Conmebol cria força-tarefa contra o racismo e elege Ronaldo como um dos líderes

Esporte
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Conmebol anunciou nesta quinta-feira a criação de uma força-tarefa contra o racismo, a discriminação e a violência no futebol sul-americano, encabeçada pelo ex-jogador da seleção brasileira, Ronaldo, pela antiga secretária geral da Fifa, a senegalesa Fatma Samoura, e pelo presidente da FIFPro, o argentino Sergio Marchi. O grupo foi formado e consolidado após uma reunião na sede da entidade, em Luque, no Paraguai.

A equipe será expandida no futuro com outros nomes do continente, aliados a especialistas jurídicos, com o objetivo de, futuramente, implementar estratégias para erradicar o racismo e outras formas de preconceito no futebol local. A criação dessa força-tarefa acontece na esteira de eventos que colocaram esse tipo de crime em evidência, sendo o mais marcante os xingamentos a Luighi, do Palmeiras, em uma partida da Libertadores Sub-20 contra o Cerro Porteño.

O clube alviverde, inclusive, é um dos mais engajados na busca de punições mais severas em casos da agressão, através de sua presidente, Leila Pereira. Entre ações da dirigente, estão pedidos de exclusão do time paraguaio de competições sul-americanas, boicote ao sorteio da fase de grupos da Libertadores e até uma sugestão de filiação das equipes brasileiras à Concacaf, a confederação norte-americana.

O Palmeiras chegou a citar a Conmebol como "conivente" em casos de racismo, por conta das penalidades as quais considerou brandas após o caso com Luighi, e enviou uma carta à Fifa pedindo ações mais rigorosas. Em nota publicada em seu site oficial, a qual confirma também a participação de Ronaldo, que desistiu de concorrer à presidência da CBF, no programa, a confederação afirmou aplicar as punições "mais severas estabelecidas em nível internacional, em alinhamento com a Fifa".

Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol que foi alvo de críticas após falar que a Libertadores sem os clubes brasileiros seria como "Tarzan sem a Chita", pediu "união" durante o encontro de criação da força-tarefa contra o racismo e que deve-se focar no "futuro". "Não queremos um debate sobre o passado, mas sim discutir o futuro. Tudo o que for dito aqui é para somar e melhorar nosso esporte", disse o executivo.

Na reunião, as diretorias de Competições e Assuntos Jurídicos da confederação apresentaram protocolos e regulamentos vigentes contra o racismo, bem como exemplos concretos de aplicações de multas nos últimos anos - esse método, de sanções financeiras, o alvo de contestação por parte das instituições brasileiras nos últimos anos. Jogadores, como Ronaldo, e representantes de grêmios de atletas também estiveram presentes para darem suas opiniões sobre.

BANIMENTOS DE ESTÁDIOS A PROGRAMAS EDUCACIONAIS

Não foram especificadas quais serão as funções do ex-jogador da seleção brasileira na força-tarefa, mas algumas das futuras ações foram adiantadas pela Conmebol em sua nota oficial. Uma delas será a criação de listas de indivíduos proibidos de entrarem nos estádios. Quem for identificado em atos de racismo, não poderá frequentar qualquer torneio na América do Sul e em outras competições a nível mundial.

Os jogadores, árbitros, clubes e torcedores receberão programas educacionais, com o objetivo de promover a conscientização e prevenção desse tipo de crime no futebol. A confederação não detalhou como será feita essa implementação, e para quais torcedores será destinada - para todos ou aos flagrados em atos de preconceito.

Ainda, a Conmebol discutiu com Ronaldo e o restante dos presentes a destinação dos recursos arrecadados com as multas por casos de racismo, discriminação e violência no futebol. Esse dinheiro será destinado a projetos da entidade, que devem ser replicados em todos os dez países membros.

O Governo Federal do Brasil foi representado no encontro em Luque pelo chefe de gabinete do Ministério da Igualdade Racial, Luiz Barros, e pelo presidente da Autoridade Pública do Futebol (APFUT) no Ministério do Esporte, o ex-atacante Washington. Em nota à imprensa, os setores destacaram a participação em dois pontos: reforçar o racismo como um crime inafiançável em território brasileiro e projetar uma nova comissão.

Os parlamentares sugeriram, na reunião, criar um comitê permanente tripartite que envolva associações, jogadores e governos para tratar do tema de forma mais ampla. De acordo com Barros, esse enfrentamento deve ser feito de "maneira estruturada, com ações concretas". "Não é apenas um problema social, mas também institucional", afirmou. "É fundamental que organizações como a Conmebol adotem medidas efetivas e estruturais", completou o chefe de gabinete de Igualdade Racial.

Washington endossou a opinião do colega de governo, acrescentando que a confederação sul-americana deve dar o exemplo e mostrar autoridade. "É necessário que a Conmebol utilize sua influência e seu poder no futebol, que é um esporte tão presente na sociedade, para apresentar ações eficazes de combate ao racismo", expressou o presidente da APFUT.

Em outra categoria

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR. 

Uma pesquisa do instituto Ipsos revelou que a saúde mental é o maior motivo de preocupação entre os brasileiros quando o assunto é saúde pública. Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados citaram o tema como prioridade, superando problemas como câncer (37%), estresse (33%), abuso de drogas (26%) e obesidade (22%).

Os dados mostram ainda diferenças importantes entre grupos. Enquanto 60% das mulheres dizem se preocupar com saúde mental, entre os homens esse índice é de 44%. A preocupação também é mais forte entre os jovens da Geração Z (60%) do que entre os Boomers (40%), indicando uma mudança geracional na forma como o tema é percebido.

A pesquisa também revela desafios estruturais. Oito em cada dez brasileiros afirmam não conseguir arcar com os custos de uma boa assistência à saúde, e 57% acreditam que a qualidade dos serviços de saúde ainda pode melhorar nos próximos anos. Além disso, 70% apoiam a vacinação obrigatória e 55% temem que a obesidade aumente no país.

O levantamento reforça a necessidade de políticas públicas que priorizem a saúde mental, ao mesmo tempo em que garantam acesso mais amplo e equitativo aos serviços de saúde para a população.

A mamografia é considerada um dos métodos mais eficazes para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o tipo de câncer mais letal entre as mulheres no Brasil. Trata-se de um exame de imagem que permite identificar alterações suspeitas antes mesmo de sintomas surgirem, aumentando as chances de um tratamento bem-sucedido.

O procedimento é feito por meio de uma máquina que examina especificamente o tecido mamário. As mamas são posicionadas sobre uma bandeja de acrílico, onde ocorre uma leve compressão, necessária para obter imagens nítidas. A máquina, então, realiza radiografias utilizando doses baixas de radiação, menores do que as aplicadas em exames de outras regiões do corpo.

De acordo com o Ministério da Saúde, recomenda-se que mulheres entre 40 e 69 anos realizem o exame a cada dois anos como forma de rastreamento. Já mulheres com menos de 40 anos podem ser orientadas a fazer a mamografia caso haja histórico familiar de câncer de mama ou risco de tumores hereditários.

A importância do exame é reforçada pelo dado alarmante: somente em 2025, o Brasil deve registrar cerca de 73,6 mil novos casos da doença. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as principais armas para reduzir a mortalidade e ampliar as chances de cura.