PMs filmados agredindo idosa na garagem de casa em Barueri são afastados

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A Secretaria da Segurança Pública confirmou na tarde desta quinta-feira, 5, o afastamento de 12 policiais militares que participaram da abordagem que resultou na agressão de Lenilda Messias Santos Lima, de 63 anos, na garagem de sua casa, no Jardim Regina Alice, em Barueri, na Grande São Paulo. A abordagem envolveu o filho dela, o empresário Juarez Higino Lima Júnior, que também foi agredido.

"Os 12 policiais militares foram ouvidos pela Corregedoria da Instituição e afastados das atividades operacionais", informou a SSP. "A Polícia Militar reitera que não compactua com desvios de conduta e assegura que todo excesso cometido por policiais será penalizado em conformidade com a lei".

Os vídeos da abordagem, gravados por testemunhas na noite desta quarta-feira, 4, e obtidos pelo Estadão, mostram que Lenilda Messias Santos Lima é empurrada e chutada por um policial, que puxa a idosa pela gola do casaco. A senhora de 63 anos, mãe de Juarez, aparece com o rosto ensanguentado.

As imagens mostram ainda um policial aplicando um "mata-leão", golpe proibido pela polícia, em Juarez e outro agredindo o empresário com um cassetete. Mesmo ferida, Lenilda foi levada por policiais até uma viatura da corporação, de acordo com as imagens.

A agressão a Lenilda representa mais um episódio da crise na área de segurança pública da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nos últimos meses, policiais protagonizam uma sequência de casos de violência, entre eles as mortes de uma criança de quatro anos no litoral e de um estudante de Medicina.

Outro caso de repercussão foi o flagrante de um agente jogando um homem de uma ponte na zona sul da capital, o que motivou a prisão do autor da agressão.

As investigações sobre a abordagem violenta em Barueri continuam, de acordo com a SSP. "As investigações do caso prosseguem por meio de inquérito policial militar e pela Polícia Civil, com análise das imagens externas e das câmeras corporais dos agentes".

Segundo familiares, a abordagem começou por causa de uma moto que estava estacionada na calçada na Rua Mar Negro, em frente à garagem da família. Estavam na calçada Matheus Higino Lima Silva, de 18 anos, e seu pai, Juarez Lima Junior, de 39. O veículo está com a documentação irregular.

Pai e filho resistiram à ação e correram para dentro da garagem, segundo a versão da PM. De acordo com o boletim de ocorrência, eles teriam xingado os agentes de "seus lixos".

Os policiais justificaram a entrada na casa pela "caracterização do estado flagrancial em que se encontrava Matheus, o qual teria praticado, em tese, o crime de desacato contra os policiais".

Por conta dos ferimentos, Juarez, Matheus e Lenilda foram levados para o Pronto Socorro Central de Barueri (Sameb). O caso foi registrado como desacato, resistência, lesão corporal e abuso de autoridade na Delegacia de Polícia de Barueri.

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Nana Caymmi foi casada com Gilberto Gil por dois anos, entre 1967 e 1969. Uma das mais importantes cantoras brasileiras, ela morreu nesta quinta-feira, 1º, aos 84 anos, em decorrência de problemas cardíacos.

O relacionamento com o cantor começou após o retorno de Nana da Venezuela, onde morou com o médico Gilberto José, com quem foi casada e teve duas filhas, Stella e Denise. Separada, ela retornou ao Brasil e começou o namoro com Gil.

Naquele período, Nana enfrentava o preconceito do pai, Dorival Caymmi, por ter se separado e tentava emplacar algum sucesso na música brasileira. Ela chegou a vencer o Festival Internacional da Canção (TV Globo), interpretando a canção Saveiros, composta pelo irmão, Dori, mas foi vaiada ao ser anunciada a vencedora da competição.

Gil e Nana se separaram quando o cantor foi passar um período em exílio em Londres, por conta da ditadura militar. Os dois escreveram juntos a canção Bom Dia, que Nana apresentou no III Festival de Música Popular Brasileira, na TV Record, em 1967.

O corpo da cantora Nana Caymmi será velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 2, a partir das 8h30. O enterro ocorrerá às 14h, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.

Uma das principais cantoras do Brasil, Nana morreu na noite desta quinta-feira, 1º, aos 84 anos, depois de ficar nove meses internada na Casa de Saúde São José, no Rio, para tratar uma arritmia cardíaca. De acordo com nota divulgada pelo hospital, a causa da morte de Nana foi a disfunção de múltiplos órgãos.

Ao Estadão, o irmão de Nana, o músico e compositor Danilo Caymmi, afirmou que, além da implantação de um marcapasso para corrigir a arritmia cardíaca, Nana apresentava desconforto respiratório e passava por hemodiálise diariamente. Nana também sofria de um quadro de osteomielite, uma infecção nos ossos, que lhe causava muitas dores. Segundo ele, Nana esteve lúcida por todo o tempo, mas, no dia 30 de abril, entrou em choque séptico.

Filha do compositor Dorival Caymmi, Nana começou a carreira no início dos anos 1960, ao lado do pai. Após se afastar da vida artística para se casar - ela teve três filhos, Stella, Denise e João Gilberto -, Nana retomou a carreira ainda na década de 1960, incentivada pelo irmão Dori Caymmi.

Nos anos 1970 e 1980, gravou os principais compositores da música brasileira, como Milton Nascimento, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Sueli Costa, Ivan Lins, João Donato e Dona Ivone Lara.

Em 1998, conheceu a consagração popular ao ter o bolero Resposta ao Tempo, de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos, incluído como tema de abertura da minissérie Hilda Furacão, da TV Globo.

Nana gravou discos regularmente até 2020, quando lançou seu último trabalho, o álbum Nana, Tom, Vinicius, só com canções de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

A cantora Nana Caymmi, que morreu na noite desta quinta-feira, 1º, aos 84 anos, fez aniversário no último dia 29 de abril. Internada desde julho de 2024, Nana recebeu uma mensagem da também cantora Maria Bethânia, de quem era amiga.

Bethânia escreveu: "Nana, quero que receba um abraço muito demorado, cheio de tanto carinho e admiração que tenho por você. Querida, precisamos de você e da sua voz. Queremos você perto e cheia de suas alegrias, dons e águas do mar na sua voz mais linda que há. Amor para você, hoje, seu aniversário, e sempre. Rezo à Nossa Senhora para você vencer esse tempo tão duro e difícil. Peço por sua voz e por sua saúde. Te amo. Sua irmã, Maria Bethânia".

Nana e Bethânia tinham uma longa relação de amizade e gravaram juntas no álbum Brasileirinho, de Bethânia, lançado em 2003. Bethânia afirmou mais de uma vez que Nana era a maior cantora do Brasil.

De acordo com informações divulgadas pela Casa de Saúde São José, onde Nana estava internada há nove meses para tratar de problemas cardíacos, a cantora morreu às 19h10 desta quinta-feira, em decorrência da disfunção de múltiplos órgãos.