Saúde e secretarias do Rio divergem sobre números da nova variante de covid

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Um dia após o Ministério da Saúde anunciar que foi notificado, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da identificação de mais três casos da variante P.1 do novo coronavírus na capital fluminense, a Secretaria estadual de Saúde do Rio informou nesta quarta-feira, 17, ter quatro casos monitorados. Há, porém, inconsistências desses dados com os números informados pela autoridade federal.

Um balanço divulgado pelo ministério na sexta-feira, 12, já indicava, no Rio, um caso de P.1, encontrado originalmente em Manaus (AM). As autoridades estadual e municipal informaram que foram notificadas de quatro casos apenas na terça-feira, 16.

"Não temos notificação nenhuma do Ministério da Saúde sobre esse caso (notificado sexta-feira, 12). Vou perguntar quem é esse paciente", afirmou o secretário de Estado de Saúde do Rio, Carlos Alberto Chaves, ao ser questionado pelo Estadão sobre o balanço de sexta-feira, 12, do Ministério da Saúde. "Se você está sabendo e eu não estou sabendo, há uma descoordenação", completou Chaves.

Questionado nesta quarta-feira se houve alguma notificação de casos causados pela P.1 até a sexta-feira, 12, o Ministério da Saúde não respondeu. Informou apenas o balanço nacional dos casos associados às "variantes de atenção" do novo coronavírus. Essas variantes são monitoradas mundialmente. O motivo é que são mais transmissíveis do que a versão original do vírus.

As três principais foram encontradas originalmente em Manaus (P.1), no Reino Unido e na África do Sul. Segundo o ministério, já foram identificados no Brasil 173 casos provocados pela P.1 e doze pela variante britânica. Os números eram os mesmos na noite de terça-feira, 16.

Chaves e o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, deram entrevista nesta quarta-feira para falar das novas variantes. Chaves começou sua apresentação criticando a falta de coordenação com a autoridade federal na divulgação das informações. O Ministério da Saúde anunciou as notificações somente após, mais cedo na terça-feira, 16, a Fiocruz confirmar a identificação dos casos. Um deles foi noticiado inicialmente pelo "RJTV", da TV Globo.

"O que mais lamento é que eu e Daniel (Soranz) recebemos a notícia via TV. Não sabíamos disso", afirmou Chaves, o secretário estadual. "Isso é lamentável. Não nos furtamos, em nenhum momento, de sermos notificados. Seria mais elegante uma nota técnica assinada pela Fiocruz e pelos secretários", completou o secretário.

O Ministério da Saúde não comentou as declarações do secretário. A Fiocruz informou apenas que enviou "os laudos emitidos à Secretaria de Estado de Saúde do RJ". Seguiu, informou, o estabelecido "em protocolo, assim como o faz para todas as análises laboratoriais realizadas pela instituição".

Na coletiva desta quarta-feira, técnicos da SES do Rio informaram que ainda não é possível determinar se as transmissões da variante P.1 ocorrem localmente ou se foram importadas de outros Estados. Segundo Chaves, a expectativa é que a investigação epidemiológica, com rastreamento da transmissão, seja concluída até esta sexta, 19.

"Não é possível dizer (ainda) se esses casos são autóctones ou importados", afirmou o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES, Mário Sergio Ribeiro.

Conforme apresentação de técnicos da SES, além dos quatro casos causados pela variante P.1, foi identificada no Rio uma ocorrência provocada pela variante do Reino Unido. Dos quatro casos da P.1, um é de um paciente de Manaus. Ele foi transferido para o Rio após o Amazonas pedir apoio de outros Estados por falta de oxigênio. Outro é da capital fluminense. Um terceiro foi registrado em Petrópolis. A prefeitura da cidade da Região Serrana, porém, informou que o paciente é morador da capital. O quarto caso é de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Esse paciente morreu.

Conforme os técnicos da SES, o Estado tem selecionado, de forma aleatória, três casos por semana para fazer o sequenciamento genético. É o procedimento que tem como objetivo justamente verificar as linhagens circulantes em cada região e identificar o surgimento de novas variantes.

Em outubro, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) instalou a rede Coronaômica. O objetivo era ampliar a vigilância genômica no País. O Ministério da Saúde informou que, "desde a primeira informação de possíveis casos de variantes", tem emitido comunicados aos Estados. Afirmou ainda que vem "orientando a ampliação do sequenciamento de rotina dos vírus SARS-CoV-2".

Segundo a SES, há três semanas, o Estado do Rio tem mandado as três amostras semanais para o sequenciamento. Mas ainda não recebeu resultados. Os casos notificados pela Fiocruz foram de amostras obtidas pela fundação. A SES disse que enviou para sequenciamento amostras coletados dos 58 pacientes oriundos do Amazonas transferidos para o Rio e de cinco outros pacientes, transferidos de Rondônia no último fim de semana.

Tanto Chaves quanto Soranz afirmaram que ainda é cedo para adotar medidas de maior restrição ao contato social - como lockdowns"-, devido à identificação de novos casos de variantes do novo coronavírus. Segundo os secretários, ainda é preciso verificar efeitos nos números da pandemia. Soranz frisou que, na capital fluminense, embora o número de casos venha aumentando, óbitos e internações estão em queda.

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A Academia Brasileira de Letras (ABL) vai eleger hoje, 30, a partir das 16h, o novo ocupante para a cadeira 7, que era ocupada pelo cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro, aos 84 anos.

Ao todo, são 13 concorrentes, incluindo Míriam Leitão, Cristovam Buarque, Tom Farias e Marcia Camargos. O novo ocupante da cadeira deve ser revelado em 30 minutos.

A ABL divulgou também os nomes dos concorrentes às vagas que pertenceram aos imortais Heloisa Teixeira e Marcos Vilaça. Heloisa ocupava a cadeira 30 da Academia. Em abril de 2023, tomou posse como a 10ª mulher eleita imortal. Escritora, crítica cultural e importante nome do feminismo brasileiro, ela morreu dia 28 de março, aos 85 anos.

O advogado, jornalista e escritor Marcos Vilaça morreu no dia seguinte, 29 de março, também aos 85 anos. Ele ocupava a cadeira 26 desde 1985. As eleições para as vagas dos acadêmicos serão nos dias 22 e 29 de maio, respectivamente.

CONCORRENTES

Disputam a vaga que pertenceu a Heloisa o poeta, professor e tradutor Paulo Henriques Britto, e o poeta e compositor Salgado Maranhão. Também estão inscritos Arlindo Miguel, Paulo Roberto Ceratti, Spencer Hartmann Júnior e Eduardo Baccarin Costa.

Entre os inscritos para a sucessão da cadeira 26, que era de Vilaça, estão o advogado, escritor e professor universitário José Roberto de Castro Neves e o escritor, editor, tradutor e historiador Rodrigo Lacerda. Completam a lista Diego Mendes Sousa, Sivaldo Venerando do Nascimento e Evandro Aléssio Rodrigues Pereira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.