Imane Khelif desiste de Copa do Mundo de boxe após cobrança de teste de gênero

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Campeã olímpica em Paris-2024, a argelina Imane Khelif desistiu de disputar a Copa do Mundo de boxe, em Eindhoven. A atleta, alvo de polêmica durante os Jogos Olímpicos, não se inscreveu a tempo de competir na Holanda. Uma semana antes, a World Boxing havia anunciado testes obrigatórios de gênero para todos os boxeadores.

"A decisão de excluir Imane não é nossa. Lamentamos isso", disse o diretor de mídia da competição, Dirk Renders, em entrevista à agência Associated Press.

Khelif pretendia retornar às competições internacionais em Eindhoven neste fim de semana, antes que a World Boxing anunciasse sua nova política de testes de sexo na última sexta-feira. O órgão regulador mencionou especificamente a atleta de 26 anos, argumentando que ela teria que aprovada no exame para lutar em qualquer evento futuro, incluindo a Copa do Mundo, em Eindhoven.

A decisão polêmica gerou repercussão até mesmo fora do mundo esportivo. O prefeito de Eindhoven, Jeroen Dijsselbloem, criticou o anúncio da World Boxing. "No que nos diz respeito, todos os atletas são bem-vindos a Eindhoven. Excluir atletas com base em 'testes de gênero' controversos certamente não se encaixa nisso", escreveu Dijsselbloem em uma carta endereçada à Federação Holandesa de Boxe e à Federação Internacional de Boxe. "Estamos expressando nossa desaprovação a essa decisão hoje e pedimos à organização que admita Imane Khelif, afinal."

Khelif conquistou a medalha de ouro na Olimpíada de Paris-2024 em meio a um escrutínio internacional sobre ela e Lin Yu-ting, de Taiwan, outra medalhista de ouro. O órgão regulador anterior do boxe olímpico, a Associação Internacional de Boxe (IBA), dominada pela Rússia, desclassificou as duas lutadoras do Mundial de 2023, alegando que elas não passaram em testes de elegibilidade.

Mas a IBA foi banida por décadas de irregularidades e controvérsias. O Comitê Olímpico Internacional (COI) organizou os dois últimos torneios olímpicos de boxe em seu lugar e aplicou as regras de elegibilidade de sexo usadas nas Olimpíadas anteriores. Khelif e Lin eram elegíveis para competir sob esses padrões.

Desde então, a World Boxing foi provisoriamente aprovada como organizadora do boxe nos Jogos de Los Angeles-2028 e tem enfrentado pressão de boxeadores e suas federações para criar padrões de elegibilidade de sexo. Seu presidente, Boris van der Vorst, pediu desculpas depois que Khelif foi destacada no anúncio do órgão regulador na semana passada.

Khelif planejava defender sua medalha de ouro no peso meio-médio nos Jogos de Los Angeles, mas alguns boxeadores e suas federações já se manifestaram contra sua inclusão. A argelina conquistou o ouro no evento de Eindhoven no ano passado, derrotando a australiana Marissa Williamson-Pohlman na final - em uma preparação para a Olimpíada de Paris-2024.

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Uma pesquisa do instituto Ipsos revelou que a saúde mental é o maior motivo de preocupação entre os brasileiros quando o assunto é saúde pública. Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados citaram o tema como prioridade, superando problemas como câncer (37%), estresse (33%), abuso de drogas (26%) e obesidade (22%).

Os dados mostram ainda diferenças importantes entre grupos. Enquanto 60% das mulheres dizem se preocupar com saúde mental, entre os homens esse índice é de 44%. A preocupação também é mais forte entre os jovens da Geração Z (60%) do que entre os Boomers (40%), indicando uma mudança geracional na forma como o tema é percebido.

A pesquisa também revela desafios estruturais. Oito em cada dez brasileiros afirmam não conseguir arcar com os custos de uma boa assistência à saúde, e 57% acreditam que a qualidade dos serviços de saúde ainda pode melhorar nos próximos anos. Além disso, 70% apoiam a vacinação obrigatória e 55% temem que a obesidade aumente no país.

O levantamento reforça a necessidade de políticas públicas que priorizem a saúde mental, ao mesmo tempo em que garantam acesso mais amplo e equitativo aos serviços de saúde para a população.

A mamografia é considerada um dos métodos mais eficazes para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o tipo de câncer mais letal entre as mulheres no Brasil. Trata-se de um exame de imagem que permite identificar alterações suspeitas antes mesmo de sintomas surgirem, aumentando as chances de um tratamento bem-sucedido.

O procedimento é feito por meio de uma máquina que examina especificamente o tecido mamário. As mamas são posicionadas sobre uma bandeja de acrílico, onde ocorre uma leve compressão, necessária para obter imagens nítidas. A máquina, então, realiza radiografias utilizando doses baixas de radiação, menores do que as aplicadas em exames de outras regiões do corpo.

De acordo com o Ministério da Saúde, recomenda-se que mulheres entre 40 e 69 anos realizem o exame a cada dois anos como forma de rastreamento. Já mulheres com menos de 40 anos podem ser orientadas a fazer a mamografia caso haja histórico familiar de câncer de mama ou risco de tumores hereditários.

A importância do exame é reforçada pelo dado alarmante: somente em 2025, o Brasil deve registrar cerca de 73,6 mil novos casos da doença. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as principais armas para reduzir a mortalidade e ampliar as chances de cura.

Com a chegada da primavera, o cenário de flores coloridas e temperaturas mais amenas também traz um alerta: a estação é marcada pelo aumento de alergias e doenças virais. O pólen liberado pelas flores, somado ao clima mais seco, cria condições favoráveis para a proliferação de vírus e o agravamento de problemas respiratórios e infecciosos.

Entre as doenças mais comuns nessa época do ano estão a asma, rinite alérgica, conjuntivite e outras reações alérgicas, além de enfermidades virais como catapora, sarampo, rubéola e caxumba. Crianças costumam ser mais vulneráveis, o que reforça a importância de manter a carteira de vacinação atualizada.

Médicos orientam que, para reduzir os riscos, é essencial manter hábitos de prevenção, como hidratar-se bem, evitar ambientes com poeira acumulada, lavar sempre as mãos e reforçar o uso de máscaras em locais com maior concentração de pólen ou aglomerações. Em casos de sintomas persistentes — como crises de tosse, dificuldade para respirar, coceira nos olhos e manchas na pele — a recomendação é procurar atendimento médico.

A primavera, portanto, exige atenção redobrada com a saúde, principalmente de crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Mais do que apreciar a beleza da estação, é preciso cuidar para que o florescer das plantas não seja acompanhado pelo florescer de problemas de saúde.