Sport esbarra nas próprias limitações, empata com Bahia e segue má fase no Brasileirão

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O Sport segue vivendo um pesadelo na Série A do Campeonato Brasileiro. Na abertura da 18ª rodada, neste sábado, o clube pernambucano voltou a tropeçar, desta vez em casa, ao empatar por 0 a 0 com o Bahia, na Ilha do Retiro, no Recife. O resultado amplia para 16 o número de partidas sem vitória - com seis empates e dez derrotas - e consolida, até aqui, a pior campanha de um clube na era dos pontos corridos com 20 equipes.

Ainda que tenha somado um ponto diante de um adversário que figura entre os primeiros colocados da tabela, o cenário geral continua alarmante. Com apenas seis pontos conquistados, o Sport permanece isolado na lanterna e com cada vez menos margem para reação. O empate em casa representa mais uma frustração para a torcida, que viu a equipe desperdiçar chances claras na etapa final, após um primeiro tempo amplamente controlado pelo Bahia.

O time visitante, aliás, desperdiçou a chance de se consolidar no G-4. Com o resultado, permanece com 29 pontos e pode perder posições ao longo da rodada. A equipe de Rogério Ceni demonstrou superioridade no início da partida, mas esbarrou na falta de contundência ofensiva e, ao longo do jogo, foi cedendo terreno para um adversário que, mesmo limitado, mostrou mais ambição na reta final.

A primeira etapa teve amplo domínio do Bahia, que se impôs com posse de bola e boa movimentação no meio de campo. Everton Ribeiro e Jean Lucas coordenaram as principais jogadas, com destaque para a infiltração de Caio Alexandre, que apareceu como elemento surpresa e arriscou com perigo de fora da área. Wilian José e Iago também tiveram boas oportunidades, mas falharam nas finalizações.

O Sport, por sua vez, adotou uma estratégia reativa, com linhas baixas e pouca criatividade com a bola nos pés. Ainda assim, criou duas chances claras: Derik Lacerda exigiu grande defesa de Ronaldo, e Barletta, dentro da pequena área, perdeu uma oportunidade inacreditável.

Na segunda etapa, o jogo se inverteu. O Sport adiantou as linhas, passou a pressionar a saída de bola e explorou melhor os espaços. As chances apareceram, mas a ineficiência nas finalizações voltou a comprometer. A mais emblemática delas ocorreu aos 31 minutos: Matheusinho lançou na área, Léo Pereira desviou e deixou a bola limpa para Igor Cariús, que finalizou cruzado com o gol escancarado, sem ninguém para completar. A chance desperdiçada simbolizou a falta de precisão que tem acompanhado a equipe ao longo de toda a campanha.

O Bahia, acuado, teve dificuldade em retomar o controle do jogo. A única chegada relevante veio em finalização perigosa de Kayky, que exigiu boa intervenção de Gabriel. Fora isso, o time baiano mostrou pouca agressividade e não conseguiu aproveitar o desespero do adversário para buscar o resultado. Ao final do jogo, o empate sem gols soou mais frustrante para os visitantes do que propriamente para os mandantes.

Apesar do resultado abaixo das expectativas, o Sport ao menos manteve um tabu histórico: o Bahia não vence na Ilha do Retiro desde 2010, quando triunfou por 2 a 1 pela Série B. Desde então, a equipe pernambucana tem se mantido como uma pedra no sapato do rival jogando em seus domínios. No retrospecto geral, porém, o equilíbrio cede lugar à vantagem baiana: são 26 vitórias do Bahia, 20 do Sport e 16 empates.

Pelo Brasileirão, o Bahia volta a campo no sábado (dia 9), às 21h, diante do Fluminense na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA). No domingo (dia 10), às 20h30, o Sport visita o Grêmio, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS).

FICHA TÉCNICA

SPORT 0 X 0 BAHIA

SPORT - Gabriel; Matheus Alexandre, Rafael Thyere, Ramon Menezes e Igor Cariús (Kevyson); Zé Lucas (Ignacio Ramírez), Rivera, Matheusinho (Hyoran), Atencio (Pedro Augusto) e Chrystian Barletta (Léo Pereira); Derik Lacerda. Técnico: Daniel Paulista.

BAHIA - Ronaldo; Gilberto, David Duarte, Santiago Mingo e Luciano Juba; Caio Alexandre (Acevedo), Ademir (Michel Araújo), Everton Ribeiro (Cauly), Jean Lucas e Iago (Lucho Rodríguez); Willian José (Kayky). Técnico: Rogério Ceni.

CARTÕES AMARELOS - Derik Lacerda (Sport) e Santiago Mingo (Bahia).

ÁRBITRO - Anderson Daronco (RS).

RENDA - R$ 488.780,00.

PÚBLICO - 16.080 torcedores.

LOCAL - Ilha do Retiro, no Recife (PE).

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.