Com medo do vírus, cidades próximas a Araraquara decretam lockdown

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Com medo do novo coronavírus e de suas mutações, quatro cidades próximas a Araraquara, no interior paulista, também decretaram lockdown. Os municípios são Américo Brasiliense, Boa Esperança do Sul, Rincão e Santa Lúcia. Linhas de ônibus entre as cidades foram suspensas. Araraquara já detectou mais de uma dezena de casos da variante amazônica do vírus e está em lockdown ampliado desde a manhã de domingo, 21. Os hospitais, que são referência para a região, voltaram a atingir 100% de lotação.

Américo Brasiliense, Boa Esperança do Sul, Rincão e Santa Lúcia amanheceram com as ruas vazias nesta segunda, 22.

As medidas, que fecham o comércio, os serviços não essenciais e impedem a circulação de veículos e pessoas exceto em casos de extrema necessidade, vigoram até 23h59 desta terça-feira, 23. Houve a instalação de barreiras para fiscalizar o cumprimento das restrições. A suspensão do transporte coletivo para Araraquara afeta moradores dessas localidades que se deslocam para trabalhar em serviços essenciais da cidade de maior porte.

Em Américo Brasiliense, o assistente de logística Filipe Gustavo Marcondes, de 20 anos, precisou usar o transporte por aplicativo, às 7 horas desta segunda, para chegar antes das 8 ao Hospital São Francisco, em Araraquara, onde trabalha. "A empresa está bancando o transporte, pois não podemos parar", disse.

Ele não está na linha de frente, mas o hospital atende pacientes com a covid-19, por isso o jovem redobra os cuidados. "Moro com minha avó, que tem 58 anos, e venho me cuidando muito desde o início da pandemia. Hoje, tudo o que vi no percurso foram ruas vazias, então acho que, enfim, as pessoas estão se cuidando também", disse.

O prefeito de Américo Brasiliense, Dirceu Pano (PSDB), voltou às redes sociais nesta segunda-feira para pedir à população o máximo de rigor no isolamento. "Semana passada estive aqui e disse que estávamos vivendo o pior momento da pandemia. Pois digo que o pior momento estamos vivendo agora e não sei como será amanhã."

A Defesa Civil foi convocada para atuar nas barreiras de fiscalização e orientação dos moradores. O coordenador, Valmir Lupe, disse que o movimento se restringe ao hospital estadual, que recebe pacientes de 26 municípios. "Chegam muitas ambulâncias e também veículos particulares trazendo médicos e outros profissionais da saúde, mas no resto da cidade está tudo parado. De manhã, só circulou a coleta de lixo, pois os ônibus também estão parados." Segundo ele, não foi por falta de aviso que a cidade chegou a esse ponto. "Trabalhamos muito na prevenção, mas só acreditam quando a vítima tem CPF e endereço", disse, numa alusão ao infectado ser pessoa conhecida.

A prefeitura de Rincão reduziu o horário do comércio, que passou a fechar às 18 horas, e proibiu a circulação de pessoas sem motivo para a saída de casa. "Policiais e fiscais estão orientando as pessoas que encontram pela rua. Elas precisam explicar por que saíram e para onde estão indo. Após as 18 horas, só abrem posto de gasolina e farmácia" disse, em nota, a assessoria de imprensa.

A empresa que opera a linha de ônibus entre Rincão e Araraquara suspendeu o serviço, alegando o bloqueio nas duas cidades. A medida afetou quem trabalha em serviço essencial na cidade maior, como a caixa de farmácia Marisa Beluzi. "Sem ônibus não sei como faço. Tem muitas pessoas de Rincão que trabalham no hospital e serviços de saúde de lá que não pararam", reclamou. A prefeitura informou ter entrado em contato com a empresa para resolver o impasse.

Em Boa Esperança do Sul, um carro de som percorre as ruas alertando que não se pode sair de casa. Ônibus de fora que chegam ao terminal rodoviário são abordados pela equipe da vigilância sanitária. A prefeitura suspendeu os atendimentos presenciais e as escolas públicas e privadas suspenderam o atendimento presencial. "Não há leitos na região e, se nada for feito, a situação vai ficar ainda pior", disse, em nota, a prefeitura.

Menor cidade do entorno de Araraquara, com 8.854 moradores, Santa Lúcia tinha ares de cidade fantasma nesta segunda, segundo o comerciante Otávio Luiz Boschi, dono de uma farmácia. "Estou com o estabelecimento aberto desde às 8 horas e até agora - são 14 horas - entrou uma pessoa, e foi só para medir a pressão", disse.

De sua farmácia, no Jardim Esperança, ele vê as ruas completamente vazias. "Aqui o povo aderiu bem, até porque está todo mundo muito assustado com os rumos da pandemia." O prefeito Luiz Antonio Noli (PR) fez apelo para os visitantes não irem a Santa Lúcia. "Não queremos passar pelo constrangimento de pedir para voltarem para trás", afirmou.

Em Ribeirão Bonito, que ainda não tem lockdown, a prefeitura instalou barreiras nos acessos para controlar a entrada de pessoas de outras cidades. Somente na manhã de domingo, quando o bloqueio começou a funcionar, 138 pessoas foram abordadas. Destas, 14 eram procedentes de Araraquara e tiveram de retornar. Outras 19 estavam com temperatura acima de 38 graus e foram encaminhadas para os serviços de saúde.

"Nossa situação é tranquila, se comparada com a de outras cidades, mas estamos tentando controlar o vírus e tomando essa medida em defesa da nossa população", disse a diretora de saúde Maria Eliza Alboleia. As barreiras seguem até o próximo dia 28.

Em outra categoria

O cantor Roberto Carlos foi o convidado pela TV Globo para abrir o Show 60 anos, que comemorou o aniversário da emissora na noite de segunda-feira, 28, em uma arena de shows na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Roberto cantou Emoções e Eu Quero Apenas, ao vivo, com sua inconfundível afinação.

O que pouca gente percebeu é que, após a transmissão do evento, a Globo passou uma chamada no estilo 'o que vem por aí' e, entre as atrações anunciadas, estava 'Roberto Carlos em Gramado'.

O Estadão questionou a assessoria do cantor se o anúncio indica a renovação de contrato de Roberto com a Globo - o vínculo venceu em 31 de março deste ano. De acordo com a assessoria de Roberto, a renovação está em "95% acertada, faltando apenas alguns detalhes" para o martelo final. A reportagem também perguntou à TV Globo sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Sobre o especial de fim de ano ser gravado em Gramado, cidade da serra gaúcha, a equipe do cantor afirma que as conversas são muito preliminares ainda. "Foi apenas uma ideia que alguém deu", diz a assessoria. A decisão se dará mais para frente, no segundo semestre, quando o cantor e a emissora vão discutir o formato e o local de gravação do especial.

No Show 60 anos, Roberto se sentiu à vontade. Além de ser muito aplaudido, foi paparicado pelos artistas nos bastidores. Recebeu e tirou fotos com vários deles, como Cauã Reymond, Fafá de Belém e Fábio Jr. O cantor deixou o local por volta de duas horas da manhã, quase uma hora após o final do show.

Roberto Carlos fez seu primeiro especial na TV Globo em 1974 e, nesses mais de 50 anos, só deixou de apresentá-lo por duas ocasiões, quando sua mulher, Maria Rita, morreu, e durante a pandemia. Aos 84 anos, Roberto segue em plena atividade. Em maio, fará uma longa turnê pelo México. Na volta, se apresenta em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, entre outras cidades.

Cauã Reymond publicou nas redes sociais uma foto ao lado de Fábio Porchat e Tatá Werneck durante o show comemorativo dos 60 anos da TV Globo.

"Que noite incrível e especial pra @tvglobo, pra mim e pro Brasil! Um show de emoção, humor, esporte, afeto. Feliz demais pelos 60 anos dessa emissora que está no imaginário e na história de todo mundo", escreveu o ator na legenda. Confira aqui.

O registro foi publicado horas depois de uma esquete protagonizada por Tatá, Porchat e Paulo Vieira no palco do evento.

Durante a apresentação, os humoristas fizeram piadas sobre as polêmicas dos bastidores do remake de Vale Tudo.

No número cômico, Tatá menciona rapidamente os "bastidores de Vale Tudo", e Paulo emenda: "Não fala tocando, não fala tocando. Abaixa o braço, tá com um cecê de seis braços". Fábio rebate: "Pelo amor de Deus, é a minha masculinidade". Tatá completa: "Que masculinidade, Fábio?".

Nas redes sociais, internautas rapidamente interpretaram a brincadeira como uma referência aos rumores de tensão entre Cauã Reymond e Bella Campos durante as gravações da novela.

Segundo relatos, Bella teria reclamado do comportamento do ator nos bastidores. A Globo não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas o tema ganhou destaque nos comentários online após a exibição do especial.

Bruno Gagliasso comentou publicamente pela primeira vez sobre a invasão de sua casa, registrada no início de abril.

Em conversa com a imprensa durante o evento de 60 anos da TV Globo, o ator afirmou, segundo a colunista Fábia Oliveira: "Rapaz, invadiram, mas deu tudo certo".

O caso ganhou repercussão nas redes sociais após o relato de Giovanna Ewbank. A apresentadora, que estava em casa com os filhos, contou que uma desconhecida entrou na residência da família, sentou-se no sofá da sala e chegou a pedir um abraço.

Segundo Giovanna, a mulher conseguiu acessar o imóvel depois que uma funcionária a confundiu com uma conhecida da família.

Próximos projetos

Além de comentar o ocorrido, Bruno Gagliasso falou sobre seus 20 anos de carreira e destacou o personagem Edu, da série Dupla Identidade, como um dos papéis mais marcantes de sua trajetória.

"Fiz personagens que guardo pro resto da minha vida, que me fizeram crescer como ser humano. Ficar 20 anos fazendo personagens que dialogam com a sociedade só me enriquece como ser humano e como ator", afirmou.

Sobre os próximos passos na carreira, o ator brincou: "Quem sabe fazer o remake de A Viagem, aproveitar que estou com esse cabelo e fazer o Alexandre (Guilherme Fontes)".