Como Briatore retorna à F-1 e é agente em 'caos' entre Colapinto e Oakes na Alpine

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O italiano Flavio Briatore construiu na Fórmula 1 uma carreira sólida e influente desde os anos 1990 regada a polêmicas e impulsionamento de pilotos que fariam história na categoria, como Michael Schumacher e Fernando Alonso. No entanto, o que poderia ser uma carreira recordada pelas vitórias se tornou lembrança de uma das maiores manchas do automobilismo.

Em 2005 e 2006, comandando a Renault, Briatore levou seu pupilo Fernando Alonso e a escuderia ao bicampeonato mundial. O espanhol teve uma curta e belicosa passagem pela McLaren em 2007 e retornou ao time francês em 2008. Mas ali já não estava a mesma Renault capaz de brigar por vitórias e títulos. Enquanto McLaren e Ferrari brigavam pelo topo, o time de Briatore sucumbia.

Para o Grande Prêmio de Cingapura de 2008, o primeiro a ser disputado durante a noite na Fórmula 1, Briatore e o diretor de engenharia da Renault, o britânico Pat Symonds, elaboraram uma estratégia antiética e perigosa para fazer Alonso, que largaria em 15º, subir no lugar mais alto do pódio. Eles ordenaram que o brasileiro Nelsinho Piquet, companheiro do espanhol no time francês, batesse propositalmente durante a corrida em um ponto em que a entrada do safety car fosse obrigatória e em um momento em que Alonso já tivesse feito sua parada nos boxes.

O regulamento da época indicava o fechamento do pit lane até o alinhamento dos carros atrás do safety car. Dessa forma, Alonso pôde ficar bem posicionado e quando todos partiram para os boxes, o espanhol assumiu a ponta e lá permaneceu até a bandeirada final.

Este episódio é apontado por Felipe Massa como crucial para a perda do título mundial de 2008 para Lewis Hamilton. O brasileiro entende que a prova deveria ter sido anulada, o que o levaria a somar mais pontos do que o britânico ao fim do campeonato. Massa está processando a Fórmula 1, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e o antigo chefão da categoria, Bernie Ecclestone. A ação corre na Justiça britânica e as primeiras audiências devem acontecer em outubro.

Briatore foi banido da Fórmula 1 pelo ocorrido, mas teve a decisão derrubada em uma corte francesa em 2009. Symonds também foi beneficiado por decisão semelhante após pegar uma suspensão de cinco anos. Apesar das decisões judiciais, o italiano passou anos longe dos holofotes da F-1 e só voltou a circular às claras nas últimas três temporadas.

BRIATORE É CONHECIDO POR PRESSIONAR PILOTOS

Nelsinho Piquet conta que o caso foi exposto publicamente em 2009 após a Renault ter descumprido o contrato com ele e tê-lo retirado do cockpit para dar lugar ao francês Romain Grosjean. O filho do tricampeão mundial já revelou que eram contínuas as pressões feitas por Briatore, com ameaças sobre sua continuidade na Fórmula 1: "É sua última chance."

Briatore voltou de vez à Fórmula 1 no segundo semestre de 2024. Primeiro como consultor executivo da Alpine, a Renault rebatizada com o nome da marca esportiva do grupo francês.

Uma das primeiras medidas do italiano foi aconselhar a Alpine a deixar de usar motores Renault. A escuderia passará a ser cliente da Mercedes em 2026 para aumentar sua competitividade.

Também em 2024, emergiu o nome de Franco Colapinto como uma das promessas do automobilismo. O argentino conquistou rapidamente as redes sociais ao assumir o posto de piloto da Williams e conseguiu resultados satisfatórios. Mesmo assim, ele não conseguiu um lugar de titular no time inglês para 2025.

A Alpine já havia estabelecido sua dupla de pilotos para esta temporada, com o francês Pierre Gasly e o australiano Jack Doohan, filho do multicampeão da MotoGP Mick Doohan e promovido da Fórmula 2.

Porém, uma movimentação pouco comum chamou a atenção. A Alpine fez um acordo com a Williams para que Colapinto fosse cedido aos franceses para ser piloto reserva. Não é frequente a contratação de reservas que têm contrato em vigor com outras escuderias.

Essa decisão gerou burburinhos e não demorou muito para que a história que circulava no paddock se tornasse real. Após seis corridas em 2025, Doohan foi substituído por Colapinto, que estreia no GP de Ímola e terá cinco corridas para mostrar serviço.

Em paralelo, o chefão da Alpine, Oliver Oakes, anunciou sua saída do cargo, que passa a ser ocupado interinamente por... Flávio Briatore.

O abandono de Oakes do cargo não teria sido motivado pela mudança repentina na dupla de pilotos, mas pela prisão de seu irmão, William, na Inglaterra, por um crime financeiro. Não há detalhes sobre quais seriam essas contravenções.

Os irmãos Oakes assumiram o comando da equipe da F-2 e F-3 Hitech após a invasão da Rússia à Ucrânia. Antes o time era comandado pela família russa Mazepin, que já teve o piloto Nikita na F-1.

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.