Mais de 1 milhão de usuários do Telegram estão em grupos de pornografia infantil, diz relatório

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Um relatório da SaferNet Brasil, organização não governamental de defesa dos direitos humanos na internet, revelou que mais de 1,25 milhão de usuários do Telegram no Brasil estão em grupos que compartilham e comercializam imagens de abuso sexual infantil. O relatório, intitulado "Em suas próprias palavras: Como o Telegram tem sido usado no Brasil como um espaço de comércio virtual por criminosos sexuais", foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal e a autoridades francesas.

Procurada pela reportagem, a rede social não se pronunciou até o momento.

O estudo se baseou na análise de 874 links do Telegram denunciados à SaferNet por usuários da internet durante o primeiro semestre de 2024. A SaferNet verificou que 149 links (17% do total) ainda estavam ativos entre julho e setembro de 2024, com usuários e administradores cometendo crimes como compartilhamento e venda de imagens de abuso além de outros conteúdos ilícitos como pornografia gerada por inteligência artificial.

Para realizar o mapeamento, a SaferNet analisou manualmente cada link denunciado, verificando se ele ainda estava ativo, se continha conteúdo sexual (consensual, lícito ou ilícito) e o nível de atividade do grupo ou canal (número de usuários, termos e palavras-chave).

O mapeamento identificou 190 palavras-chave, acrônimos, emojis e hashtags em português, inglês e espanhol utilizados para compartilhar e comercializar materiais ilícitos. Em uma das comunidades com 200 mil usuários, a SaferNet encontrou evidências de comercialização e distribuição de imagens de abuso e exploração sexual infantil.

Telegram: líder em denúncias

O Telegram lidera o ranking de denúncias de pornografia infantil recebidas pela SaferNet e está entre os 10 domínios com mais links desse tipo de crime denunciados desde 2021. Em 2023, a SaferNet recebeu 3.274 denúncias de pornografia infantil no Telegram, um aumento de 77% em relação ao ano anterior.

A plataforma ainda enfrenta investigações em diversos países, incluindo França, Índia e Brasil. Na França, o CEO Pavel Durov foi preso em agosto deste ano por suspeita de envolvimento em crimes como tráfico de drogas e fraude. Após sua liberação, Durov anunciou que o Telegram passaria a fornecer endereços IP e números de telefone de usuários às autoridades em resposta a solicitações legais.

Apesar disso, a plataforma tem sido criticada por sua falta de transparência e cooperação com as autoridades. A rede social não divulga dados sobre moderação de conteúdo e não responde às requisições da INHOPE, associação internacional de canais de denúncia de crimes sexuais contra crianças e adolescentes na internet.

A SaferNet aponta a falta de moderação como um dos principais fatores que contribuem para a proliferação de grupos de exploração sexual infantil no Telegram. Segundo o estudo, com apenas 35 funcionários para gerenciar uma plataforma com 900 milhões de usuários, a empresa não consegue dar conta do volume de conteúdo que circula em seus servidores.

Outro ponto crítico destacado pelo relatório é a utilização de robôs para realizar pagamentos com criptomoedas dentro da plataforma. Essa prática dificulta a identificação dos criminosos e a rastreabilidade das transações financeiras, o que aumenta a sensação de impunidade e facilita a atuação de redes de exploração sexual infantil.

A ONG verificou que o Telegram utiliza 23 processadores de pagamento, a maioria deles localizados na Rússia e Ucrânia. Cinco desses processadores não tiveram sua origem identificada, e quatro já sofreram sanções internacionais.

O que pode ser feito?

Diante desse cenário preocupante, a SaferNet defendeu em seu relatório a necessidade de uma atuação conjunta entre autoridades, empresas e sociedade civil para combater a exploração sexual infantil online. A ONG destaca a importância da educação digital, da conscientização dos usuários sobre os riscos da internet e da denúncia de conteúdos ilegais.

A organização também ressaltou a importância da autorregulação por parte das plataformas digitais e da responsabilização dos provedores de serviços que não colaboram com as autoridades no combate aos crimes sexuais online.

Em outra categoria

Passado um século desde o nascimento de Riley Ben King, a emoção não acabou - ao contrário do que ele cantava na chorosa obra-prima do blues The Thrill Is Gone. B.B. King (1925-2015), que faria 100 anos nesta semana, ainda é reverenciado e redescoberto por novas gerações. Entre os maiores guitarristas da história, o homem que deixou a miséria dos campos de algodão no sul dos EUA conquistou o mundo com as notas aconchegantes de sua Gibson Les Paul, apelidada de Lucille.

Quem visita o Bourbon Street Music Club, no bairro paulistano de Moema, logo se depara com o instrumento (autografado) exposto como um artefato sagrado que evoca o espírito do padrinho da tradicional casa de shows inspirada em Nova Orleans, berço do jazz nos EUA, e idealizada pelo empresário Edgard Radesca e outros três sócios: Luiz Fernando Mascaro, Clóvis César e Edmilson Santill.

Tudo começou em 1993, quando o grupo precisava de um grande nome para inaugurar o Bourbon. Mesmo sem dinheiro, o gestor conseguiu o contato do escritório do astro e descobriu que ele faria uma turnê na América do Sul. Organizou, então, uma vaquinha entre amigos para tentar contratá-lo. Sem muitas esperanças, fizeram uma oferta e, dias depois, foram surpreendidos com a notícia de que o valor daria para que King realizasse quatro apresentações no local.

"Foi um acontecimento. Depois disso, ele veio mais sete vezes até a sua morte. Viramos representantes dele no Brasil", diz o sócio de 78 anos. Radesca passou a organizar concertos do Rei do Blues fora do Bourbon, em outras capitais brasileiras e até em Buenos Aires. "Ao todo, foram 41 shows. Estive com ele em todos", afirma o empresário.

HISTÓRIAS. Com isso, a relação frutífera entre contratante e contratado se transformou em amizade e gerou histórias inesquecíveis. Certa vez, Radesca recebeu King para almoçar em sua casa horas antes de um show. O cardápio, preparado por Célia, mulher de Radesca, incluía peixe, frango assado e muitas frutas.

"Naquele dia, ele adorou as mangas, comeu bastante. De noite, quando começou o show, tudo corria normalmente até que ele deixou o palco. Eu nunca o tinha visto fazer aquilo, então eu saí da minha mesa e corri para o camarim. Ele estava no banheiro. Enquanto isso, a banda seguia tocando. Então, ele saiu, voltou ao palco, abriu um sorrisão e, esfregando a barriga, disse: 'Manga...'", conta o diretor do Bourbon.

B.B. King morreu em maio de 2015, aos 89 anos, após ter sofrido com AVCs, diabete, Alzheimer e problemas cardíacos. Radesca fez questão de comparecer ao funeral público em Las Vegas, cidade onde o artista residia, antes da cerimônia mais privada no Mississippi, sua terra natal.

Dudu Camargo teve a cabeça mordida por um cavalo na Baia de A Fazenda 17. Sentado no chão, ele estava junto de Tamires Assis, que fazia carinho no cavalo, quando gritou após a boca do animal chegar à sua cabeça. "Ele me mordeu. Não é cavalo da paz, não. Não foi nem o cabelo, foi a cabeça. Senti o peso da mordida. Ele é treinado para isso", disse.

A nova temporada do reality show trouxe uma novidade: a presença de dois participantes infiltrados, chamados de "impostores". A apresentadora Adriane Galisteu revelou que Matheus Martins e Carol Lekker foram os escolhidos para cumprir essa missão e realizar atividades especiais indicadas pela produção no reality. Na próxima terça-feira, 23, os peões terão de votar para tentar identificar quem são os infiltrados dentro da sede.

A Fazenda 17 é exibida de segunda a sábado, às 22h30, e aos domingos, às 23h, na Record.

O cineasta Kleber Mendonça Filho receberá um prêmio do Critics Choice Awards, a maior associação de críticos de cinema da América do Norte, por sua direção do longa O Agente Secreto. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 17, por meio das redes sociais da organização. No dia 24 de outubro deste ano, a associação celebrará a quarta edição do Critics Choice Celebration of Latino Cinema and Television. O evento busca divulgar e celebrar a produção audiovisual vinda da América Latina e de seus descendentes.

"Kleber Mendonça Filho receberá o Prêmio de Direção por seu trabalho em O Agente Secreto", afirmou o comunicado divulgado à imprensa. "O cineasta brasileiro recentemente recebeu o prêmio de Melhor Diretor no 78º Festival de Cannes pelo filme, além de ter recebido o Prêmio da Crítica Internacional FIPRESCI." Além do diretor brasileiro, outros nomes de artistas latinos também serão homenageados no evento - a atriz America Ferrera, os atores Oscar Isaac, Anthony Ramos e Gabriel Luna, entre outros.

No ano passado, a atriz Fernanda Torres foi homenageada no mesmo evento por sua atuação em Ainda Estou Aqui. A homenagem ao cineasta pernambucano, então, se prova como mais um passo certeiro de O Agente Secreto em direção ao Oscar 2026. Na última segunda-feira, 15, o longa foi escolhido para disputar a indicação brasileira ao Oscar de Melhor Filme Internacional. Para além disso, o filme venceu dois prêmios no Festival de Cannes e vem sendo bastante elogiado pela crítica internacional.

Nos Estados Unidos, a mídia norte-americana coloca o longa como provável candidato em cinco categorias - Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Filme Internacional. Na trama da obra, ambientada durante a ditadura militar brasileira, Marcelo (Wagner Moura) é um especialista em tecnologia que foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz. Ele, no entanto, logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura.