Julgamento de Robinho: STJ decide que jogador cumpra pena por estupro no Brasil

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A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta quarta-feira, que Robinho deve cumprir pena no Brasil. O jogador foi condenado pela Justiça da Itália a nove anos de reclusão pelo crime de estupro, ocorrido em uma boate de Milão, na Itália, em 2013. Entretanto, o atleta nunca foi preso, pois deixou o país antes da condenação final. Ele alega inocência.

Após a decisão a favor da homologação, a maioria dos ministros decidiu que a execução da pena seja imediata e em regime fechado. A defesa de Robinho poderá recorrer ainda ao STJ e, depois, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O quórum mínimo para a decisão era de sete dos 15 ministros que integram a Corte Especial porque faltaram à sessão a presidente do tribunal, Maria Thereza de Assis Moura, e João Otávio de Noronha. Para que Robinho cumprisse a pena no Brasil, era necessário que a maioria votasse a favor. O placar terminou em 9 a 2. Oito ministros acompanharam o relator e votaram a favor da transferência da pena para o Brasil. Apenas Benedito Gonçalves e Raúl Araújo discordaram do relator.

O relator da ação é o ministro Francisco Falcão. Já o vice-presidente do Tribunal, ministro Og Fernandes, presidiu o julgamento e, por isso, daria seu voto somente em caso de empate, o que não foi necessário. O governo italiano não teve representantes no julgamento. Antes de os ministros darem seus votos, a defesa e o Ministério Público Federal tiveram 15 minutos cada para apresentar seus argumentos.

A execução de sentença estrangeira no Brasil está prevista na Constituição Federal. O STJ apenas verificou aspectos formais da sentença, sem reexaminar o caso em si, como apontou o relator. O órgão examinou se quem proferiu a sentença do país de origem era competente, se a sentença transitou em julgado, isto é, não há mais recursos, e se a documentação está traduzida por um tradutor juramento para o português e consularizada.

PLACAR TERMINOU EM 9 A 2 A FAVOR DA HOMOLOGAÇÃO

Relator da ação, Francisco Falcão foi o primeiro dos ministros do STJ a avaliar o caso na sessão. Ele rebateu os argumentos da defesa, avaliando que foram cumpridos todos os requisitos legais para que a execução penal de Robinho seja transferida para o Brasil e afirmou não ser possível que exista um novo julgamento do caso porque foi respeitado o rito processual na Itália. Além disso, Robinho não foi julgado à revelia.

Falcão salientou que, não sendo possível a extradição de Robinho para a Itália, resta que seja executada no Brasil a sentença condenatória dada pela Justiça italiana. Na sua avaliação, a não homologação da sentença significaria impunidade no caso. "É o mesmo que defender que não se pode cumprir compromissos assumidos pelo Brasil."

Segundo a votar, o ministro Raul Araújo divergiu do relator. Depois de uma hora de sustentação, ele apresentou seu voto contra o pedido de homologação da pena no Brasil.

Humberto Martins foi o terceiro a votar. Muito mais sucinto, ele acompanhou o relator "em gênero, número e grau" e votou para que Robinho cumpra a sentença no Brasil. "A violência contra a mulher é um problema global e complexo. Afeta mulheres todos os dias no Brasil e no planeta", justificou.

Os ministros Herman Benjamin, Luís Felipe Salomão e Mauro Campbell Marques fizeram uma sustentação rápida e também acompanharam o relator. O placar, então, passou para 5 a 1. "O Brasil não pode ser refúgio para criminosos", enfatizou o ministro Marques. Já Benedito Gonçalves deu voto contrário à homologação da sentença, fazendo com que o placar passasse para 5 a 2.

No entanto, a ministra Isabel Gallotti e os ministros Ricardo Villas Boas, Sebastião Reis - este, mesmo com ressalvas - acompanharam o relator, formando maioria para que Robinho cumpra sua pena de nove anos de prisão no Brasil.

O JULGAMENTO

Nesta quarta-feira, quem manifestou-se primeiro foi Carlos Nicodemos, advogado da União Brasileira de Mulheres (UBM), entidade que atua no caso como amicus curiae (amigo da corte), expressão latina utilizada para designar um terceiro que ingressa no processo com a função de fornecer subsídios ao órgão julgador.

Nicodemos mencionou o alto número de casos de estupros no Brasil para se posicionar a favor do cumprimento da pena no País e citou a decisão da Justiça espanhola de permitir que Daniel Alves, brasileiro condenado por estupro na Espanha, responda em liberdade após pagar uma fiança de R$ 5,4 milhões.

"Não estamos falando de um ineditismo, estamos falando de algo que se aplica na jurisdição brasileira. Do lugar que ocupo, como advogado do amigo da corte, é preciso entender que o procedimento de homologação de uma decisão estrangeira é o reconhecimento de premissas do estado civilizatório", disse.

Ele concluiu sua sustentação defendendo o cumprimento da pena. "Termino trazendo a consideração da necessidade de se entender que todas as garantias individuais foram dadas e que se trata de direitos humanos das mulheres, num quadro que se normaliza e se banaliza o estupro e a violência contra elas. Há a necessidade de o Estado dar respostas, e sei que vamos encontrar essa resposta aqui", afirmou Nicodemos.

ARGUMENTAÇÃO DO ADVOGADO DE ROBINHO

José Eduardo Rangel De Alckmin, advogado de Robinho, abriu sua sustentação citando a Constituição e argumentando que Robinho deve ser julgado no Brasil. "É no Brasil que o processo deve correr", afirmou Alckmin. "Insisto que isso não representa, de forma alguma, impunidade. Ele terá o direito de ser processado no Brasil e aqui responder pelos atos que lhe são imputados. É um direito de todo cidadão brasileiro."

A defesa do atleta também disse que a compreensão exata do processo na Itália "ficou um pouco truncada". "A ideia de que o grupo acusado teria induzido a vítima a beber para se aproveitar dela. Mas na condenação se fala outro fato, o constrangimento, quando a pessoa está sem capacidade de reagir. Muda-se o fato. Eu não vou dizer que houve prejuízo por não estar todo o processo presente, mas há este dado registrado na sentença."

MPF DEFENDE QUE ROBINHO SEJA PRESO

O Ministério Público Federal (MPF), representado pelo procurador Hindemburgo Chateaubriand Pereira Diniz Filho, foi a última parte a se manifestar. O MPF, que já havia apresentado parecer defendendo a homologação da pena, reforçou seu posicionamento ao dizer que foram cumpridos todos os requisitos legais para que a execução penal de Robinho seja transferida para o Brasil e rechaçou os argumentos da defesa de Robinho.

"Não há prova alguma de que a sentença proferida pela Justiça italiana tenha desrespeitado os direitos do condenado ou que não foi respeitado o devido processo legal", sustentou. "Lembro que, nesse contexto, as normas do país estrangeiro não têm que ser as mesmas do país em que se executa a decisão. É uma regra elementar da cooperação internacional."

Hindemburgo leu parte do processo em que cita os acontecimentos que resultaram na condenação de Robinho por estupro e reproduziu conversas telefônicas entre Robinho e amigos interceptadas pelas autoridades italianas em que o atleta riu e debochou da vítima.

"Reconhecer um crime grave, de um brasileiro regularmente julgado por um país que não paira dúvidas e que de outra forma permanecerá impune", afirmou o procurador, encerrando sua declaração.

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Dormir bem é importante para a saúde de homens e mulheres com sobrepeso, mostra um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Pessoas com excesso de peso que ficam acordadas até muito tarde tendem a ter um risco maior de síndrome metabólica - conjunto de condições que elevam o risco de doenças cardíacas, diabete, derrame e outros problemas crônicos.

 

"Nossa pesquisa mostra que as interrupções no relógio biológico interno do corpo podem contribuir para consequências negativas à saúde de pessoas que já podem ser vulneráveis pelo peso", disse a principal autora do estudo, Brooke Shafer, pesquisadora de pós-doutorado do Laboratório de Sono, Cronobiologia e Saúde da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon. Além disso, o sono ruim produz diferentes riscos à saúde entre homens e mulheres, mostram os resultados.

 

A PESQUISA

 

Para o estudo, foram recrutados 30 voluntários com um IMC maior que 25, o que os colocou na categoria de sobrepeso ou obesidade. A equipe usou amostras de saliva para descobrir o horário da noite em que o corpo de cada pessoa começava a produzir o hormônio melatonina, que inicia o processo de adormecer. Os participantes registraram então seus hábitos de sono nos sete dias seguintes.

 

Os pesquisadores avaliaram a diferença de tempo entre o início da melatonina e o tempo médio de sono para cada voluntário para determinar se a janela entre esses fatores era estreita ou ampla. Uma janela estreita significa que alguém adormece pouco após o início da melatonina, e uma ampla significa o oposto. A estreita sugere ainda que a pessoa está ficando acordada até muito tarde para o seu relógio biológico interno, conforme o estudo.

 

HOMENS E MULHERES

 

Homens que adormeciam mais perto do início da melatonina tendiam a ter níveis mais altos de gordura abdominal, mais triglicerídeos gordurosos no sangue e um risco geral mais alto de síndrome metabólica do que homens que dormiam mais cedo e melhor, mostram os resultados.

 

Mulheres com uma janela de sono curta tinham maior gordura corporal geral, níveis elevados de açúcar no sangue e frequência cardíaca de repouso mais alta, descobriram os pesquisadores.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eli Lilly anunciou nesta terça-feira, 20, que os dados preliminares de um estudo em estágio final mostraram que seu medicamento para perda de peso reduziu significativamente o risco de progressão para diabetes tipo 2 entre adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso. Após o anúncio, a ação da empresa avançava 2,27% no pré-mercado em Nova York, Às 9h10 (de Brasília).

 

Em nota, a farmacêutica americana afirma que os resultados derivam de uma pesquisa de três anos para avaliar a eficácia e segurança de uma dose semanal de tirzepatide, ingrediente da injeção Zepbound e do medicamento para diabetes Mounjaro. O levantamento foi conduzido com 1.032 adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso.

 

Segundo a Eli Lilly, a aplicação do medicamento em tratamento de longo prazo conseguiu "reduzir significativamente" o risco de progressão para diabete tipo 2, em 94%. Além disso, o medicamento também levou a uma redução significativa do peso em uma média de 15% a 22,9%, dependendo da dosagem, em comparação com a redução de 2,1% em pacientes que receberam placebo.

 

No entanto, pacientes que abandonaram o tratamento com tirzepatide após um período de 17 semanas voltaram a ganhar peso e a ampliar riscos de progressão para diabetes tipo 2. Contudo, esses participantes ainda mantiveram 88% menos probabilidade de desenvolver a doença, em comparação aos adultos que tomaram o placebo.

 

As vendas dos medicamentos para diabetes e perda de peso Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, tornaram-se um fator fundamental para o desempenho da farmacêutica, com os lucros do segundo trimestre superando amplamente as expectativas. Somente as vendas do Mounjaro mais do que triplicaram, passando para US$ 3,09 bilhões no segundo trimestre deste ano, de US$ 979,7 milhões no ano anterior. *Com informações da Dow Jones Newswires.

De acordo com boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira, 7, o número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), aumentou 75% nas últimas quatro semanas. Entre os dias 25 de fevereiro e 2 de março, especificamente, a doença disparou em todas as regiões do Brasil. A pesquisa mostra ainda que os vírus causadores mudam conforme a região - entre eles estão o coronavírus (causador da covid-19), influenza (gripe) e o vírus sincicial respiratório (VSR).

 

Enquanto no Centro-Sul predomina a covid-19, nas regiões Sudeste e Sul, além da covid-19, há também um aumento nos casos de influenza, indicando uma coexistência de ambas as doenças. Já no Norte e Nordeste, o influenza também apresenta um crescimento significativo, principalmente entre a população adulta. Os dados foram levantados com base no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

 

Com relação ao VSR, a pesquisa apontou o ressurgimento do vírus em todas as regiões do País, com a possibilidade de associação ao retorno às aulas. Esse vírus é conhecido por ser o principal responsável pela bronquiolite em bebês, doença respiratória comum e altamente contagiosa, caracterizada por sintomas como tosse persistente e dificuldade respiratória. "Nesse caso, crianças com até 2 anos são as principais infectadas, mas também é importante destacar o risco de para idosos", afirmou Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

 

Em 2024, foram notificados 13.636 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), dos quais 5.285 (38,8%) apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.576 (40,9%) foram negativos e 1.955 (14,3%) aguardavam resultado laboratorial. Dentre os casos positivos, 68,6% foram atribuídos à covid-19. Em seguida veio o vírus sincicial respiratório, responsável por 11,4% dos casos. Influenza A correspondeu a 9,3% dos registros e influenza B, a 0,3%.

 

Gomes também ressaltou que a incidência de SRAG por covid-19 impacta mais fortemente as crianças de até 2 anos e a população com 65 anos ou mais. "Por outro lado, a mortalidade decorrente da doença tem sido especialmente elevada entre os idosos, com predominância da infecção pelo coronavírus", afirmou o especialista.

 

Cuidados e prevenção

 

Com relação à covid e à gripe, a Fiocruz ressalta que a vacinação segue sendo o principal meio de enfrentamento. Além disso, a instituição destacou a eficácia do uso de máscaras do tipo N95 e PFF2, que reduzem o risco de contrair vírus respiratórios, especialmente em unidades de saúde, que possuem grande circulação de pessoas infectadas.

 

Outra recomendação é buscar atendimento médico em caso de surgimento de sintomas parecidos com resfriados, principalmente aqueles que fazem parte de grupo de risco, para que sejam encaminhados para tratamento adequado à eventual doença.