Novo modelo de transmissão, mudanças na arbitragem e domínio paulista regem o Brasileirão 2025

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O Campeonato Brasileiro começa neste fim de semana com importantes mudanças que prometem transformar a maneira como o torcedor consome o produto futebol. A principal delas diz respeito à redistribuição dos direitos de transmissão a partir da formação dos dois blocos comerciais, LFU e Libra. Em campo, Flamengo, Palmeiras, Corinthians, Internacional, Atlético-MG e Botafogo entram como favoritos na disputa pelo título.

O novo contrato dos clubes da Série A com as emissoras pela exibição dos jogos não vai coincidir com um movimento de união das ligas para a organização do Campeonato Brasileiro a partir de 2027. A previsão é que a edição de 2026 seja a última com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como responsável pela estruturação do torneio.

A LFU firmou contrato com a Record e o YouTube para a exibição de um jogo por rodada até o fim de 2027. Os demais contratos com a Amazon (um jogo exclusivo por rodada) e o Grupo Globo perduram até 2029, mesmo período de duração do acordo da Libra com a emissora carioca, que poderá exibir até nove partidas da Série A por rodada.

A média de faturamento das equipes da Libra com os direitos de transmissão deve beirar os R$ 150 milhões, enquanto os clubes filiados à LFU tendem a receber, em média, R$ 130 milhões. Essa receita será distribuída de acordo com alguns critérios que são semelhantes nos dois blocos, mas apresentam distintos percentuais: audiência (30% na Libra, 25% na LFU), posição final no campeonato (30% na Libra e na LFU), o restante será dividido igualmente (40% na Libra, 45% na LFU).

DOMÍNIO PAULISTA

O Estado de São Paulo volta a ter seis representantes na elite do Campeonato Brasileiro, fato que não ocorria desde 2012. Entre eles, há um estreante: o Mirassol. A equipe sediada a cerca de 450 quilômetros da capital paulista foi vice-campeã da Série B de 2024. O campeão foi o Santos, que retorna ao topo com um ídolo no elenco: Neymar. Com problemas físicos, ele não estará em campo na estreia. Sua presença em todo o torneio também está em xeque, uma vez que seu contrato se encerra em junho, com somente 12 rodadas realizadas.

Melhor paulista no Nacional nos últimos anos, o Palmeiras foi vice na última temporada e terminou o ano com um gosto amargo. A equipe conta com contratações de peso para reencontrar o caminho do título e ampliar sua liderança na lista de campeões. Vitor Roque e Paulinho custaram pelo menos R$ 260 milhões aos cofres palestrinos e querem ajudar o time a chegar à sua 13ª conquista.

O Corinthians não fez grandes investimentos para esta temporada. Após assustar a torcida em 2024, o conjunto alvinegro tem time para brigar por posições melhores desde a primeira rodada e, para isso, conta com Memphis, Yuri Alberto, Rodrigo Garro e André Carrillo, que estão na graça da torcida após o título do Paulistão sobre o arquirrival.

O São Paulo, por sua vez, tem Oscar, Lucas Moura e Calleri como referências, mas também poupou gastos que fazem os torcedores tricolores suarem frio. Com Luis Zubeldía contestado, o clube do Morumbi não deve ter um Brasileirão tão tranquilo. O Red Bull Bragantino acumula decepções e é um dos cotados para lutar do princípio ao fim contra o rebaixamento.

AS FORÇAS

A equipe do Estadão preparou um ranking de forças para este Brasileirão, levando em consideração o momento vivido pelos clubes, o foco que terão na disputa do torneio, a composição de seus elencos e o histórico recente de desempenho no campeonato.

Desse modo, foram apontados como favoritos ao título as equipes que comumente estão lutando por posições no topo da tabela nas últimas edições, como Flamengo, Palmeiras e Botafogo. O clube rubro-negro, sob o comando de Filipe Luís, tem sido amplamente elogiado e conquistou todos os títulos que disputou este ano. Já o atual campeão nacional e continental vive cercado de dúvidas, perdeu seu técnico e seus principais destaques para este ano. A forças dos títulos estaduais também impulsionam Inter, Corinthians e Atlético-MG.

Disputando a Libertadores neste ano, São Paulo, Bahia e Fortaleza devem lutar pelas colocações mais altas, mas ainda são incógnitas, da mesma forma que Santos e Cruzeiro. Enquanto a equipe da Vila aposta em Neymar, o time celeste investiu alto em medalhões que não vão bem há algum tempo, casos de Dudu, Gabigol e Cássio.

Grêmio, Fluminense e Vasco, entre os grandes times do País, não têm um elenco tão farto e tiveram dificuldades em seus Estaduais. Já com Ceará, Red Bull Bragantino, Juventude, Mirassol, Vitória e Sport a tendência é que a luta contra o rebaixamento seja uma constante ao longo da temporada.

Favoritos ao título: Flamengo, Internacional, Corinthians, Palmeiras, Botafogo e Atlético-MG. Lutam por Libertadores: Bahia, Santos, São Paulo, Fortaleza e Cruzeiro. Coadjuvantes: Grêmio, Fluminense e Vasco. Lutam contra o Z-4: Ceará, Red Bull Bragantino, Juventude, Mirassol, Vitória e Sport.

MUDANÇAS NA ARBITRAGEM

Para esta temporada, a CBF promoveu uma reformulação em sua comissão de arbitragem. Com Rodrigo Cintra como coordenador, a área terá contará com nomes experimentados no setor: Luiz Flávio de Oliveira, Marcelo Van Gasse, Fabrício Vilarinho, Luis Câmara Bezerra, Eveliny Almeida e Emerson Coelho. O trabalho, porém, não vai parar por aí. Um comitê externo vai avaliar semanalmente o desempenho da arbitragem. O italiano Nicola Rizolli, o argentino Nestor Pitana, - árbitros das finais das Copas de 2014 e 2018, respectivamente - e Sandro Meira Ricci se ocuparão desta tarefa de supervisão.

Além das alterações no comando do apito, o Brasileirão 2025 terá duas importantes novidades dentro de campo. A primeira delas afetará especialmente os goleiros e foi aprovada recentemente pela International Board (Ifab) com o objetivo de impedir o retardo no reinício dos jogos, a famosa cera. Se o goleiro ultrapassar oito segundos com a bola em suas mãos, o time adversário terá um escanteio a seu favor.

Outra medida implementada pela CBF será o sistema multiball, que vigorou no Paulistão deste ano e compartilha do mesmo objetivo da primeira regra. Nas laterais do campo e linhas de fundo são espalhadas 16 bolas que ficam posicionadas sobre cones. Dessa forma, a interferência dos gandulas na sequências dos jogos cai e a reposição se dá de forma mais ágil com os atletas pegando as bolas mais próximas do local onde a partida deve ser reiniciada.

Tabela da 1ª rodada do Brasileirão 2025: veja horários e onde assistir

29/03 - 18h30 - São Paulo x Sport - SporTV e Première

29/03 - 18h30 - Cruzeiro x Mirassol - Amazon Prime Vídeo

29/03 - 18h30 - Grêmio x Atlético-MG - Première

29/03 - 18h30 - Fortaleza x Fluminense - Première

29/03 - 18h30 - Juventude x Vitória - Première

29/03 - 21h - Flamengo x Internacional - SporTV e Première

30/03 - 16h - Palmeiras x Botafogo - Globo e Première

30/03 - 18h30 - Vasco x Santos - Record, CazéTV e Première

30/03 - 20h - Bahia x Corinthians - Première

31/03 - 20h - Red Bull Bragantino x Ceará - Première

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.