Curso de reciclagem, mensagem à tropa: o que o MP pediu à PM após homem ser jogado de ponte

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) recomendou na terça-feira, 3, que o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio Araújo de Freitas, determine que os integrantes da corporação apliquem integralmente os protocolos operacionais durante abordagens e que "seja realizada eventual atualização necessária nos procedimentos operacionais e das normativas existentes".

Em outro documento, recomendou ainda o uso de câmeras corporais em todas as operações policiais, implementando mecanismos eficazes para isso. Como mostrou o Estadão, um novo modelo do programa de bodycams, sem gravação ininterrupta, será implementado a partir deste mês. Procurada para comentar a recomendação do Ministério Público, a Polícia Militar do Estado de São Paulo ainda não se manifestou.

As recomendações do MP ocorrem após uma série de ocorrências ter colocado em xeque a atuação da PM paulista, como as mortes de uma criança de 4 anos em uma ação em Santos, no litoral paulista, e de um estudante de Medicina na Vila Mariana, zona sul paulistana.

Nesta segunda-feira, 2, um agente arremessou um homem do alto de uma ponte na região de Cidade Ademar, também na zona sul. Procurador-geral de Justiça do Estado, Paulo Sergio de Oliveira e Costa considerou as imagens do caso como "estarrecedoras e inadmissíveis".

Questionado sobre a violência policial, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta quarta-feira que não vai demitir o secretário da Segurança Pública do Estado, Guiherme Derrite. "Olha os índices (da segurança pública)", disse o chefe do Executivo paulista.

O Estado tem registrado queda de indicadores como roubos e furtos neste ano, mas a PM matou 496 pessoas de janeiro a setembro, como mostrou o Estadão. Trata-se do maior número desde 2020, de acordo com os dados oficiais divulgados pela Secretaria da Segurança Pública.

As recomendações desta terça foram expedidas pelo Ministério Público por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp).

Em uma delas, o órgão pede que, no prazo de dez dias, o comando da PM determine, com mensagem enviada para a tropa, que os integrantes da corporação "apliquem integralmente e com eficiência os procedimentos operacionais e as normativas existentes sobre abordagens policiais, visando a redução dos casos de erros, abusos e, por consequência, de letalidade policial durante tais intercorrências".

No mesmo documento, os promotores de Justiça recomendam que o comandante "determine que seja realizada eventual atualização necessária nos procedimentos operacionais e das normativas existentes sobre abordagens policiais". Em entrevista à GloboNews, o coronel Cassio Araújo de Freitas chegou a dizer que, em mais de três décadas de serviço, nunca tinha visto uma cena tão chocante quanto o caso do homem arremessado da ponte.

O órgão pede também que a PM considere a implementação de cursos de reciclagem para a tropa. Especialistas em segurança pública questionaram a não utilização de equipamentos não letais, como tasers, em ações recentes, como a do estudante de Medicina morto na entrada de um hotel na Vila Mariana. Para elaborar a recomendação, o Gaesp levou em conta, além dos episódios recentes, o número de mortes decorrentes de intervenção policial.

Em entrevista ao Estadão, o coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar de São Paulo, afirmou que a corporação tem buscado adotar medidas para encontrar alternativas menos letais. "O comando está criando uma espécie de programa de redução de danos colaterais, porque é o que nós observamos nessas ocorrências, para estudar procedimentos e alternativas, talvez até com treinamentos mais específicos em alguns momentos e alternativas ao uso da força", disse Massera.

Câmeras corporais em todas as operações

Em outra recomendação, também encaminhada ao comando da Polícia Militar nesta terça, o MP pede à corporação a utilização de câmeras corporais em todas as operações policiais, implementando "mecanismos eficazes de fiscalização para garantir o cumprimento da obrigação de uso de câmeras corporais e sua ativação no momento determinado".

Em nota divulgada à imprensa, o Ministério Público informou que, além das duas recomendações, o Gaesp abriu investigação para apurar o caso em que um policial do 24º Batalhão de Polícia Militar, de Diadema, arremessa um homem de uma ponte na região de Cidade Ademar, na zona sul.

"Os promotores oficiaram à Polícia Civil para que, em 24 horas, encaminhe cópia do boletim de ocorrência dos fatos e das requisições de todas as perícias solicitadas. À Corregedoria da Polícia Militar, requisitaram que se informe, em cinco dias, sobre a instauração do Inquérito Policial Militar (IPM) e sobre o afastamento dos envolvidos", afirma a nota.

O caso, porém, só foi registrado internamente pela própria Polícia Militar. Segundo a corporação, os agentes fizeram o registro no sistema operacional da polícia de uma perseguição de um homem considerado suspeito, mas sem mencionar qualquer arremesso de viaduto.

O arremesso ocorreu após os policiais não encontrarem nenhuma irregularidade ao abordar dois homens em uma moto (uma das hipóteses é que o ato tenha ocorrido como forma de represália). Um IPM foi instaurado e ao menos 13 agentes foram afastados das atividades operacionais.

Em outra categoria

A jornalista italiana Eleonora Boi, de 39 anos, foi mordida por um tubarão em uma praia de Porto Rico. Ela é casada com Danilo Gallinari, jogador de basquete do Milwaukee Bucks na NBA, e está grávida do terceiro filho do casal.

Boi precisou ser submetida a cirurgia na perna, mas ela e o bebê passam bem.

Em informações compartilhadas no Instagram nesta sexta-feira, 1º, ela descreve o episódio como "o pior dia de sua vida".

"Pequena Sereia da Sardenha 1 x 0 Baby Tubarão de Porto Rico", brinca na postagem. "Nunca pensei que poderia ser atacada por um tubarão, perto da costa, em uma praia superlotada. Fui resgatada rapidamente e a cirurgia para reparar minha pobre perna mastigada correu bem."

A jornalista não perdeu o humor ao dizer que agora só precisa se recuperar do grande susto e ao mencionar o tubarão. "Quanto ao tubarão, ele terá notícias em breve dos meus advogados."

Ela ainda agradeceu pelo apoio e mensagens e segue em recuperação em Porto Rico.

A cantora Alcione, de 77 anos, uma das artistas mais conhecidas do País, diz que vai fazer uma 'macumbinha' para que o presidente dos Estados Unidos Donald Trump deixe o Brasil em paz. "Quero mandar um recado pro Trump. Ele precisa deixar o Brasil em paz, larga o Alexandre de Moraes, nosso ministro maravilhoso. Quando sair daqui vou fazer uma macumbinha pra Trump", disse, quando participava do programa É de Casa, da Rede Globo, deste sábado, 2.

A fala das artista viralizou em redes sociais. "Nesta terra tem uma coisa que ele não tem lá: macumba. Será que a macumba deles lá é boa?", pergunta a artista. Alcione é fã declarada de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), contra quem o presidente americano usou a Lei Global Magnitsky. Moraes também já foi proibido por Trump de entrar nos Estados Unidos.

No último dia 30, o presidente americano assinou decreto que estabelece uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos importados do Brasil, o chamado 'tarifaço'. A justificativa para o decreto das tarifas cita o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e diz que ele é perseguido pela Justiça brasileira. Bolsonaro é réu em processo no STF que apura a trama golpista de 2022 - Moraes é relator da matéria no Supremo.

Alcione já expressou publicamente, em várias ocasiões, sua admiração pelo ministro Alexandre de Moraes. Ela declarou em um show que, se o tivesse conhecido antes, teria se casado com ele, pois o admirava muito. Em uma apresentação em Brasília, a cantora se referiu ao ministro de forma carinhosa como "meu careca". Recentemente, Alcione afirmou que tem grande admiração pelas atitudes e pelo trabalho de Moraes no STF.

Um pintor da Tasmânia (Estado da Austrália) descobriu uma garrafa de vidro fechada que estava escondida havia mais de 120 anos dentro de um buraco na parede do farol de Cape Bruny - contendo e dentro dela havia uma carta de duas páginas. As informações são do jornal britânico The Guardian.

Annita Waghorn, gerente de patrimônio histórico do Serviço de Parques e Vida Selvagem da Tasmânia, disse ao jornal britânico que a descoberta ocorreu quando o pintor Brian Burford realizava uma manutenção de rotina na estrutura.

"Ele ficou tão animado que me ligou e disse que havia encontrado uma mensagem em uma garrafa", disse Waghorn. A carta não era apenas um simples bilhete, mas um envelope contendo duas páginas escritas à mão detalhando as melhorias feitas no farol em 1903. Uma escada, piso, sala de lanterna e lente foram adicionados ao farol tombado como patrimônio histórico quase 70 anos após a construção da estrutura original em 1838.

Para chegar à mensagem, eles precisaram da ajuda de especialistas do Museu e Galeria de Arte da Tasmânia, que extraíram cuidadosamente o delicado papel envelhecido. "A garrafa estava selada com uma rolha revestida de betume, o que dificultou a abertura", disse Cobus van Breda, do museu, à ABC.

Uma vez extraída a mensagem, a equipe ainda precisou de vários dias para decifrar seu conteúdo, segundo o Guardian. Os funcionários do museu agora planejam colocar a carta em exposição para que o público possa vê-la.