que tinha para falar sobre o gramado. A gente fez esse movimento, espero que algum dia dê resultado, mas agora a realidade é que ainda está aí, não tem com fugir disso. É decisão, semifinal, não tem como ficar fora", disse o atacante, após classificação diante do Novorizontino nas quartas de final. Além de Lucas, Oscar, principal reforço do São Paulo nesta temporada, também foi poupado por Zubeldía no último confronto com o São Paulo.

Nas últimas semanas, o próprio camisa 7 argumentou que, no sintético do Allianz Parque, é "praticado outro esporte". Além desse fator, atletas defendem que o campo artificial aumenta o risco de lesões - ainda que não haja um estudo que comprove a alegação. Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, afirmou, no entanto, que o sintético é pior "para as articulações".

EPISÓDIOS RECENTES

Esta não é a primeira vez, na história recente, em que Palmeiras e São Paulo entram em conflitos fora do campo. Desde 2023, quando as diretorias mantinham relações cordiais - inclusive com o empréstimo do Allianz Parque e do MorumBis para o rival -, clubes passaram a se provocar fora da disputa esportiva.

Em janeiro deste ano, Leila Pereira criticou a decisão dos clubes brasileiros em realizar partidas de pré-temporada fora do Brasil. "Fizemos a nossa pré-temporada aqui em São Paulo. Esse negócio de fazer pré-temporada no exterior é para dirigente passear, porque não tem nenhum benefício para o atleta, não tem benefício financeiro para o clube. Absolutamente nada", disse a mandatária, em evento no qual apresentou o novo patrocínio máster do Palmeiras - a Sportingbet.

O São Paulo foi um dos clubes que disputou a FC Series - antiga Florida Cup - no início deste ano, nos Estados Unidos. Além disso, na última semana, a presidente também ressaltou a receita recorde do Palmeiras em 2024 e alfinetou, mas sem citar diretamente o rival tricolor, as demais equipes. "Gostaria muito de que os clubes brasileiros tivessem a receita que o Palmeiras tem. Gostaria muito que a maioria dos clubes brasileiros tivessem a quantidade de títulos que nós temos. Eu tenho certeza que isso é um motivo de muito orgulho do torcedor do Palmeiras", afirmou a presidente.

Em 2024, Carlos Belmonte, diretor de futebol do São Paulo, também havia se envolvido em polêmica ao criticar Abel. À época, o dirigente o chamou de "português de m...", mas se desculpou posteriormente.

Antes disso, um ano antes, a diretoria do São Paulo havia se incomodado pelo tratamento que recebera no duelo com o Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro - vitória do time alviverde por 5 a 0. Na ocasião, foi reservado um pequeno espaço, próximo à zona mista, para que Dorival Júnior, então técnico tricolor, realizasse a entrevista coletiva.

No ano seguinte, agora pelo Paulistão, o São Paulo reservou um espaço semelhante, pela "reciprocidade", como argumentou o clube por meio de nota. O Palmeiras, no entanto, se recusou a utilizar o espaço e deixou o MorumBis, após empate por 1 a 1, sem que Abel Ferreira concedesse a entrevista coletiva.

"Vale ressaltar que, na última partida disputada no Allianz Parque, o São Paulo precisou realizar a entrevista coletiva em um pequeno espaço anexo à zona mista do estádio, local de passagem de muitas pessoas, que dava acesso ao vestiário dos gandulas, sem direito a fixar adequadamente o backdrop com os patrocinadores", argumentou o São Paulo à época.

PROBLEMAS NO CONDOMÍNIO

Por fim, em 2024, jogadores de São Paulo e Palmeiras protagonizaram grande confusão no Allianz Parque, ao fim do Choque-Rei vencido por 2 a 1 pelos palmeirenses no Brasileirão. No dia a dia, contudo, muitos deles convivem como vizinhos, pois moram no mesmo condomínio, localizado estrategicamente perto da Academia de Futebol e do CT da Barra Funda, centros de treinamento dos times alviverde e tricolor, respectivamente.

O fato foi até lembrado pelo meia-atacante são-paulino Wellington Rato para lamentar a briga após o apito final, que se estendeu ao túnel de acesso aos vestiários. "Todo mundo mora aqui perto, todo mundo se vê no dia a dia. Tem uns que querem fazer uma graça porque está jogando em casa, quer fazer graça para a torcida. Aí no outro dia se encontra no prédio e pode gerar uma confusão maior", comentou o jogador em entrevista à Globo.

O próprio Rato é um dos moradores do condomínio na região da Barra Funda, onde é vizinho de alguns colegas de clube, caso do técnico Luís Zubeldía, acostumado a voltar a pé do CT para casa, e do atacante Lucas Moura. Palmeirenses também vivem em peso por lá, caso de Zé Rafael, que brigou com Rodrigo Nestor no túnel do Allianz após o clássico e foi expulso via relato da súmula depois da análise das imagens internas. Além dele, o conjunto de prédios tem moradores alviverdes como Abel Ferreira, Gustavo Gómez, Estêvão e Mayke.

Em outra categoria

No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.