Bia Ferreira luta pelo título mundial em busca de feito inédito no boxe

Esporte
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Já detentora de dois títulos mundiais da Associação Internacional de Boxe (Aiba) e de uma medalha de prata olímpica, Beatriz Ferreira pode dar neste sábado um passo decisivo para alcançar o ápice da carreira de uma atleta. A brasileira vai subir ao ringue do Exhibition Centre, em Liverpool, na Inglaterra, para enfrentar a argentina Yanina del Carmen Lescano pelo cinturão vago do peso leve (até 61,325kg) da Federação Internacional de Boxe (FIB).

Para Bia Ferreira, conquistar este cinturão significa ir para Paris, daqui a três meses, para a Olimpíada, como campeã mundial profissional, algo inédito no boxe. Na França, então, ela poderia concluir aquele que considera o ano mais importante de sua carreira. "Não posso perder esta oportunidade. Gosto de fazer história e ser pioneira", disse, ao Estadão. "Este é o ano mais significativo da minha vida. Vou buscar a medalha dourada e encerrar minha jornada olímpica com chave de ouro", acrescentou.

Bia Ferreira começou sua carreira híbrida no boxe em novembro de 2022. Entre a busca bem-sucedida pela vaga nos Jogos de Paris-2024 e a preparação para a Olimpíada, a brasileira conquistou quatro vitórias, três delas por nocaute, como profissional. Além disso, tornou-se bicampeã mundial pela Aiba em março de 2023 e conquistou seu segundo ouro no Pan-Americano em outubro do ano passado, em Santiago.

Após deixar o ouro olímpico escapar na final contra a irlandesa Kellie Harrington em 2021, Bia Ferreira tinha como principal objetivo para este ciclo ser campeã em Paris. Já o título profissional era uma meta para depois dos Jogos na França. Mas a oportunidade surgiu antes.

A irlandesa Katie Taylor abdicou de seus títulos no peso leve para competir na categoria super leve, deixando os cinturões vagos. As duas primeiras colocadas no ranking da FIB, as britânicas Rhiannon Dixon e Caroline Dubois, optaram por lutar por títulos de outras organizações, abrindo caminho para Bia Ferreira, atualmente em terceiro lugar.

Com isso, a brasileira buscou a chance de ser campeã, que originalmente seria contra a sérvia Jelena Janicijevic, a quarta colocada, mas esta recusou a oportunidade. Assim, a luta com Lescano, sétima no ranking mundial, foi agendada. Diante dela, um desafio será enfrentar uma boxeadora com carreira mais longa no boxe profissional: a argentina tem 14 vitórias e 3 derrotas em seu cartel, uma delas por um título mundial em 2022.

Superar Lescano não só garantiria a Bia Ferreira o título mundial como seria o primeiro passo em sua busca por se tornar a campeã incontestável em sua categoria, seu objetivo como profissional. "Minha jornada no profissional está sendo rápida, tanto que já estou prestes a disputar um título mundial. Minha meta é unir todos os cinturões de todas as entidades em minha categoria", disse.

Com a disputa do cinturão a apenas três meses das Olimpíada, Bia Ferreira precisou enfrentar os desafios de uma carreira híbrida. Enquanto no boxe amador e olímpico as lutas são divididas em três rounds de três minutos, as profissionais são mais longas - para este sábado, estão previstos dez rounds de dois minutos. "Achei que já tinha treinado bastante, mas para esta luta foi muito mais intenso. São oito anos de boxe amador de alto rendimento, mas o boxe profissional, embora seja o mesmo esporte, é totalmente diferente", afirmou.

Por isso, Bia Ferreira trabalhou mais a resistência ao mesmo tempo em que não pode abrir mão da intensidade para buscar o nocaute, o que exige um ritmo mais acelerado de golpes. "Preciso dosar e ser inteligente. Continuarei com minha explosão, mas a usarei no momento certo. Diferentemente do boxe olímpico, em que às vezes passo o round inteiro usando minha explosão para não dar chance à adversária, no profissional tenho que ser estratégica. Mas quando ataco, tenho que ser fatal", explicou, ao Estadão, durante o lançamento de campanha publicitária da Spaten que tem a brasileira como garota-propaganda.

A luta entre Bia Ferreira e Lescano é a penúltima da programação neste sábado no Exhibition Centre, em Liverpool, e terá transmissão do DAZN. A disputa pelo título mundial deve começar depois das 16 horas (de Brasília).

Em outra categoria

Dormir bem é importante para a saúde de homens e mulheres com sobrepeso, mostra um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. Pessoas com excesso de peso que ficam acordadas até muito tarde tendem a ter um risco maior de síndrome metabólica - conjunto de condições que elevam o risco de doenças cardíacas, diabete, derrame e outros problemas crônicos.

 

"Nossa pesquisa mostra que as interrupções no relógio biológico interno do corpo podem contribuir para consequências negativas à saúde de pessoas que já podem ser vulneráveis pelo peso", disse a principal autora do estudo, Brooke Shafer, pesquisadora de pós-doutorado do Laboratório de Sono, Cronobiologia e Saúde da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon. Além disso, o sono ruim produz diferentes riscos à saúde entre homens e mulheres, mostram os resultados.

 

A PESQUISA

 

Para o estudo, foram recrutados 30 voluntários com um IMC maior que 25, o que os colocou na categoria de sobrepeso ou obesidade. A equipe usou amostras de saliva para descobrir o horário da noite em que o corpo de cada pessoa começava a produzir o hormônio melatonina, que inicia o processo de adormecer. Os participantes registraram então seus hábitos de sono nos sete dias seguintes.

 

Os pesquisadores avaliaram a diferença de tempo entre o início da melatonina e o tempo médio de sono para cada voluntário para determinar se a janela entre esses fatores era estreita ou ampla. Uma janela estreita significa que alguém adormece pouco após o início da melatonina, e uma ampla significa o oposto. A estreita sugere ainda que a pessoa está ficando acordada até muito tarde para o seu relógio biológico interno, conforme o estudo.

 

HOMENS E MULHERES

 

Homens que adormeciam mais perto do início da melatonina tendiam a ter níveis mais altos de gordura abdominal, mais triglicerídeos gordurosos no sangue e um risco geral mais alto de síndrome metabólica do que homens que dormiam mais cedo e melhor, mostram os resultados.

 

Mulheres com uma janela de sono curta tinham maior gordura corporal geral, níveis elevados de açúcar no sangue e frequência cardíaca de repouso mais alta, descobriram os pesquisadores.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Eli Lilly anunciou nesta terça-feira, 20, que os dados preliminares de um estudo em estágio final mostraram que seu medicamento para perda de peso reduziu significativamente o risco de progressão para diabetes tipo 2 entre adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso. Após o anúncio, a ação da empresa avançava 2,27% no pré-mercado em Nova York, Às 9h10 (de Brasília).

 

Em nota, a farmacêutica americana afirma que os resultados derivam de uma pesquisa de três anos para avaliar a eficácia e segurança de uma dose semanal de tirzepatide, ingrediente da injeção Zepbound e do medicamento para diabetes Mounjaro. O levantamento foi conduzido com 1.032 adultos com pré-diabetes e obesidade ou sobrepeso.

 

Segundo a Eli Lilly, a aplicação do medicamento em tratamento de longo prazo conseguiu "reduzir significativamente" o risco de progressão para diabete tipo 2, em 94%. Além disso, o medicamento também levou a uma redução significativa do peso em uma média de 15% a 22,9%, dependendo da dosagem, em comparação com a redução de 2,1% em pacientes que receberam placebo.

 

No entanto, pacientes que abandonaram o tratamento com tirzepatide após um período de 17 semanas voltaram a ganhar peso e a ampliar riscos de progressão para diabetes tipo 2. Contudo, esses participantes ainda mantiveram 88% menos probabilidade de desenvolver a doença, em comparação aos adultos que tomaram o placebo.

 

As vendas dos medicamentos para diabetes e perda de peso Mounjaro e Zepbound, da Eli Lilly, tornaram-se um fator fundamental para o desempenho da farmacêutica, com os lucros do segundo trimestre superando amplamente as expectativas. Somente as vendas do Mounjaro mais do que triplicaram, passando para US$ 3,09 bilhões no segundo trimestre deste ano, de US$ 979,7 milhões no ano anterior. *Com informações da Dow Jones Newswires.

De acordo com boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira, 7, o número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), aumentou 75% nas últimas quatro semanas. Entre os dias 25 de fevereiro e 2 de março, especificamente, a doença disparou em todas as regiões do Brasil. A pesquisa mostra ainda que os vírus causadores mudam conforme a região - entre eles estão o coronavírus (causador da covid-19), influenza (gripe) e o vírus sincicial respiratório (VSR).

 

Enquanto no Centro-Sul predomina a covid-19, nas regiões Sudeste e Sul, além da covid-19, há também um aumento nos casos de influenza, indicando uma coexistência de ambas as doenças. Já no Norte e Nordeste, o influenza também apresenta um crescimento significativo, principalmente entre a população adulta. Os dados foram levantados com base no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

 

Com relação ao VSR, a pesquisa apontou o ressurgimento do vírus em todas as regiões do País, com a possibilidade de associação ao retorno às aulas. Esse vírus é conhecido por ser o principal responsável pela bronquiolite em bebês, doença respiratória comum e altamente contagiosa, caracterizada por sintomas como tosse persistente e dificuldade respiratória. "Nesse caso, crianças com até 2 anos são as principais infectadas, mas também é importante destacar o risco de para idosos", afirmou Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

 

Em 2024, foram notificados 13.636 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), dos quais 5.285 (38,8%) apresentaram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.576 (40,9%) foram negativos e 1.955 (14,3%) aguardavam resultado laboratorial. Dentre os casos positivos, 68,6% foram atribuídos à covid-19. Em seguida veio o vírus sincicial respiratório, responsável por 11,4% dos casos. Influenza A correspondeu a 9,3% dos registros e influenza B, a 0,3%.

 

Gomes também ressaltou que a incidência de SRAG por covid-19 impacta mais fortemente as crianças de até 2 anos e a população com 65 anos ou mais. "Por outro lado, a mortalidade decorrente da doença tem sido especialmente elevada entre os idosos, com predominância da infecção pelo coronavírus", afirmou o especialista.

 

Cuidados e prevenção

 

Com relação à covid e à gripe, a Fiocruz ressalta que a vacinação segue sendo o principal meio de enfrentamento. Além disso, a instituição destacou a eficácia do uso de máscaras do tipo N95 e PFF2, que reduzem o risco de contrair vírus respiratórios, especialmente em unidades de saúde, que possuem grande circulação de pessoas infectadas.

 

Outra recomendação é buscar atendimento médico em caso de surgimento de sintomas parecidos com resfriados, principalmente aqueles que fazem parte de grupo de risco, para que sejam encaminhados para tratamento adequado à eventual doença.