Norris vence caótico GP da Inglaterra de F-1 e festeja em casa; Bortoleto abandona

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Em uma corrida imprevisível provocada pelas mudanças climáticas, com cinco abandonos, muitas derrapadas e boa parte da prova disputada sob bandeira amarela, Lando Norris foi o mais rápido no circuito de Silverstone, neste domingo, e venceu o GP da Inglaterra, a 12ª etapa de Fórmula 1 da temporada.

A comemoração foi dupla, já que tanto Norris quanto a McLaren corriam em casa - foi o primeiro triunfo do piloto britânico diante da sua torcida. Com o resultado, ele reduziu a diferença para o companheiro de equipe, Oscar Piastri, o segundo colocado, para apenas oito pontos no Mundial de Pilotos - o australiano lidera por 234 a 226.

Nico Hülkenberg, companheiro de Gabriel Bortoleto na Sauber, recebeu a bandeirada em terceiro, após largar em 19º lugar, e subiu ao pódio pela primeira vez na carreira - aos 37 anos e 239 corridas disputadas. Como aconteceu com o brasileiro na Áustria, na etapa anterior, o alemão foi eleito o melhor piloto do dia.

Bortoleto, que vinha de um oitavo lugar no GP da Áustria, foi uma das vítimas da pista escorregadia de Silvertone. O brasileiro rodou sua Sauber na curva logo no início da prova, perdeu a asa traseira e abandonou após correr apenas quatro voltas - três delas sob bandeira amarela.

A prova que marcou os 75 anos de Fórmula 1 - no palco da primeira corrida em 13 de maio de 1950 - começou com indefinições em relação aos pneus, por causa da pista molhada e da previsão de chuva, e Bortoleto, assim como Russell, Leclerc, Hadjar e Bearman, largou dos boxes, atrás dos carros que alinharam no grid. A Alpine de Colapinto nem sequer largou.

Pole position, Verstappen manteve a liderança na largada na pista molhada de Silvertone, seguido por Piastri e Norris. Hamilton, que havia largado em quinto, ultrapassou Russell, e quase tomou o terceiro posto de Norris, mas o safety car foi acionado após a batida de Ocon em Lawson, que deixou a prova.

Na retomada da prova, na quarta volta, Bortoleto, que havia largado dos boxes para colocar pneus médios, perdeu o controle da Sauber na curva e rodou na pista. O brasileiro até conseguiu sair da brita, na última posição e com a asa traseira quebrada, mas precisou abandonar a prova, provocando mais um safety car virtual.

Os pilotos foram liberados na sétima volta, com intensa disputa entre Verstappen e Piastri pela liderança. A dupla era seguida por Norris, 4s1 atrás, Hamilton, Gasly e Alonso. O holandês da Red Bull não conseguiu segurar a pressão da McLaren e o australiano tomou a liderança da corrida no giro seguinte.

A chuva começou a cair forte a partir da 10ª volta. Verstappen errou, saiu da pista e perdeu a vice-liderança para Norris, mas retomou o posto quando os carros pararam nos boxes para trocar pneus. Com a intensidade da chuva e a ida de Leclerc para a grama, o safety car novamente foi acionado e Piastri perdeu os 13s7 de vantagem que tinha sobre Verstappen.

Na retomada da disputa, sem chuva, mas com a pista molhada, na 17ª volta, Lance Stroll e Nico Hülkenberg, que haviam largado em 18º e 19º, respectivamente, ocupavam o 4º e 5º postos, só atrás dos carros da McLaren e da Red Bull de Verstappen. A bandeira amarela voltou a ser acionada após batida de Hadjar, mais um a deixar a corrida.

Logo após o sinal verde, na 21ª volta, Verstappen rodou na pista, sem aderência, e caiu para a 11ª posição, iniciando uma prova de recuperação. O líder Piatri, por sua vez, foi punido com um parada de 10 segundos por uma freada brusca na saída do safety car. Antonelli abandonou e completou a nenhum novato conseguiu terminar a prova.

Após 30 das 52 voltas, Piastri liderava com 3s2 de vantagem sobre Norris, que era seguido por Stroll e Hülkenberg, favorecidos por táticas ousadas de Aston Martin e Sauber, respectivamente, em relação aos pneus. Hamilton ultrapassou Gasly e levou a Ferrari ao quinto posto - Leclerc era apenas o 12º. Na 35ª volta, o companheiro de Bortoleto ultrapassou Stroll e assumiu a terceira posição.

A 14 voltas do fim, Norris pressionava Piastri, que ainda não havia cumprido a penalidade, enquanto Hamilton atacava Hülkenberg em busca do pódio. A bandeira amarela foi acionada mais duas vezes, após Russell e Ocon escaparem da pista, sem maiores consequências.

O anfitrião Norris assumiu a liderança da prova a oito voltas do fim, quando Piastri foi para os boxes para trocar pneus e pagar a punição. Mesmo com um pit stop ruim, Hülkenberg voltou à frente de Hamilton, que era seguido por Stroll, Verstappen e Gasly. Uma escapada do líder do Mundial no fim minou de vez as chances de brigar pela vitória, abrindo caminho para o companheiro de McLaren festejar diante de sua torcida.

Após uma pausa de três semanas, a Fórmula 1 será retomada entre 25 e 27 de julho, no GP da Bélgica, a 13ª etapa da temporada. A corrida no circuito de Spa-Francorchamps ocorrerá no domingo (27), a partir das 10h (horário de Brasília).

Confira o resultado do GP da Inglaterra de Fórmula 1:

1º - Lando Norris (ING/McLaren), em 1h30min690

2º - Oscar Piastri (AUS/McLaren), a 6s812

3º - Nico Hülkenberg (EST/Sauber), a 34s742

4º - Lewis Hamilton (ING/Ferrari), a 39s812

5º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 56s781

6º - Pierre Gasly (FRA/Alpine), a 59s857

7º - Lance Stroll (CAN/Aston Martin), a 1min00s603

8º - Alexander Albon (TAI/Williams), a 1min04s135

9º - Fernando Alonso (ESP/Aston Martin), a 1min05s858

10º - George Russell (ING/Mercedes), a 1min10s674

11º - Oliver Bearman (ING/Haas), a 1min12s095

12º - Carlos Sainz Jr. (ESP/Williams), a 1min16s592

13º - Esteban Ocon (FRA/Haas), a 1min17s301

14º - Charles Leclerc (MON/Ferrari), a 1min24s477

15º - Yuki Tsunoda (JAP/Red Bull), a 1 volta

Não completaram a prova: Kimi Antonelli (ITA/Mercedes), Isack Hadjar (FRA/RB), Gabriel Bortoleto (BRA/Sauber), Liam Lawson (NZL/RB) e Franco Colapinto (ARG/Alpine)

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.