Alcaraz salva 3 match points e leva o bi em Roland Garros na final mais longa da história

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Campeão em Roland Garros em 2024, encerrando um longo reinado da dupla Novak Djokovic e Rafael Nadal, Carlos Alcaraz repetiu o feito nesta neste domingo e faturou o bicampeonato com uma vitória por 3 sets a 2, após sair atrás por 2 a 0, com parciais de 4/6, 6/7 (4/7), 6/4, 7/6 (7/3) e 7/6 (10/2), em uma dura batalha de 5h29, em Paris.

Esta foi a final mais longa da história de Roland Garros, superando as 4h42 do duelo entre o sueco Mats Wilander e o argentino Guillermo Vilas, em 1982. Em 2024, o espanhol precisou de 4h19 - agora a terceira mais longa - para derrotar Alexander Zverev e faturar seu primeiro título no Grand Slam parisiense.

Alcaraz conquistou, assim, seu 20º título de nível ATP , somando sua quinta conquista de Grand Slams - além das duas conquistas de Roland Garros, também já faturou Wimbledon, duas vezes, e o US Open. De quebra, ele ampliou sua vantagem nos confrontos diretos contra Sinner para oito vitórias e quatro derrotas, batendo o rival nos cinco últimos confrontos.

Com o resultado no saibro francês, o espanhol de 22 anos, que impôs as duas derrotas nas 21 partidas disputadas pelo italiano neste ano, vai reduzir a vantagem do rival na liderança no ranking da ATP, nesta segunda-feira, para 2.030 pontos, ameaçando a hegemonia de Sinner, que completou, também neste domingo, um ano como o principal tenista da atualidade.

A aguardada primeira final de Grand Slam entre os dois melhores do ranking começou equilibrada, em um game de 12 minutos, com Sinner pressionado e salvando três break points antes de confirmar seu serviço. Na sequência, Alcaraz igualou o placar e viu o italiano salvar mais dois break points no terceiro game.

Mais agressivo no combate e subindo mais à rede, Alcaraz, enfim, aproveitou a chance de quebra para fazer 3 a 2 na quadra Philippe-Chatrier, mas levou o troco no game seguinte. Sinner passou a se soltar mais, subiu de produção e aproveitou erros de saque do espanhol no décimo game para quebrar o serviço do rival e fechar a primeira parcial em 6/4.

Após recuperar seu jogo de alto nível, Sinner embalou no segundo set, quebrou o serviço de Alcaraz logo no segundo game e, na sequência, abriu uma vantagem de 3/0, com 70% de aproveitamento no primeiro serviço. O número 1 do mundo administrou a vantagem até o nono game, quando o número 2 do mundo cresceu na partida, quebrou o saque do italiano e, em seguida, igualou o set por 5 a 5 com uma paralela.

Com o empate em seis games para cada lado, o set foi definido no tie-break. Sinner novamente demonstrou mais eficiência em momentos decisivos e abriu 6 a 2, jogando a pressão de quatro set points sobre o espanhol, que não resistiu e saiu derrotado por 6 a 4.

No início do terceiro set, Sinner quebrou o serviço de Alcaraz de cara, porém, o espanhol recuperou a confiança, encontrou espaços para seus golpes curtos e certeiros - foram 14 winners a 7 -, quebrou duas vezes o saque do italiano e virou o placar para 4 a 1. O italiano se recuperou no nono game, derrubando o serviço do rival, mas o número 2 se impôs no game seguinte e fechou em 6/4 - foi o primeiro set perdido por Sinner no torneio.

O quarto set foi marcado pelo equilíbrio. Concentrados e quase sem erros de saque, os dois tenistas confirmaram seus serviços na primeira metade da parcial - 3 a 3 - até o jogo ganhar contornos dramáticos. Sinner abriu 40 a 0 no sétimo game e superou Alcaraz logo no primeiro break point, abrindo 5 a 3 na sequência.

O líder do ranking ainda teve três match points para fechar o jogo em 6/3 e levantar a taça, mas permitiu a reação do espanhol, que buscou a virada e, depois, quebrou o serviço de Sinner, com boa defesa e ótimos voleios, para igualar o set em 5/5. Com o empate por 6 a 6, o jogo foi novamente para o tie-break. Desta vez, no entanto, prevaleceram os aces de Alcaraz, que venceu por 7/3 e igualou o duelo em dois sets para cada lado.

Empurrado pela torcida, o número 2 do mundo manteve o embalo da parcial anterior e quebrou o serviço de Sinner, que aparentava desgaste físico, logo no início do quinto e decisivo set. Sem a mesma potência nas devoluções de direita e com a confiança abalada, o italiano tentou reagir no quarto game, mas desperdiçou break points, e Alcaraz abriu 3/1.

Sinner, então, mostrou por que é o melhor do mundo. O italiano voltou para o jogo e, quando Alcaraz sacava pelo título, quebrou o serviço do adversário para igualar o set em 5/5 e passar à frente com uma paralela. No terceiro tie-break do jogo, após outro 6/6, o vice-líder do ranking foi arrasador, abrindo 7 a 0, levou a melhor por 10/2 para fechar o jogo e, enfim, comemorar a conquista.

DUPLAS FEMININAS

Depois de ficarem com o vice em 2024, as medalhistas de ouro olímpicas Sara Errani e Jasmine Paolini conquistaram, neste domingo, o título de duplas femininas de Roland Garros pela primeira vez. A dupla italiana, segunda cabeça de chave, derrotou Anna Danilina e Aleksandra Krunic por 2 sets a 1, parciais de 6/4, 2/6 e 6/1.

Este foi o segundo título de duplas de Errani no torneio francês. A tenista de 38 anos já havia vencido ao lado de Roberta Vinci, com quem faturou também o US Open, Wimbledon e o Aberto da Austrália.

"Você tenta se concentrar todos os dias, e talvez não esteja curtindo 100% o que está acontecendo, porque não consegue parar e sentir. Mas agora, eu sinto isso e estou tentando perceber que o que estamos fazendo é tão grandioso. Ganhar um Grand Slam é a melhor coisa do mundo", disse Errani.

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.