Uma idosa de 63 anos foi agredida por policiais militares na garagem de sua casa, no Jardim Regina Alice, em Barueri, na Grande São Paulo, na última quarta-feira, 4. A abordagem envolveu o filho dela, o empresário Juarez Higino Lima Júnior, que também foi agredido. No dia seguinte, na quinta-feira, 5, a Secretaria da Segurança Pública confirmou o afastamento de 12 policiais militares que participaram da abordagem.Segundo familiares, a abordagem começou por causa de uma moto que estava estacionada na calçada na Rua Mar Negro, em frente à garagem da família. Estavam na calçada Matheus Higino Lima Silva, de 18 anos, e seu pai, Juarez Lima Junior, de 39. O veículo está com a documentação irregular.
Pai e filho resistiram à ação e correram para dentro da garagem, segundo a versão da PM. De acordo com o boletim de ocorrência, eles teriam xingado os agentes de "seus lixos".
"A gente não questiona a situação da moto. Ela está errada, mas eles não precisavam entrar, arrebentar o portão e bater em todo mundo", diz a motorista Paula Sena, irmã de Mateus. "Nós não temos arma em casa, ninguém tem passagem (pela polícia). Quando vi a confusão, pensei: 'vão me matar; vão matar minha mãe'", disse ela.
Como foi a agressão contra a idosa e familiares?
As imagens mostram um chute e empurrões. Os vídeos foram gravados por testemunhas e obtidos pelo Estadão. Nas imagens, Lenilda aparece com o rosto ensanguentado. A senhora de 63 anos é empurrada e chutada por um policial, que puxa a idosa pela gola do casaco.
Os vídeos mostram um policial aplicando um "mata-leão" em Juarez e outro agredindo o empresário com um cassetete. Mesmo ferida, Lenilda foi levada por policiais até uma viatura da corporação, de acordo com as imagens.
O que disseram os policiais envolvidos?
Os policiais justificaram a entrada na casa pela "caracterização do estado flagrancial em que se encontrava Matheus, o qual teria praticado, em tese, o crime de desacato contra os policiais".
A família recebeu atendimento médico?
Juarez, Matheus e Lenilda foram levados para o Pronto Socorro Central de Barueri (Sameb).
O que disse a PM?
A PM informa que "não compactua com desvios de conduta e assegura que qualquer ocorrência envolvendo excessos será investigada e os agentes, devidamente punidos". A Polícia Civil afirmou que analisa e investiga as imagens. O caso foi encaminhado à Corregedoria da PM.
Como estão as investigações?
O caso foi registrado como desacato, resistência, lesão corporal e abuso de autoridade na Delegacia de Polícia de Barueri. As investigações sobre a abordagem violenta em Barueri continuam, de acordo com a SSP. "As investigações do caso prosseguem por meio de inquérito policial militar e pela Polícia Civil, com análise das imagens externas e das câmeras corporais dos agentes".
Os 12 policiais militares foram ouvidos pela Corregedoria da Instituição e afastados das atividades operacionais", conforme informou a SSP nessa quinta-feira. "A Polícia Militar reitera que não compactua com desvios de conduta e assegura que todo excesso cometido por policiais será penalizado em conformidade com a lei".
Crise na segurança pública de SP?
A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) enfrenta uma crise na área da segurança pública após uma sequência de casos de violência policial, entre eles as mortes de uma criança de quatro anos e de um estudante de Medicina. Outro caso de repercussão foi o flagra de um agente jogando um homem de uma ponte na zona sul da capital, o que motivou a prisão do autor da agressão.
Idosa agredida pela PM em Barueri: veja o que se sabe sobre abordagem em garagem
Tipografia
- Pequenina Pequena Media Grande Gigante
- Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
- Modo de leitura