Ancelotti revela como vai reerguer o Brasil e diz que seleção não terá uma única identidade

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Sem ganhar uma Copa do Mundo desde 2002, o Brasil voltará ser vencedor, na visão de Carlo Ancelotti, com "atitude, compromissos e sacrifício de todos". Essa é síntese da estratégia que vai implementar o renomado treinador italiano para reerguer a seleção mais vitoriosa do mundo.

"É tentar colocar em pouco tempo toda a qualidade que nós temos", começou a dizer Ancelotti nesta segunda-feira em sua primeira entrevista após escolher 25 atletas para os duelos com Equador e Paraguai, em junho. "Primeiro é se classificar e depois se preparar para o Mundial. Qualidade nós temos. Eu tenho muita confiança de que podemos nos sair bem e construir um time que possa competir contra qualquer um".

O italiano de 65 anos respondeu pouco sobre atletas específicos e mais a respeito de como fará funcionar uma seleção que tem talentos importantes, mas não conseguiu deslanchar nas Eliminatórias e nunca chegou perto da líder Argentina, já classificada à Copa do Mundo de 2026.

O técnico rejeitou que, sob seu comando, o Brasil terá uma identidade clara. Sua explicação é simples: há muitas maneiras de jogar, respondeu ele quando questionado se a equipe nacional vai propor o jogo ou não.

"Propositivo ou reativo? É interessante. Acho que, no futebol, não pode se fazer uma única leitura. Tem que ser futebol propositivo em alguns jogos e reativo em outros. Não gosto de time que eu treine e tenha uma identidade, significa que você só é capaz de fazer uma coisa. Se quer ter sucesso, precisa fazer muitas coisas bem. Existem muitas coisas para ter sucesso. Por isso, eu não quero ter uma identidade clara."

Multicampeão em sua trajetória de 30 anos como técnico, Ancelotti afirmou não ter uma única estratégica de jogo. O sistema tático depende do elenco que tem em mãos, seja em clubes ou seleção. Vitorioso em times de diferentes países, o técnico terá sua primeira experiência no comando de uma seleção.

"Sei que o sistema tem que depender das características dos jogadores que você tem para fazer com que o jogador, quando estiver no campo, se sinta confortável. Essa é a ideia que eu quero ter aqui também, aproveitar da enorme qualidade que este país tem com estes jogadores e trabalhar para que toda essa qualidade possa se agrupar com um único objetivo, que é ganhar a Copa do Mundo".

Ancelotti repetiu, durante a coletiva, que não falta qualidade na atual geração brasileira, dos mais jovens aos experientes, e que jogadores como Endrick, fora da lista por causa de lesão, ainda vão evoluir. "O futebol hoje é mais exigente do que quando eu comecei, por exemplo. Agora se exige dos jovens principalmente os grandes clubes que eles sejam espertos para jogar no nível máximo. Tem que estar preparado para fazer isso".

Ele reforçou não olhar a idade para convocar, mas sim "o passaporte" e os atributos, quando perguntado sobre a ideia de unir jovens e veteranos. "Casemiro está aqui, porque ele merece estar aqui pelas suas qualidades. Entre as qualidades, estão experiência, conhecimento, liderança. Não significa que está este porque é jovem. O Estevão está aqui porque tem qualidade", explicou.

"Logicamente a conexão com jovens traz entusiasmo, motivação e vontade. Experiência traz conhecimento, leitura das situações, liderança. Em um time, tudo isso tem que se juntar. O Estevão pode ajudar o Casemiro com o seu entusiasmo. O Casemiro pode ajudar o Estevão na atitude, no compromisso. Sempre é uma questão de conexão", acrescentou.

O italiano também teve de responder sobre a conhecida falta de conexão dos torcedores com a seleção brasileira, um problema frequentemente abordado nas entrevistas de todos os técnicos recentes do Brasil.

"Não tenho dúvida do que esperam de mim. O conhecimento que eu tenho de futebol, pelo tempo e experiência que eu tenho, esperam que eu faça um bom trabalho. Eu posso ajudar a seleção e me conectar à seleção", acredita ele. "É um aspecto importante para a CBF, para os jogadores, para o time. É importante ter o apoio e a ajuda de um país".

Ancelotti irá estrear contra o Equador no dia 5 de junho, no Monumental de Guayaquil, às 20h (de Brasília). O duelo seguinte é diante do Paraguai, dia 10, na Neo Química Arena, em São Paulo, às 21h45 (de Brasília). O Brasil tem 21 pontos e é o quarto colocado das Eliminatórias.

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.