O que é a Laver Cup e por que é tão representativo João Fonseca estar na competição

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Apesar dos resultados recentes, João Fonseca continua encantando o mundo do tênis com seu estilo agressivo nos golpes e os feitos precoces. Às vésperas de Roland Garros, o tenista de apenas 18 anos recebeu um convite especial: foi convocado para defender o Time Mundo na Laver Cup, torneio ainda recente no circuito, mas que já carrega jogos e diversos nomes de peso dentro e fora de quadra.

A competição, que dura apenas três dias, será disputada entre 19 e 21 de setembro, em São Francisco, nos Estados Unidos. O brasileiro, que vive momento negativo no circuito, vindo de três derrotas seguidas, terá oportunidade preciosa para mostrar seu potencial diante de um palco mundial e na companhia da elite da modalidade.

A Laver Cup foi lançada em 2017 por Roger Federer, na companhia de outras três lendas do tênis: o sueco Bjorn Borg, o americano John McEnroe e o australiano Rod Laver, que batiza o torneio, em uma homenagem do suíço. O quarteto esteve presente no evento nas sete edições disputadas até agora.

A competição foi criada pela Team8, agência de marketing esportivo que tem Federer como um dos sócios, em parceria com as federações de tênis da Austrália e dos Estados Unidos. O CEO do torneio é o americano Tony Godsick, agente de Federer durante a maior parte de sua carreira e seu amigo pessoal.

O objetivo do evento era replicar a Ryder Cup, torneio de golfe que conta com apenas duas equipes, uma representando a Europa, e outra, os Estados Unidos. E, em cada time, os melhores de cada localização. No caso da Laver Cup, a disputas acontecem entre o Time Mundo e o Time Europa, ampliando o alcance dos atletas que podem participar do evento.

BILIONÁRIO BRASILEIRO

Em sua origem, a Laver Cup também conta com um brasileiro de peso nos bastidores. Trata-se de Jorge Paulo Lemann, acostumado a frequentar as listas de homens mais ricos do Brasil - está atualmente em terceiro, segundo a Forbes, com patrimônio estimado em US$ 17 bilhões (cerca de quase R$ 100 bilhões).

Um dos principais sócios do fundo 3G, que tem participações em gigantes como AB InBev, Burger King e Kraft Heinz, Lemann foi tenista profissional. Defendeu tanto o Brasil quanto a Suíça na Copa Davis. Em 1973, até venceu um set contra o argentino Guillermo Vilas, outra lenda do tênis. Na Suíça, onde tanto o brasileiro quanto Federer moram, não é incomum ver os dois amigos em quadra.

No Brasil, Lemann foi um dos idealizadores do Instituto Tênis, que veio a dar origem à Rede Tênis Brasil, que hoje é "casa" de Beatriz Haddad Maia no Brasil. Discreto, o empresário dá apoio informal a tenistas nacionais, como a jovem brasileira Victoria Barros, considerada uma das grandes promessas do esporte nacional.

O brasileiro também é amigo de Federer, do qual é vizinho na Suíça, onde mora. Não raro os dois batem bola juntos, apesar dos 85 anos de Lemann.

LEGADO DE FEDERER

Sucesso de público e audiência desde sua primeira edição, a Laver Cup é considerada um legado do ex-tenista suíço para o circuito profissional. Ele soube atrair as atenções do público esportivo ao protagonizar uma surpreendente e então inédita parceria com Rafael Nadal, seu grande rival, logo na primeira edição do torneio, em 2017.

Juntos, venceram na estreia da dupla e ajudaram o Time Europa a vencer o primeiro dos cinco títulos da equipe continental - a equipe mundial só levou o troféu duas vezes, em 2022 e 2023. A primeira edição tinha caráter amistoso e mais parecia uma celebração do tênis mundial, reunindo a elite da modalidade dentro de quadras e nos bastidores.

Em 2019, após esforços de Federer e Godsick, a competição foi reconhecida pela Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Passou, então, a integrar o calendário do circuito, mas sem distribuir pontos no ranking e premiação apenas para o time campeão. Além disso, o sistema de classificação para entrar no torneio ganhou regras específicas - até então a convocação se restringia a convites.

No caso de João Fonseca, ele recebeu um dos três convites que cada capitão tem direito. O brasileiro vai competir no Time Mundo, liderado pelo ex-tenista americano Andre Agassi, que não poupou elogios ao jovem carioca. Cada time conta com seis integrantes, sendo que três deles se classificam pelo ranking.

Agassi vai estrear na função neste ano, assim como o francês Yannick Noah, no comando do Time Europa. Estas funções já foram exercidas por McEnroe e Borg, respectivamente, o que mostra o prestígio do torneio.

Federer manteve os holofotes sobre o evento também ao fazer na Laver Cup sua última partida como profissional. Em 2022, ele reeditou a dupla com Nadal. Desta vez, sem sucesso. O suíço se aposentou com derrota. Mas o evento ganhou as manchetes mundiais pelo acontecimento, marcado por homenagens e lágrimas copiosas dos tenistas e dos fãs nas arquibancadas.

NOVO FORMATO

A Laver Cup atribui parte do seu sucesso ao formato de disputa e ao aspecto visual, de maior apelo aos mais jovens. As quadras são de cor preta, destacando as linhas brancas, num cenário dominado pelo tom escuro e iluminação concentrada na quadra, que ganha ares de palco.

Quanto ao formato, o evento é disputado ao longo de três dias, entre sexta-feira e domingo. Cada dia conta com quatro jogos, sendo três de simples e um de duplas. No total, serão 12 partidas: nove de simples e três de duplas. Na sexta, cada vitória rende um ponto. No sábado, serão dois. E, no domingo, cada triunfo rende três pontos ao time vencedor. Quem chegar primeiro aos 13 pontos no total, leva o troféu. Os jogos serão disputados em melhor de três sets, com match tie-break (até dez pontos) se houver empate.

Pelas regras, cada tenista deve jogar ao menos uma partida de simples na sexta e no sábado. Assim, João Fonseca disputará ao menos dois jogos em São Francisco.

O brasileiro, então, terá os holofotes do mundo do tênis para continuar brilhando no circuito, como fez no início do ano, com as vitórias no Aberto da Austrália e o título do ATP 250 de Buenos Aires, na Argentina.

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.