Após impasse e tensão, COP29 aprova financiamento climático para países em desenvolvimento

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Após dificuldades de negociação e até a descrença de que um acordo poderia ser obtido, a Cúpula do Clima deste ano (COP29) chegou a um acordo a respeito da nova meta de financiamento climático, a ser paga pelos países ricos aos em desenvolvimento. O montante deve ser de ao menos US$ 300 bilhões até 2035, embora estudos apontem que essas nações precisem de US$ 1,3 trilhão.

O tema era o principal da conferência desse ano, chamada informalmente de "COP das Finanças". A COP estava marcada para ocorrer de 11 a 22 de novembro, mas seu encerramento foi postergado diante da dificuldade para obter consenso quanto ao financiamento climático. A decisão foi recebida com aplausos.

A aprovação ocorreu em uma sessão plenária na madrugada deste domingo, 24, em Baku, capital do Azerbaijão. O evento começou sob a sombra da eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, e de um contexto geopolítico polarizado e de guerras. Também foi marcado pela ausência da maioria dos grandes líderes mundiais na cúpula de chefes de estado.

Embora aprovado pela cúpula, o acordo foi criticado por uma parte dos países durante a plenária. O representante de Cuba afirmou, por exemplo, que o momento mostra que os países ricos renunciavam de suas responsabilidades históricas e políticas.

Já a da Índia chamou a situação de um "incidente feliz" e indicou que a aprovação ocorreu em meio uma quebra de confiança da presidência da COP com parte dos países. "O papel da NCQG não inspirada confiança", resumiu. Ambos foram muito aplaudidos (mais do que a decisão em si).

Como contraproposta a uma versão anterior de US$ 250 bilhões, o Brasil havia defendido que o valor fosse de US$ 300 bilhões até 2030, atualização para US$ 390 bilhões até 2035. Nesse cenário, argumentava que o texto deveria deixar claro que seriam recursos públicos, enquanto outras fontes não poderiam ser somadas na meta mínima exigida.

O texto aponta, contudo, que os recursos poderão vir de diversas fontes, públicas e privadas, abrindo margem até para contabilizar bancos multilaterais.

No documento, são reconhecidas as barreiras fiscais enfrentadas pelos países em desenvolvimento e, então, chama-se a todos os atores dos setores público e privado para "trabalharem juntos" para aumentar a contribuição gradualmente, para chegar a US$ 1,3 trilhão até 2035. Isto é, o valor poderia ser alcançado se fossem somados todos os investimentos de origens diversas.

Com a sigla NCQG em inglês, o envolve recursos de países ricos para os em desenvolvimento fazerem adaptação e mitigação climáticas e transição energética, considerando a responsabilidade histórica que reconheceram no Acordo de Paris, por serem os maiores emissores de gases do efeito estufa historicamente.

A aprovação ocorre após mais de 12 dias de uma difícil negociação. No sábado, 23, os blocos dos países mais vulneráveis e insulares chegaram a deixar uma reunião de negociação, apontando que consideravam um "insulto" a forma como suas reivindicações não estariam sendo ouvidas.

Horas antes, à noite, foi feita a "passagem de bastão" para o Brasil, sede da COP-30, com discurso da ministra do meio ambiente, Marina Silva, e a apresentação de vídeo. "É fundamental, sobretudo após a difícil experiência que estamos tendo aqui em Baku, chegar a um resultado minimamente aceitável para todos nós, diante da emergência que estamos vivendo. É fundamental que, antes de chegarmos à COP-30, possamos fazer um alinhamento interno - dentro de nossos países e entre nós", declarou.

Nos bastidores, a condução da presidência da COP29 tem sido criticada. A pouca expressão do Azerbaijão em outras cúpulas já havia despertado desconfiança desde quando o anúncio da sede foi feito. A escolha ocorreu no ano passado em meio à dificuldade de definição de um representante da região e a relutância da Rússia.

Além disso, a primeira versão do texto com um valor definido foi veiculada apenas na sexta, data oficial de fim do evento. O entendimento foi que atendia principalmente aos interesses dos países ricos, que não teriam ido à conferência com propostas consistentes, um dos motivos apontados por nações em desenvolvimento para a demora do avanço das negociações.

Negociações têm avançado pela noite e madrugada nos últimos dias. O entendimento é de que as discussões na primeira semana e início da atual se perderam por temas diversos, em vez de estarem focadas nos assuntos principais da cúpula deste ano, especialmente o financiamento climático.

Hoje, a fonte de recursos do chamado Novo Objetivo Quantificado Coletivo (NCQG na sigla em inglês) é incerta, inclusive sobre a forma como chegará aos países, abrindo brecha até para empréstimos com juros expressivos, por exemplo. O entendimento é que a proposta oficial pende mais para a demanda das nações ricas e que há muitas ambiguidades.

A meta hoje em vigor é de US$ 100 bilhões, mas há divergências se foi cumprida em algum momento desde sua implementação de fato, entre 2020 e 2025. Dentre os aspectos questionados, estão o tipo de recurso - parte dos países entende que não poderia incluir na conta empréstimos a juros altos, por exemplo - e a sua destinação.

O NCQG é considerado chave para que os países em desenvolvimento consigam investir em adaptação, mitigação e transição energética. No Acordo de Paris, está firmado o compromisso de que essa responsabilidade de repasse de recursos é dos maiores responsáveis pela crise climática, os países ricos.

* A repórter viajou a convite do Instituto Clima e Sociedade

Em outra categoria

O filme The Legend of Zelda já tem seus protagonistas confirmados. Bo Bragason e Benjamin Evan Ainsworth foram anunciados como Princesa Zelda e Link, respectivamente. O anúncio veio do próprio perfil da Nintendo, criadora do clássico game. O designer do jogo original, Shigeru Miyamoto, também assina a produção, cuja estreia está prevista para 2027.

A atriz Hunter Schafer, de 26 anos, que ficou conhecida por participar da série Euphoria, da HBO, estava sendo cotada para viver a princesa Zelda nos cinemas, mas não conseguiu o papel no live-action.

Em uma entrevista à Variety em 2023, Hunter se mostrou entusiasmada com a ideia de participar do projeto. "Eu pessoalmente amo o jogo. Eu jogava quando criança e jogo até hoje. Quem sabe? Seria muito, muito legal", declarou à época.

A nova Zelda é inglesa e tem 21 anos. Bo Bragason começou sua carreira bem jovem, aparecendo em um filme francês quando tinha apenas 2 anos. Ela já se destacou em diversas produções, tanto na televisão quanto no cinema. Entre seus papéis mais conhecidos estão os interpretados nas séries da BBC Three Girls e The Jetty; na série do Disney+ Renegade Nell; e em filmes como Censor (2021) e Os Radleys (2024).

Já o intérprete de Link tem apenas 16 anos. Apesar da pouca idade, Benjamin Evan Ainsworth, também inglês, já tem um currículo notável, com papéis de destaque em produções de grande visibilidade, tanto na televisão quanto no cinema.

Pinóquio

Entre os destaques de sua carreira está o papel de Miles Wingrave na série da Netflix A Maldição da Mansão Bly, com uma atuação que o colocou em evidência para a crítica e para o público. O jovem ator ainda interpretou William Spiver no filme da Disney Flora & Ulysses (2021). Mas um dos maiores destaques foi dar voz ao boneco de madeira no live-action da Disney.

Soraya Rocha fez um longo desabafo no sábado, 26, um dia depois do velório de Preta Gil. A maquiadora, que era uma das pessoas mais próximas da cantora nos últimos anos, revelou ter ajudado na preparação do corpo e feito a última maquiagem da amiga: "Ontem me despedi de você, e atendi seu último pedido. Não foi fácil, mas cumpri o que prometi!"

"Ali eu entendi que precisava ter esse momento só nosso. Nossa conexão é eterna! Fiz sua última maquiagem, como tenho feito nos últimos 11 anos de trabalho. Com todo amor, carinho e dedicação", completou a profissional.

Desde o diagnóstico do câncer, em janeiro de 2023, Preta Gil contou com o apoio de um grupo de cerca de 15 amigos bem próximos que cuidaram dela ao longo do tratamento. Soraya foi uma dessas pessoas e esteve, inclusive, nos Estados Unidos na última etapa do tratamento.

A maquiadora falou sobre o período mais difícil juntas e o seu luto. "Foram três anos de muita luta, como você foi guerreira, minha amiga! E nós ensinou a ser fortes até na hora da dor. Durmo e acordo pensando em você, como vai ser agora? A dor é esmagadora dentro do meu peito, me confronto com os bons momentos que vive ao teu lado e foram muitos! Mas, entendo todo o processo e o propósito de vida. Deus sabe de todas as coisas, vá em paz! Você vai estar sempre em meu coração. Obrigada. Te amo eternamente", concluiu Soraya.

Preta Gil foi velada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em uma cerimônia aberta ao público e repleta de famosos que foram se despedir da cantora. Em seguida, o corpo foi cremado em uma cerimônia íntima no Cemitério e Crematório da Penitência, também no Rio, mesma cidade onde a cantora nasceu, atendendo a mais um pedido dela.

Ivete Sangalo se emocionou em sua primeira apresentação depois do velório de Preta Gil, na noite de sábado, 26. A cantora se apresentou no festival Fortal, em Fortaleza, e dedicou o show à amiga: "Ofereço a você, Pretinha, com todo o meu amor, essa apresentação e todas as que vierem. Receba essa homenagem, que eu sei que você está em um lugar de luz", disse Ivete com a voz embargada.

Ovacionada pelo público, a cantora justificou sua emoção: "Vou falar uma coisa a vocês: está tudo bem. Eu estou emocionada porque foi agora, mas ela deixou todo mundo muito bem equipado, acreditem", explicou Ivete, antes de entoar o maior hit da carreira de Preta, a música Sinais de Fogo.

Um dia antes, na sexta-feira, 25, Ivete Sangalo esteve no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde aconteceu o velório de Preta Gil. A cantora chegou acompanhada de seu marido, o nutricionista Daniel Cady, e chorou bastante ao se aproximar do caixão da amiga.

Preta Gil e Ivete Sangalo eram muitos próximas. Em maio, a baiana chegou a visitar a amiga nos Estados Unidos, onde ela passou por um tratamento experimental contra o câncer.

Mesmo sendo filha de Gilberto Gil, um dos maiores ícones da música brasileira, Preta Gil contou que só iniciou na carreira musical por causa do estímulo de Ivete. Em uma entrevista de 2023 na Vogue Brasil, ela explicou que Ivete a via cantar em rodas de amigos e sempre elogiou a sua voz.