Como Ancelotti empilhou taças, virou o mais vitorioso de sua era e atraiu interesse da seleção

Esporte
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Novo técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti foi anunciado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta segunda-feira. O italiano de 65 anos, reconhecido por seu trabalho vitorioso no Real Madrid, era um sonho antigo de Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, que tentava trazê-lo para a equipe nacional desde a demissão de Tite, no fim de 2022.

O contrato do comandante se inicia já nas próximas partidas das Eliminatórias, contra Equador e Paraguai, e vai até a Copa do Mundo de 2026. Segundo Ednaldo Rodrigues, ter Ancelotti como treinador "é uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio".

Um dos técnicos mais vitoriosos da história, Ancelotti iniciou sua carreira de treinador à frente do Reggiana em 1995. Uma temporada depois, assumiu o Parma por mais dois anos até chegar à Juventus, equipe pela qual conquistou seu primeiro título: a Taça Intertoto da Uefa, campeonato para clubes que não tinham se classificado para as competições europeias e que foi encerrado em 2008.

Ainda na Itália, o técnico assumiu o Milan em 2001 e permaneceu nele por cerca de oito anos. Foi no time milanês que Ancelotti começou a empilhar taças. À frente da equipe pela qual também foi jogador, o comandante venceu uma Copa da Itália, duas Ligas dos Campeões, duas Supercopas da Uefa, um Campeonato Italiano, uma Supercopa da Itália e o Mundial de 2007, em cima do Boca Juniors.

Saindo do Milan, Ancelotti foi contratado pela primeira vez por um time que não era italiano. No Chelsea, da Inglaterra, o treinador levou uma Supercopa da Inglaterra, uma Liga dos Campeões e uma Copa da Inglaterra entre 2009 e 2011. Foi demitido ao fim do Campeonato Inglês de 2011, quando foi superado pelo Manchester United na competição e amargou o vice-campeonato.

Em seguida, fez uma passagem pela França para comandar o Paris Saint-Germain. Com a equipe da capital francesa, venceu somente um título: o Campeonato Francês, na temporada de 2012/13. Depois de um ano e meio no clube, aceitou o convite do Real Madrid e mudou-se para a Espanha.

Em sua primeira passagem na equipe merengue, levou seu segundo Mundial, em 2014. Junto com ele, ganhou ainda uma Copa do Rei, uma Liga dos Campeões e uma Supercopa da Uefa. Foi só no meio de 2015 que, amargando outro vice-campeonato, foi mais uma vez demitido.

Partiu, então, para o Bayern de Munique, e atuou pela primeira vez na Alemanha. Com o clube, conseguiu duas Supercopa da Alemanha e um título nacional. Derrotado pelo antigo time, o Paris Saint-Germain, em uma partida da Liga dos Campeões, caiu. Foi comandante do Napoli e do Everton seguidamente, mas não conquistou títulos com nenhuma das duas equipes.

Em 2021, retornou ao Real Madrid com a saída de Zidane do cargo de treinador. Ali, iniciou mais uma sequência brilhante de vitórias. Ancelotti conquistou mais duas Ligas dos Campeões, uma Copa do Rei, duas Supercopa da Espanha, duas Espanhóis, duas Supercopa da Uefa e, por fim, mais dois Mundiais.

Com isso, Ancelotti tornou-se o único técnico a ganhar o maior título de todas as principais ligas europeias: Inglaterra, Itália, Espanha, França e Alemanha. É ainda o maior vencedor do mais nobre torneio europeu de clubes. Ao todo, levou a taça cinco vezes como treinador e duas vezes como jogador.

PARCERIA COM BRASILEIROS

A proximidade com jogadores brasileiros, tão necessária para o comandante da seleção, não é novidade para Ancelotti. Em toda sua carreira, de jogador a técnico, o italiano teve ao seu lado atletas do País que o ajudaram em suas várias conquistas.

O mais conhecido deles é Falcão, com quem Carlo mantém uma relação de amizade. Os dois jogaram juntos na Roma entre 1980 e 1985 e conquistaram duas Copas da Itália e um Campeonato Italiano. Também foram vice-campeões da Liga dos Campeões. "Ele é muito gente fina, muito competente e leva como poucos os jogadores. Não é à toa que é um sucesso", disse o brasileiro, mais conhecido como "Rei de Roma", em entrevista à ESPN em 2021.

Como técnico, Ancelotti fez atletas do Brasil brilharem em suas mãos. Foi sob seu comando que Kaká, então no Milan, tornou-se o melhor jogador do mundo em 2007. O meia superou Cristiano Ronaldo e Messi e levou a Bola de Ouro, da revista France Football, e o The Best, da Fifa.

Na mesma equipe, outro brasileiro foi treinado pelo italiano: o capitão do pentacampeonato da seleção, Cafu. À época, o jogador foi considerado o melhor lateral-direito não só da Europa, mas do mundo. Também Serginho, lateral, foi um de seus comandados.

Em sua primeira passagem pelo Real Madrid, o treinador também esteve com Casemiro. O volante já afirmou que Ancelotti foi um dos melhores comandantes que ele já teve em sua carreira.

Anos depois, já no Everton, Ancelotti treinou Richarlison, outro nome conhecido da seleção brasileira mais recente. Apesar de não ter conquistado títulos na equipe inglesa, o jogador diz ter vivido boa fase com o italiano. "O Ancelotti ganhou tudo na Europa", afirmou em entrevista em 2023. "Me ajudou muito no Everton, eu me sentia um fenômeno na mão dele, fazia gol sem parar. Me ajudou muito, virei parceiro e ia para casa no carro dele no fim de todo o jogo, me sentia até filho dele".

Por fim, em sua segunda passagem pelo Real Madrid, o treinador atuou com um verdadeiro batalhão canarinho. Além de Rodrygo, Éder Militão e, mais recentemente, Endrick, Ancelotti ajudou a fazer mais um brasileiro melhor do mundo: Vini Jr., que conquistou o The Best da Fifa na última temporada.

Em outra categoria

No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.