Brasil supera Inglaterra e Espanha em naming rights de arenas, mas EUA e Alemanha ainda dominam

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Além do futebol, o Mundial de Clubes chamou a atenção do público pela grande maioria dos estádios nos Estados Unidos terem algum nome de empresa atrelado a eles, os chamados naming rights. Foram 11 das 12 arenas com algum tipo de patrocínio batizando o nome com as suas marcas.

Engana-se quem pensa, porém, que essa prática é habitual nas principais ligas do mundo, em especial as duas consideradas mais valiosas, na Inglaterra e Espanha. Na Premier League, apenas cinco dos 20 clubes possuem algum tipo de naming rights. Em La Liga, o número é ainda menor, com dois dos 20 times.

Na mesma proporção surgem Itália, França e Portugal. No Serie A italiana, seis das 20 arenas dos clubes possuem naming rights. No futebol francês, são quatro das 20 arenas.

Já no futebol português, nenhum clube tem arena com essa propriedade, mas o Benfica negocia com algumas marcas para o estádio da Luz. O Braga detinha um acordo com a empresa AXA para o estádio Estádio Municipal de Braga, que não foi renovado.

Entre as principais ligas, a que mais chega perto dos EUA é a Alemanha. Na Bundesliga, apenas três das 18 equipes não tem algum tipo de naming rights em suas casas.

O Brasil parece ter seguido os passos dos EUA e acompanhou essa 'febre'. Entre os principais estádios do País, pelo menos 10 possuem naming rights. Entre eles, estão o Allianz Parque (Palmeiras), MorumBis (São Paulo), Neo Química Arena (Corinthians), Casa de Apostas Arena Fonte Nova (Bahia) e Arena MRV (Atlético-MG).

Além deles, outros três têm destaque. São a Arena BRB Mané Garrincha e a Casa de Apostas Arena das Dunas, que receberam a Copa do Mundo, em 2014, e o Mercado Livre Arena Pacaembu.

Todos esses acordos, somado os períodos em que os contratos foram fechados, ultrapassam as cifras de R$ 2 bilhões. O valor ainda bem é distante se equiparado aos EUA. Somente o MetLife Stadium, por exemplo, tem contrato fechado por R$ 2,1 bilhão.

A chegada do naming rights tardou a acontecer por aqui. O primeiro se deu apenas em 2005, com a compra da empresa de tecnologia japonesa Kyocera no então estádio do Athletico-PR, que posteriormente foi negociado com a operadora de telecomunicações Ligga Telecom.

"Hoje, temos só dois casos de efetiva assimilação dos naming rigths, com os estádios do Palmeiras e o do Atlético-MG, que já tinha o seu definido antes mesmo do início da construção, e um terceiro caso, que pode no futuro se equiparar a esses, se sua torcida se mobilizar por isso, que é o do Corinthians", avalia Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana.

Nos Estados Unidos, essa criação é antiga e aconteceu na década 1970. O primeiro caso de compra que se tem registro ocorreu em 1973, quando a Rich Products Corporation passou a agregar sua marca ao Estádio Buffalo Memorial Auditorium - demolido em 2009 -, renomeando-o para "Rich Stadium".

O espaço abrigou tanto o Buffalo Bills (NFL) quanto os Buffalo Sabres (NHL), além de sediar outros eventos, como jogos de basquete universitário, shows e lutas.

Dos 10 contratos de naming rights, somente um não é de arena: o MorumBis. Para Sergio Schildt, presidente da Recoma, maior empresa de infraestrutura esportiva da América Latina, e vice-presidente da Abriesp (Associação Brasileira da Indústria do Esporte), o conforto e as novas opções de entretenimento contribuem diretamente para que um novo público também possa se interessar em frequentar o ambiente.

"Com a modernização, ir ao estádio deixou de ser apenas para assistir a uma partida de futebol, mas passou a ser também um programa mais amplo e que pode atender toda a família. Hoje as arenas modernas nos oferecem restaurantes, camarotes modernos e confortáveis, lojas para cuidados estéticos e também costumam receber bastante shows, o que valoriza ainda mais a marca detentora dos direitos daquele espaço", opina Schildt.

Muitas são as estratégias por trás deste conceito dos naming rights, mas a visibilidade das marcas é a principal delas. É por meio delas que essas empresas conseguem ativar seus espaços por meio de camarotes, oferecendo experiências únicas ao torcedor, inclusive em entretenimento, e disponibilizar serviços personalizados, aumentando o conforto e a fidelização.

"Os projetos que implementamos nos nossos camarotes têm uma inspiração muito forte do que é feito nos eventos esportivos nos Estados Unidos, que são referência em levar o entretenimento para dentro das arenas esportivas", comenta Léo Rizzo, fundador da Soccer Hospitality, empresa que conta com serviços de camarotes open bar, estúdios de tatuagem até barbearia em estádios.

Mas não é só isso. O valor de mercado, a localização, o acesso prático e seguro a jogos e eventos, além da ativação constante envolvendo os patrocinadores estão entre outros atributos que levam as marcas a associarem seus nomes, batizando ou rebatizando essas propriedades.

"É necessário que os clubes e empresas compreendam os benefícios que as parcerias podem render. Os estádios são patrimônios do esporte e a comercialização dos naming rights representa uma boa parte da receita explorada pelos clubes. O investimento no esporte potencializa o desenvolvimento das experiências, tal como é feito nos Estados Unidos", comenta Ivan Martinho, professor de marketing da ESPM.

NAMING RIGHTS NO FUTEBOL INGLÊS

Emirates Airline (Arsenal)

Vitality Stadium (Bournemouth)

Gtech Gray Technology Limited (Brentford)

American Express Stadium (Brighton)

Etihad Airways Stadium (Manchester City)

Naming rights no futebol espanhol

Riyadh Air (Atlético de Madrid)

Spotify Camp Nou (Barcelona).

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NAMING RIGHTS NO FUTEBOL ITALIANO

Unipol Domus (Cagliari)

Allianz Stadium (Juventus)

Cetilar Arena (Pisa)

Mapei Stadium - Città del Tricolore (Sassuolo)

Bluenergy Stadium (Udinese)

New Balance Arena (Atalanta).

NAMING RIGHTS NO FUTEBOL FRANCÊS

Decathlon Arena (Lille)

Groupama Stadium (Lyon)

The Orange Vélodrome (Marselha)

Allianz Riviera (Nice)

NAMING RIGHTS NO FUTEBOL ALEMÃO

WWK Arena (Augsburg)

BayArena (Bayer Leverkusen)

Allianz Arena (Bayern de Munique)

Signal Iduna Park (Borussia Dortmund)

Deutsche Bank Park (Eintracht Frankfurt)

RheinEnergieStadion (Colônia)

Europa-Park Stadion (Freiburg)

Volksparkstadion (Hamburgo)

Voith-Arena (Heidenheim)

PreZero Arena (Hoffenheim)

Mewa Arena (Mainz 05)

Red Bull Arena (RB Leipzig)

MHPArena (Stuttgart)

Wohninvest Weserstadion (Werder Bremen)

Volkswagen Arena (Wolfsburg)

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No Outubro Rosa, mês dedicado ao combate da doença, oncologista da Imuno Santos esclarece estratégicas de prevenção e tratamento

O que você faria se pudesse prever um tumor? Com o avanço da ciência e tecnologia, já é possível saber, antes mesmo da apresentação de sintomas, se uma pessoa tem ou não predisposição para a doença. Neste mês de conscientização do câncer de mama, que deve afetar mais de 73,6 mil mulheres no Brasil em 2025, segundo o Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o rastreamento genético é uma potente aliada da medicina. 

A oncologista da Imuno Santos, Suelli Monterroso, explica que o exame é um complemento importante aos métodos tradicionais, como a mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. ”O teste genético pode ser feito para identificar mutações hereditárias no DNA que possam evoluir para doenças cancerígenas, neurológicas e cardíacas. Isso permite escolhas estratégicas, como antecipação e aumento da frequência de análises de rastreamento, o que amplia as chances de cura em casos de detecção de tumores em estágios iniciais”, destaca.

Outra medida para quem possui alta probabilidade de ter neoplasia mamária, são as cirurgias preventivas redutoras de risco. A mastectomia, por exemplo, remove uma ou ambas as mamas e reduz em até 90% as chances do diagnóstico de câncer de mama em quadros de mutações genéticas ou forte histórico familiar. 

Homens também são afetados

Embora o câncer de mama seja mais comum em mulheres, homens também podem desenvolver a doença. No Brasil, desconsiderando  os tumores de pele não melanoma, é o que mais acomete mulheres. Apesar de representar apenas 1% dos casos, o sexo masculino também faz parte do universo de suscetívis a doença. O diagnóstico raro, se comparado a incidência no público feminino (1 a cada 8 mulheres), alerta para a importância da atenção redobrada. 

“A presença de um nódulo, geralmente duro, irregular e indolor, é o sintoma mais encontrado nos consultórios. Entretanto, os mamilos podem apresentar indícios como edema cutâneo na pele, dor, descamação, ulceração, secreção papilar e hiperemia. Por isso, é fundamental que todos criem o hábito de fazer o autoexame em momentos como o do banho, em que a sensibilidade é maior”, enfatiza a oncologista. 

Redução de mortalidade

De acordo com o Governo Federal, o câncer de mama é a primeira causa de morte por tumor em mulheres no Brasil e em 2023 registrou mais de 20 mil óbitos pela doença. No entanto, graças a ampliação da faixa etária para a realização de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a tendência é que essa mortalidade seja reduzida. 

Agora, as mulheres de 40 a 49 anos têm direito a mamografia pelo SUS, mesmo que não apresentem anomalias. Outra novidade é que o rastreamento ativo será realizado a cada dois anos até os 74 anos de idade. Até então, o exame preventivo era obrigatório entre 50 e 69 anos. A ação de combate é fundamental, considerando que o envelhecimento é um fator de risco e cerca de 60% dos casos de câncer de mama são diagnosticados nesta fase da vida. 

Tratamento

O diagnóstico de câncer de mama só é confirmado mediante a biópsia. O tratamento adequado varia de acordo com o tipo e estágio do tumor, e pode consistir em procedimentos como cirurgia (cirurgia conservadora da mama ou mastectomia), quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e hormonioterapia.

Dados apontam que 72% dos brasileiros sofrem de distúrbios do sono; médico alerta para os riscos à saúde e ensina hábitos simples que fazem diferença na hora de descansar



Muitas pessoas encaram o sono como um luxo ou uma perda de tempo. No ritmo acelerado da vida moderna, sacrificar algumas horas de descanso parece uma forma de ser mais produtivo. No entanto, segundo especialistas, essa visão é um equívoco. A ciência tem mostrado que o descanso noturno tem um impacto em diversos aspectos da nossa saúde, tanto física quanto mental.

De acordo com estudos realizados pela Fiocruz em 2023, 72% da população brasileira tem alguma doença relacionada ao sono. O sono de qualidade é um dos pilares mais importantes para uma boa saúde, tão imprescindível quanto a alimentação saudável e a prática regular de exercícios. 

“Durante o sono, o corpo não está parado, mas sim em um estado de reparo e regeneração. É nesse período que o sistema imunológico se fortalece, aumentando nossa capacidade de combater infecções. A privação crônica de sono está relacionada a um maior risco de desenvolver problemas de saúde graves, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”, comenta o neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu Yokoo.

Além dos benefícios físicos, o sono desempenha um papel na saúde mental e cognitiva. Ele é fundamental para a consolidação da memória e para o processamento de informações que acumulamos ao longo do dia. 

“Uma boa noite de sono melhora a capacidade de aprendizado, a concentração e a resolução de problemas. A falta de sono, por sua vez, pode levar a problemas como irritabilidade, ansiedade e até mesmo quadros de depressão”, explica o médico.

Um estudo publicado no Psychological Bulletin, da American Psychological Association, apontou por meio da análise de diversos estudos sobre o tema que a privação do sono por uma ou mais noites resulta no aumento de sintomas de ansiedade e preocupação.

“O bem-estar emocional também é regulado pelo sono. Quando dormimos bem, nosso corpo consegue gerenciar melhor os hormônios do humor, permitindo que controlemos nossas emoções para reagir de forma mais equilibrada aos desafios diários. Uma noite mal dormida pode nos deixar mais sensíveis e propensos a mudanças de humor”, aponta o neurologista.

Para entender como o sono funciona, é preciso falar da melatonina. Este hormônio, produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro, é o responsável por regular nosso relógio biológico. 

“A produção desse hormônio aumenta com a escuridão, sinalizando ao corpo que é hora de se preparar para dormir. A luz, especialmente a luz azul de telas de celulares e computadores, suprime a produção de melatonina, o que explica por que usar o celular antes de dormir atrapalha o sono”, comenta Yokoo.

Quebrando alguns mitos sobre o sono

Apesar da importância do sono, muitas crenças populares ainda confundem as pessoas. Segundo o neurologista, é um mito, por exemplo, que se pode compensar a falta de sono no fim de semana. 

“Embora dormir mais ajude a se sentir melhor, a ´dívida de sono’ acumulada durante a semana não é totalmente resolvida e continua a afetar o corpo. Outro mito comum é que roncar é normal. O ronco é um sinal de que existe obstrução física/mecânica parcial  nas vias respiratórias durante o sono. O turbilhonamento do ar quando passa por esta obstrução é que dá o som de ronco”, explica o neurologista.

Segundo o especialista, a apneia é quando existe uma parada respiratória temporária durante o sono, que pode levar à dessaturação de oxigênio sanguíneo. “A presença de ronco aumenta muito a chance de se ter apneia, que leva à consequências variadas no cérebro, desde prejudicar os ciclos do sono até causando pequenas lesões isquêmicas cerebrais, podendo ocasionar à situação de Acidente Vascular Encefálico e crises epilépticas ou demências. Ou seja, o ronco não é um sinal da apneia, mas um potencial causador da condição”, comenta o médico.

Yokoo aponta ainda mais um mito, aquele que diz que o cochilo a tarde sempre é benéfico. Segundo ele, um cochilo curto e bem sincronizado (geralmente de 20 a 30 minutos) pode ser ótimo para melhorar o humor, a atenção e o desempenho. No entanto, cochilos longos ou tirados muito tarde no dia podem atrapalhar o sono noturno. Se você tem dificuldade para dormir à noite, pode ser melhor evitar cochilos.

“Tem também a ideia de que quanto mais tempo você dorme, melhor, que é mito. O ideal para a maioria dos adultos é [dormir] entre 7 e 9 horas por noite. Dormir em excesso consistentemente pode estar associado a problemas como diabetes e depressão”, explica.

O neurologista da Rede de Hospitais São Camilo aponta algumas dicas importantes para melhorar a qualidade do sono:

  • Crie uma rotina: Tente ir para a cama e acordar no mesmo horário todos os dias, até nos fins de semana.
  • Controle o ambiente: Mantenha o quarto escuro, silencioso e com uma temperatura agradável.
  • Desconecte-se: Evite o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir.
  • Relaxe: Realize atividades relaxantes antes de dormir, como ler um livro ou tomar um banho morno.

“Vale ressaltar que priorizar o sono não é um ato de preguiça, mas sim um investimento na sua saúde e bem-estar físico e mental a longo prazo, melhorando a qualidade de vida do paciente”, finaliza o neurologista.

Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR.