SP Open promete tenista estrela internacional e garante legado para o Parque Villa-Lobos

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Lançado oficialmente nesta terça-feira, o SP Open quer trazer pelo menos um "grande nome internacional" para sua primeira edição, a ser realizada em setembro deste ano, no Parque Villa-Lobos. A "estrela", contudo, só deve ser conhecida um mês antes do evento, marcado para começar no dia 6 na capital paulista. Beatriz Haddad Maia, uma das maiores tenistas da história do País, já é nome certo na chave principal.

"Estamos em conversa com algumas atletas, de seis a quatro, para podermos trazer pelo menos um grande nome internacional para poder agregar esse line-up de jogadoras", afirma Luiz Carvalho, diretor do torneio, que será de nível WTA 250. Ele evita citar nomes, mas indica que o Top 50 do ranking conta com tenistas de destaque que até já ganharam torneios de Grand Slam, caso da japonesa Naomi Osaka, atual 49ª do mundo.

Lui, como é mais conhecido, lembra que a Associação do Tênis Feminino, a WTA, conta com regras que restringem a participação de atletas do Top 10 em torneios menores, como é o SP Open. "O desafio é ver os nomes disponíveis, pelo ranking, para que possamos trabalhar em cima do que é possível para nós, que somos um torneio de nível WTA 250. Estamos focando mais nas brasileiras porque o torneio será uma plataforma para elas poderem despontar para o tênis mundial."

Pelas regras da WTA, os eventos 1000 e 500 prevalecem sobre os de nível 250. Na prática, as tenistas do topo do ranking devem priorizar as competições com mais pontos em disputa. Isso acontece porque, ao longo do calendário, diversos torneios, de níveis diferentes, são disputados nas mesmas semanas.

Este é o caso do SP Open, a ser realizado entre os dias 8 e 14 de setembro. Na semana do torneio brasileiro, o calendário do circuito prevê também a disputa de um WTA 500 em Guadalajara, no México. E esta competição mexicana, também em quadra dura, deve concentrar a maior parte das principais tenistas do mundo, ao menos em tese - as duas competições acontecem logo após o US Open, um Grand Slam, que costuma ser mais desgastante. Geralmente, muitos tenistas optam por descansar depois de competições deste porte.

SEM TOP 10

Em resumo, as regras da WTA farão com que as tenistas do Top 10 do ranking, como a belarussa Aryna Sabalenka e a polonesa Iga Swiatek, optem por jogar em Guadalajara. "O processo de escolha das atletas internacionais é um pouco complexo porque elas não podem estar no Top 10 do ranking no deadline, na data da definição da chave, 30 dias antes do início do evento", explica Lui.

"É preciso fazer um estudo sobre quem são as tenistas possíveis e ficar acompanhando. A sorte seria contratar uma tenista e ela virar a número 11 do mundo. Começamos a conversar agora, mas só fechamos mais para a frente quando tivermos a certeza de que ela não estará no Top 10", completa.

Entre as brasileiras, a única garantida na chave principal é Bia Haddad, por sua boa posição no ranking: é a atual 23ª. As demais podem entrar por convites, tanto na chave principal quanto no qualifying. Mas o diretor do torneio mantém a cautela. "Convites não estão confirmados nem na chave principal e nem no qualifying. Vamos esperar para ver quem estará pronta para a chave", afirma, em referência às juvenis Naná Silva e Victoria Barros.

"No caso das meninas, a Naná e a Victoria ainda são muito jovens. Ainda estamos conversando com os técnicos e suas equipes para ver quem poderia jogar na chave principal, se isso fizer sentido para elas, claro", explica Lui. Há o temor de "queimar" as jovens atletas em caso de jogos muito complicados logo na estreia numa eventual chave principal. "Queremos que elas tenham uma boa experiência aqui."

REFORMAS NO PARQUE VILLA-LOBOS

O torneio, que vai encerrar um jejum de 25 anos sem eventos deste nível em São Paulo, será disputado nas quadras duras do Parque Villa-Lobos. A organização usará seis das sete quadras do parque público para jogos e treinos. Uma estrutura, semelhante a do Rio Open no Jockey Club Brasileiro, será montada no local, formando um complexo, com entradas e saídas, com cobrança de ingressos.

A expectativa é de que o complexo receba até 5 mil pessoas por dia entre segunda e quinta-feira, na semana do evento. No total, a organização estima alcançar 30 mil pessoas ao longo da semana. "O sistema será parecido com o Rio Open: de segunda a quinta-feira, serão duas sessões de entrada. Sexta, sábado e domingo terão sessão única. De segunda a quinta, poderemos colocar 5 mil pessoas no complexo. E, entre sexta e domingo, vamos ver ainda", conta o diretor do evento.

A quadra central terá capacidade para receber 2.500 fãs de tênis. O evento terá mais duas quadras, menores, para também receber jogos. E outras três somente para os treinos das jogadoras. Para tanto, todas serão reformadas para o SP Open, que tem um compromisso com o parque.

"Faz parte do nosso acordo com o parque deixar como legado todas as quadras de tênis reformadas. Vamos reformar as sete quadras que existem, embora usaremos apenas seis delas. E não será apenas o piso. Vamos trocar alambrado, iluminação, etc. Tem todo um trabalho sendo feito para que vire uma ferramenta legal para o nosso esporte, até porque temos poucas quadras de tênis públicas em São paulo e no Brasil", afirma Lui.

INGRESSOS

Ainda não há data para o início da venda dos ingressos. Mas a organização garante que a comercialização começará ainda neste mês, na segunda quinzena. "Esperamos que os ingressos se esgotem rapidamente por causa da demanda por tênis no Brasil", diz o diretor do torneio, que também é o responsável pelo Rio Open.

O SP Open terá 32 tenistas na chave principal, 24 no qualifying e 16 duplas no Villa-Lobos, parque acostumado a receber eventos de tênis de menor porte nas últimas décadas. O qualifying será disputado nos dias 6 e 7 de setembro e a chave principal, entre 8 e 14.

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.