Lesão grave, academia de Tsonga e polêmica do desodorante: conheça a sensação de Roland Garros

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Lois Boisson protagoniza a história mais incrível desta edição de Roland Garros. A tenista da casa vive um "conto de fadas" em Paris por derrubar favoritas e alcançar a semifinal apesar de ocupar a distante 361ª posição no ranking mundial. Até estrear numa chave principal de Roland Garros, na semana passada, ela tinha apenas uma vitória em nível WTA. Aos 22 anos, a filha de um ex-jogador profissional de basquete já sofreu uma grave lesão no joelho e viveu uma inesperada polêmica sobre um desodorante um mês antes de jogar no Grand Slam francês.

Boisson é considerada uma das maiores promessas do tênis francês dos últimos anos. Ela tinha tudo para fazer sua estreia em torneios de Grand Slam na temporada passada, justamente em Roland Garros. O plano, contudo, veio abaixo quando ela sofreu uma grave lesão no joelho esquerdo uma semana antes da estreia em Paris.

Uma ruptura do ligamento cruzado anterior freou a ascensão da jovem francesa. Ela precisou ser operada e se afastou das quadras por nove meses. Na ocasião, era a 152ª do mundo e disputaria o qualifying, a fase preliminar, com favoritismo para entrar na chave principal. Longe dos torneios, ela despencou no ranking e precisou de um convite para jogar neste ano em Paris.

A entrada direta na chave principal se mostrou uma das escolhas mais acertadas da organização do torneio francês. Boisson não sentiu a pressão de estrear logo diante da torcida francesa em Grand Slams e soma cinco vitórias, três delas sobre cabeças de chave. As últimas duas aconteceram sobre rivais do Top 10 do ranking: a americana Jessica Pegula e a russa Mirra Andreeva, atuais número três e seis do mundo, respectivamente. Até sua estreia em Roland Garros, Boisson nunca tinha sequer enfrentado uma adversária do Top 50.

O triunfo sobre Andreeva, nesta quarta-feira, fez a francesa alcançar diversos feitos. Ela se tornou apenas a terceira tenista a alcançar a semifinal logo em sua estreia em Majors desde 1980. Antes dela, obtiveram esse feito as americanas Monica Seles, em 1989, e Jennifer Capriati, em 1990.

Boisson também se torna a mais jovem francesa semifinalista em todos os Grand Slams desde 1999 (a última foi Amelie Mauresmo, campeã em Wimbledon em 1999 e atual diretora de Roland Garros) e a primeira local nesta fase do torneio francês desde 2011 - a última foi Marion Bartoli.

A própria francesa dará um salto no ranking com esta grande campanha no Grand Slam francês: ela passará do atual 361º posto para o 65º lugar. Boisson poderá subir até mais, se continuar avançando na chave. Na semifinal, ela vai medir forças contra a americana Coco Gauff, vice-líder do ranking.

A sensação de Roland Garros iniciou sua campanha em Paris como a 24ª melhor francesa do ranking. E deixará o torneio como a número 1 do país europeu. Outro número que mostra a surpreendente ascensão da francesa no segundo Grand Slam do ano vai aparecer em sua conta bancária. Até a estreia em Paris, ela tinha apenas 148 mil euros (cerca de R$ 954 mil) em premiação. Somente na competição francesa ela vai embolsar, até agora, 690 mil euros (R$ 4,4 milhões).

FILHA DE JOGADOR DE BASQUETE

Boisson tem o esporte no DNA. Seu pai, Yann Boisson, foi jogador profissional de basquete nas décadas de 80 e 90. Ele defendeu clubes nacionais como Basket CRO Lyon e ASVEL Lyon-Villeurbanne.

Após encerrar sua carreira de atleta, ele atuou como dirigente esportivo. Foi gerente-geral do Jeanne d'Arc Dijon Basket e se tornou diretor do AS Monaco em 2014.

Nascida na cidade de Dijon, a filha do ex-jogador de basquete iniciou sua trajetória no tênis no Clube de Ténis de Beaulieu e deu sequência ao seu desenvolvimento no esporte na All In Tennis Academy, fundada pelo ex-tenista Jo-Wilfried Tsonga em Lyon. O francês chegou a ser número cinco do mundo na década passada.

POLÊMICA DO DESODORANTE

A nova sensação do tênis francês virou notícia antes de brilhar em Roland Garros. Há cerca de um mês e meio, um vídeo envolvendo Boisson viralizou nas redes sociais. Ela foi criticada pela adversária britânica Harriet Dart durante partida no WTA 250 de Rouen, na França, no evento em que a francesa voltava ao circuito após meses de recuperação pós-cirurgia.

No vídeo, Dart faz uma crítica inesperada à rival para a juíza da partida. "Você pode dizer a ela para usar desodorante?", questionou a britânica. "Por causa do cheiro. Você pode dizer a ela para usar desodorante? Ela está cheirando muito mal."

A situação causou constrangimento até para a árbitra de cadeira, a argentina Yamila Halle, aparentemente sem reação diante da reclamação incomum. Boisson, que venceu por 6/0 e 6/3, não respondeu à rival durante a partida. Mas devolveu a provocação em um post bem-humorado nas redes sociais.

Em sua conta no Instagram, a francesa publicou uma montagem simples em que um tubo de desodorante Dove aparece sobre sua mão numa foto sua em quadra, no mesmo torneio. "Aparentemente precisamos de uma collab", escreveu Boisson ao citar o arroba da marca de desodorante, que repostou a imagem no mesmo tom: "Cheira a confiança".

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.