De Júnior a Dorival: conheça a trajetória do novo técnico da seleção brasileira

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Aos 61 anos, Dorival Júnior foi confirmado no domingo como o novo técnico da seleção brasileira. Ele pediu desligamento do São Paulo para ocupar a vaga deixada por Fernando Diniz. O treinador chega ao time nacional no embalo de três conquistas da Copa do Brasil e uma da Copa Libertadores como principais títulos da carreira.

Na época de jogador, ele atuou como volante e começou sua carreira como profissional na Ferroviária, em 1982, depois de ser mascote do clube quando criança e conhecido apenas como Júnior. Sobrinho de Olegário Tolói de Oliveira, o Dudu, ídolo do Palmeiras entre os anos 1960 e 70, ele vestiu as camisas de Marília, Guarani, Avaí, Joinville, São José-SP, Coritiba, Grêmio, Juventude, Matonense e Botafogo-SP, além de atuar no próprio alviverde paulista.

Dorival pendurou as chuteiras em 1999, aos 37 anos. Como treinador, finalmente passou a ser chamado pelo primeiro nome, herdado de seu pai. Sua trajetória na nova função teve início no mesmo clube que o revelou para o futebol, em 2002. Desde então, também comandou Figueirense, Fortaleza, Criciúma, Juventude, Sport, Avaí, São Caetano, Cruzeiro, Vasco, Santos, Atlético-MG, Palmeiras, São Paulo, Ceará, entre outros times.

Seus trabalhos mais recentes foram no Flamengo e no São Paulo. No time rubro-negro, chegou no meio da temporada 2022, após a saída do português Paulo Sousa. Em pouco tempo, acertou o time e levou-o aos títulos da Libertadores e da Copa do Brasil. Um de seus maiores méritos foi conciliar a dupla Pedro e Gabriel Barbosa, o Gabigol, no ataque.

Apesar dos títulos no Flamengo, Dorival foi preterido pela diretoria e não teve vínculo renovado. Após alguns meses desempregado, acertou seu retorno ao São Paulo em abril para substituir Rogério Ceni. Ao lado de jogadores como Beraldo, Rafinha, Nestor e Calleri, Dorival fez a equipe desacreditada retomar o rumo dos títulos, conquistando novamente o torneio nacional no ano passado. Ele também foi campeão da Copa do Brasil com o Santos, em 2010.

Em entrevista recente ao Estadão, Dorival fez uma defesa enfática dos treinadores brasileiros. Na ocasião, o técnico criticou o imediatismo dos clubes brasileiros e a falta de continuidade de projetos. Mas Dorival deixou, por conta própria, nos últimos anos trabalhos pela metade. Aconteceu no Ceará em 2022 e agora no São Paulo.

"Eu acho que nós temos profissionais muito capacitados aqui, como Portugal tem os bons e os médios, nós temos da mesma forma. Infelizmente, a gestão dos nossos clubes nos últimos anos comprometem o desenvolvimento de um trabalho. Não se faz trabalho no Brasil. Você gera resultados ou está fora. Você pode ter mais ou menos nome, pode ser mais ou menos experiente. Não gerando resultado, você vai ser trocado. Os processos não são respeitados, aliás processos não existem no nosso País. Nós não temos aqui a paciência de entendermos que tudo é um processo, que você não queima etapas no futebol porque senão você vai pagar um preço muito alto", disse Dorival antes de exaltar a capacidade dos brasileiros de se sustentar na elite do esporte por tantos anos.

"O treinador brasileiro ainda sobrevive porque não é fácil você estar aí. Viver 15, 20 anos de profissionalismo, estando e se manterem em equipes da Série A do Campeonato Brasileiro e sempre com trabalhos reconhecidos. Então é porque algum valor também nós temos e nós estamos preparados para toda e qualquer situação", afirmou Dorival.

Dorival tinha contrato com o clube do Morumbi até o final de 2024 e multa rescisória equivalente a três salários (aproximadamente R$ 2 milhões). Ele deixa o time paulista com 25 vitórias, 13 empates e 16 derrotas em 54 jogos, um aproveitamento de 54,3%.

"É a realização de um sonho pessoal, que só foi possível porque tive o reconhecimento do trabalho desenvolvido no São Paulo", afirmou em nota oficial publicado pelo São Paulo. "Agradeço também à torcida por todo o carinho e apoio".

Agora, Dorival Júnior tem o desafio de recuperar a confiança da torcida brasileira. A seleção ocupa atualmente o sexto lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, Canadá e México. Antes disso, ele terá pela frente a Copa América de 2024, na Argentina e na Colômbia.

COMO JOGAM OS TIMES DE DORIVAL

Dorival é elogiado por sua liderança e sua capacidade de motivar os atletas. Tem o 4-2-3-1 como formação favorita, mas é um treinador flexível, capaz se adequar rapidamente às características do elenco - perfil quase oposto ao de Diniz, cujo estilo de jogo único exige muito tempo de adaptação. Apesar disso, alguns pontos são recorrentes em suas equipes.

Defensivamente, seus times costumam marcar em cima, pressionando o adversário no campo de ataque para retomar a posse. No ataque, é adepto da saída de três, com um volante voltando entre os zagueiros para ajudar na saída de bola. Os atletas têm liberdade para trocar de posição constantemente, permitindo abrir espaço na defesa adversária e fazer tabelas.

FILHO COMO MEMBRO DA COMISSÃO TÉCNICA

Dorival conta com Lucas Silvestre, de 36 anos, como auxiliar e membro de sua comissão permanente. Por essa razão, o profissional vai assumir o comando provisório do São Paulo até a chegada de um substituto para o restante da temporada. O técnico vê seu filho como "muito bem preparado" para seguir seus passos.

"Tem de finalizar alguns aspectos que serão ainda importantes na sua carreira, mas eu não tenho receio em afirmar que futuramente, quando ele resolver seguir carreira solo, ele talvez vai estar muito mais preparado do que eu estava há 20 anos, quando fiz aí meu primeiro trabalho como profissional. Eu gostaria que não existisse mais isso na minha família, mas vai continuar perpetuando aí por mais uma geração talvez. Porque não é fácil essa carreira, ela é muito solitária".

CÂNCER DE PRÓSTATA

Em 2019, antes de conquistar títulos que lhe conferiram prestígio para assumir a seleção brasileira, Dorival precisou superar um drama pessoal. Em setembro daquele ano, foi diagnosticado com câncer de próstata e submetido a uma cirurgia, dispensando a necessidade de quimioterapia. O veterano do futebol já estava preparado para retornar aos gramados no ano seguinte, quando assumiu o Athletico-PR.

TRETA COM NEYMAR

À frente da equipe nacional, Dorival deve reencontrar Neymar, com quem teve conflitos no passado, e enfrentar o desafio de reduzir a dependência do Brasil em relação ao atacante. A missão da dupla é conquistar uma Copa do Mundo para o País após mais de duas décadas de jejum.

Em setembro de 2010, Dorival Junior foi demitido pelo Santos após uma polêmica com Neymar, então com 18 anos, devido a uma cobrança de pênalti contra o Atlético-GO. Embora tenham trilhado caminhos distintos, o treinador do São Paulo, em novembro de 2023, admitiu ao Estadão que suas expectativas em relação ao atacante eram consideráveis, sem deixar de elogiá-lo por suas contribuições ao futebol.

"Ele (Neymar) poderia, talvez, ter alcançado ainda mais. É um jogador que se tivesse um pouco mais de tranquilidade e um desenvolvimento um pouco diferenciado ao longo da sua carreira, talvez pudesse ter encontrado ainda melhores resultados", afirmou o Dorival, que fez uma ressalva. "Não sei tudo o que aconteceu na sua carreira. Tenho ficado muito afastado daquilo que ele possa ter feito ao longo de todo esse processo, mas nunca deixou de ter o valor que tem. É um jogador de altíssimo nível, diferenciado, um jogador como poucos no mundo."

Confira os títulos de Dorival como treinador:

São Paulo: Copa do Brasil (2023)

Flamengo: Copa do Brasil e Libertadores (2022)

Vasco: Série B (2010)

Athletico-PR: Campeonato Paranaense (2020)

Internacional: Recopa Sul-Americana (2011) e Campeonato Gaúcho (2012)

Santos: Campeonato Paulista (2010 e 2016) e Copa do Brasil (2010)

Coritiba: Campeonato Paranaense (2008)

Sport: Campeonato Pernambucano (2006)

Figueirense: Campeonato Catarinense (2004)

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Dormir bem é importante para a saúde de homens e mulheres com sobrepeso, mostra um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Pessoas com excesso de peso que ficam acordadas até muito tarde tendem a ter um risco maior de síndrome metabólica - conjunto de condições que elevam o risco de doenças cardíacas, diabete, derrame e outros problemas crônicos.

 

"Nossa pesquisa mostra que as interrupções no relógio biológico interno do corpo podem contribuir para consequências negativas à saúde de pessoas que já podem ser vulneráveis pelo peso", disse a principal autora do estudo, Brooke Shafer, pesquisadora de pós-doutorado do Laboratório de Sono, Cronobiologia e Saúde da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon. Além disso, o sono ruim produz diferentes riscos à saúde entre homens e mulheres, mostram os resultados.

 

A PESQUISA

 

Para o estudo, foram recrutados 30 voluntários com um IMC maior que 25, o que os colocou na categoria de sobrepeso ou obesidade. A equipe usou amostras de saliva para descobrir o horário da noite em que o corpo de cada pessoa começava a produzir o hormônio melatonina, que inicia o processo de adormecer. Os participantes registraram então seus hábitos de sono nos sete dias seguintes.

 

Os pesquisadores avaliaram a diferença de tempo entre o início da melatonina e o tempo médio de sono para cada voluntário para determinar se a janela entre esses fatores era estreita ou ampla. Uma janela estreita significa que alguém adormece pouco após o início da melatonina, e uma ampla significa o oposto. A estreita sugere ainda que a pessoa está ficando acordada até muito tarde para o seu relógio biológico interno, conforme o estudo.

 

HOMENS E MULHERES

 

Homens que adormeciam mais perto do início da melatonina tendiam a ter níveis mais altos de gordura abdominal, mais triglicerídeos gordurosos no sangue e um risco geral mais alto de síndrome metabólica do que homens que dormiam mais cedo e melhor, mostram os resultados.

 

Mulheres com uma janela de sono curta tinham maior gordura corporal geral, níveis elevados de açúcar no sangue e frequência cardíaca de repouso mais alta, descobriram os pesquisadores.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eli Lilly anunciou nesta terça-feira, 20, que os dados preliminares de um estudo em estágio final mostraram que seu medicamento para perda de peso reduziu significativamente o risco de progressão para diabetes tipo 2 entre adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso. Após o anúncio, a ação da empresa avançava 2,27% no pré-mercado em Nova York, Às 9h10 (de Brasília).

 

Em nota, a farmacêutica americana afirma que os resultados derivam de uma pesquisa de três anos para avaliar a eficácia e segurança de uma dose semanal de tirzepatide, ingrediente da injeção Zepbound e do medicamento para diabetes Mounjaro. O levantamento foi conduzido com 1.032 adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso.

 

Segundo a Eli Lilly, a aplicação do medicamento em tratamento de longo prazo conseguiu "reduzir significativamente" o risco de progressão para diabete tipo 2, em 94%. Além disso, o medicamento também levou a uma redução significativa do peso em uma média de 15% a 22,9%, dependendo da dosagem, em comparação com a redução de 2,1% em pacientes que receberam placebo.

 

No entanto, pacientes que abandonaram o tratamento com tirzepatide após um período de 17 semanas voltaram a ganhar peso e a ampliar riscos de progressão para diabetes tipo 2. Contudo, esses participantes ainda mantiveram 88% menos probabilidade de desenvolver a doença, em comparação aos adultos que tomaram o placebo.

 

As vendas dos medicamentos para diabetes e perda de peso Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, tornaram-se um fator fundamental para o desempenho da farmacêutica, com os lucros do segundo trimestre superando amplamente as expectativas. Somente as vendas do Mounjaro mais do que triplicaram, passando para US$ 3,09 bilhões no segundo trimestre deste ano, de US$ 979,7 milhões no ano anterior. *Com informações da Dow Jones Newswires.

De acordo com boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira, 7, o número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), aumentou 75% nas últimas quatro semanas. Entre os dias 25 de fevereiro e 2 de março, especificamente, a doença disparou em todas as regiões do Brasil. A pesquisa mostra ainda que os vírus causadores mudam conforme a região - entre eles estão o coronavírus (causador da covid-19), influenza (gripe) e o vírus sincicial respiratório (VSR).

 

Enquanto no Centro-Sul predomina a covid-19, nas regiões Sudeste e Sul, além da covid-19, há também um aumento nos casos de influenza, indicando uma coexistência de ambas as doenças. Já no Norte e Nordeste, o influenza também apresenta um crescimento significativo, principalmente entre a população adulta. Os dados foram levantados com base no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

 

Com relação ao VSR, a pesquisa apontou o ressurgimento do vírus em todas as regiões do País, com a possibilidade de associação ao retorno às aulas. Esse vírus é conhecido por ser o principal responsável pela bronquiolite em bebês, doença respiratória comum e altamente contagiosa, caracterizada por sintomas como tosse persistente e dificuldade respiratória. "Nesse caso, crianças com até 2 anos são as principais infectadas, mas também é importante destacar o risco de para idosos", afirmou Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

 

Em 2024, foram notificados 13.636 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), dos quais 5.285 (38,8%) apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.576 (40,9%) foram negativos e 1.955 (14,3%) aguardavam resultado laboratorial. Dentre os casos positivos, 68,6% foram atribuídos à covid-19. Em seguida veio o vírus sincicial respiratório, responsável por 11,4% dos casos. Influenza A correspondeu a 9,3% dos registros e influenza B, a 0,3%.

 

Gomes também ressaltou que a incidência de SRAG por covid-19 impacta mais fortemente as crianças de até 2 anos e a população com 65 anos ou mais. "Por outro lado, a mortalidade decorrente da doença tem sido especialmente elevada entre os idosos, com predominância da infecção pelo coronavírus", afirmou o especialista.

 

Cuidados e prevenção

 

Com relação à covid e à gripe, a Fiocruz ressalta que a vacinação segue sendo o principal meio de enfrentamento. Além disso, a instituição destacou a eficácia do uso de máscaras do tipo N95 e PFF2, que reduzem o risco de contrair vírus respiratórios, especialmente em unidades de saúde, que possuem grande circulação de pessoas infectadas.

 

Outra recomendação é buscar atendimento médico em caso de surgimento de sintomas parecidos com resfriados, principalmente aqueles que fazem parte de grupo de risco, para que sejam encaminhados para tratamento adequado à eventual doença.