João Fonseca perde de 'gigante' chileno e é eliminado na 3ª rodada em Wimbledon

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João Fonseca se despediu de Wimbledon nesta sexta-feira. O brasileiro de 18 anos até resistiu, mas não conseguiu conter o ímpeto ofensivo do "gigante" Nicolas Jarry e foi superado por 3 sets a 1, com parciais de 6/3, 6/4, 3/6 e 7/6 (7/4), pela terceira rodada. O chileno de 2,01 metros de altura se impôs em quadra com seu forte saque e eficiente jogo de rede e praticamente não deu chances ao estreante carioca no Grand Slam britânico.

Aos 29 anos, Jarry usou toda sua experiência no circuito e também na grama, onde seu estilo de jogo é favorecido, para controlar o confronto desde o início. O chileno, que é o atual 143º do mundo, mas já foi o 16º, fez uma partida quase perfeita tanto no aspecto técnico quanto no tático para eliminar o brasileiro. Foram 24 aces e 52 bolas vencedoras, contra 8 e 29 de Fonseca, respectivamente.

Apesar do domínio do ex-Top 20, o carioca mostrou resistência e esboçou reação ao levar o terceiro set. A longa partida, com duração de 3h08min, contou com dois atendimentos médicos ao brasileiro, no início do terceiro set e na reta final do quarto. O brasileiro reclamou de dores no pé direito e na coxa direita. Porém, não indicou que os problemas físicos foram decisivos para o resultado da partida.

Ele buscava a primeira vitória de um brasileiro contra um chileno em Wimbledon na Era Aberta, iniciada em 1968. Agora os vizinhos sul-americanos somam quatro triunfos em quatro jogos contra tenistas do Brasil em Londres. Nas oitavas de final, Jarry vai enfrentar o local Cameron Norrie (61º).

Apesar da eliminação, Fonseca deixa Wimbledon com uma grande campanha, a melhor do Brasil em simples masculino em 25 anos. O jovem carioca fez sua primeira participação na chave principal do torneio mais tradicional do mundo, mostrando rápida adaptação ao estilo rápido da grama e características que poderão dar frutos em Wimbledon nas próximas temporadas.

A boa trajetória no Grand Slam britânico deve colocar o brasileiro no Top 50 na próxima atualização do ranking, ao fim da competição. Atual 54º do mundo, ele aparece temporariamente no 47º posto, o que pode mudar até o último dia de Wimbledon.

Jogando na quadra 2, a terceira maior do complexo de All England Club, Fonseca fez um duelo de saques com Jarry no primeiro set, como era esperado. O chileno oscilou menos e impôs a primeira quebra de saque do jogo no oitavo game, quando o brasileiro mostrou dificuldades com o primeiro serviço. Jarry fechou o set com um fenomenal aproveitamento de 90% dos pontos quando jogou com o primeiro saque.

A segunda parcial começou com uma nova quebra do chileno. Aparentando certo abatimento após o revés no set inicial, Fonseca caiu de produção e não conseguia conter o ímpeto agressivo do rival chileno, cada vez mais eficiente no saque. O brasileiro tentou variações, com slice e deixadinhas. Até mesmo no seu posicionamento para receber o saque.

Jarry, contudo, era eficiente em todos os fundamentos, apesar das dificuldades criadas pelo vento ao longo do segundo set. Quando não resolvia no saque, o chileno buscava o backhand do Fonseca e aproveitava vacilos do brasileiro no golpe. Além disso, era quase imbatível em suas subidas à rede. Sem dificuldades, abriu 2 sets a 0.

A terceira parcial começou com uma preocupação do lado brasileiro. Fonseca recebeu atendimento médico no pé direito, com um desconforto aparentemente entre o calcanhar e o tornozelo. A pausa no jogo pode ter desconcentrado Jarry, que sofreu sua primeira quebra de saque no jogo logo na sequência, com direito a uma dupla falta.

Fonseca abriu 4/1, respirou na partida e começou a jogar mais solto. Apostando mais nas cruzadas, em detrimento das bolas paralelas, fechou o set e forçou a disputa da quarta parcial.

O novo set foi o mais equilibrado do confronto. O brasileiro começou a pegar o tempo de bola do saque do chileno, que passou a ceder seguidos break points. Pressionado, Jarry cometia mais erros. O número de aces caía, surgiam as primeiras duplas faltas. Do outro lado, Fonseca fechava seus games de saque com mais tranquilidade.

Antes do 10º game, o carioca voltou a receber atendimento médico em quadra. Desta vez, em razão de dores no músculo posterior da coxa direita. O set acabou sendo decidido no tie-break, também parelho, mas com ligeira superioridade de Jarry, que selou a vitória.

VITÓRIAS DO BRASIL NAS DUPLAS

O dia foi de vitórias para os brasileiros nas duplas. No masculino, Marcelo Melo e Rafael Matos avançaram às oitavas ao vencerem o croata Nikola Mektic e o neozelandês Michael Venus, cabeças de chave número oito, por 2 a 1, com parciais de 7/6 (7/3), 5/7 e 7/6 (10/6).

Os próximos adversários serão o austríaco Alexander Erler e o alemão Constantin Frantzen. Trata-se da 18ª participação de Melo na chave de duplas em Londres.

Em duelo com brasileiros dos dois lados da rede, Marcelo Demoliner levou a melhor sobre Fernando Romboli. Jogando com o argentino Guido Andreozzi, Demoliner superou o compatriota e o australiano John-Patrick Smith por 6/3 e 6/4.

No feminino, Luisa Stefani venceu sua segunda partida ao lado da húngara Timea Babos. Elas superaram a chinesa Hanyu Guo e a russa Alexandra Panova por 2 a 1, com parciais de 7/6 (7/3), 6/7 (7/3) e 6/3, e avançaram às oitavas de final.

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.