Região onde caiu avião no interior de SP já teve colisão de duas aeronaves

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A região de Paraibuna, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, onde o avião da companhia Abaeté caiu na noite desta quarta-feira, 23, causando a morte dos cinco ocupantes, começa a ficar marcada por um histórico de acidentes aeronáuticos. Há menos de um ano - no dia 31 de dezembro de 2023 - um helicóptero modelo Robinson R44 caiu na mesma região, ocasionando a morte dos quatro ocupantes.

O mais grave acidente aéreo em Paraibuna, no entanto, aconteceu há 62 anos, quando dois aviões se chocaram e explodiram sobre a cidade, matando os 26 ocupantes das duas aeronaves.

A queda do Embraer 121 Xingu aconteceu às 18h39 desta quarta, praticamente na divisa entre Paraibuna e Santa Branca, cidade vizinha. O município, uma estância turística, fica nos contrafortes da Serra do Mar, com áreas cobertas de Mata Atlântica e reflorestamento, o que favorece a formação de nuvens e a ocorrência de chuvas.

Segundo as informações iniciais, o avião bateu em um morro e caiu em uma área de mata - as causas ainda são investigadas. O local da queda é um sítio, no bairro rural Caetê, à margem da estrada municipal Fazenda Capela-Fazenda Caeté.

Esse local fica a 27 quilômetros por terra do bairro Lageado, onde aconteceu a queda do helicóptero, no dia 31 de dezembro de 2023. Com quatro ocupantes, a aeronave decolou do aeródromo Campo de Marte, em São Paulo, com destino a um heliponto de Ilhabela, no litoral norte do Estado, onde as vítimas passariam o Réveillon.

Conforme a apuração inicial, havia mau tempo e pouca visibilidade no trajeto e o helicóptero se chocou contra uma plantação de eucaliptos. Os destroços e os corpos das vítimas só foram localizados após 12 dias de busca, ao serem avistados por um helicóptero da Polícia Militar.

O pior desastre aéreo da história de Paraibuna aconteceu no dia 26 de novembro de 1962. Um avião Saab 90 Scandia, da extinta Vasp, decolou por volta das 8h40 do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. O voo fazia parte da ponte aérea Rio-São Paulo e a aeronave, que levava 18 passageiros e cinco tripulantes, deveria pousar no Rio em uma hora.

No trajeto, o avião Saab acabou colidindo frontalmente com um Cessna 310 particular, que levava dois passageiros e um tripulante. O Cessna fazia a rota inversa: havia decolado do Santos Dumont e seguia para o aeroporto de Campo de Marte em São Paulo.

Com a colisão, as aeronaves explodiram, matando todos os 26 ocupantes. Os destroços caíram numa região de charco, no bairro do Pinhal. Logo após o acidente, a Vasp aposentou aquele modelo de avião.

Apesar de os acidentes em Paraibuna chamarem atenção, não significa que a região seja crítica para a aviação. A maior parte dos acidentes aéreos acontece próximo de aeroportos e estão relacionados com as manobras de pouso e decolagem, momentos mais críticos do voo, e com a presença de aves e balões nesses locais.

As causas do acidente com o Xingu ainda precisam ser apuradas, mas pode ter havido influência do mau tempo na região. Uma aeronave apta a operar com o auxílio de aparelhos geralmente resiste bem a uma tempestade, desde que não ocorram outros fatores, como falha técnica ou humana.

A prefeitura de Paraibuna disse que a cidade está na rota de aviões que decolam do aeroporto de São José dos Campos em direção ao aeródromo de Ubatuba. Algumas rotas aéreas entre os aeroportos do Rio de Janeiro e da capital paulista também passam pela região.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), informou que disponibiliza à sociedade, em seu site, o Painel Sipaer, uma plataforma atualizada diariamente, que permite a visualização detalhada de dados sobre acidentes e ocorrências aeronáuticas da Aviação Civil Brasileira, nos últimos dez anos. Além da ocorrência desta quarta, o painel registra o acidente com o helicóptero em Paraibuna, em dezembro de 2023.

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O perfil oficial de Rita Lee (1947-2023) no Instagram anunciou que um registro inédito da cantora, batizado de Rita Lee Ao Vivo no Luna Park, será lançado em breve. A gravadora Universal, responsável pelo lançamento, ainda não divulgou maiores detalhes sobre o projeto, mas trata-se da gravação de uma apresentação que a cantora e sua banda fizeram no ginásio argentino, em novembro de 2002.

A base do show é o disco Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar, lançado pela cantora um ano antes com músicas dos Beatles, em versões originais e outras com letra em português. Uma delas é Minha Vida, versão para In My Life.

Recentemente, quando Paul McCartney se apresentou em São Paulo, o DJ norte-americano Chris Holmes, responsável pelo set de aquecimento do público, tocou Minha Vida na voz de Rita. A gravação foi muito aplaudida pelo público, no início e no final.

As músicas que entrarão no disco ainda não foram divulgadas. Mas, além das canções do quarteto inglês, Rita também cantou no show alguns sucessos de carreira, como Baila Comigo, Doce Vampiro, Mania de Você e Lança Perfume. Ela também incluiu o bolero Besame Mucho e fez dueto com o músico e compositor argentino Charly Garcia. Juntos, eles cantaram, em inglês, Love Me Do e Help!, ambas de John Lennon e Paul McCartney.

Quando Rita fez essa apresentação em Buenos Aires, que ganhou o nome de Bossa'n Beatles, mesmo nome que o álbum Aqui, Ali e Em Qualquer Lugar recebeu na Argentina, havia 36 anos que ela não tocava para o público de lá. O show virou um especial de televisão apresentado no Brasil pelo canal pago Film & Arts.

Na época, uma matéria do Estadão afirmou que Rita levou seis mil pessoas ao Luna Park e que a cantora ficou quatro dias no país para, além do show, participar de outros compromissos, como uma tarde de autógrafos e receber um Disco de Ouro pela expressiva vendagem do álbum.

Céline Dion fez uma rara aparição pública na última terça-feira, 22. Ela marcou presença no evento City of Hope Spirit of Life Gala, onde falou sobre a sua saúde. A cantora foi diagnosticada com Síndrome da Pessoa Rígida em 2022.

Ela agradeceu à clínica em que faz o tratamento, mencionando que o local faz muitas pesquisas e proporciona novos métodos de combater a doença. "Eles prestam cuidados às pessoas em seu principal momento de necessidade, difícil e desafiador de suas vidas. Isso é muito importante. Ele nos dão esperança. E eu sei o quanto isso é importante", disse.

Apesar de se tratar de uma situação desafiadora, a artista ainda disse que continua sendo uma pessoa esperançosa e positiva. "Eu sei que em nossas vidas maravilhosas, cheias de família, alegria e amor, também podemos passar por tremendos desafios, com grandes testes de fé e força. É uma alegria me reunir com todos nesta sala esta noite para fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar a espalhar este grande dom de esperança."

Desde o diagnóstico, Céline mantém uma vida reservada e longe dos holofotes. Essa foi a segunda aparição que a cantora fez. Em julho, ela se apresentou na abertura das Olimpíadas de Paris 2024. No evento, ela falou sobre isso: "Esta é a primeira vez que estou em um palco desde que estive na Torre Eiffel. E eu meio que sinto falta disso".

Confira aqui

Alerta: o texto abaixo trata de temas como suicídios e transtornos mentais. Se você está passando por problemas, veja ao final dele onde buscar ajuda.

Uma das parcerias mais fundamentais para o pop brasileiro foi a dos irmãos Marina Lima e Antonio Cicero. Fullgás, Acontecimentos, Virgem e Pra Começar foram algumas das canções que fizeram juntos e que viraram hits da música brasileira.

Cicero, que morreu nesta quarta-feira, 23, aos 79 anos, era 10 anos mais velho do que Marina. Como a cantora contou em seu livro Maneira de Ser (Língua Geral), lançado em 2012, a diferença de idade entre eles, em um primeiro momento, pesou na relação.

Marina explicou que era mais próximo de Beto, seu outro irmão, que também já morreu. "Quando eu era criança, só me referia ao Beto assim: 'meu irmão Beto disse', 'eu e meu irmão gostaríamos...'. Parecia que só havia nós dois. É que Cicero e eu éramos afastados", escreveu a cantora.

"Não tínhamos assuntos, interesses, nada em comum. Foi a música que nos aproximou. E a possibilidade de vivermos disso veio como uma solução mágica", continuou a cantora.

Quem deu o primeiro passo foi ela. Em 1976, Marina pegou um poema de Cicero chamado Alma Caiada e o musicou, sem ele saber. Nascia, assim, a parceria. A música foi entregue para a cantora Maria Bethânia gravar no disco Pássaro Proibido. No entanto, a letra foi vetada pela censura do governo militar sob a alegação de que tinha conotação política. A música seria lançada por Zizi Possi em 1979.

Marina lançou seu primeiro álbum em 1979, Simples Como Fogo, e ele já trazia novas parcerias com Cicero, como Transas de Amor e A Chave do Mundo.

No livro, a cantora relata como a relação entre ela e o irmão mudou a partir do momento que se entenderam por meio da música.

"Cicero e eu nos tornamos próximos. Com mundos, segredos, conversas só nossas. Nossos encontros para compor eram deliciosos...Vibrávamos a cada música feita, a cada achado. E, de certa forma, tínhamos essa desculpa para ficarmos ali horas, trocando, inventando e nos conhecendo", escreveu Marina.

Em depoimento ao jornal O Globo nesta quarta-feira 23, o viúvo de Antonio Cicero, o figurinista Marcelo Pies, afirmou que Marina soube da decisão do irmão pelo suicídio assistido na última terça-feira, 22. Cicero, que sofria de Alzheimer, morreu na Suíça, um dos países onde a prática é legalizada.

A reportagem do Estadão procurou Marina para saber se ela gostaria de se manifestar sobre a morte de Cicero. Sua assessoria afirmou que ela ainda está "muito emotiva" e que precisa "processar o luto".

Onde buscar ajuda

Se você está passando por sofrimento psíquico ou conhece alguém nessa situação, veja abaixo onde encontrar ajuda:

Centro de Valorização da Vida (CVV)

Se estiver precisando de ajuda imediata, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço gratuito de apoio emocional que disponibiliza atendimento 24 horas por dia. O contato pode ser feito por e-mail, pelo chat no site ou pelo telefone 188.

Canal Pode Falar

Iniciativa criada pelo Unicef para oferecer escuta para adolescentes e jovens de 13 a 24 anos. O contato pode ser feito pelo WhatsApp, de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h.

SUS

Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) são unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas para o atendimento de pacientes com transtornos mentais. Há unidades específicas para crianças e adolescentes. Na cidade de São Paulo, são 33 Caps Infantojuventis e é possível buscar os endereços das unidades nesta página.

Mapa da Saúde Mental

O site traz mapas com unidades de saúde e iniciativas gratuitas de atendimento psicológico presencial e online. Disponibiliza ainda materiais de orientação sobre transtornos mentais.